Numa dessas demonstrações, tentando desmascarar a eficácia do extrato de graviola no combate ao câncer, o ilustre esculápio nos leva a um sofisticado laboratório de pesquisa no Rio Grande do Sul, se não me falha a memória. Lá, uma simpática pesquisadora prova que o extrato da graviola não atua em uma cultura de células tumorais, e conclui, enfaticamente, que não teria ação sobre as células do câncer.

É interessante como os profissionais da mídia acham que a população é burra, sem nenhum lampejo de inteligência e sem espírito crítico! Movidos não se sabe por que tipos de interesses, eles distorcem os fatos e impõem aos mais desavisados uma experiência in vitro como um veredicto definitivo no julgamento de um princípio ativo.

A experiência mostrada pelo Dr. Varella, naquela ocasião, não tem nenhuma validade no sentido de provar que qualquer extrato, de qualquer planta, seja inativo contra qualquer tipo de câncer!

Se não, vejamos.

O extrato de uma planta possui dezenas de substâncias ativas que, atuando nos diversos órgãos do corpo, podem modificar seu funcionamento, estimulando ou inibindo suas funções, alterando todo o contexto interno do organismo. Consequentemente, a reação orgânica global no relacionamento com as células cancerosas pode ser totalmente modificada. O ilustre colega nos mostrou uma experiência realizada in vitro, ou seja, ela foi realizada fora do corpo humano, num recipiente isolado. Na experiência realizada pelo Dr. Dráuzio, as células cancerosas estavam isoladas em um meio de cultura, fora do ambiente corporal, sem nenhuma influência de todo o sistema imunológico e das ações dos outros órgãos internos. Os princípios ativos de uma planta não podem ser comparados, de modo algum, com a ação isolada de uma substância, como se costuma fazer em experiências in vitro. Do mesmo modo, células cancerosas não são exatamente micróbios, para serem eliminados por antibióticos, por exemplo, em pesquisa realizada fora do corpo. Nenhum pesquisador sério e cientificamente competente excluirá uma substância se suas pesquisas (muito menos um conjunto delas, representado pelo extrato de uma planta), simplesmente porque uma experiência in vitro foi negativa. Isto é, no mínimo, uma irresponsabilidade científica!

Os grandes erros da medicina alopática moderna têm sido cometidos exatamente por pesquisas parciais e mal orientadas, como a pretendida pelo Dr. Varella. O que o ilustre médico não fala, nem divulga, é que as pesquisas alopáticas, por utilizarem expedientes como os acima descritos, conduzem a erros grosseiros de avaliação e investigação. A prova cabal disto são os frequentes efeitos colaterais que ocorrem com a utilização dos seus medicamentos e a frequência com que são rapidamente retirados das farmácias.

Só para comparar. Em duzentos (200) anos de existência, a Medicina Homeopática já investigou e colocou em uso cerca de três mil (3.000) medicamentos. Até o momento, os resultados de todos eles são perfeitamente comprovados; não foram relatados efeitos colaterais nocivos graves e, mais importante, nenhum deles foi retirado das farmácias. Durante um período equivalente, milhares de remédios alopáticos foram retirados de circulação porque faziam mal à população!

Conclusão: Existe um princípio científico que afirma que as experiências só poderão dar certo, quando os princípios e os paradigmas que as orientam estiverem corretos. Definitivamente, este não é o caminho que Medicina Alopática Moderna está percorrendo!
_________
Oséas Moreira Lisboa, médico homeopata há mais de 20 anos, é autor do livro Alopatia & Homeopatia ? o atraso secular da medicina moderna (editora Frama, 2010, Teixeira de Freitas ? BA).