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quinta-feira, junho 08, 2023

Inteligência artificial pode superar a humana? 8 perguntas sobre a tecnologia




Amparo Alonso Betanzos trabalha há 30 anos com inteligência artificial

A IA pode ter consciência própria e sentimentos?

Por Alicia Hernández

Em 2022, ouvimos pela primeira vez que um sistema de inteligência artificial se tornou senciente, ou seja, dotado de sensações ou impressões próprias, de acordo com um engenheiro do Google.

Mais recentemente, imagens do software DALL-E se tornaram virais, assim como o ChatGPT.

Depois vieram os alertas, os medos, os pedidos de regulamentação. E as dúvidas.

Por isso, a BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC, compilou as principais perguntas sobre inteligência artificial (IA) feitas por seus leitores e consultou uma especialista que trabalha na área há mais de 30 anos para tentar respondê-las.

A especialista é Amparo Alonso Betanzos, professora de Ciência da Computação e Inteligência Artificial na Universidade de Coruña, na Espanha, e assistente do reitor para questões de IA. Ela também foi presidente da Associação Espanhola de Inteligência Artificial (AEPIA).

Confira, a seguir, as respostas dela.

Como funciona a inteligência artificial?

É difícil dizer porque existem muitas subáreas, mas há basicamente duas maneiras de abordar a inteligência artificial. Uma é a simbólica, a velha IA, sobre a qual adquirimos conhecimento de especialistas da área e que é muito mais transparente, mas menos quantificável.

A outra, a IA que temos hoje, é baseada em dados. Para derivar o conhecimento, o que se faz é alimentar o sistema com dados de um determinado campo, o sistema aprende com esses dados e extrai os padrões. É capaz de generalizar, prever e etc. em muitas áreas, desde linguagem natural, visão computacional ou aprendizado de máquina.

Existem modelos em que o processo é feito por raciocínio baseado em aprendizagem profunda com redes neurais com muitas camadas que acabam aprendendo aquele dado. Mas existem outros modelos, como raciocínio de reforço ou outros tipos, que podem ser usados ​​para aprender e derivar conhecimento para a IA.

A IA "se alimenta" de dados. De onde vêm essas informações?

Depende muito do sistema. Se for um sistema especialista para padrões médicos, ele é extraído dos grandes bancos de dados clínicos que são referenciados por certos tipos de doenças ou certos tipos de pacientes. Se forem dados de trânsito, serão utilizadas as câmeras ou sensores de trânsito disponíveis.

Hoje, o processo de digitalização em que estamos inseridos é tão imenso que existem sensores que podem extrair dados de praticamente qualquer processo natural ou industrial que possamos imaginar. Praticamente todas as experiências que você pode imaginar são digitais: suas viagens, seus registros médicos, suas preferências…

Por exemplo, quando você se senta em frente à televisão e ela recomenda o que assistir, é baseado no que você já fez antes naquela plataforma. Às vezes, tudo isso é o alimento dos algoritmos de IA.

'Os bancos de dados "alimentam" a IA e estes, por sua vez, vêm de qualquer processo digital que possamos imaginar'

Como é a IA? Muitos imaginam algo como um computador enorme ou uma máquina estilo T100 do Terminator.

Não. Não é assim... A menos que você tenha seus programas de IA embutidos em algum robô de aparência antropomórfica. Pode ser como um aspirador automático que anda pela casa ou tem forma humanoide, mas também é simplesmente ligar o computador e ter um software que te escuta, ou um programa no celular que detecta sua impressão digital.

É impossível dizer um número, quantos são. Os sistemas são muitos e servem para coisas muito diferentes, desde a televisão que recomenda o que ver a uma app para prever se vinhedos vão desenvolver alguma praga. É algo muito transversal. Pode ser aplicado a praticamente qualquer área que se possa imaginar.

E qual é o impacto da IA ​​no nosso dia a dia, nos empregos...?

Muitas vezes estamos usando inteligência artificial e nem temos consciência disso.

No futuro, tendemos a ter mais IA porque está sendo implementada em mais e mais áreas.

Em relação ao emprego, antes da pandemia vimos como o panorama mudou. Existem muito mais empregos afetados pela automação, não apenas pela IA. Vemos isso nos supermercados, com cada vez mais máquinas em vez de caixas, por exemplo.

Isso mudará as formas de trabalhar, principalmente em tarefas automatizadas, e teremos que conviver com o fato de que parte de nossas tarefas rotineiras será feita por máquinas. Dou como exemplo os médicos, que há 50 anos trabalhavam com quase nenhum instrumento e hoje têm muito mais máquinas à sua disposição.

É claro que afetará os empregos e a economia, e é algo com o qual os governos devem lidar. Devemos ficar atentos porque, caso contrário, pode gerar grandes desníveis. E sim, alguns empregos serão destruídos, mas outros serão criados.

Ultimamente lemos muito, ou assim percebo, que a IA será catastrófico. Se está criando certo clima de pânico que penso que deve ser tratado com cuidado. Muitas vezes focamos apenas no lado mais trágico, mas a IA é uma ferramenta que tem muitas coisas boas a oferecer se for bem manuseada.

“Focamos apenas no lado mais trágico, mas a IA é uma ferramenta que tem muitas coisas boas se for bem manuseada”, diz a especialista

Por exemplo, nos últimos anos, vimos a capacidade da IA em avançar a medicina preventiva. Ela pode nos ajudar no aprendizagem, podemos ser muito mais seletivos com os nossos alunos e adaptar o seu ensino, poder prever doenças do gado, combater as alterações climáticas, fazer coisas mais sustentáveis ​​ou gerir melhor os estoques de uma loja.

Existem muitos aspectos positivos que devemos aprender a aproveitar e nos proteger daqueles que podem nos prejudicar.

Que perigos a IA pode representar?

Um dos riscos é, por exemplo, que o sistema se comporte de maneira inadequada e a pessoa no controle não seja capaz de detectar, caso a supervisão não seja tão rigorosa. Mas esse é um erro humano do qual não estamos livres, mesmo com a IA.

É também uma profissão ainda muito marcada pelo gênero masculino e é importante termos consciência de que parte do futuro vai ser desenhado com a tecnologia. Como chegaremos lá, como queremos que seja o futuro é importante, por isso o desenho dessas ferramentas exige que estejamos atentos aos vieses e exige a participação de todos.

'O viés é um grande risco na IA. Para isso, diz a especialista, é conveniente que todos façamos parte de seu desenvolvimento'

Mas acho que está ajudando as pessoas, capacitando-as na tomada de decisões. Imagine que você é médico e está analisando um caso em que há muitos sintomas e dúvidas. Você pergunta a um colega, no caso, uma IA, e isso reduz suas chances de errar na decisão. É uma ajuda, mas a decisão final cabe a você. Assim como o algoritmo em uma plataforma pode dizer a você o que assistir, mas no final é você quem decide, não a máquina.

É certo que estamos progredindo muito com a IA e que a regulamentação é importante.

A IA pode ser regulada ou é como enxugar gelo? Já vimos o que aconteceu com a internet e a 'deep web', por exemplo.

Há muito que a União Europeia se preocupa com isto. Estamos indo devagar, mas há uma proposta na mesa.

As conversas sobre esse tópico começaram em 2018, quando foi criado um grupo de especialistas em inteligência artificial de alto nível que produziu diretrizes para uma inteligência artificial confiável. Naquele momento já se falava de uma supervisão humana da IA ​​e aspectos como sustentabilidade, ausência de viés ou segurança foram analisados.

Por exemplo, a supervisão humana é um dos pontos básicos contemplados nas regulamentações europeias. Isso significa que qualquer sistema de inteligência artificial sempre deverá ter um supervisor humano durante todo o processo de iniciação da operação, coleta dos dados e nos setores por trás de sua aplicação.

Fomos pioneiros na UE e agora vemos empresas de fora do bloco, dos Estados Unidos especialmente, insistindo na necessidade dessa regulamentação.

É algo que deve ser feito mundialmente e estamos trabalhando nisso. O importante é dar o primeiro passo.

Tudo pode ser regulado? A resposta é complexa porque a IA é complexa e é claro que não existe risco zero aqui ou em qualquer lugar. Por exemplo, nós regulamos e fazemos leis de trânsito, mas isso não evita acidentes.

A regulamentação global seria desejável, mas é algo difícil de alcançar. É só olharmos o protocolo de Kyoto, por exemplo... Nem todos os países assinam e não há como forçá-los a fazê-lo. Para além da União Europeia não é fácil convencer os outros grandes centros de IA do mundo, como China e Estados Unidos, de que a regulamentação é necessária.

'Quanto mais a IA avança, maior é sua capacidade de substituir os empregos humanos'

Acho que, para além do barulho feito pela imprensa, todos deveríamos nos preocupa, porque é importante regular essa tecnologia e o monitoramento constante de sistemas inteligentes deve ser arbitrado.

Ultimamente vimos muitas manchetes e especialistas dizendo que a IA pode levar à extinção da humanidade... É isso mesmo?

É difícil dizer até onde vai a inteligência artificial, mas é preciso ter sempre um jeito de interromper ou desligar as máquinas.

Elas estão sendo projetadas por pessoas... Assim como as pessoas estão trabalhando com energia nuclear. Então acho importante detectar se há algum problema e definir padrões de segurança e aplicação.

Mas na minha opinião, o que está acontecendo com a IA aconteceu também com os carros quando eles apareceram. A princípio pensava-se que seriam extremamente perigosos, que poderiam matar pessoas e que a velocidade que alcançavam poderia desnaturar as proteínas do nosso corpo. Hoje sabemos que não é assim e temos a tecnologia sob nosso controle, temos regulamentações e etc.

A IA pode superar a inteligência humana e se tornar consciente?

Quase todos os sistemas de IA excedem nossa inteligência, mas isso acontece apenas em um determinado campo.

A maioria das IAs que temos são de nicho estreito: capazes de ter um nível muito alto de inteligência em um campo muito específico. Por exemplo, a máquina AlphaGo (que aprendeu a jogar Go, um jogo de tabuleiro) pode vencer o campeão mundial de Go, mas precisa ser ensinada a jogar outros jogos, como o xadrez, para poder vencer uma partida.

Elas podem ser ótimas para diagnosticar um tipo de câncer, mas não funcionam como clínicos gerais, porque o conhecimento necessário é mais amplo.

E sobre a consciência... É possível, entre aspas, modelá-la.

Existem robôs que podem modelar sentimentos e podem parecer ter consciência real, mas sequer sabemos como certos processos de consciência acontecem nos humanos, então é algo muito complexo e vasto.

Embora existam ferramentas como os chats, que parecem mais transversais por serem baseadas na linguagem, na realidade o que essas máquinas fazem é prever a próxima palavra de um texto. São buscadores muito sofisticado, mas que não são capazes de raciocinar profundamente porque não têm consciência. É como um papagaio treinado e muito inteligente.

BBC Brasil

Lira, o desdenunciado




Depois de Lula, chegou a vez de o Supremo livrar da Justiça o presidente da Câmara

Por Marcelo Godoy (foto)

Tempestades de Aço é o mais vivo e terrível relato escrito por um veterano sobre a Grande Guerra. Seu autor, o escritor ultranacionalista Ernst Jünger, era um tenente das tropas de assalto e se tornou a corporificação do espírito germânico e da exaltação da força e da coragem, o reverso de Erich Maria Remarque e seu Nada de Novo na Frente Ocidental.

Jünger foi ferido mais de uma dúzia de vezes. Seu relato transpira o acaso da sobrevivência no campo de batalha e a névoa que cobre o destino de cada combatente. Em um dos últimos capítulos da obra, o tenente descreve a ofensiva alemã de 1918, quando seu grupo toma de assalto a trincheira inglesa, diante da debandada do inimigo.

Jünger relata: “O sucesso produz um efeito mágico. Ainda que há muito não fosse possível falar em formações regulares que se pudessem comandar, só existia para cada um dos homens uma única direção: avante!” Os alemães seguiam à caça do inimigo e Jünger os observava com baioneta calada, enquanto a barragem de sua artilharia abria o caminho.

Mais do que uma mágica, Jünger viu o êxtase da vitória. Esse é o encanto que parece tomar conta o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitar a denúncia de corrupção que havia sido aceita em 2019 e o tornava réu por receber R$ 106 mil em propina. Para quem não se lembra, um assessor do deputado foi flagrado no Aeroporto de Congonhas tentando embarcar com o dinheiro – as passagens foram pagas pelo parlamentar. Lira alegou inocência. Disse ser alvo da delação de um desafeto.

Em 2019, o Ministério Público Federal vira indícios de autoria e de materialidade que justificavam submetê-lo a processo. A Corte concordou. A defesa recorreu. Agora, o MPF mudou de opinião, assim como a 1.ª Turma do STF, que, unânime, pôs a acusação para correr, como os ingleses acossados por Jünger.

O STF, assim, mais uma vez surpreende. Depois de descondenar Luiz Inácio Lula da Silva, agora os ministros da Corte desdenunciam Lira. O deputado comemora. É bajulado por líderes empresariais e partidários, mais até do que Lula, o dono da chave do cofre dos recurso públicos.

A vitória inebria. Às vezes, os soldados avançam além do que as suas linhas de operações interiores autorizariam. No passado, outros presidentes da Câmara pensaram mandar tanto que podiam esquecer do Supremo, do Executivo ou de seus pares. Assim foi com Severino Cavalcanti e com Eduardo Cunha, que conheceram a débâcle.

Lira deve saber que toda guerra tem a sua conjuntura. Mas, como afirmava Raymond Aron, nenhuma análise cria a história que ela interpreta. Mesmo no País das narrativas. 

O Estado de São Paulo

Marginais do Poder




Por Jorge Motta 

Transcrevo matéria publicada em 13 de outubro de 2012, no jornal O ESTADO DE SÃO PAULO, de autoria de Marco Antônio Villa, historiador brasileiro, mestre em sociologia, doutorado em História Social. A saber: “Vivemos um tempo curioso, estranho. A refundação da República está ocorrendo e poucos se estão dando conta deste momento histórico. Momento histórico, sim. O Supremo Tribunal Federal (STF), simplesmente observando e cumprindo os dispositivos legais, está recolocando a República de pé. Marian – símbolo da República Francesa e de tantas outras, e que orna nossos edifícios públicos, assim como nossas moedas-havia sido esquecida, desprezada. No célebre quadro de Eugene Delacroixi, é ela que guia o povo rumo à conquista da liberdade. No Brasil, Mariana acabou se perdendo nos meandros da corrupção. Viu, desiludida, que estava perdendo espaço na simbologia republicana, sendo substituída pela mala – a mala recheada de dinheiro furtado do erário.

Na condenação dos mensaleiros e da liderança petista, os votos dos ministros do STF têm a importância dos escritos dos propagandistas da República. Fica a impressão de que Silva Jardim, Saldanha Marinho, Júlio Ribeiro, Euclides da Cunha, Quintino Bocayuva, entre tantos outros, estão de volta. Como se o manifesto Republicano de dezembro de 1870 estivesse sendo reescrito, ampliado e devidamente atualizado. Mas tudo de forma tranquila, sem exaltação ou grandes reuniões. O ministro Celso de Mello, decano do STF, foi muito feliz quando considerou os mensaleiros marginais do poder. São marginais do poder, sim. Como disse o mesmo ministro, “estamos tratando de macro delinquência governamental, da utilização abusiva, criminosa, do aparato governamental ou do aparato partidário por seus próprios dirigentes” E foi completado pelo presidente Carlos Ayres Brito, que definiu a ação do PT como “um projeto de poder quadrienalmente quadruplicado. Projeto de poder de continuísmo seco, raso. Golpe, portanto”. Foram palavras duras, mas precisas. Apontaram com crueza o significado destrutivo da estratégia de um partido que desejava tomar para si o aparelho de Estado de forma golpista não pelas armas, mas usando o Tesouro como instrumento de convencimento, trocando as balas assassinas pelo dinheiro SUJO.

A condenação por corrupção ativa da liderança petista-e por nove vezes- representaria em qualquer país democrático, uma espécie de dobre de finados. Não há no Ocidente na História recente, nenhum partido que tenha sido atingido tão duramente como foi o PT. O núcleo do partido foi considerado golpista, líder de “uma grande organização criminosa que se posiciona à sombra do poder”, nas palavras do decano. E foi severamente condenado pelos ministros.

Mas como se nada tivesse acontecido, como se o PT tivesse sido absolvido de todas as imputações, a presidente Dilma Rousseff, na quarta-feira, deslocou-se de Brasília a São Paulo, no horário do expediente, para, durante quatro horas, se reunir com Luiz Inácio Lula da Silva, simples cidadão e sem nenhum cargo partidário, tratando das eleições municipais.

O leitor não leu mal. É isso mesmo: durante o horário de trabalho, com toda a estrutura da Presidência da República, ela veio a São Paulo ouvir piedosamente o oráculo de São Bernardo do Campo. É inacreditável, além de uma cruel ironia, diante de condenações pelo STF do núcleo duro do partido da presidente. Foi uma gigantesca demonstração de desprezo pela decisão da Suprema Corte. E ainda dizem que Dilma é mais “institucional” que Lula…

Com o tempo vão ficando mais nítidas as razões do ex-presidente para pressionar o STF a fim de que não ocorresse o julgamento. Afinal, ele sabia de todas as tratativas, conhecia detalhadamente o processo de mais de 50 mil páginas sem ter lido uma sequer. Conhecia porque foi o principal beneficiário de todas aquelas ações. E isso é rotineiramente esquecido. Afinal, o projeto continuísta de poder era para quem permanecer à frente do governo? A “sofisticada organização criminosa”, nas palavras de Roberto Gurgel, o procurador-geral da República, foi criada para beneficiar qual presidente? Na reunião realizada em Brasília, em2002, que levou à “compra” do Partido Liberal por R$ 10 milhões, Lula não estava presente? Estava. E quando disse – especialmente quando saiu da Presidência – agora com as decisões e condenações do STF que não existiu o mensalão, que tudo era uma farsa? E agora, com as decisões e condenações do STF, quem está mentindo? Lula considera o STF farsante? Quem é o farsante, ele ou os ministros da Suprema Corte?

Como bem apontou o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo, o desprezo pelos valores republicanos chegou a tal ponto que ocorreram reuniões clandestinas no Palácio do Planalto. Isso mesmo, reuniões clandestinas. Desde que foi proclamada a República, passando pelas sedes do Executivo nacional no Rio de Janeiro (o Palácio do Itamaraty até 1897 e, depois, o Palácio do Catete até 1960), nunca na História deste país, como gosta de dizer o ex-presidente Lula, foram realizadas na sede do governo reuniões desse jaez, por aqueles que entendiam (e entendem), a política motivados por práticas criminosas, perpetradas à sombra do poder, nas felizes, oportunas e tristemente corretas palavras de Celso de Mello.

A presidente da República deveria dar alguma declaração sobre as condenações. Não dá para fingir que nada aconteceu. Afinal, são líderes do seu partido. José Dirceu “o chefe da quadrilha” segundo Roberto Gurgel quando transferiu a chefia da Casa Civil para ela, em 2005 chamou-a de “companheira de armas”.

Mas o silêncio ensurdecedor de Dilma é até compreensível. Faz parte da “ética” petista.

Triste é a omissão da oposição. Teme usar o mensalão na campanha eleitoral. Não consegue associar corrupção ao agravamento das condições de miséria da população mais pobre.”

Hoje, dia 31 de maio de 2023, o artigo parece que foi escrito agora.

Os mesmos protagonistas estão de volta, ainda sem programa de governo após cinco meses da posse.

Resta-nos torcer para que não se repita o que fizeram no passado.

O povo brasileiro, notadamente os menos favorecidos, esperam com esperança e com a ajuda de DEUS, dias melhores.

*Jorge Motta é jornalista

Diário do Poder

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STF suspende julgamento de ação sobre extensão de 102% de reajuste salarial a servidores da AL-BA, TCM e TCE

STF suspende julgamento de ação sobre extensão de 102% de reajuste salarial a servidores da AL-BA, TCM e TCE
Foto: Fellipe Sampaio / SCO / STF

Após pedido de vista do ministro Nunes Marques, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu mais uma vez o julgamento da arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) 362, que trata da extinção de processos em tramitação no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), fundados no Ofício 265/91, sobre a extensão do percentual de 102% de reajuste a servidores da Assembleia Legislativa (AL-BA) e do Tribunal de Contas do Estado (TCE-BA) e dos Municípios (TCM-BA). 

 

A ADPF 362 está em julgamento desde novembro de 2019, tendo sido suspenso pela primeira vez após pedido de vista do então ministro Ricardo Lewandowski. A matéria voltou para julgamento em agosto de 2020, tendo sido retirada da pauta depois do pedido de destaque do ministro Dias Toffoli para que a análise fosse feita no plenário físico. Quase três anos depois, o STF decidiu iniciar novamente o julgamento no dia 2 de junho.

 

Inicialmente, o relator da ADPF era o falecido ministro Teori Zavascki. Agora, a relatoria é do ministro Alexandre de Moraes, que votou favorável à extinção dos processos no âmbito do TJ-BA, com exceção dos processos nos quais as decisões já tenham sido atingidas pelo trânsito em julgado. Em 2019, Zavascki acolheu recurso proposto pelo governador e pela Mesa da AL-BA e suspendeu, até julgamento final, a tramitação dos processos.

 

Votaram junto com o relator os ministros Edson Fachin, Cármen Lúcia, Marco Aurélio, Rosa Weber e Gilmar Mendes. 

 

ENTENDA

O Ofício 265/91, proposto pela mesa diretora da AL-BA, majorou vencimentos de servidores ativos e inativos do Poder Legislativo em até 102%, a partir de 1º de janeiro de 1992: para os aposentados nos cargos de assessor jurídico especial, assessor, assessor técnico legislativo, assessor Cenpi, taquígrafo parlamentar, assessor jurídico, cirurgião dentista, médico perito legislativo, redator parlamentar, auditor econômico-financeiro e técnico serviço social o reajuste foi de 30%; servidores em funções comissionadas e gratificadas seguiram percentual de acordo com o cargo; e para o demais servidores, ativos e inativos, o aumento autorizado foram em percentuais diferenciados, de 102% a 40%. 

 

Os requerentes da ação, o governador e a Mesa Diretora da AL-BA, pedem a incompatibilidade do ato com a Constituição Federal, por contrariedade ao princípio da legalidade, pois houve a concessão de reajuste de vencimentos pelo presidente da Assembleia Legislativa da Bahia à época, o ex-deputado Eliel Martins, sem observar a exigência de lei específica e sem que houvesse deliberação prévia e autorização da Mesa Diretora, por meio de resolução, caracterizando usurpação da competência legislativa.

 

Como explica Alexandre de Moraes no relatório, a questão judicial teve início quando a concessão de aumentos em percentuais diferenciados, de 30% a 102%, “contribuiu para o ajuizamento de inúmeras demandas perante o Judiciário baiano”. Servidores da AL-BA contemplados com o menor percentual buscam o recebimento do índice máximo, com base na isonomia. Já servidores do TCE-BA e TCM-BA pedem a extensão do aumento. 

 

O ministro sinaliza que os pleitos vêm sendo julgados procedentes, “por meio de decisões, na sua maioria, alcançadas pela imutabilidade, que o Estado não tem logrado reformar, nem mesmo na via recursal extraordinária”. 

 

Os autores da ação indicam que o ato não pode ser desconstituído pela Mesa da AL-BA, tendo em vista as ações em curso, nem por outras iniciativas processuais de resistência. “Diante da ausência de outros meios capazes de reverter a situação dos julgados, cujo cumprimento seria iminente, podendo causar desfalque dimensionado em até R$ 300.000.000,00 aos cofres estaduais, a arguição surgiria como único instrumento eficaz”, indica Moraes. 

Articulação de Zanin no Senado envolve aliados, evangélicos e até bolsonaristas

 

Articulação de Zanin no Senado envolve aliados, evangélicos e até bolsonaristas

Por Thaísa Oliveira e Julia Chaib | Folhapress

Articulação de Zanin no Senado envolve aliados, evangélicos e até bolsonaristas

Indicado pelo presidente Lula (PT) para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), o advogado Cristiano Zanin tem conversado com senadores de oposição, incluindo evangélicos e bolsonaristas, em busca de apoio para a votação da sua confirmação no Senado.
 

Zanin almoçou na terça-feira (6) com o presidente da bancada evangélica do Senado, Carlos Viana (Podemos-MG), e o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), ex-presidente da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso. No encontro, tratou de temas considerados caros ao segmento religioso.
 

Um dia antes, conversou com o líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), e o senador Jorge Seif (PL-SC), ex-secretário da Pesca do governo Jair Bolsonaro (PL).
 

O advogado Cristiano Zanin Martins durante debate presidencial da Band, em 2022 Mathilde Missioneiro-16.out.22/Folhapress 0 **** A expectativa é que Zanin seja sabatinado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado no dia 28 de junho. Após a aprovação na comissão, o nome do advogado pode ser votado pelo plenário da Casa no mesmo dia ou pouco depois.
 

O governo Lula queria que Zanin fosse aprovado até 21 de junho, mas concordou que o Senado deve estar esvaziado na data por causa das festas juninas, que mobilizam os parlamentares do Nordeste.
 

Na próxima semana, o governo quer submeter Zanin a uma sabatina informal com senadores da base aliada. O mesmo deverá ser feito com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, indicado para uma diretoria do BC (Banco Central).
 

No caso do advogado de Lula, a ideia é não só prepará-lo para perguntas mais duras que podem ser feitas na CCJ, mas também diminuir dúvidas de parlamentares aliados para encurtar a duração da sabatina --em 2015, a do ministro Edson Fachin durou 12 horas.
 

Zanin também já combinou de se encontrar na próxima semana com o líder do PDT, Cid Gomes (CE), e com a bancada do PSD, a maior da Casa. A reunião com o PSD foi um pedido de Zanin ao líder do grupo, senador Otto Alencar (BA).
 

"Tive uma conversa com ele sábado por telefone. Conversei com ele como conversei com outros. É uma indicação do presidente, como foi do Bolsonaro. Normal, ninguém indica um inimigo. Bolsonaro indicou o [ministro] Kassio [Nunes Marques], mesma coisa", afirma Otto.
 

Senadores da base aliada de Lula calculam que Zanin deverá ter cerca de 55 votos, 14 a mais que o necessário. Na votação para presidente do Senado -que tem sido usada de parâmetro sobre o tamanho da base--, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) recebeu 49 votos.
 

Tanto o presidente do Senado como o presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), têm afirmado ao Palácio do Planalto que Zanin deve ser aprovado com facilidade. O PL de Jair Bolsonaro, por exemplo, tende a liberar os senadores para que votem da forma como quiserem.
 

Uma das expectativas, no entanto, é pelo reencontro na sabatina entre Zanin e Sergio Moro (União Brasil-PR), um dos 27 titulares da CCJ. Na defesa de Lula durante a Operação Lava Jato, Zanin já tomou como "elogio" uma crítica feita em tom de ironia pelo então juiz da Lava Jato.
 

Questionado pela Folha se já tinha sido procurado por Zanin e se toparia recebê-lo, Moro desconversou. "Você tem que perguntar para o Zanin se ele me procurou ou não. Vou ficar te devendo essa. [Sobre recebê-lo] é uma situação hipotética, prefiro não me manifestar."
 

Nos últimos dias, o advogado de Lula almoçou e jantou com parlamentares em busca de votos.
 

Segundo relatos, o encontro na segunda-feira (5) com Carlos Portinho e Jorge Seif, ambos do PL de Bolsonaro, ocorreu por acaso. Os dois senadores estavam jantando em um restaurante de Brasília quando Zanin chegou. Os três então conversaram e, de acordo com pessoas que estavam presentes, o advogado mais ouviu do que falou.
 

Para o almoço do dia seguinte com evangélicos, Zanin chegou ao presidente da bancada, Carlos Viana, por meio da presidente do Podemos, a deputada federal Renata Abreu (SP). O senador petista Rogério Carvalho (PT-SE) também estava presente.
 

De acordo com pessoas que participaram do encontro, o advogado foi questionado sobre temas como aborto, casamento homoafetivo e descriminalização das drogas -sendo que este último deve voltar a ser julgado pela corte ainda neste ano.
 

Segundo relatos, Zanin declarou que é a favor de manter a legislação atual sobre aborto -nem ampliando nem retirando direitos- e disse que o casamento entre pessoas do mesmo sexo está bem definido no país.
 

O advogado também se colocou à disposição para conversar com os demais integrantes da bancada evangélica do Senado e disse que ainda não se sentia aprovado. O almoço causou boa impressão no grupo.
 

No mesmo dia, à noite, o indicado foi a um jantar na casa da ex-senadora Kátia Abreu (PP-TO), em que estavam Gilmar Mendes e Dias Toffoli, ministros do STF, e Bruno Dantas, presidente do TCU (Tribunal de Contas da União).
 

Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso, Jaques Wagner (PT-BA), líder no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL) e Weverton Rocha (PDT-MA) também estavam.
 

Na ocasião, o cientista político Antonio Lavareda fez uma explanação sobre o cenário político. Zanin foi chamado de última hora, segundo participantes.
 

De acordo com aliados, Werverton deve promover um jantar para Zanin na próxima semana com a presença de mais parlamentares.
 

Alcolumbre ainda não definiu quem será o relator da indicação na CCJ, mas está entre cinco nomes: Renan, Weverton, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), Jader Barbalho (MDB-PA) e Efraim Filho (União Brasil-PB).
 

Os senadores estão empenhados sobretudo em ajudar o indicado a conseguir votos na oposição. A expectativa é que ele procure todos os líderes partidários para reuniões individuais.
 

Apesar da abertura que tem sido dada por parte dos bolsonaristas, Zanin ainda encontra críticas entre oposicionistas no Senado. O senador Magno Malta (PL-ES) disse à Folha que pretende votar contra o indicado de Lula.
 

Na semana passada, o líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), também fez críticas. "A questão da quebra da impessoalidade, na nossa opinião, não é o fato de ele ter sido advogado [de Lula], mas é o relacionamento pessoal que ele tem com o presidente", disse.

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Publicado em 11 de janeiro de 2025 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Por enquanto, Tarcísio ainda nem fala em candidat...

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