Por SOARES 02/07/2007 às 19:08
O fato é que esta sucessão de denúncias envolvendo a cada dia um novo senador e as grotescas manobras de acobertamento deste mar de lama, nos fazem pensar e concluir sobre a inutilidade da existência do Senado Federal.Muitas democracias do mundo adotam, com sucesso, o sistema unicameral de representação.
O ODOR FÉTIDO DO SENADO O Senado Federal não está apenas ?sangrando?, como querem muitos. Está ?fedendo?. E quem diz não sou eu, nem quem tem observado com certo interesse o dia- a- dia da farsa montada pelos senadores na tentativa de livrar a cara do seu presidente, Renan Calheiros.Quem afirma é o senador pernambucano Jarbas Vasconcelos, por sinal um dos poucos a não se calar de maneira subserviente diante da trama pró absolvição. Constituído em sua maior parte por caciques políticos ? ex-presidentes, ex -vice -presidentes, ex-governadores, ex-ministros ? o Senado , antes conhecido como a casa da da moderação, da cordialidade, e do bom senso, é hoje um reduto onde se aconchegam tanto políticos em final de carreira- caso, por exemplo, dos senadores José Sarney, ACM, Epitácio Cafeteira, Marco Maciel, - como também políticos que usam a casa como um mero trampolim para saltos mais altos ? um governo de estado, um ministério, ou, quem sabe?, até mesmo a presidência da República.O fato é que o Senado, hoje, está ficando longe daquilo que o falecido senador Darci Ribeiro definia como ?algo muito semelhante ao paraíso, com a diferença de que para se alcançar o paraíso seria preciso morrer?. O fato é que o ?paraíso senatorial? da analogia de Darci tem se transformado, nos últimos tempos , num inferno, tanto para os senadores envolvidos em sucessivos escândalos, quanto para o cidadão contribuinte. Muitos atribuem esta modificação de comportamento à TV Senado , que, ao transmitir ao vivo o trabalho- ou a falta de trabalho -dos senadores,deu mais transparência e visibilidade às suas atividades e ao seu comportamento. Pode ser coincidência, mas foi após o advento da TV que assistimos à cassação de um Senador- Luis Estevão- , a renúncia de três senadores- ACM, José Roberto arruda e Jader Barbalho ? para evitar a cassação, e , agora, assistimos ao imbróglio envolvendo o presidente Renan Calheiros e, de quebra, outro, envolvendo o senador brasiliense Joaquim Roriz. Por envolver o presidente do Congresso, um dos principais artífices e avalistas da aliança que sustenta o governo, o caso Renan Calheiros, sem dúvida, tomou proporções gigantescas.Denunciado por cobrir despesas de sua ex-amante com recursos pagos por um lobista da empreiteira Mendes Junior, a questão que deveria ter sido rapidamente resolvida, com o imediato afastamento do suspeito do cargo de presidente do Senado, para facilitar uma pronta e profunda investigação do caso, se transformou num tragicomédia com roteiro de quinta categoria , dirigida dos bastidores pelo próprio investigado.A partir de então, ao sentimento corporativo, no que de pior existe, juntou-se o espírito governista, numa tentativa canhestra de se preservar a todo custo a aliança que sustenta o governo Lula. Assim sendo, nas últimas semanas fomos obrigados a engolir uma sucessão de cenas deploráveis, a saber : um corregedor (Romeu Tuma) açodadamente ?inocentando? o indiciado, antes mesmo de examinar os documentos; um presidente ( Siba Machado ) e um relator ( Epitácio Cafeteira) escolhidos a dedo pelos apoiadores de Renan; a adoção de um rito sumaríssimo, no propósito evidente de arquivar o caso; o auto-afastamento do relator titular em consequência da não votação do seu arremedo de relatório;a renúncia do relator substituto( Wellinton Salgado ) menos de 24 horas após ter sido escolhido ; as sucessivas tentativas de procrastinar as investigações da reunião do Conselho para que nada se investigasse; as suspeitas sobre a autenticidade dos documentos apresentados pelo indiciado; o comportamento dúbio dos oposicionistas no Conselho, que , em muitos momentos, pareciam fazer o jogo de Renan; o discurso de renúncia do presidente do Conselho, Sibá Machado, numa sessão plenária presidida pelo próprio Renan.que fazia de tudo para cercear os apartes. Pois foi justamente um destes apartes que, saindo do script traçado pela maioria governista , valeu muito mais do que todo o conjunto das manifestações de insatisfação e de protesto feitas até agora com relação à atual situação do Senado..O aparte que valeu opor um discurso teve o mérito de mostrar que, conforme a fábula, o rei estava nu. ?O que não pode é ( o senado) ficar sangrando, e ,mais do que isso, fedendo?, disse, do alto de sua estatura moral e política, o senador Jarbas Vasconcelos, uma das raras figuras que ainda merecem crédito no Senado. O senador pernambucano protestou contra a farsa em andamento, se referiu à desmoralização do Senado, pediu uma solução urgente para o caso e ,de quebra, ainda se disse indignado com o fato constrangedor de Renan presidir a sessão em que o presidente do Conselho apresentava os motivos de sua renúncia ao cargo. Mas as palavras lúcidas, francas e contundentes de Jarbas parecem não terem sido suficientes para comover e chamar aos brios os senadores. Pelo contrário, a escolha do substituto do renunciante Sibá Machado recaiu sobre outro serviçal de Renan, o medíocre senador por Tocantins Leomar Quintanilha, apesar da oposição ter resolvido apresentar a candidatura do líder do PSDB, Arthur Virgílio, em que pese a sua suspeita troca de bilhetes com Renan , flagrada por fotógrafos no Senado, ter levantado dúvidas sobre as suas verdadeiras intenções. A primeira trapalhada de Quintanilha foi convidar e, em seguida, desconvidar o senador Renato Casagrande para relator. Soube-se também que o senador eleito presidente do Conselho de Ética é, ele também, alvo de processos no STF e na Procuradoria Geral da República, por formação de quadrilha, prática de fraudes em licitações, estelionato e peculato. Ou seja, o atual Presidente do Conselho de Ética e de Decoro Parlamentar tem a ficha criminal tão suja que pode ser o próximo alvo das investigações do conselho que agora preside.. O fato é que esta sucessão de denúncias envolvendo a cada dia um novo senador e as grotescas manobras de acobertamento deste mar de lama, nos fazem pensar e concluir sobre a inutilidade da existência do Senado Federal.Muitas democracias do mundo adotam, com sucesso, o sistema unicameral de representação. No atual contexto, faz sentido a tese dos que defendem uma reforma política de verdade - e não o arremedo de reforma que está acontecendo na Câmara. E que nessa desejável reforma ,ao lado da adoção do Parlamentarismo se decidisse também pela abolição definitiva do Senado.Caso acontecesse, o país não ficaria pior do que já está, nem a democracia ficaria abalada.Mas o contribuinte, com certeza, ficaria sinceramente grato pelo fim deste antro de absorção do dinheiro público e palco permanente do cinismo, da desfaçatez e do desprezo com o interesse público em que se transformou o Senado . E o odor fétido a que se referiu o senador pernambucano certamente seria muito menor. 020707
Email:: fasoares15@bol.com.br URL:: http://blogdofasoares.blogspot.com/
Comentários
PARA QUÊ SENADO? PARA QUÊ CONGRESSO?
Cesar Navarro 02/07/2007 20:29 cnavarro@pop.com.br
O povo brasileiro sustenta esse bando de ladrões de dnheiro público, que só estão lá para enriquecerem mediando negócios. Com direito a dezenas de pessoas e verbas como regalias. Para quê sustentar esse lixão? Prebiscito já!Para o povo dizer se aprova o fechamento desses antros, substituindos por uma cúpula com os melhores técnicos do país, nomeados para enfrentarem os problemas da Nação. Resolvewriam muito, e à baixo custo.
onte: CMI Brasil
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