Por: Ana Paula Della Giustina
Paula
“Pensa por ti próprio em vez de seguires a multidão” (Chris Guillebeau).
Ao analisar o momento histórico, social, político e econômico que vivemos, percebo uma apatia sem precedentes. Parecemos cães que rosnam e latem sinalizando desconforto, mas não rompemos com o que nos causa incômodo. Acabamos nos conformando com o pouco que julgamos ou acreditamos possuir.
O conformismo é a arte de se amoldar, de não reagir e receber passivamente as dificuldades.
Inconformismo, segundo o Dicionário da Língua Portuguesa, significa atitude ou comportamento de oposição aos hábitos e normas dominantes numa determinada conjuntura social. Em outras palavras, pessoas positivamente inconformadas são aquelas que estão dispostas a quebrarem padrões que resistem ao desenvolvimento e à inventividade. Essa capacidade de não se acomodar é um diferencial crucial para quem deseja viver além da mediocridade.
É fácil identificar um conformista. Ele acredita que todas as coisas são obras do destino e que é vítima do destino ou do passado. O conformista sempre tem justificativa e nunca duvida daquilo que o limita; é o rei das desculpas.
Sempre questionei muito acerca da vida, das pessoas, dos sentimentos, das emoções... E sempre houve alguém que me dissesse: “Você pensa demais, pondera demais...”.
A verdade é que nunca deixei de pensar “demais” e, hoje, me pergunto quantos de nós vivemos uma vida de conformismo, acreditando que a situação atual jamais melhorará.
Se olharmos a diversidade de culturas e sociedades em nosso entorno, perceberemos que existe uma “zona de conforto” comum a muitas delas. Ela ocorre quando nos conformamos com tudo o que acontece de normal, anormal e até de ilícito no mundo em que vivemos. Muitas vezes, nos submetemos a um modelo determinado por um grupo da sociedade que dita aos demais cidadãos um padrão de vida que eles julgam que é certo e normal.
Ao nos conformarmos com os padrões do mundo, abrimos mão do nosso senso crítico, de nossa capacidade de pensar e julgar, pois, por ser comum a todos, torna-se um modo de viver mais fácil. Corremos menos riscos, pois ninguém vai rir de você, te achar estranho ou te condenar, pois você é comum.
Questiono-me: “Será possível que estejamos condicionados por uma espécie de seleção cultural que nos condena ao conformismo e a imbecilidade?”.
Este conformismo também é chamado de alienação, pois, conformados, não tomamos atitudes para com o certo ou contra o errado. É uma neutralidade que reprime, amordaça o senso crítico e o transforma em algo chamado de senso comum.
O certo é que, perante qualquer uma das situações, é necessário agirmos. O espírito de mudança deve agir como areia que se insere nas engrenagens: pode obstruir os mecanismos, romper processos e alterar caminhos.
Atribui-se a Martin Luther King uma frase valorosa: “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. É perfeita para esse momento! É sob o silêncio conivente dos decentes que alguns dos maiores crimes acabam sendo praticados. Quando os bons se calam, os maus triunfam. (Nossso Grifo).
O que sugiro é que olhemos a nossa volta e repensemos sobre o nosso papel na sociedade, na vida, no seio familiar. Que importância atribuímos aos outros, aos padrões ou a nós mesmos?
Ser inconformado exigirá um preço de quem decide viver nessa dimensão, porém, a recompensa está em ser livre para pensar, ousar e experimentar sempre o novo.
“O objetivo fundamental dos sonhos não é o sucesso, mas nos livrar do fantasma do conformismo” (Augusto Cury).
Nota da redação deste Blog - Caros leitores, ao adentrar no meu companheiro de décadas, a primeira coisa que encontrei foi esse artigo que resolvi transcrever.
Ontem publiquei uma matéria que me fez refletir, pensar e pesquisar.
Há dias atrás ou mesmo mês, vários leitores tiveram a coragem de trazer ao meu conhecimento que o suposto " intocável " havia encontrado uma forma mágica de calar minha boca, de fazer eu deixar de publicar os seus desmandos administrativos.
Mesmo eu não tendo que dar satisfação a ninguém a respeito do meu modo de agir, já que certo ou errado é um problema íntimo meu, de certa forma o grande número de leitores deste Blog sempre mereceram e merecem todo o meu respeito, e queira ao não fica parecendo que aceitei o cala boca.
Considerando que “À mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta”, resolvi continuar publicando através de " metáfora".