Ex-deputado e senador foram às redes defender Fux
Paulo Assad
O Globo
Após o ministro Luiz Fux pedir transferência da Primeira para a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), políticos de direita foram às redes defender a decisão do magistrado. Fux enviou um pedido ao atual presidente do STF, o ministro Edson Fachin, para que autorize a mudança, tendo em vista a vaga aberta pela aposentadoria de Luís Roberto Barroso.
“O Ministro Fux honrou a toga e o Direito onde passou. Continuará fazendo o mesmo na Segunda Turma do STF”, escreveu o senador Sergio Moro no X, antigo Twitter. Perfis críticos ao ex-juiz deixaram comentários com referências ao termo “In Fux we trust” (Nós confiamos em Fux), expressão popularizada após o vazamento de mensagens trocadas entre integrantes da Operação Lava-Jato. O termo apareceu em uma troca de mensagens de Moro com o ex-procurador Deltan Dallagnol.
INJUSTIÇAS – Também ex-deputado federal, Deltan Dallagnol republicou a mensagem de Moro no X, assim como outras que defendem o pedido de Fux para mudar de turma. O ex-procurador também defendeu a declaração de Fux de que o STF cometeu injustiças nos julgamentos do 8 de janeiro.
“O ministro Luiz Fux reconheceu injustiças nos julgamentos de 8 de janeiro e explicou a mudança de voto ao absolver seis réus, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro: “minha consciência já não me permitia sustentar”, escreveu Dallagnol.
NÚCLEO 4 – A declaração de Fux foi feita durante o julgamento do núcleo 4 da trama golpista, conhecido como “núcleo da desinformação”. “No meu entendimento anterior, julgamos muitos casos, embora amparados pela lógica da urgência, incorreu injustiças que o tempo e a consciência já não me permitiam sustentar. O meu realinhamento não significa para fragilidade de propósito, mas firmeza na defesa do Estado de Direito”, disse Fux.
Já o pedido para mudança de turma foi enviado por Fux na última terça-feira a Fachin. Solicitações do gênero estão previstas no regimento interno do tribunal. “Manifesto meu interesse em compor a 2ª Turma deste Supremo Tribunal Federal, considerando a vaga aberta pela aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso”, escreveu Fux na mensagem ao atual presidente da Corte.
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