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segunda-feira, julho 11, 2011

Wagner fecha divisão de cargos no interior

Lílian Machado e Romulo Faro

Apesar do recesso parlamentar, os deputados estaduais baianos estão atentos ao anúncio das indicações dos últimos 400 cargos restantes no segundo e terceiro escalões da máquina pública estadual. Entre conversas com o governador Jaques Wagner (PT) e com o secretário das Relações Institucionais (Serin), Cézar Lisboa, com exceção do PSB, todos os partidos (PT, PDT, PSL, PCdoB, PP, PRB) já se entenderam e já sabem o espaço que lhes resta.

A senadora Lídice da Mata, presidente estadual do PSB, senta hoje com Wagner para discutir os seis primeiros meses do seu segundo mandato e saber seu espaço pelo interior.

No início das discussões para preenchimento dos cargos houve tensão com os deputados por conta de modificações nos critérios de distribuição, mas os ânimos se acalmaram e todos os partidos dizem que a situação é de tranquilidade.

A expectativa, agora, é a de que até o fim desta semana o tabuleiro esteja completamente arrumado. A senadora Lídice afirmou que o encontro desta manhã com Wagner será mais para avaliação do desempenho dos quadros do partido no secretariado e quanto ao segundo e terceiro escalão, ela admitiu que as coisas estão pré-definidas e que não haverá surpresas.

“A gente está mais focado na nossa atuação do que nessa questão de cargos. Os critérios já foram definidos há uns dois meses e as coisas já estão arrumadas”, declarou a senadora à Tribuna. Rumores dão conta também de que o governo vai tentar contemplar deputados que apoiaram, sem seus partidos, a reeleição petista.

Logo no retorno das atividades após os festejos juninos, Wagner conversou com o PDT, com quem também não teve problemas. “O encontro foi bom, deu para a gente trocar algumas figurinhas. O governador se disse satisfeito com a administração do PDT na pasta da Ciência e Tecnologia (Secti) e com a CBPM (Companhia Baiana de Pesquisa Mineral, comandada pelo próprio Brust)”, disse o presidente do PDT na Bahia, Alexandre Brust.

A reportagem também conversou com o presidente do PCdoB baiano, deputado federal Daniel Almeida, após o encontro com Wagner. Com os comunistas, o clima também é de paz e amor. “Nos reunimos com Wagner apenas para acertar o que já havia sido discutido com Cézar Lisboa. Wagner apenas comunicou que iria fazer as nomeações o quanto antes. Por parte do PCdoB só há pequenos ajustes, na maioria dos casos, o partido já tem seus quadros e já fez as indicações para o que precisa ser mudado”, pontuou Daniel Almeida.

Kertész é o candidato de Temer

O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), vem a Salvador no próximo dia 29 mostrar que o PMDB não está de brincadeira com o apresentador Mário Kertész. Temer vem dar uma força ao vice-presidente da Pessoa Jurídica da Caixa, Geddel Vieira Lima, que está fazendo um intenso trabalho para conseguir convencer Mário

. A demonstração de que o radialista é a grande aposta da legenda ficou mais clara este fim de semana, no Centro Cultural da Câmara Municipal, com o discurso do presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (PMDB-RO). “Geddel está fazendo um intenso trabalho para convencer Mário Kertész a ser candidato a prefeito e nós vamos apoiá-lo”.

Apesar de não estar exercendo cargo eletivo nem ser ministro de primeiro escalão do governo Dilma Rousseff (PT), o baiano goza de prestígio e tem opinião decisiva em âmbito nacional. “O taxista que me trouxe do aeroporto veio me dizendo que foi Geddel quem reelegeu João Henrique (PP)”, afirmou Raupp ao Bahia 247.

O evento, oficialmente, teve o objetivo de incentivar novas filiações com vistas a 2012 e entregar certificados do curso de formação política a jovens filiados, promovido pela Fundação Ulysses Guimarães. Porém, como se trata de um partido político, o discurso ganhou caráter de palanque eleitoral.

O senador Valdir Raupp afastou a possibilidade de o PMDB se reconciliar com o PT do governador Wagner na Bahia e não perdeu tempo para deixar clara a possibilidade de rompimento da aliança nacional com os petistas, lançando candidatura própria à Presidência da República.

Com seis ministros, cinco governadores, 80 deputados federais e 20 senadores, o partido vê com solidez a capacidade de governar o Brasil. “Temos uma aliança histórica com o PT, mas, como dizia Ulysses Guimarães, ‘navegar é preciso, mas viver não é preciso’”, afirmou o líder nacional peemedebista. No entanto, ele afasta as especulações de que haja disputa e estranhamento das duas legendas no contato direto com Dilma.

A vinda do líder a Salvador foi a primeira das muitas visitas que o alto escalão do PMDB fará com o objetivo de fortalecer o candidato do partido à Prefeitura no ano que vem. Até então, o mais cotado é o Mário. Raupp disse ao 247 que o diretório baiano do PMDB é um dos mais importantes do país. Foi reforçada também a orientação da executiva nacional de que todas as capitais brasileiras terão candidatos próprios do partido.

Fonte: Tribuna da Bahia

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