Deu no Correio Braziliense
A advogada Rosângela Wolff Moro, mulher do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, manifestou, na noite desta quinta-feira, dia 2, apoio ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, nas redes sociais. Em paralelo, uma campanha em defesa do titular da Saúde subiu ao topo das menções no Twitter com a hashtag #somostodosMandetta, apoiada por diversos políticos.
A advogada rendeu a homenagem a Mandetta minutos depois de o presidente Jair Bolsonaro dizer que o ministro “extrapolou” e precisa de “humildade” e que não o demitiu porque está no “meio de uma guerra”.
CONFIANÇA – Rosângela Moro adaptou uma frase que já vinha sendo usada pela militância lavajatista em defesa de Moro: “In Mandetta I trust (“Em Mandetta eu confio”, em inglês)”, escreveu ela. Os apoiadores da Operação Lava-Jato, que tinha à frente das ações penais o ex-juiz Sérgio Moro, adaptaram a frase “In God we trust” ao ministro. A estampa “In Moro we trust” ganhou cartazes e camisetas em manifestações pelo país.
A advogada postou uma foto de Mandetta em seu perfil no Instagram e escreveu: “Entre a ciência e achismos, eu fico com a ciência. Se você chega doente em um médico, se tem uma doença rara, você não quer ouvir um técnico? Mandetta tem sido o médico de todos nós e minhas saudações são para ele”. A publicação foi apagada logo depois.
INSATISFAÇÃO – O presidente também anda insatisfeito com a postura de Moro durante a pandemia e já reclamou do ministro da Justiça a interlocutores. Moro e Paulo Guedes uniram-se nos bastidores no apoio a Mandetta e na defesa da manutenção das medidas de distanciamento social e isolamento da população no combate à pandemia.
O trio formou uma espécie de bloco antagônico, com o apoio de setores militares, criando um movimento oposto ao comportamento do presidente Bolsonaro, contrário ao confinamento das pessoas, incluindo o fechamento do comércio.
Pressionado, o titular da Saúde deixou claro ao presidente, em reunião no último sábado, dia 28, que não vai se demitir nem mudar de posição. Mandetta foi aconselhado por aliados a se manter firme por ter se tornado “indemissível” num momento de pandemia. Se partir de Bolsonaro uma decisão de retirá-lo de sua equipe, caberá ao presidente assumir o ônus.