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quarta-feira, fevereiro 19, 2025

“Nós não vamos ter Lula sempre”: Gilberto Carvalho alerta sobre desafios para 2026 e a necessidade de reorganização popular

 

“Nós não vamos ter Lula sempre”: Gilberto Carvalho alerta sobre desafios para 2026 e a necessidade de reorganização popular


18/02/2025


Do Brasil 247

O ex-ministro Gilberto Carvalho, que foi chefe de Gabinete Presidencial durante os oito anos do primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011) e ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência no governo Dilma Rousseff (2011-2015), fez uma análise contundente sobre os desafios políticos do atual governo e a necessidade de fortalecimento da organização popular para garantir a continuidade do projeto político do PT. As declarações foram dadas em entrevista ao historiador Fernando Horta, na TV 247.

Carvalho destacou a importância da presença de Lula para a vitória eleitoral de 2022 e para a governabilidade em meio a um cenário de forte oposição. “A presença do Lula entre nós tem sido fundamental. Foi essencial para ganhar a eleição e também para enfrentar todo esse processo”, afirmou. No entanto, ele alertou que o governo não pode se acomodar diante da popularidade do presidente. “A questão é como nós chegamos em 2026 ampliando as chances do presidente Lula e não dormindo sobre essas chances, porque é o que me parece que o governo hoje está fazendo.”

O risco de perder espaço sem mobilização popular

Gilberto Carvalho relatou um episódio marcante que teve com Lula há cerca de 15 dias, quando ouviu do próprio presidente um relato sobre seu estado de saúde. “Ele pôs a mão no meu braço, começou a chorar e falou: ‘Gilberto, eu sou fruto de um milagre’.” O ex-ministro disse que ficou arrepiado ao ouvir a história do médico que operou Lula. “O médico me disse: ‘Senhor presidente, eu sou considerado um dos melhores cirurgiões desse país, mas quem te salvou não foram minhas mãos, foi um milagre’. Quando eu vi seus exames, achei que o senhor estaria condenado.” Para Carvalho, o episódio reforça a necessidade de consolidar um legado que vá além da liderança de Lula. “Meu Deus do céu, olha o risco que nós corremos e como nós não podemos vacilar. Nós não vamos ter Lula sempre.”

O ex-ministro argumentou que a estrutura do governo deve ser utilizada para fortalecer a organização da base popular, garantindo que a luta política não dependa apenas da figura do presidente. “A consolidação dessas posições é o que eu reivindico: que sejam as posições de organização popular, de que a máquina do governo nos ajude nesse processo de enfrentamento dessa luta ideológica que nós estamos vivendo.”

Críticas à comunicação do governo e dependência da grande mídia

Outro ponto crucial levantado por Carvalho foi a comunicação do governo, que, segundo ele, precisa ser mais eficaz e voltada para o povo. Ele elogiou a decisão de Lula de mudar a condução da Secretaria de Comunicação, mas ressaltou a importância de utilizar veículos alternativos. “Estou muito confiante e esperançoso de que esse companheiro Sidônio compreenda a importância de uma comunicação efetivamente popular. Que use de maneira inteligente o exército de milhões de pessoas que podem ser comunicadores populares. Que use as rádios comunitárias, as rádios web e os meios de comunicação populares espalhados pelo país.”

Carvalho criticou a dependência histórica do governo petista da grande imprensa. “Temos que deixar de financiar apenas a mídia empresarial, como fizemos historicamente de maneira vergonhosa, e passar a usar esses meios populares, porque é uma guerra dramática.” Para ele, um dos maiores problemas enfrentados pelo governo é que parte significativa da população não tem acesso às informações sobre o que está sendo feito. “O povo não sabe o que nós estamos fazendo, não nos reconhece mais. Não consegue diferenciar a gente do Lira.”

O papel das igrejas e a ausência do PT nas periferias

Carvalho também abordou um aspecto fundamental da luta política: a presença das igrejas evangélicas nas comunidades, onde o Estado e os partidos progressistas vêm perdendo espaço. Ele usou como exemplo as trabalhadoras domésticas em Brasília, que enfrentam dificuldades diárias e encontram apoio nas igrejas. “Quatro horas da tarde, quando essas mulheres pegam o ônibus lotado de volta para casa, nós sabemos o que elas encontram no celular. E chegando em casa, muitas vezes o que têm é um marido desempregado, um filho vítima da droga, a milícia, o tráfico. Quem ampara essas mulheres hoje? As igrejas neopentecostais, que de um jeito ou de outro praticam uma solidariedade real e efetiva.”

O ex-ministro reconheceu que o PT já teve um papel mais ativo nas periferias, mas perdeu essa conexão. “Nós não estamos mais lá. Já estivemos, mas não estamos mais.” Ele defendeu que o partido e os movimentos sociais retomem esse espaço, garantindo uma relação mais próxima com a população que sofre com a precariedade das políticas públicas.

Um chamado à reorganização política

Gilberto Carvalho concluiu sua análise reforçando a necessidade de o governo e os movimentos sociais construírem bases sólidas para os próximos anos. “Nós precisamos consolidar posições que nos permitam avançar. Não é só sobre disputar a eleição, mas sobre garantir que o projeto político sobreviva independentemente de Lula estar na liderança.”Assista:

https://www.abi.org.br/

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