quarta-feira, outubro 29, 2025

Trump arma ofensiva diplomática na Ásia e tenta equilibrar poder entre China e América Latina


Trump tem em sua agenda um encontro decisivo com Xi Jinping

Pedro do Coutto

Após o encontro cordial com o presidente Lula da Silva na Malásia, Donald Trump segue ampliando sua estratégia global de reaproximação comercial. O presidente norte-americano tem agora em sua agenda um encontro decisivo com Xi Jinping, na China, onde pretende firmar acordos que possam redefinir a balança de poder econômico entre Washington e Pequim.

Segundo fontes diplomáticas, Trump oferecerá isenções tarifárias a países do Sudeste Asiático — entre eles Tailândia, Vietnã, Camboja e a própria Malásia — numa clara tentativa de reforçar a presença dos Estados Unidos na região e conter a influência crescente da China sobre seus vizinhos.

“NEGOCIADOR GLOBAL” – O movimento é típico do estilo político de Trump: pragmático, transacional e fortemente voltado à imagem de “negociador global”. A visita à Ásia acontece em meio a uma série de reviravoltas na política comercial americana, que nos últimos meses impôs e agora revisa tarifas com objetivos de pressão diplomática.

A nova rodada de viagens presidenciais tem um duplo propósito — reposicionar os Estados Unidos como centro das cadeias produtivas globais e reconstruir pontes com parceiros estratégicos afetados por medidas protecionistas anteriores.

A China, por sua vez, teria aceitado um acordo parcial envolvendo o mercado da soja, um dos pontos de maior atrito entre as duas potências. Para Trump, a concessão chinesa representa uma vitória simbólica: ela sinaliza que Pequim está disposta a flexibilizar barreiras em troca de estabilidade e previsibilidade no comércio bilateral. Esse gesto também tem impacto direto sobre o Brasil, já que o país é um dos maiores exportadores de soja para o mercado chinês e pode ver o equilíbrio global desse setor se modificar.

APROXIMAÇÕES – A ofensiva asiática de Trump é parte de um jogo mais amplo de aproximações simultâneas. Ao estender a mão a Lula da Silva e acenar positivamente à China, o presidente norte-americano tenta redesenhar um mapa de alianças comerciais que combine política de resultados com pragmatismo geoeconômico.

Em um contexto global de tensões e disputas, Trump aposta em sua capacidade de negociar com todos os lados, mesmo com líderes ideologicamente opostos, para consolidar um novo eixo de influência baseado em vantagens econômicas e parcerias seletivas.

OPORTUNIDADE – Para o Brasil, esse novo tabuleiro representa tanto uma oportunidade quanto um desafio. Se Lula souber aproveitar o canal de diálogo aberto na Malásia, poderá garantir espaço para o país em futuras negociações multilaterais e até equilibrar sua posição entre Washington e Pequim.

O fato é que Trump, em seu retorno ao centro do poder mundial, parece disposto a usar a diplomacia econômica como principal arma para reposicionar os Estados Unidos. E cada gesto seu, da América Latina à Ásia, tem o potencial de redefinir a dinâmica comercial global nas próximas décadas.

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