Publicado em 11 de março de 2025 por Tribuna da Internet
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/M/t/PmBxc6RaqhoredxDgr7g/image-66-.png)
Salário baixo diminui atratividade das vagas CLT
Pedro do Coutto
Reportagem publicada pelo O Globo de ontem mostra que grande parte dos empregos no país, atualmente, é ocupada por trabalhadores e trabalhadoras informais, sem vínculo, portanto empregaticio.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua trimestral do IBGE, existe um cenário paradoxal no mercado de trabalho brasileiro: embora 2024 tenha registrado a menor taxa de desemprego da história, a informalidade segue em alta, especialmente em algumas regiões do país, como a Bahia. O índice de pessoas com trabalho sem carteira assinada permanece superior a 50%, desde o início da série histórica.
VÍNCULO – Apesar do recorde de 1,8 milhão de trabalhadores com carteira assinada via CLT em 2024, mais da metade dos 51,4% de trabalhadores ocupados ainda não possuem vínculo formal, resultado de vários fatores, como desvalorização salarial, a busca por maior flexibilidade de horário e as longas distâncias entre residência e local de trabalho. Além disso, a pandemia acelerou essa tendência, com muitas pessoas sendo forçadas a recorrer ao trabalho informal para garantir a sobrevivência.
Este cenário demonstra um retrato da complexidade do mercado de trabalho brasileiro, onde a diminuição do desemprego não necessariamente reflete uma melhora nas condições de trabalho, especialmente para as classes mais baixas e as regiões periféricas. A informalidade, embora vista por muitos como uma solução temporária, continua sendo um desafio para a construção de um mercado de trabalho mais justo e equilibrado.
O problema é grave não só pelo preenchimento do mercado de trabalho, mas sobretudo pela falta de arrecadação, uma vez que os empregadores não são obrigados a depositar os 20% sobre as fontes de trabalho, como no caso da CLT. É um fator de crise na Previdência Social. Um problema que precisa ser equacionado pelo governo Lula que está diante de um déficit previdenciário muito acentuado.