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terça-feira, janeiro 23, 2024

Recorde absoluto! Moraes prorroga pela nova vez o “inquérito do fim do mundo”

Publicado em 22 de janeiro de 2024 por Tribuna da Internet

Flávio Bolsonaro sai em defesa de Jordy e vai para cima de Moraes |  Metrópoles

Moraes parece já estar perdendo a noção do ridículo

Mariana Muniz 
O Globo

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou nesta segunda-feira o inquérito das milícias digitais, aberto desde julho de 2021, por mais 90 dias. No despacho, o relator considerou “a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento”. Foi a nona prorrogação de prazo.

O inquérito foi aberto para investigar a produção e a disseminação de conteúdos que atacam as instituições democráticas nas redes sociais e provocam desdobramentos no mundo real.

FAZER DILIGÊNCIAS – O ministro atendeu a um pedido feito pela Polícia Federal por entender que há “a necessidade de prosseguimento das investigações, com a realização das diligências ainda pendentes”.

É no âmbito desse inquérito que surgiram três frentes de investigação que atingem o ex-presidente Jair Bolsonaro: a da venda de presentes oficiais no exterior, como joias e relógios dados pela Arábia Saudita; a da falsificação de registros de vacinação contra a Covid-19; e a de trocas de mensagens de teor golpista.

A delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro na Presidência, também está ligada ao inquérito das milícias digitais.

DEPENDE DE CID – A expectativa é que Cid contribua com informações para as três frentes de investigação, em especial sobre a suposta trama antidemocrática.

Foi no celular de Cid que a Polícia Federal encontrou mensagens que continham um “passo a passo” para um golpe de Estado, como uma minuta de declaração de estado de sítio no país.

Também foi no inquérito das milícias digitais que a PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra oito empresários bolsonaristas que enviaram mensagens de teor golpista em um grupo de WhatsApp, em agosto de 2022. O material apreendido é avaliado por investigadores como peça-chave para o desfecho desse inquérito.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A matéria não menciona o apelido que pegou e não quer desgrudar. Na verdade, é “o inquérito do fim do mundo”, que não tem data para acabar e no qual cabem cada vez mais investigações e suspeitos. O resultado é que periga não chegar a lugar nenhum e se tornar mais um instrumento da incrível, fantástica e extraordinária impunidade que assola esse país, que se tornou o paraíso dos pilantras de todo tipo, basta acompanhar o rumo da anulação das condenações, algo jamais visto no mundo(C.N.)


O céu é o limite? Não para os supersalários do Poder Judiciário e do alto funcionalismo


Brum on X: "Charge da Tribuna do Norte #brum #charge #crítica #juízes #juíz  #auxilio #moradia #auxíliomoradia #aumento #regras #regrasrígidas  #abusodepoder #descaso #fazemoquequerem #sacanagem #mordomia  https://t.co/ASCuJuteJp" / X

Charge do Brum (Tribuna do Norte)

J.R. Guzzo
Estadão

Como no “Dia da Marmota”, fábula que o mundo inteiro conheceu através do filme “O Feitiço do Tempo”, o tempo não passa nunca no Brasil de hoje. O relógio anda e o calendário avança, mas o que acontece hoje é a cópia exata do que aconteceu ontem, e do que vai acontecer amanhã.

No Brasil de 2024 todo o dia é “Dia da Marmota”, quando se leva em conta as relações existentes entre o dinheiro do pagador de impostos e o alto, ou altíssimo, funcionalismo público. O sujeito pega o jornal de hoje e vê lá exatamente a mesma notícia que viu ontem, ou anteontem, ou durante a Guerra do Paraguai.

GATOS GORDOS – Não muda nunca: procuradores, juízes, desembargadores e mais cardumes inteiros de auditores, ouvidores, assessores e todos os gatos gordos que a burocracia inventa sem parar, estão ganhando fortunas alucinadas.

Anuncia-se que o juiz fulano de tal, em tal estado, recebeu no seu último contracheque 200 mil, 300 mil ou 400 mil reais de salário mensal; pode ser também um desembargador, um procurador ou um etc.

Isso não é ganhar bem – é concentração de renda em seus níveis mais agressivos e subdesenvolvidos.

TUDO SEMPRE IGUAL – Recentemente foi noticiado que uma juíza do Pará enfiou no bolso 600 mil reais de salário mensal; amanhã a imprensa vai noticiar um caso igual, ou pior. É sempre a mesma coisa. A importância paga de fato foi um absurdo, mas o pagamento foi perfeitamente legal.

O juiz, ou desembargador, ou procurador ou etc. “tinha direito” ao que levou: além do salário, teve de receber férias atrasadas, licenças-prêmio, auxílio isso, auxílio aquilo, adicional por trabalhar nos dias de chuva e por aí afora.

O céu é o limite – e às vezes nem o céu. Como poderia ser diferente? É o próprio Judiciário, na prática, quem define quanto os magistrados devem ganhar. E é esse mesmíssimo Judiciário, quando aparece alguma objeção, que julga as ações movidas pelos sindicatos da “categoria”. Quem você acha que ganha sempre? Os beneficiados dizem, vagamente, que se trata de “exceções”. Mas não se trata de exceção.

ACIMA DO TETO – O último “Dia da Marmota” no Brasil teve como estrelas os procuradores estaduais. Uma reportagem do jornalista Tácio Lorran, publicada dias atrás em O Estado de S. Paulo, mostra que metade deles ganha acima do teto constitucional do funcionalismo público.

 Esse teto não é nenhuma mixaria: está em R$ 41,6 mil por mês. E se metade dos procuradores está ganhando acima disso, não é mais exceção – é praticamente a regra.

Na verdade, quem se contenta com R$ 50 mil mensais, por exemplo, até que está sendo camarada com o pagador de impostos. Tem procurador levando 200 mil por mês, e isso é sem contar as “bonificações natalinas”.

EXEMPLO MAIOR – Para ficar por aqui: em Santa Catarina, o pior de todos os estados brasileiros nesse campeonato, o salário médio dos procuradores estaduais chegou aos R$ 106 mil em outubro último. Santa Catarina tem 509 procuradores; neste mês, 499 ganharam acima do teto. Exceção?

Ninguém jamais contestou a ideia de que os servidores da Justiça devam ganhar o máximo que a sociedade possa pagar. Mas isso não é ganhar bem – é concentração de renda em seus níveis mais agressivos e subdesenvolvidos. O pior é que está dando errado. O Brasil tem o Poder Judiciário mais caro do mundo. Tem também um dos piores.

(Artigo enviado por Mário Assis Causanilhas)


A encrenca dos planos de saúde está aí; as operadoras vão mal e lesam os clientes

Publicado em 22 de janeiro de 2024 por Tribuna da Internet

SOU+SUS: A saúde brasileira em charges - Planos de Saúde

Charge do Bier (Arquivo Google)

Elio Gaspari
O Globo/Folha

As repórteres Fabiana Cambricoli e Ana Lourenço revelaram que o plano de saúde Hapvida NotreDame, o maior do mercado, descumpre liminares concedidas pela Justiça protegendo seus clientes. Só no Foro Central Cível de São Paulo, ela ignorou mais de cem liminares nos últimos oito meses de 2023. A empresa informa que apenas exerce o seu direito de defesa. Vá lá.

Descumprindo liminares, a Hapvida mostra que a astúcia das operadoras de planos de saúde está mudando de patamar. Até agora, em algumas empresas, prevalecia um modelo de gestão. O cliente pagava o plano, precisava do serviço e ele era negado. Quem podia, além de ter um contrato com a operadora, tinha também um advogado. Recorria a ele e, se conseguisse a liminar, resolvia a questão. Se não tivesse advogado, ralava.

DOIS SERVIÇOS – Segundo o Conselho Nacional de Justiça, nos três primeiros meses de 2023 foram abertas 25.700 ações contra planos de saúde. Assim, a melhor maneira de cuidar da saúde recomendava a compra de dois serviços. O da operadora e o do advogado.

As operadoras reclamam da judicialização das controvérsias, mas pode-se suspeitar que ela se tornou parte do negócio. Nega-se o atendimento. Se o cliente vai ao tribunal, atende-se. Se não vai, lucra-se.

A recusa ao cumprimento das liminares indica uma perigosa mudança de patamar, jogando os clientes que padecem de insegurança médica no campo da insegurança jurídica.

PREJUÍZO ALTO – O mercado das operadoras de saúde mostra-se estruturalmente imperfeito. Fechou 2023 com um prejuízo de R$ 10,7 bilhões. Em março passado, a Hapvida perdeu metade de seu valor de mercado. Um mês depois, soube-se que 284 planos de saúde estavam no vermelho.

O grupo americano UnitedHealth veio para o Brasil em 2012 com grandes planos. Errou nas contas, assustou-se com o que viu e foi-se embora, vendendo a Amil.

Faz tempo, os bancos brasileiros, cevados pela ciranda da inflação, sofreram o choque do Plano Real. Alguns quebraram, outros consertaram-se. As operadoras de planos de saúde estão chegando a uma situação parecida. Convivendo num mercado onde não há vigilância sobre os custos hospitalares, resolvem-se muitas questões alterando regras no escurinho de Brasília, sempre à custa da clientela. Não é boa ideia.

E AS VACINAS? – Num país que já teve presidente da República e ministro da Saúde duvidando da eficácia da vacina durante uma pandemia que matou 700 mil pessoas, achava-se que o pior já havia passado. Nada disso.

O Conselho Federal de Medicina resolveu fazer o que chamou de “enquete” para saber a opinião de seus filiados a respeito da inclusão da vacina contra a Covid no programa de imunização das crianças contra o sarampo e a pólio.

Essa girafa, repelida pelo meio científico, jogou luz sobre o conselho e sobre a figura de seu presidente, o doutor Mauro Luiz de Britto Ribeiro.

UNANIMIDADE – O conselho funciona em Brasília e celebrizou-se durante a pandemia, amparando a cloroquina. A decisão foi tomada pela unanimidade dos conselheiros. Como nas primeiras semanas da crise muita gente boa entrou nessa, tudo bem.

Doutor Mauro Ribeiro ficou mal no filme quando o caso foi tratado na CPI, mas unanimidade é unanimidade.

No mundo dos números, em 2021 o CFM encrencou-se com o Tribunal de Contas da União. Mesmo sendo deficitário, o conselho torrou R$ 1 milhão em dois anos com despesas do Dr. Mauro. No pacote, uma estadia em Dubai.

EXONERAÇÃO – Em 2016, o doutor pediu demissão de seu emprego na Santa Casa de Campo Grande (MS), onde julgava ter prestado “relevantes serviços”. Não era bem assim. Entre 2013 e 2015, ele faltou ao serviço 873 vezes e o Ministério Público pedia a sua demissão por abandono de emprego, mas prevaleceu a exoneração a pedido.

Em vez de se meter com as vacinas patrocinando uma “enquete” marota, o CFM, sustentado por contribuições compulsórias de profissionais que ralam, poderia fazer outra pesquisa, com uma única pergunta:

O que o doutor acha do nosso querido Conselho Federal de Medicina?


Por vaidade, Lula está jogando fora essa segunda chance que a vida lhe ofereceu

Publicado em 23 de janeiro de 2024 por Tribuna da Internet

Lula e Jan Paul Prates, presidente da Petrobras, no anúncio da retomada das obras da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco

Lula e Jean Paul Prates, junto na refinaria Abreu e Lima

Carlos Newton

Conforme já mencionamos aqui na Tribuna da Internet, o presidente Lula da Silva teve uma surpreendente segunda chance em sua vida, quando em 2019 o Supremo decidiu encontrar uma forma nada jurídica de libertá-lo. Depois, em 2021, a pretexto de evitar a reeleição de Jair Bolsonaro e um golpe de Estado, o mesmo Supremo devolveu ao político petista os direitos políticos, para que o ex-presidiário pudesse recompor sua trajetória de forma positiva.

O problema é que Lula é desprovido de humildade. Ao invés de tocar a vida em frente, ele hoje se dedica a tentar limpar seu passado tenebroso. Para tanto, não se esquiva de contar lorotas, alterar fatos que já estão na História, para chegar ao cúmulo de se comparar a Vargas, um político de passado impecável, que não enriqueceu um centavo na vida pública.

LEVÁ-LO AO SUICÍDIO  – Com seus exageros e mentiras, misturando as coisas e até incluindo o Departamento de Justiça dos EUA num plano mirabolante contra a Petrobras, Lula diz que os adversários queriam levá-lo ao suicídio, como aconteceu com Vargas.

Seu delirante discurso na refinaria Abreu e Lima, semana passada, desmorona toda a campanha desenvolvida nos últimos anos contra a Lava Jato e seus condutores. Com essa sucessão de “fake news”, Lula vai acabar recuperando a imagem da Lava Jato, do ex-juiz Sergio Moro e do ex-procurador Deltan Dallagnol.

A situação é tão grave que constrange jornalistas simpáticos ao PT e que atuaram claramente a favor dele na campanha eleitoral. Nos jornais, revistas, portais, sites e blogs, percebe-se claramente as restrições que esses analistas passaram a fazer ao presidente, porque na vida tudo tem limites.

LEVADO PELA VAIDADE – Já mencionamos aqui na Tribuna da Internet que o maior defeito de Lula é a vaidade, embora ele demonstre que também opera com a mesma naturalidade em outros pecados capitais.

O fato concreto é que a vida lhe deu uma segunda chance. Porém, por falta de humildade, o ex-presidiário está mentindo desbragadamente e deixando escapar essa oportunidade de ouro, que lhe possibilitaria fechar de forma positiva sua biografia de operário iletrado que chegou a presidir um país importante como o Brasil, algo inédito no mundo, conforme é preciso destacar.

Desse jeito, Lula acabará sendo lembrado como o personagem “Barba”, o informante do regime militar que se tornou uma espécie de Cabo Ancelmo que deu certo e acabou chegando à Presidência da República.

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P.S. 
– O mais curioso de tudo isso é que Lula está certíssimo em apoiar a expansão da Abreu e Lima, uma refinaria moderníssima, preparada para operar óleo pesados, que poder reduzir e até zerar a importação de petróleo leve e derivados, especialmente o diesel, consolidando o Brasil como grande exportador de petróleo.

Portanto, se não colocarem uma mordaça em Lula, ele conseguirá chegar totalmente desmoralizado em 2026, abrindo a vaga para algum preposto de Bolsonaro ou para a terceira via, o que seria ótimo para o país, aliás. (C.N.)


Agronegócio elogia o ministro Fávaro e passa a blindá-lo ao criticar Lula


Carlos Fávaro é escolhido para o Ministério da Agricultura – Uai Agro

Fávaro é ministro, mas se posiciona de forma independente

Eduardo Gayer
Estadão

Com o cargo cobiçado pelo Centrão desde meados do ano passado, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, aprimorou sua interlocução junto ao agronegócio e agora é poupado das críticas do setor ao governo Lula.

Até mesmo lideranças ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmam que o ministro escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva reúne propostas adequadas para o agronegócio, mas tem as entregas limitadas pela resistência do Palácio do Planalto à agenda do segmento.

FAZENDO DISTINÇÃO – O presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio, deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), é um dos que criticam abertamente a linha política adotada pelo governo sem mirar a artilharia sobre o ministro.

“O Ministério da Agricultura perdeu relevância neste terceiro governo Lula. O Ministério do Desenvolvimento Agrário está mais importante que o da Agricultura”, afirmou à Coluna do Estadão.

Na derrubada do veto presidencial ao marco temporal, uma das pautas mais caras ao agronegócio, Carlos Fávaro licenciou-se do ministério para reassumir o mandato de senador e votar com a “bancada do boi”. Ou seja, o ministro descumpriu a orientação do governo e apoiou a derrubada do veto.

OUTRA REBELDIA – Também na contramão dos governistas, Fávaro ainda se posicionou ao lado da maioria dos empresários e ajudou a derrubar o veto presidencial à prorrogação da desoneração da folha de pagamento, posteriormente alterada via Medida Provisória e agora alvo de discussão entre a equipe econômica e a cúpula do Congresso.

De acordo com auxiliares de Lula, a postura do ministro foi compreendida pelo Palácio do Planalto, já que a derrotada nos dois vetos já estava precificada e ajuda Fávaro a manter suas pontes com o setor.

No final do ano passado, o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, afirmou que o governo Lula é “difícil”, mas igualmente blindou o ministro de uma eventual fritura. “Temos uma relação razoavelmente boa com o ministro Fávaro. Deixamos claro que gostaríamos de discutir com o governo com uma pauta determinada”, declarou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – 
O agronegócio é o setor do momento e do futuro no Brasil, porque há déficit alimentar no mundo. Qualquer governo, não importa a ideologia, precisa se entender com o setor e prestigiá-lo, ao invés de afrontá-lo com bobagens pueris, querendo negar a necessidade de haver um marco temporal, para evitar que os índios reivindiquem até a posse do morro do Corcovado. Cair na real é fácil e pode ser muito proveitoso, mas “ideologicamente” pega mal, segundo o petismo de obtusos como Gleisi Hoffmann e o companheiro/escudeiro Lindbergh Farias, que foi um excelente líder estudantil e hoje é um péssimo político. (C.N.)


O mau uso da inteligência artificial e a necessária regulação


Charge do Jean Galvão (Arquivo do Google)

Marcelo Copelli

Investigações da Polícia Federal apuram suspeitas de uso da inteligência artificial para criação de áudios falsos de prefeitos que devem tentar a reeleição no Amazonas, no Rio Grande do Sul e em Sergipe . A técnica chamada de  “deepfake”, através da qual criminosos cibernéticos recriam de forma artificial o timbre e até o modo de falar de alguém, é motivo de grande preocupação diante das graves consequências que podem ser geradas.

Na edição de domingo, o jornal “O Globo”, destacou o caso do prefeito de Manaus, David Almeida, que teve um áudio a ele atribuído, no qual trata os professores da rede pública municipal de “vagabundos” e afirma que servidores “querem um dinheirinho de mão beijada”. O prefeito está à frente nas pesquisas de intenção de votos, mas se sente ameaçado pelas falsas publicações divulgadas por adversários.

AMEAÇA – Esse é um dos exemplos que têm criado um clima ameaçador para as próximas disputas municipais no país. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, posicionou-se a favor da regulamentação urgente do uso da IA, objetivando coibir danos que poderão ser irreversíveis.

Ele anunciou, inclusive, para o dia 25 uma audiência pública para discussão de uma resolução que deverá regulamentar o tema. Moraes afirmou que haverá duras penas para quem utilizar o processo para aniquilar a concorrência de forma criminosa, a exemplo da que ocorreu com o prefeito de Manaus.

Já o deputado Arthur Lira, presidente da Câmara Federal, já declarou que ainda neste semestre serão votados projetos sobre a mesma pauta, demonstrando desconforto com a movimentação do TSE que articula medidas para as eleições. Ao mesmo tempo, vale destacar que o parlamentar precisa agir, pois vem de longa data a demanda sobre a questão.

TRABALHO CONJUNTO – Além disso, dada a devida importância do ponto abordado, é necessário que o Judiciário e o Legislativo promovam  um trabalho conjunto para garantir uma legislação sólida, capaz de evitar tais abusos. Separados, perigam criarem textos distintos e conflituosos, gerando problemas para a implementação de medidas de combate ao uso abusivo da inteligência artificial e das redes sociais.

Os avanços da pós-modernidade parecem ser irreversíveis e não podem ser vistos apenas por possíveis ameaças, já que o uso errado parte dos seres humanos mal intencionados. Há, pois, motivos para tratar o tema com serenidade de urgência, uma vez que a sua aplicação de má fé pode ser um recuo desastroso.


A proteção é dever de estado e não a divina.


A luta pelo direito a terra, povos originários no sul e sudeste baiano pedem proteção e justiça assegurados pela constituição brasileira.  

                                                                               Salvador, 22 de janeiro de 2024. 

Por Fábio Costa Pinto*


                                           Fotos: Gasinho Dias G4TV G4drones / Divulgação

A Comissão dos Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa ABI está apurando e acompanhado o episódio ocorrido no sul, extremo sul e sudoeste baiano.   

Estamos atentos e juntos às lideranças indígenas, iremos cobrar de forma firme a punição dos culpados pelos abusos e assassinatos, onde Nega Pataxó, irmã do cacique Nailton Muniz Pataxó, do povo indígena Pataxó-hã-hã-hãe, foi assassinada na tarde do domingo (21) após um conflito entre indígenas, policiais militares e fazendeiros ocorrido no território Caramuru, município de Potiraguá, Sudoeste da Bahia.

O ataque foi convocado por redes sociais e perpetrado pelo grupo miliciano de extrema-direita autointitulado "Invasão Zero", que já atua em alguns estados do país, se declara representante e integra grupos de proprietários rurais.

Agora, porque a Polícia Militar do estado da Bahia declarou ter monitorado a situação desde a véspera, mas nada fez para impedir o ataque? A PM baiana parece ter claramente prestado cobertura para o mesmo, tendo inclusive chegado ao local já acompanhada dos agressores. 

Conforme o Cacique Naílton, que também foi atingido por disparos de arma de fogo: “chegaram, 15 viaturas da polícia, conversaram com a gente e falaram que estavam ali para mediar a situação com a gente. Nós falamos que já estávamos conversando com o MPF e o MPI e que a polícia devia mediar com os fazendeiros e mandá-los embora. A polícia então tirou as viaturas e colocou elas de um lado e de outro e abriu o caminho e deixou os fazendeiros frente a frente com a gente. Os fazendeiros já chegaram atirando e batendo de pau na gente e queimaram dois carros da gente. Atiraram em Nega, eu vi Nega tombando, agarrei ela e aí atiraram em mim e eu consegui ouvir as últimas palavras dela. Aí chegaram dois caras e disseram que iam socorrer a gente e jogaram a gente em uma caminhonete e levaram para Potiraguá. Nega morreu na estrada. (...) Tem muita gente espancada, gente baleada, gente com braço quebrado, (...)"

A Polícia Civil informa que autuou dois fazendeiros por homicídio e tentativa de homicídio, após a morte de Maria de Fátima Muniz de Andrade, indígena da etnia Pataxó e da tentativa contra o cacique Nailton Muniz Pataxó e outros indígenas. A delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, declarou que deslocou reforços do município vizinho, Vitória da Conquista, de uma equipe de investigadores, além da equipe da Coordenação de Conflitos Fundiários, para fazer oitivas de todas as vítimas. 

Também, por ordem do governador do Estado da Bahia, Jerônimo Rodrigues do PT, a Secretaria da Segurança Pública determinou reforço do patrulhamento na região com unidades territoriais e especializadas da PM. Equipes da Polícia Civil também estão na região coletando depoimentos. A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia presta toda assistência necessária às vítimas atingidas durante os conflitos. 

Em nota, a Anaí - Associação Nacional de Ação Indigenista denuncia a omissão do estado diante da formação impune de grupos armados que têm promovido o terror no campo contra pequenos agricultores, trabalhadores rurais, povos e comunidades indígenas e tradicionais, e exige todo rigor na identificação e punição desses grupos, seus mentores, integrantes e colaboradores. 

“Depois das tragédias ocorridas e dos crimes perpetrados, de pouco valem as declarações de autoridades que prometem "máximo rigor nas apurações" - como se isso fosse mais que o estritamente obrigatório para elas - e nada fazem para reverter as próprias práticas e políticas de segurança pública do estado que sistematicamente agridem e desrespeitam os povos indígenas e os seus direitos, colocando-se, ao contrário, ao lado dos que, ao arrepio da Lei, tentam promover o seu genocídio”.

E na nota conjunta da DPU, DPE e MPF de n.º 01/2024, vêm a público manifestar preocupação com a flagrante ausência de medidas estruturais e efetivas por parte do Governo Federal e Governo do Estado da Bahia diante dos contínuos e reiterados ataques sofridos pelos povos indígenas no Estado. - “É inaceitável que, mesmo cientes dos recorrentes episódios de violência aos povos indígenas e comunidades tradicionais, os governos estadual e federal não tenham implementado medidas efetivas para garantir a segurança desses grupos. As instituições signatárias desta nota, desde o início de 2023, portanto, há mais de um ano, têm formulado diversos pedidos encaminhados aos entes estatais, clamando por um programa de segurança voltado às necessidades e especificidades destes grupos vulneráveis. No entanto, a resposta até o momento tem sido insuficiente” diz a nota. (Defensoria Pública da União, a Defensoria Pública do Estado da Bahia e o Ministério Público Federal).   

Através da representação da ABI na Bahia, estou acompanhando desde junho de 2022, quando recebemos denúncia de agressão, assassinato e abuso de toda ordem contra os povos originários do sul e extremo sul da Bahia. Denunciamos e apresentamos um dossiê ao então governador do estado, Rui Costa, onde pedimos apuração e punição pelos assassinatos e agressões de toda ordem. Informamos à Imprensa em nota aberta, propomos uma força tarefa e plano de proteção para algumas lideranças.    

De 2022 até este último episodio, o estado não soube evitar tamanha atrocidade. O que está acontecendo com a política de segurança do estado da Bahia? Por que os plano de proteção não funcionam? Mãe Bernadete está morta, seu filho também, e os mandantes soltos. E agora Jerônimo, os fazendeiros e milicianos, responsáveis pela morte de Nega Pataxó, também ficaram impunes?   

Esperamos que as investigações na Bahia, contra tamanha estupidez, sejam firmes. Que identifiquem os criminosos, os milicianos, e prendam urgente, pois há ameaças e perseguição na área de conflito pela direito de terra. Ou estará nítida a incompetência, omissão e negligência do Estado. 

Com tantos absurdos, mentiras e perseguições a pessoas inocentes. Para o crime, só a punição é o remédio. Cadeia!

Fábio Costa Pinto, Jornalista baiano, membro do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Imprensa - ABI e das Comissões de Liberdade de Imprensa e dos Direitos Humanos e da Comissão de Meio Ambiente. Representante no Estado da Bahia.

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