Publicado em 2 de junho de 2022 por Tribuna da Internet
Paulo Cappelli
Metrópoles
Recuando de uma estratégia mais conciliadora junto ao Supremo Tribunal Federal, o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) permanece se recusando a colocar a tornozeleira eletrônica. E o faz por dois motivos. O primeiro segue estratégia jurídica: ao colocar a tornozeleira, o deputado alega que daria vazão à tese de que, mesmo após o indulto concedido por Bolsonaro, estaria sujeito a punições, como a inelegibilidade.
Acatar a determinação de Moraes, avalia, enfraqueceria o principal argumento de sua defesa, que pleiteia a extinção das punições.
LÓGICA ELEITORAL – O segundo motivo pelo qual Silveira peita Moraes segue a lógica eleitoral. O parlamentar acredita que o atrito é bem visto pelo eleitorado bolsonarista, e espera, com isso, concentrar o voto ideológico na disputa ao Senado.
A defesa de Silveira aposta que, seja qual for a posição do STF, o deputado poderá se lançar candidato ao Senado, tendo em vista que uma decisão final, após todos os recursos, só sairia depois de outubro.
A advogada Karina Kufa, que representa Jair Bolsonaro no Tribunal Superior Eeeitoral, vai participar da defesa do deputado Daniel Silveira no STF. O ingresso dela tem objetivo de garantir a candidatura de Silveira ao Senado este ano, uma vez que alguns magistrados do Supremo afirmam que o indulto presidencial não exime o deputado da inelegibilidade.
ESPECIALISTA – Na avaliação de Silveira, Karina Kufa tem experiência para coordenar os outros dois advogados que já atuam em sua equipe sobre os aspectos eleitorais de sua condenação.
A aliados, o deputado nega que a escolha tenha sido por ela ser advogada de Bolsonaro, mas devido à experiência específica sobre Direito Eleitoral.
Além do aspecto legal, ela atuará para tentar apaziguar os ânimos entre Silveira e o Supremo. A linha de defesa é pontuar supostas ilegalidades no processo que condenou Silveira.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É uma briga inglória por todos os motivos, causada por um parlamentar despreparado e desequilibrado e gerida por um magistrado idem, com decisões monocráticas visivelmente exageradas e demonstrando sanha persecutória. O final demora, mas Daniel Silveira vai se ferrar, porque não há órgão mais corporativista do que o Supremo. (C.N.)