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domingo, outubro 02, 2022

Pesquisa para presidente: o que dizem Ipec e Datafolha na véspera da eleição

 Redação Notícias

Pesquisa para presidente: o que dizem as últimas Ipec e Datafolha divulgados antes da eleição. (Foto: Editoria de Arte/Yahoo Notícias)
Pesquisa para presidente: o que dizem Ipec e Datafolha divulgados antes da eleição. (Foto: Editoria de Arte/Yahoo Notícias)
  • Pesquisa para presidente: O Yahoo Notícias reúne as duas maiores pesquisas eleitorais divulgadas no dia 1º de outubro;

  • Os institutos Ipec — ex-Ibope — e Datafolha entrevistaram, ao todo, 15 mil brasileiros aptos a votar;

  • Nas duas, Lula (PT) aparece com cerca de 50% dos votos válidos, mas sem definição de vitória no 1º turno;

Na véspera do 1º turno das eleições de 2022, os dois institutos de maior credibilidade do país divulgaram suas pesquisas eleitorais com foco nos percentuais de votos válidos à Presidência da República.

Em ambos levantamentos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece na frente do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Datafolha e Ipec dizem não ser possível determinar se haverá ou não segundo turno na disputa.

O Yahoo Notícias detalha as duas pesquisas para presidente:

Datafolha: Pesquisa para presidente

nova pesquisa Datafolha, divulgada neste sábado (1º), apontou uma manutenção na vantagem de Lula. O petista aparece com 50% dos votos válidos. Já Bolsonaro teria 36% também em votos válidos.

Diante desse quadro, segundo o Datafolha, não é possível afirmar se a eleição será decidida no primeiro turno.

Na pesquisa Datafolha anterior, divulgada na quinta-feira (29), tanto Lula quanto Bolsonaro tinham exatamente os mesmos percentuais.

Com 6%, Simone Tebet (MDB) ultrapassa Ciro Gomes (PDT), que agora tem 5%. Soraya Thronicke (União Brasil) manteve 1%.

No cálculo dos votos válidos, são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos. Esse método é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição.

Para vencer no primeiro turno, um candidato precisa de 50% dos votos válidos mais um voto.

Realizado na sexta (30) e neste sábado (1º), o levantamento tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. O instituto ouviu 12.800 eleitores em 310 municípios. A pesquisa, contratada pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo, está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-00245/2022.

Datafolha - Pesquisa para presidente: Mulheres e mais pobres

O ex-presidente viu sua diferença para Bolsonaro entre mulheres passar de 21 para 15 pontos percentuais.

No levantamento de quinta-feira (29), o petista tinha 50% de intenções de voto no eleitorado feminino, ante 29% do mandatário. No novo, Lula tem 47%, e o rival, 32%.

Bolsonaro continua atrás entre eleitores mais pobres. Os índices da pesquisa anterior se mantiveram, com uma distância de 31 pontos percentuais. O atual presidente possui 26%, e o adversário, 57%.

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Mulheres reprovam governo Bolsonaro mais do que homens em todo Brasil
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As mulheres, maioria no eleitorado, totalizam 52% da amostra coletada no levantamento. Desde o início da série histórica, o segmento feminino está mais propenso a votar em Lula do que em Bolsonaro.

Entre os mais desvalidos, que também estão em maior peso com o petista, os 57% da pesquisa anterior permaneceram. O presidente manteve os 26%. A camada com renda familiar mensal de até dois salários mínimos, a mais pobre da população, corresponde a 48% da amostra.

Datafolha - Pesquisa para presidente: Sudeste

Apesar do quadro geral de estabilidade, há movimentações a serem acompanhadas nos maiores colégios eleitorais do Brasil.

São eles, pela ordem, São Paulo e Minas Gerais, seguidos pelo Rio de Janeiro no que se apelida de "Triângulo das Bermudas" da política brasileira.

Minas Gerais

Entre o eleitorado mineiro, Lula abriu vantagem em relação à pesquisa anterior, realizada de terça (27) a quinta (29). A diferença entre eles passou de 14 para 17 pontos nos votos totais, dentro da margem, mas com uma indicação de subida do petista, que marcou 50%, enquanto Bolsonaro se manteve parado em 33%.

São Paulo

A diferença, desta vez em favor de Bolsonaro, também foi de quatro pontos em São Paulo. Ali, Lula oscilou de 42% para 41%, enquanto o presidente foi de 35% para 37%.

Pesquisa para presidente: Bolsonaro anda de moto com o candidato a governador de São Paulo Tarcísio Gomes de Freitas enquanto lidera uma carreata em São Paulo. (Foto: REUTERS/Carla Carniel)
Pesquisa para presidente: Bolsonaro anda de moto com o candidato a governador de São Paulo Tarcísio Gomes de Freitas enquanto lidera uma carreata em São Paulo. (Foto: REUTERS/Carla Carniel)

Rio de Janeiro

Por fim, em sua base eleitoral no Rio, Bolsonaro manteve estável a diferença de Lula, após ter chegado a empatar. Agora, ambos oscilam dois pontos positivamente na reta final, com Lula indo a 44% e Bolsonaro, a 39%. Foram entrevistados 2.550 fluminenses.

Datafolha - Pesquisa para presidente: Rejeição

Bolsonaro disputará o primeiro turno com uma pesada âncora de rejeição. Dizem não votar nele de forma alguma 52% dos eleitores, ante 40% que descartam o líder da disputa, Lula.

A partir de maio do ano passado, com a volta do petista ao páreo após a recuperação de seus direitos políticos, o instituto nunca flagrou Bolsonaro com menos de 51% de rejeição. O número é visto por aliados e adversários como tóxico demais para o presidente chegar competitivo à disputa do segundo turno.

Veja as últimas pesquisas eleitorais para presidente:

Rejeição de Lula

Já a rejeição a Lula permaneceu estável, apesar do recrudescimento dos ataques contra si tanto por Bolsonaro como por outros candidatos na reta final da campanha. No debate final do primeiro turno, na TV Globo, o petista voltou a ser chamado de ladrão pelo presidente.

A estabilidade sugere que os agressivos embates do encontro não tiveram ressonância no eleitorado. Nem mesmo o maior escorregão de Lula, bater boca com o obscuro Padre Kelmon (PTB), linha auxiliar de Bolsonaro, não parece ter tido maior efeito.

Já Bolsonaro, que encarnou seu figurino mais radical e histriônico no encontro, manteve sua legião de "haters" eleitorais declarados.

Instável e imprevisível, Bolsonaro é seu maior inimigo na campanha | Deysi Cioccari

Jornalista com experiência de dez anos em Brasília, Deysi Cioccari é doutora em Ciência Política pela PUC-SP

Ipec: Pesquisa para presidente

Pesquisa Ipec divulgada neste sábado (1º), véspera do primeiro turno da eleição, apontou o ex-presidente Lula (PT) com 51% dos votos válidos e chance de vencer a disputa pelo Palácio do Planalto já no domingo, contra 37% do candidato à reeleição Bolsonaro (PL).

Segundo o Ipec, não é possível afirmar se haverá ou não segundo turno.

Lula oscilou 1 ponto para baixo em relação ao levantamento anterior do Ipec, divulgada dia 26, enquanto Bolsonaro variou 3 pontos para cima. A margem de erro do levantamento é de 2 pontos percentuais.

Ciro Gomes (PDT) registrou 5% dos votos válidos, contra 6% na pesquisa anterior, enquanto Simone Tebet (MDB) manteve os mesmos 5%. Soraya Thronicke (UB) e Felipe d´Avila apareceram com 1% de votos válidos cada, também repetindo os patamares da pesquisa passada.

Linha do tempo de votos válidos

Lula (PT)

  • 12 a 14.ago: 52%

  • 26 a 28.ago: 50%

  • 2 a 4.set: 50%

  • 9 a 11.set: 51%

  • 17 e 18.set: 52%

  • 25 e 26.set: 52%

  • 30.set e 1º.out: 51%

Bolsonaro (PL)

  • 12 a 14.ago: 37%

  • 26 a 28.ago: 37%

  • 2 a 4.set: 35%

  • 9 a 11.set: 35%

  • 17 e 18.set: 34%

  • 25 e 26.set: 34%

  • 30.set e 1º.out: 37%

Ipec - Pesquisa para presidente: Desdobramentos

Segundo turno

Em um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o petista aparece com 52% dos votos contra 37% do atual presidente —na sondagem anterior o placar era de 54% a 35%.

Pesquisa para presidente: O ex-presidente e candidato à presidência do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva e sua esposa Rosângela da Silva cumprimentam apoiadores durante uma marcha silenciosa, em São Paulo. (Foto: REUTERS/Mariana Greif)
Pesquisa para presidente: O ex-presidente e candidato à presidência do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva e sua esposa Rosângela da Silva cumprimentam apoiadores durante uma marcha silenciosa, em São Paulo. (Foto: REUTERS/Mariana Greif)

Votos totais

Nos votos totais para o primeiro turno, Lula oscilou 1 ponto para baixo, passando a 47% ante 48%, enquanto Bolsonaro variou 3 pontos para baixo, para 31% ante 34%. Ciro passou a 5% (ante 6%) e Simone Tebet repetiu os 5% anteriores. Soraya e D´Avila repetiram os mesmos 1% cada.

Brancos e nulos se mantiveram em 4%, enquanto o percentual daqueles que não sabem ou não responderam oscilou para 3%, ante 4% na pesquisa anterior.

O Ipec ouviu 3.008 brasileiros na sexta-feira (30) e neste sábado (1º), em 183 municípios do país. A sondagem foi contratada pela TV Globo e o registro na Justiça Eleitoral é BR-00999/2022.

Por que o Sudeste irá definir a vitória na disputa entre Lula e Bolsonaro? | Deysi Cioccari

Jornalista com experiência de dez anos em Brasília, Deysi Cioccari é doutora em Ciência Política pela PUC-SP

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YAHOO

O governo explora os mais pobres - Editorial




Quando até bancos se recusam a oferecer linha de crédito gestada pelo governo, é porque há algo de errado com ela

Às vésperas das eleições, o presidente Jair Bolsonaro lançou a última “bala de prata” para tentar arregimentar votos da parcela mais vulnerável da população. Quando ninguém mais esperava, o governo regulamentou o empréstimo consignado para beneficiários do Auxílio Brasil, medida que tem tudo para dar errado. A exemplo de várias outras políticas da administração bolsonarista, trata-se de uma iniciativa que não esconde a pretensão de explorar a miséria de uma forma inédita e indecorosa.

Até propor a linha de crédito via medida provisória, em março, e sancionar a proposta, em agosto, não havia passado pela cabeça de nenhuma autoridade do Executivo a ideia de definir critérios mínimos para as operações – nem mesmo a imposição de um teto para os juros de uma modalidade para pessoas que literalmente dependem de um programa de transferência de renda para se alimentar.

Entidades jurídicas e de defesa do consumidor pediram ao governo que realizasse estudos e ouvisse especialistas e a sociedade civil antes de regulamentar a proposta. Em um manifesto, elas alertaram que a concessão de crédito sem a análise real da capacidade de pagamento dos beneficiários era irresponsável e contrária ao ordenamento jurídico.

O governo poderia ter aproveitado a campanha para deixar a proposta morrer no esquecimento. Decidiu, no entanto, fixar um limite para os juros de 3,5% ao mês, ou 51,11% ao ano, maior que as taxas praticadas em consignados para trabalhadores do setor privado, do setor público, aposentados e pensionistas. Limitou, também, o comprometimento da renda dos beneficiários a 40% do valor permanente do Auxílio Brasil – ou seja, R$ 400, e não os R$ 600 que valerão somente até o fim do ano.

Para o diretor executivo da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira, a linha de crédito continua a ser uma “temeridade”. Da forma como foi regulamentada, ela não resguarda nem mesmo o mínimo existencial, instituído por decreto publicado em julho para conter o superendividamento, que estabelece que uma renda de 25% do salário mínimo, ou R$ 303, deve ser preservada aos credores em qualquer renegociação de empréstimo.

O que chamou a atenção nesse arremedo de política pública não foram as críticas da Anefac e do Idec, que eram até esperadas, mas o desinteresse dos maiores bancos desde o momento em que a linha de crédito foi lançada. Quando até instituições financeiras, que pautam sua atuação pelo lucro, se recusam a aderir a uma proposta gestada pelo governo, é porque há algo muito errado com ela. Essa postura não se deu em razão da baixa remuneração ou temor de um calote. Ao contrário do governo, elas não quiseram assumir o risco reputacional de ofertar uma linha que explora sem pudor a parcela mais vulnerável da população. Como bem definiu o economista Ricardo Paes de Barros, um dos criadores do Bolsa Família, o consignado do Auxílio Brasil é mais uma evidência a corroborar o quanto o Estado se afastou dos mais pobres.

O Estado de São Paulo

Sem medo, sem ódio




Por Carlos Brickmann (foto)

Sim, vota-se mais pela emoção do que pela razão. Mas é importante não exagerar. Uma eleição como a de hoje exige pensamento frio, uma análise tranquila de quem é o melhor candidato para o eleitor. Alguém que tenha pensamentos semelhantes (e, infelizmente, não será possível escolher propostas, porque é exatamente proposta o que faltou nessa campanha).

Alguém que, na opinião do eleitor, seja capaz de enfrentar crises e aos poucos pacificar um país em que a violência física chegou a um ponto em que se tornou perigoso vestir a camiseta de seu candidato nas ruas. Millôr Fernandes, um gênio, dizia que a democracia era poder torcer pelo Vasco na arquibancada do Flamengo. Uma famosa ativista e revolucionária comunista alemã, Rosa Luxemburgo tinha ideias semelhantes: liberdade é a liberdade dos que pensam diferente de nós, sempre. Completando, garantir a liberdade de quem pensa igual a nós não é liberdade, é cumplicidade. Aqui estão agredindo, verbal e fisicamente, quem se identifica com candidaturas diferentes da defendida pelos agressores. Aqui se mata gente porque veste algo que o identifique com o adversário.

Nem sempre foi assim: o professor e senador pernambucano Marcos Freire, duro adversário da ditadura militar, que também o detestava, usou um slogan brilhante quando se candidatou a um cargo público, na época em que o regime dos militares naufragava: “Sem medo, sem ódio”. Lição de vida.

 Cabeça no lugar

Até os ditadores militares tiveram lampejos de boa conduta. O marechal Castello Branco, tão logo chegou à Presidência num golpe, soube que seu irmão estava se aposentando e recebendo, como homenagem, um Fusca.

Foi rápido: o irmão não poderia aceitar o presente. O irmão lhe disse que não seria possível recusar a homenagem. Castello explicou que ele não poderia de jeito nenhum aceitar o carro. “O presente já está proibido. O carro não será seu de maneira nenhuma, isso está decidido. O que estamos discutindo é se você será preso ou não”.

Era da família, mas foi punido.

 Não pode, mas fez

A Secretaria de Orçamento informou ao presidente Jair Bolsonaro que ele deveria vetar o orçamento secreto por não ter assento constitucional. O alerta foi-lhe entregue no dia 2 de agosto, como apurou a bem-informada revista “Piauí”, assinado pelo coordenador-geral de Processos de Orçamentos da União, Gláucio Rafael da Rocha Charão, e pelo secretário adjunto de Orçamento Federal, Clayton Luiz Montes.

De acordo com o alerta, além de ferir a Constituição, o orçamento secreto “esvazia a prerrogativa do Poder Executivo de elaborar a proposta orçamentária”. Este dever é exclusivo do Executivo e não pode ser delegado a outro Poder.

 E daí?

Bolsonaro ignorou o alerta – o segundo, desde que o Tribunal de Contas da União já o havia advertido sobre a inconstitucionalidade do orçamento secreto. Inconstitucionalidade – e o TCU aponta ainda a violação da Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei Complementar 141, que trata do SUS.

O Supremo Tribunal Federal deve julgar ainda neste ano as ações que pedem o fim do orçamento secreto.

 A palavra oficial

Bolsonaro diz que o orçamento secreto é coisa do Congresso e que a ele só cabe executá-lo. A “Piauí” pediu explicações ao Planalto e ao Ministério da Economia. O Planalto não respondeu. O Ministério da Economia disse que não iria se manifestar.

 Calma no Brasil

O presidente da República divulgou, como se fosse verdadeira, uma notícia falsa: a de que teria sido proibido ir votar com as cores verde e amarela. Em seguida, protestou violentamente, perguntando ao Tribunal Superior Eleitoral se a proibição seria democrática.

Não, não seria. E por isso mesmo implantá-la não seria possível. Mas Bolsonaro ameaçou utilizar as Forças Armadas para apoiar alguém que se sentisse perseguido nas zonas eleitorais. Não leve a sério as ameaças de golpe militar.

Que o caro leitor vá votar tranquilo em seu candidato favorito, sem acreditar em bravatas.

 As pesquisas

A partir de agora, as pesquisas eleitorais perdem toda a validade: a pesquisa suprema, a das urnas eletrônicas, prevalece. Hoje à noite, os caros leitores saberão se o seu candidato está eleito ou foi para o segundo turno. De qualquer jeito, calma: nada de festejar tripudiando sobre os adversários. Nada de reagir com violência ao pessoal que quiser tripudiar sobre você: é melhor estar vivo e em boa saúde para participar do futuro do país, seja qual for o próximo presidente.

E não vale a pena brigar com amigos ou parentes por causa de política. As paixões se dissolvem com o tempo, as amizades vão perdurar ao longo dos anos.

Amanhã vai ser outro dia. Ou não. Preserve-se.

Brickmann.com.br

Bolsonaro volta a dizer que colocará ‘todo mundo bonitinho dentro das 4 linhas’




O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a dizer neste sábado, 1º, horas antes do primeiro turno, que, se eleito, vai "colocar todo mundo bonitinho dentro das quatro linhas" da Constituição, numa ameaça velada ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ao longo de seu mandato, o chefe do Executivo protagonizou uma série de embates com o Judiciário e empregou uma estratégia de desacreditar as urnas eletrônicas e o processo eleitoral brasileiro.

"Tem que ter liberdade. Pode ter certeza que, depois das eleições, se Deus quiser eu for reeleito, acredito que sim, mas papai do céu que decide aí, a gente vai resolver muitos problemas rapidamente. Vocês sabem do que eu estou falando", declarou Bolsonaro, em transmissão ao vivo nas redes sociais.

"Tem certas pessoas que acham que podem fazer o que bem entender em qualquer lugar do Brasil e ponto final. Nós temos que dar um ponto final, e vamos, dar, nessas pessoas que, não só pensam, mas agem assim. Muitos me criticam quando eu falo nas quatro linhas, a gente vai jogar todo mundo bonitinho dentro das quatro linhas", emendou o presidente.

Nesta semana, por três dias consecutivos, Bolsonaro subiu o tom contra o ministro Alexandre de Moraes, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Durante transmissão ao vivo nas redes sociais na quinta-feira, 29, o presidente chamou o ministro de "patife", "cara de pau" e "moleque", após a quebra de sigilo bancário de um de seus ajudantes de ordem, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, por determinação de Moraes.

Estadão / Dinheiro Rural

Horas antes do 1º turno do pleito, Bolsonaro diz esperar ‘lisura e transparência’




Horas antes do primeiro turno, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse esperar que as eleições deste domingo, 2, ocorram com "lisura" e "transparência". Candidato à reeleição, o chefe do Executivo tem agido de forma sistemática para lançar dúvidas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas, sem apresentar provas ou indício de irregularidades. Bolsonaro, em entrevista recente ao Jornal da Record, se recusou a dizer se aceitará o resultado do pleito em caso de derrota. "Vou esperar o resultado", declarou, na ocasião.

"A gente vê, não hoje apenas, mas o que tem acontecido não só nesses 45 dias de campanha, em que eu fiz umas 20 viagens aproximadamente, para todas as regiões do Brasil, aceitação é excepcional em todo lugar", disse o chefe do Executivo neste sábado, durante transmissão ao vivo nas redes sociais. "A gente não consegue ver outra coisa a não ser as eleições serem decididas amanhã e com uma margem superior a 60%", emendou, ao desacreditar as pesquisas de intenção de voto, que apontam, na verdade, chance de vitória de do ex-presidente Lula em primeiro turno.

"Deus nos ajude que corra tudo bem amanhã, que tudo funcione, em especial em Brasília, com lisura, com decência, com transparência para a gente ver o resultado final da apuração", afirmou o presidente. Bolsonaro também voltou a atrelar Lula às ditaduras de esquerda da Venezuela e da Nicarágua e à crise econômica da Argentina, país governado por Alberto Fernández, político de esquerda que é simpático ao PT. Em contraposição, o candidato à reeleição criticou, mais uma vez, a prisão da ex-presidente da Bolívia Jeanine Añez. Ela foi condenada a 10 anos de cadeia por violações de deveres constitucionais.

Bolsonaro também criticou diretamente Lula. "Amanhã é uma eleição que tem a ver com a vida de todo mundo, até de quem não gosta de mim. Quem gosta e quem não gosta. A gente sabe como esse pessoal da esquerda age, como agiram em toda América do Sul, não queremos isso para o nosso País. A gente sabe o que o outro candidato aí, que teve um debate aí passando vexame, o que ele já fez durante oito anos e depois seis daquela pessoa que ele indicou", disse, em referência também à ex-presidente Dilma Rousseff.

Neste sábado, 1º, na véspera do primeiro turno, Bolsonaro participou à tarde de uma motociata em Joinville (SC) e levantou uma bandeira do Brasil a apoiadores. A campanha aposta em uma "onda verde e amarela" para tentar alavancar o candidato à reeleição nas horas finais da primeira rodada da disputa. Pela manhã, o presidente foi a uma motociata em São Paulo.

Estadão / Dinheiro Rural

PF afasta delegado da investigação do caso que prendeu ex-ministro Milton Ribeiro




A Polícia Federal (PF) redistribuiu nesta sexta-feira, 30, para a Corregedoria-Geral da corporação, a investigação sobre indícios de interferência na execução da Operação Acesso Pago.

A ação aberta em junho prendeu o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro (dir.), e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, apontados como lobistas no Ministério da Educação (MEC). O escândalo revelado pelo Estadão ficou conhecido como "gabinete paralelo".

A decisão impõe a saída do delegado Bruno Calandrini (esq.) do inquérito sobre a suposta interferência que teria favorecido o ex-ministro. A conclusão é que ele virou "parte" na investigação e, portanto, não pode continuar conduzindo as apurações. Calandrini seguirá responsável pelo inquérito do gabinete paralelo. A decisão afeta apenas a investigação sobre a suposta interferência na Operação Acesso Pago.

A Corregedoria da PF tem a prerrogativa de solicitar os inquéritos em curso para análise e, eventualmente, pode pedir a troca dos delegados responsáveis. O caso está agora com a Coordenação de Assuntos Internos da Corregedoria-Geral da PF, unidade central responsável por apurações envolvendo servidores.

O caso começou a causar desconforto na Polícia Federal quando Calandrini passou reclamar dos colegas de São Paulo. O delegado acusou a superintendência da PF de tratar Milton Ribeiro com privilégios e de atrasar deliberadamente sua transferência para Brasília por "ordens superiores". O ex-ministro acabou conseguindo habeas corpus e foi solto antes de ser interrogado presencialmente pelo delegado. A Polícia Federal em São Paulo disse que não conseguiu fazer o translado a tempo por questões logísticas, mas afirma que o depoimento poderia ter sido prestado remotamente.

Após o episódio, Calandrini intimou a cúpula da PF a prestar esclarecimentos sobre o caso e chegou a pedir a prisão dos colegas. O comportamento é visto com reservas internamente. Delegados experientes veem quebra de hierarquia e apostam que ele pode receber uma punição disciplinar.

A crise chegou até o Supremo Tribunal Federal (STF). O delegado Leopoldo Soares Lacerda, que comanda a Coordenadoria de Inquéritos nos Tribunais Superiores, setor responsável por investigar autoridades com direito a foro, disse que é vítima de "injusta e ilegal coação". Também afirmou que Calandrini abusou da autoridade e vem conduzindo a investigação sobre o gabinete paralelo com "parcialidade" e "interesse pessoal".

Lacerda foi um dos intimados por Calandrini e pediu um habeas corpus para faltar ao depoimento. O salvo-conduto foi negado pela ministra Cármen Lúcia sob o argumento de que o tribunal não autorizou os interrogatórios e de que não havia registro de uma apuração contra a cúpula da Polícia Federal no STF. Fontes da PF ouvidas reservadamente pelo Estadão avaliam que Calandrini estaria tocando uma investigação paralela, porque os autos não estavam tombados nem mesmo no Supremo Tribunal Federal.

Após a decisão de Cármen Lúcia, o caso foi transferido para a primeira instância da Justiça Federal com a justificativa de que os investigados não têm direito a foro por prerrogativa de função.

Estadão / Dinheiro Rural

Sem discursar, Lula e Alckmin encerram ato final de campanha em São Paulo




O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), encerraram no início da tarde deste sábado, 1, o ato final da campanha: uma caminhada com a militância que partiu da Avenida Paulista e desceu pela Rua Augusta, na área central de São Paulo. Em obediência à lei eleitoral, que veda a realização de comícios a menos de dois dias da ida às urnas, os dois não discursaram - apenas cumprimentaram apoiadores.

Ao lado dos candidatos a governador Fernando Haddad (PT) e a senador Márcio França (PSB), Lula e Alckmin desfilaram em caminhonete aberta, sem proteção de vidro no teto ou nas laterais, por cerca de 1 hora e 15 minutos. O início do ato político foi marcado por chuva, que logo passou e não desanimou a militância presente.

Lula agora segue para casa. No domingo, 2, pela manhã vota em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e, à tarde, acompanha a apuração dos votos em um hotel da capital.

Estadão / Dinheiro Rural

TSE emite zerésima e mostra que não há votos registrados em nenhuma urna




O Tribunal Superior Eleitoral emitiu há pouco o relatório zerésima do Sistema de Gerenciamento da Totalização. Também houve a verificação dos sistemas eleitorais instalados na Corte. "São duas comprovações: de que o sistema é íntegro e autêntico e de não há votos computados nas urnas no momento", resumiu Júlio Valente, secretário de Tecnologia da Informação do TSE.

A zerésima é um documento calculado olhando o banco de dados, para mostrar que não há nenhum voto registrado. No TSE, ela mostra esse dado para presidente e vice. Nos Tribunais Regionais Eleitorais serão verificados os demais cargos, ainda hoje, após a realização desta etapa na Corte Superior. Amanhã, às 7h, cada urna também emitirá mais uma zerésima.

Com a verificação dos sistemas, o objetivo foi confirmar se o sistema que está rodando no Centro de Processamento de Dados (CPD) do TSE é o mesmo assinado pelas entidades fiscalizadoras em 2 de setembro, quando houve a lacração das urnas, explicou o chefe da Sessão de Totalização e Divulgação, Alberto Cavalcante.

Estes procedimentos integram a fiscalização do processo eleitoral deste ano, cuja confiabilidade tem sido amplamente questionada, sem provas, pelo presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Valente destacou que é "mais um dentre 39 comprovações da integridade dos sistemas".

Representantes das Forças Armadas acompanharam o evento. Também estiveram presentes, representes do Tribunal de Contas da União (TCU), Polícia Federal, Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Conselho Nacional do Ministério público (CNMP), Controladoria Geral da União (CGU), Procuradoria Geral Eleitoral (PGE) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O único partido que compareceu foi o PV.

Estadão / Dinheiro Rural

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