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sábado, junho 12, 2021

Motociata’ de Bolsonaro ganha apoio evangélico e reúne milhares em meio à pandemia

Publicado em 12 de junho de 2021 por Tribuna da Internet

Apoiadores de Bolsonaro antes de 'motociata' em São Paulo

Desde cedo já havia grande número de motociclistas

Renata Galf e Victoria Azevedo
Folha

Centenas de motociclistas e apoiadores a pé se aglomeraram na manhã deste sábado (12), na avenida Braz Leme, em Santana, zona norte de São Paulo, parar participar da chamada “motociata” com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Um “pedágio solidário” foi montado para receber doações de alimentos que serão distribuídos em comunidades em São Paulo. Duas fileiras com voluntários, em sua maioria de máscara, recepcionavam os motociclistas que seguiam rumo a praça Campo de Bagatelle e distribuíam bandeiras do Brasil e adesivos.

SEM MÁSCARAS –  A maioria dos motociclistas não usava máscara de proteção contra a Covid-19 e tinha bandeiras do Brasil amarradas no corpo. O fluxo aumentou a partir das 8h30. A manifestação, intitulada “Acelera para Cristo”, está prevista para começar às 10h.

Na reunião com a PM, foram estabelecidas algumas regras: as motos deverão estar todas emplacadas e não poderão trafegar a mais de 40 km/h. Será proibido empinar o veículo, e todos deverão usar capacete e máscaras.
Em nota nesta sexta-feira, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo afirmou que haverá um efetivo de mais 6.300 policiais a postos. O policiamento será reforçado em toda a capital, na região metropolitana e na rodovia dos Bandeirantes. Também os pontos de concentração e dispersão do ato terão patrulhamento ampliado.

OPERAÇÃO DE GUERRA – Para tanto, a polícia diz que contará com diferentes batalhões, com cerca de 2.100 viaturas, cinco aeronaves e dez drones. A operação também contará com apoio de CET, Guarda Civil Metropolitana e AutoBAn.

O evento vinha sendo pensado há cerca de um mês com proporções bem mais modestas, organizado por um grupo de comerciantes, com Vilar à frente, e de igrejas evangélicas do estado.

Mas o ato cresceu muito desde que Bolsonaro confirmou participação, o que inclusive começou a incomodar alguns representantes de associações de motociclistas, que dizem que o evento foi “sequestrado” por líderes religiosos sem relação com o universo motoqueiro.

VIROU ATO EVANGÉLICO – Em parte, a ideia é compensar o cancelamento presencial do maior evento evangélico do país, a Marcha Para Jesus, por causa da pandemia. A marcha costuma ocorrer no mês de junho. E o presidente tem no meio evangélico uma base de seguidores fiel.

Mais recentemente, Bolsonaro passou a receber também o apoio de muitos motociclistas, que se organizam no Brasil em diversos clubes de aficionados pelas duas rodas. Grande parte deles associa o presidente, que é motociclista amador, à defesa da liberdade.

Bolsonaro também promoveu a redução do valor do seguro obrigatório e acenou com a isenção de pedágio em estradas federais para os motociclistas.


De olho no governo do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo troca PSOL por PSB de Paulo Câmara e João Campos

https://www.blogdanoeliabrito.com/2021/06/de-olho-no-governo-do-rio-de-janeiro.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+BlogDaNoeliaBrito+%28Blog+da+Noelia+Brito%29 

Após fala de Bolsonaro, presidente de Portugal mantém obrigatoriedade de uso de máscaras


Após fala de Bolsonaro, presidente de Portugal mantém obrigatoriedade de uso de máscaras
Foto: Reprodução / Flickr Palácio do Planalto

Após as falas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a possibilidade de retirar a obrigatoriedade do uso de máscaras (reveja aqui), o presidente de Porgual seguiu no sentido contrário. Marcelo Rebelo de Sousa, renovou a obrigatoriedade do uso de máscara em espaços públicos, destacando a "permanência de um consenso alargado". 

 

A medida tomada nesta sexta-feira (11), pontua que "pode ser muito importante para o processo, em curso, de gradual desconfinamento, que se quer irreversível". O presidente promulgou o diploma da Assembleia da República que renova a imposição transitória da obrigatoriedade do uso de máscara nesses espaços públicos, prorrogando por 90 dias a vigência da Lei n.º 62-A/2020, de 27 de outubro.

 

Apesar da evolução dos indicadores após a cessação do estado de emergência, bem como da evolução positiva da vacinação da população, a prudência na gestão da pandemia da covid-19 e das fases de desconfinamento que se têm sucedido desaconselham ainda nesta fase o relaxamento de algumas medidas adotadas com vista à prevenção e mitigação da transmissão do vírus SARS-CoV-2 e da doença da covid-19, particularmente das mais básicas como a obrigatoriedade do uso de máscara em espaços públicos", refere o texto na exposição de motivos, diz o site Sic Notícias. 

Bahia Notícias

Bolsonaro acredita que a quebra de sigilos pela CPI da Covid pode “ferrar” o governo


Jair-Bolsonaro

Jair Bolsonaro enfrenta um problema atrás do outro

Vicente Nunes
Correio Braziliense

Duas pessoas que conversaram com o presidente Jair Bolsonaro afirmam, de forma categórica, que ele está com muito medo da quebra de sigilos pela CPI da Covid. No entender de Bolsonaro, isso pode “ferrar” o governo.

Há suspeitas entre os senadores de que integrantes do Palácio do Planalto receberam propina de laboratórios fabricantes de cloroquina.

ESTRATÉGIAS – Não por acaso, o presidente está tentando criar um fato atrás do outro para confundir a população. A fala sobre o possibilidade de o governo derrubar a obrigatoriedade do uso de máscaras por quem já foi vacinado ou teve covid-19 está dentro dessas estratégias.

Assessores do presidente já estão correndo para averiguar até que ponto a quebra de sigilos pela CPI pode atingir em cheio o Planalto. Estão na lista das pessoas que tiveram aprovada a quebra de sigilos telefônico e telemático o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o assessor internacional da Presidência da República, Filipe Martins, e o empresário Carlos Wizard.

QUEIROGA NA MIRA – Nos bastidores do governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, costuma se referir ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, como uma mistura de Eduardo Pazuello com Luiz Henrique Mandetta, ex-chefes da pasta.

Para Guedes, Queiroga reúne a subserviência de Pazuello ao presidente Jair Bolsonaro e a exposição midiática de Mandetta. 

Ou seja, nas entranhas do governo, Queiroga faz o que Bolsonaro quer, sem questioná-lo, mesmo que não concorde com as determinações, mas, quando está de frente para as câmaras defende o que a ciência prega e fica bem na foto.

NA FRITURA – Porém, mesmo com esse jogo de cintura do ministro, quem sabe das coisas de dentro do governo diz que, apesar do seu lado Pazuello, Queiroga já não agrada mais Bolsonaro. O presidente vê nele mais o lado Mandetta, por ter bom trânsito com a mídia.

Bolsonaro, como se sabe, é invejoso demais. Portanto, começou a contagem regressiva para ver até quanto tempo Queiroga fica no cargo.


Ministro Gueiroga se equilibra na corda bamba e Bolsonaro está doido para derrubá-lo


Charge do Clayton (O Povo/CE)

Vicente Limogi Netto

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, está no dilema da peça de Oduvaldo Viana Filho e Ferreira Gullar: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Caso endosse a maluquice de Bolsonaro contra o uso da máscara pelos vacinados ou curados, está fadado a se desmoralizar e se tornar irmão siamês do ex-ministro Eduardo Pazuello, o serviçal fardado.

Como tem de discordar do atabalhoado presidente, o “tal Queiroga” cai em desgraça e deve ser o quarto da lista. Tem que se equilibrar na corda bamba, sem rede por baixo

500 MIL MORTOS – Triste cenário da quadra brasileira. Estamos à mercê de atitudes desvairadas e irresponsáveis de um chefe da nação que parece torcer para o Brasil alcançar, ainda em junho, o patamar desesperador de 500 mil mortos pela covid-19.

Enquanto isso, na CPI, o  senador Marcos Rogério (DEM-RO), além de esmerado subserviente ao governo Bolsonaro, revela outro torpe desvio de conduta — a falta de educação.

Desesperado, sem argumentos, foi grosseiro e rude com o senador e médico baiano, Otto Alencar, o integrante mais idoso da CPI da covid-19.  Mas Alencar naõ se intimidou e respondeu no tom que a estupidez do transloucado  Rogério merecia. 

MOSTRANDO SERVIÇO – Arrogante e pretensioso, sempre na ânsia de mostrar repugnantes serviços ao Palácio do Planalto,  o enfadonho e empolado senador tem  o patético  costume de desapreciar as decisões do presidente Omar Aziz, do vice-presidente Randolfe Rodrigues  e do relator Renan Calheiros.

Quando mostra-se acuado diante das sandices que defende e não tem mais argumentos, Marcos Rogério tumultua os trabalhos da comissão, com provocações, intromissões e pérfidas ironias, tentando agradar Bolsonaro. 

Outro que deu vexame na CPI foi Angelo Denicoli, militar demitido segunda-feira do cargo de diretor do Departamento de Monitoramento e Avaliação do SUS. Por incrível que pareça, no mesmo dia foi contratado para o gabinete da presidência da Petrobras, como gerente-executivo. 
INFORMAÇÃO FALSA – Segundo o jornalista Lauro Jardim, de O Globo, o bajulador Delicoli notabilizou-se no ministéiro da Saúde por ter publicado em sua conta no Instagram uma informação falsa sobre a hidroxicloroquina, anunciando que uma organização dos EUA aprovara seu uso para tratamento de todos os casos de Covid. Publicou ainda em seu perfil críticas à OMS.
Agora , aparece nomeado para a Petrobras no mesmo dia em que foi demitido no Ministério da Saúde, numa velocidade inacreditável, foi a nomeação mais rápida da História Universal.
A Petrobras  tem Código de Ética. Será que vai examinar quem é esse novo gerente-executivo? A nomeação-relâmpago mancha a marca Petrobras que vinha se recuperando de repetidos escândalos.

Objetivo do Supremo é governar o país sem ter a necessidade de participar das eleições

 


Charge do Duke (domtotal.com)

J.R. Guzzo
Gazeta do Povo 

O Supremo Tribunal Federal, quando se deixa de lado os não-me-toques usados para “proteger as instituições”, e se fala em português claro, funciona cada vez mais abertamente como o principal protetor do crime no Brasil — e tem cada vez menos interesse em disfarçar o que está fazendo.

O ministro Fachin proibiu os voos de helicóptero da polícia sobre as favelas do Rio de Janeiro; o único direito que ficou garantido, no caso, foi o dos criminosos, que agora estão protegidos de ações policiais capazes de revelar suas posições no território que ocupam.

OUTRAS DECISÕES – O ministro Marco Aurélio soltou um dos maiores traficantes de droga do país; o homem fugiu no ato, e nunca mais foi encontrado.

O ministro Gilmar Mendes não pode ver um ladrão do erário sem sacar do bolso um alvará de soltura.

Agora é a vez da ministra Rosa Weber, que deu ao governador do Amazonas, um dos políticos brasileiros mais enrolados com suspeitas de corrupção no uso de verbas públicas no combate à covid, o privilégio de não ser interrogado nesse picadeiro de circo que “investiga” a pandemia no Brasil.

ARGUMENTO ESPANTOSO –  A ministra  Weber deu um argumento espantoso para a sua decisão: o governador, segundo ela, não pode sofrer “constrangimentos” na CPI da Covid. Por que não?

Só porque está metido na Operação Sangria, da Polícia Federal? Ou só porque precisa esconder as responsabilidades diretas do governo do Amazonas no sinistro colapso do fornecimento de oxigênio em Manaus, no começo do ano — que a “Resistência”, desde então, tenta desesperadamente jogar em cima do governo federal?

Todos os inimigos do presidente da CPI, do seu relator e da bancada da esquerda que controla os chamados “trabalhos” têm sido insultados em público, das formas mais grosseiras que se possa imaginar, pelos inquisidores.

DIREITOS HUMANOS – Ninguém, no STF ou em qualquer outra entidade de oposição ao governo, se lembrou até agora de mexer uma palha em favor dos seus direitos.

Por acaso eles não estão sendo constrangidos da maneira mais agressiva, cínica e desleal em seus interrogatórios? Por que o governador do Amazonas não pode ser constrangido, mas a dra. Mayra Pinheiro pode?

Há desculpas vagas de que ouvir o governador na CPI poderia ferir a “independência de poderes”. Como assim, se o próprio STF não faz outra coisa senão violar diretamente os direitos dos outros dois poderes?

DEPUTADO PRESO – Os ministros conseguiram prender um deputado federal em pleno exercício do seu mandato. A cada instante dão “três dias”, ou “cinco dias”, para o presidente da República e os seus ministros fazerem isso e aquilo.

Atendem a qualquer exigência que os partidos de esquerda lhes apresentam, por mais fútil que seja, para atacar o governo. “Interferência?” Que conversa é essa?

Alega-se, também, que o governador do Amazonas — o Estado brasileiro onde o Covidão roubou mais que em qualquer outro — está sendo investigado pela polícia, e se fosse ouvido na CPI poderia incriminar a si mesmo.

BAIXA QUALIDADE – É chicana jurídica de baixa qualidade. Um administrador minimamente honesto não teria problema nenhum em responder a qualquer pergunta, na CPI ou onde for. Se não fez nada de errado, por que está se escondendo?

Quanto à possibilidade de “incriminação”, estamos diante de uma piada vulgar. Não é exatamente esse o propósito declarado dos donos da CPI — incriminar os adversários?

Desde o seu primeiro dia, essa CPI tem sido um espetáculo inédito, mesmo para os padrões de safadeza da vida política brasileira, em matéria de hipocrisia, de desrespeito ao público e de desonestidade em estado bruto.

PIORES DENÚNCIAS – Como definir esta aglomeração, quando o presidente da CPI é um político desse mesmíssimo Amazonas, envolvido nas piores denúncias de roubalheira na área da saúde?

Sua própria mulher foi presa, pelo mesmo motivo; seus três irmãos também foram presos, também por ladroagem e também na saúde. Dizer mais o quê?

É óbvio que o STF está agindo e vai agir como aliado vital dessa gente. Faz todo o sentido que seja assim. Sua missão, seu objetivo e seus interesses são os mesmos — governar o país sem a necessidade de ganhar eleições

Vão fazer qualquer coisa para continuar assim.

(artigo enviado por Celso Serra)


CPI da Covid encomenda estudo de juristas para identificar os crimes de Bolsonaro na pandemia


Bate-boca na CPI da covid-19

Charge do J. Bosco (Arquivo Google)

Eliane Cantanhêde e Julia Affonso
Estadão

CPI da Covid aprovou requerimento para que juristas e pesquisadores de universidades apresentem um estudo sobre os crimes que podem ser imputados ao presidente Jair Bolsonaro por ações e omissões no combate à pandemia da covid-19. O objetivo é ter uma avaliação aprofundada de especialistas sobre as penas que podem ser atribuídas a Bolsonaro e outras autoridades consideradas responsáveis pelo agravamento da crise sanitária.
O pedido aos especialistas foi aprovado na sessão de quinta-feira, 11, em meio às diversas quebras de sigilo de aliados do presidente.

AÇÕES E OMISSÕES – A ideia é que o núcleo de juristas avalie, por exemplo, em quais crimes podem ser enquadrados atos como desinformação e escolhas administrativas deliberadamente equivocadas.

Apresentado pelo senador  Alessandro Vieira (sem partido-SE), o requerimento afirma que o grupo será liderado pelo professor adjunto de Direito Penal Salo de Carvalho, da Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

“Precisamos de uma avaliação jurídica mais aprofundada sobre o enquadramento típico da conduta do presidente da República”, afirmou Vieira, que é delegado de polícia. “Até tenho minha opinião sobre os tipos legais que se aplicam, mas é oportuno buscar um respaldo maior.”

PEDIDOS DE INVESTIGAÇÃO – Como mostrou o Estadão em março, os pedidos para a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigar presidentes bateram recorde na gestão de Bolsonaro. De cada três pedidos de investigação, dois foram apresentados depois do início da pandemia.

Parlamentares de partidos de oposição, como PSOL e PT, assinam algumas destas representações em que cobram a atuação do procurador-geral da República, Augusto Aras.

Nelas, acusam o chefe do Executivo de infrações a medidas sanitárias por não usar máscara, crime de responsabilidade e até genocídio. Nenhum dos pedidos, porém, avançou até agora.

QUEBRA DE SIGILO – A CPI já aprovou a quebra do sigilo telefônico e telemático de pessoas ligadas a Bolsonaro e integrantes do chamado “gabinete paralelo”. O grupo assessorou o presidente, incentivando o discurso contrário à vacina e defendendo o tratamento precoce com medicamentos sem eficácia comprovada para combater o coronavírus, como a cloroquina.

“Fiz uma reunião aqui do (grupo) ‘Médicos pela Vida’. Entre eles, a Nise Yamaguchi (…). Conversei com Arthur Weintraub. A CPI mostra aquilo como gabinete paralelo. É como falam em gabinete do ódio”, criticou Bolsonaro, na noite desta quinta-feira, 10, em transmissão ao vivo pelas redes sociais.

A lista dos que terão seus dados abertos inclui os ex-ministros Eduardo Pazuello (Saúde), Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e o assessor especial da Presidência, Filipe Martins.

VENDAS DE CLOROQUINA – Além disso, a CPI pediu acesso a informações de empresas que receberam recursos públicos e tiveram aumento nas vendas de cloroquina.

As medidas foram aprovadas no mesmo dia em que estava previsto o depoimento do governador do Amazonas, Wilson Lima. Ele não foi à CPI após decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o livrou de prestar depoimento. A determinação abre caminho para que o mesmo ocorra com os outros oito governadores convocados, deixando o foco de desgaste para Bolsonaro.


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