Posted on by Tribuna da Internet
Camila Mattoso
Folha
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Após constrangimentos no sábado, dia 10, em Goiás, com aglomerações incentivadas por Jair Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta (Saúde) avisou sua equipe que vai evitar participar de eventos com o presidente.
O ministro fez críticas ao acúmulo de pessoas, dizendo que seu recado vale para todos os brasileiros. Antes do episódio, Bolsonaro e Mandetta tiveram mais um capítulo da guerra fria que protagonizam nos bastidores, envolvendo o pronunciamento da última quarta-feira, dia 8.
SINTONIA – Segundo auxiliares, os dois estiveram juntos antes de Bolsonaro gravar o discurso que iria para a TV naquela noite e disse que falaria apenas do auxílio emergencial. Mandetta ofereceu sua ajuda, para qualquer dúvida médica, ao que o presidente disse não ter necessidade.
Horas mais tarde, o pronunciamento foi ao ar, com Bolsonaro defendendo a cloroquina e elogiando o médico Roberto Kalil, por ter admitido o uso do remédio no tratamento do coronavírus. A fala foi encarada no Ministério da Saúde como uma tentativa de provocação do presidente, para provar autoridade.
CENA – Na segunda-feira, dia 6, no auge da crise no governo, Mandetta foi duro em seu recado na reunião-geral de ministros, de acordo com participantes. Disse que não havia mais necessidade de um teatro que estava sendo criado pelo presidente e disse que o certo seria demiti-lo, em vez da situação que estava sendo criada, de fritura.
Neste domingo, dia 12, em entrevista ao Fantástico, o ministro disse que o brasileiro não sabe se escuta ele ou o presidente Jair Bolsonaro e alertou que os meses de maio e junho serão os mais duros.
CAIADO – A entrevista foi cedida a partir do Palácio das Esmeraldas, em Goiânia, sede do governo estadual de Goiás. O governador Ronaldo Caiado (DEM) rompeu recentemente com Bolsonaro e disse que, se Mandetta for mandado para casa, será o primeiro a contratá-lo.