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quarta-feira, junho 08, 2022

Sangue na água: vitória de Boris foi apertada e os tubarões estão perto.

 





Os antecedentes indicam que, mesmo tendo sobrevivido ao voto de desconfiança, o primeiro-ministro não tem um futuro promissor.

Por Vilma Gryzinski

“Um político poderoso e inteligente” e “a personalidade mais forte do mundo capitalista”. Assim Stálin considerava Winston Churchill, daí seu espanto com a derrota do heróico primeiro-ministro quando a II Guerra Mundial mal tinha acabado na Europa.

“Um partido é melhor”, reagiu quando o próprio Churchill explicou como funcionava a alternância no poder, permitindo à oposição, do Partido Trabalhista, ganhar eleições – como aconteceu em maio de 1945, com a catastrófica derrota dos conservadores.

Boris Johnson não é Churchill, embora tente fazer a melhor imitação que seus dotes permitam – inspirado pela biografia que escreveu do líder histórico. E não está sequer encrencado com a oposição, mas com seu próprio partido, onde grassa a rebelião manifesta na votação de ontem, onde impressionantes 148 parlamentares conservadores expressaram sua desconfiança nele.

É um resultado nada menos que catastróficos, mesmo não tendo atingido o número necessário para derrubá-lo.

Duas primeiras-ministras, Margaret Thatcher e Theresa May, além de John Major, também sobreviveram à rebelião interna, só para serem levados à renúncia pouco tempo depois.

Parlamentares e eleitores conservadores estão revoltados com Boris porque ele mentiu, fez um papelão no caso das festinhas em Downing Street durante o lockdown e, pior do que tudo, tem índices de aprovação tão baixos – míseros 28% – que ameaçam levar o partido junto na próxima eleição, em 2024.

Imaginem só um político que mente…

A fúria é tanta que os rebeldes esperaram exatamente zero dias depois do feriadão de comemorações dos setenta anos de reinado de Elizabeth II para entrar com o pedido de voto de desconfiança – ou não-confiança na linguagem política. Pelo menos 54 dos 368 parlamentares conservadores devem ter entrado com o pedido.

A decisão já estava tomada, mas certamente Boris não foi ajudado pelas vaias que o público disparou quando ele chegou para o ato de ação de graças em intenção da rainha, com a mulher, Carrie, vestida de vermelho.

“Foi um momento significativo para o primeiro-ministro perder justamente o tipo de público monarquista que havia passado horas esperando”, disse ao Telegraph um parlamentar conservador. “O problema da vaia é que ela é contagiosa”.

A verdadeira euforia nacional com que a rainha foi celebrada refletiu como os britânicos apoiam uma figura pública caracterizada pela dignidade, o respeito à liturgia do cargo e o comportamento impecável.

O contraste com Boris ficou maior ainda.

Mas o fato é que a economia maltratada pela dupla crise, a pandemia e a guerra na Ucrânia, é que turbina a impopularidade do primeiro-ministro.

Inflação de 9%, aumentos chocantes nos preços da gasolina e do abastecimento doméstico, produtos alimentícios subindo tanto que a maioria dos adultos do reino nem se lembra de quando houve carestia igual – foi em 1989 – são fenômenos que os brasileiros compreendem muito bem.

Para enfrentá-los, Boris está recorrendo a medidas que soam contraditórias para um líder conservador: subsídios e aumentos de impostos.

Para um partido cuja filosofia pode ser resumida, esquematicamente, em menos governo e menos impostos, liberando o espírito empreendedor para turbinar a economia, é uma decepção. Eleitores comuns dizem que não reconhecem mais o partido.

Escrevendo ao Comitê de 1922, o poderoso organismo que obedece à “turma do fundão”, os parlamentares sem cargos no governo e na hierarquia do partido, Boris Johnson ressaltou seus feitos positivos, incluindo a vacinação pioneira e o apoio firme à Ucrânia.

“Precisamos cortar os custos do governo. Precisamos cortar os custos de fazer negócios. E precisamos cortar os custos para as famílias de cima a baixo do país”, apelou.

Ele também garantiu que os conservadores podem “ganhar de novo”, lembrando o resultado espetacular da última eleição, quando os conservadores levaram uma maioria de oitenta parlamentares.

Foi uma resposta direta ao documento que está circulando no grupo de WhatsApp dos rebeldes. “Boris Johnson não é mais um trunfo eleitoral e, se deixado no cargo, pode levar o partido a uma derrota substancial em 2024”, diz um trecho dele.

Se Boris acabar caindo, o mais cotado, no momento, para assumir a liderança e o governo é Jeremy Hunt, ex-secretário da Saúde.

É a vingança dos que não queriam o Brexit, criticou a secretária da Cultura, Nadine Dorries, que é da turma de Boris. “Sua duplicidade está desestabilizando o partido e o país”, disse a secretária, insinuando que Hunt, por causa da esposa chinesa, defendia o método de lockdown completo e radical praticado na China.

Boris está sangrando e os punhais estão tinindo à luz do dia em todas as fileiras.

Revista Veja

Show de descaso com a população - Editorial




Circo orçamentário permite a prefeitos de municípios miseráveis gastarem recursos públicos com shows milionários

O governo federal autorizou o pagamento de R$ 3,2 bilhões em recursos do Orçamento a título de “transferências especiais”, rubrica propositalmente vaga porque daria muito na vista designar a excrescência pelo que ela é: uma desavergonhada apropriação privada de recursos públicos por parlamentares e prefeitos. Conhecido como “Pix orçamentário”, o esquema tem esse nome vulgar porque o montante destinado por parlamentares às prefeituras, não raro a cargo de parentes, cai direto nas contas dos municípios e pode ser usado livremente pelos prefeitos, sem passar pelo mais comezinho dos escrutínios republicanos.

Parte dessa dinheirama tem sido usada pelas prefeituras para bancar caríssimos shows de artistas sertanejos, em sua maioria, neste ano eleitoral. A má administração dos recursos públicos já seria condenável em municípios que oferecem condições mínimas para uma vida digna. Mas, em se tratando de municípios que, a rigor, em muitos casos nem sequer deveriam existir, pois são incapazes de gerar receitas próprias, trata-se de uma verdadeira imoralidade.

Um levantamento feito pelo Estadão revelou que 48 municípios gastaram R$ 14,5 milhões nos últimos meses com os cachês de artistas populares. Entre essas cidades está Mar Vermelho (AL), um dos cem municípios mais pobres do Brasil. Seus pouco mais de 3,4 mil habitantes não têm saneamento básico nem ruas asfaltadas. Mesmo diante de condições de vida tão degradantes para seus governados, o prefeito André Almeida (MDB) não viu problema em pagar R$ 370 mil por um show do cantor Luan Santana.

Outro caso exemplar de descaso com a população local é o de Teolândia (BA). O município de 15 mil habitantes foi arrasado no começo do ano pelos temporais que atingiram o sul da Bahia. No entanto, a prefeita Maria Baitinga (PP) demonstrou mais interesse em realizar seu “sonho” (palavras dela) de conhecer o cantor Gusttavo Lima do que em mitigar as aflições dos moradores. Só com o cachê do cantor na Festa da Banana, a prefeitura iria gastar R$ 704 mil, não fosse uma decisão do Superior Tribunal de Justiça, que restaurou um mínimo de ordem nessa farra com o dinheiro dos contribuintes.

Os prefeitos, nem um pouco preocupados com questões morais, alegam que não é ilegal a contratação dos artistas. O problema, no entanto, é o modo como o dinheiro público chegou a essas prefeituras. É inaceitável que um quinhão do Orçamento seja despendido sem qualquer tipo de controle, por meio dessas “transferências especiais”, que contrariam escandalosamente um punhado de determinações constitucionais. 

Atividades culturais incentivadas pela Lei Rouanet, tão demonizada por alguns daqueles artistas e pelo presidente Jair Bolsonaro, são submetidas a controles muito mais rigorosos. E, no entanto, é essa lei de incentivo à cultura que Bolsonaro qualificou de “teta gorda”. Já o “Pix orçamentário”, que banca rega-bofes em cidades miseráveis para angariar votos, não mereceu reparos dessa gente que se diz tão zelosa com dinheiro público.

O Estado de São Paulo

Sob risco de fiasco e pressão de China e Rússia, EUA tentam mostrar força com Cúpula das Américas




Depois de passar semanas diante do temor de protagonizar um fiasco e de ameaças de boicote, o governo do americano Joe Biden chega à 9ª edição da Cúpula das Américas, em Los Angeles, com a expectativa de fazer do evento uma virada na política internacional dos Estados Unidos, apesar das baixas e polêmicas entre os participantes.

Por Mariana Sanches, em Washington

Os americanos veem o evento como uma oportunidade para "construir uma nova agenda e um novo entendimento do que é importante para o continente americano hoje", afirmou à BBC News Brasil o ex-embaixador dos EUA para o Brasil Thomas Shannon.

Mas não só. Diante da competição com a China por influência na área e da tensão com a Rússia, em meio à Guerra da Ucrânia, a Cúpula representa para os americanos a chance de unir o continente em torno da liderança do democrata Biden, que proporá ao menos cinco declarações conjuntas a seus pares, com políticas e planos para temas como conservação ambiental, mudanças climáticas, democracia e resiliência à pandemia. Migração e fortalecimento de cadeias de produção e suprimentos também estarão na mesa.

Em seus propalados objetivos, a Cúpula das Américas organizada pelos americanos ecoa noções da chamada Doutrina Monroe, com seu ideal de a "América para os Americanos". O ideário, lançado em 1823, para pregar a não interferência dos europeus sobre suas ex-colônias no continente, recebeu diferentes leituras ao longo dos séculos, mas sempre se resumiu à noção de que os americanos buscavam primazia (ou interferência) política no continente.

"Essa retórica ainda existe, mas na prática os EUA perderam as principais narrativas na região, sua legitimidade está abalada com a crise à sua própria democracia e o governo não possui meios para competir com os chineses em investimentos em infraestrutura e inovação, o que ficou evidente com o caso da Huawei", afirma Oliver Stuenkel, professor de relações internacionais da Fundação Getúlio Vargas, mencionando a gigante tecnológica chinesa que terá importância nas redes de 5G de países da região, como o Brasil, apesar das tentativas dos americanos de fazer com que os latinos excluíssem a Huawei de suas operações.

A julgar pelo acidentado percurso que leva parte dos líderes da região à cidade da Califórnia na segunda semana de junho, os resultados simbólicos e práticos do evento para os EUA seguem sendo dúvida.

A principal ausência no evento, o presidente mexicano Andrés Manuel Lopez Obrador, conhecido como AMLO, cumpriu sua promessa de não participar da Cúpula se os governos de Nicarágua, Cuba e Venezuela não fossem convidados a comparecer também.

Os EUA se recusaram a enviar convites às equipes do nicaraguense Daniel Ortega, do cubano Miguel Díaz-Canel e do venezuelano Nicolás Maduro, a quem Washington qualifica como ditadores e violadores dos direitos humanos. Nos EUA, as diásporas cubana e venezuelana são politicamente poderosas e decisivas para disputas como as eleições parlamentares de meio de mandato, que acontecerão em novembro. E um convite de Biden aos governantes desses países cairia mal nas comunidades.

A exclusão deu a alguns líderes na região, especialmente aqueles cujo eleitorado é de esquerda, a condição de confrontar os americanos e recolher pontos em sua política doméstica, ao se posicionarem contra a decisão da Casa Branca, como AMLO.

E deu aos chineses a possibilidade de alfinetar Washington. "Cuba, Nicarágua e Venezuela não são países das Américas?" ironizou Zhao Lijian, porta-voz do Ministério de Relações Internacionais da China.

"América para os americanos": Doutrina Monroe pregava que a dominação no continente deveria ser dos EUA'

Força-tarefa na Casa Branca

A Casa Branca tentou minimizar a ausência de AMLO. De um lado, autoridades americanas disseram que a Cúpula ainda poderia ter sucesso sem ele. De outro, a gestão Biden lançou uma verdadeira força-tarefa de primeiro escalão para atrair mandatários à Califórnia.

A vice-presidente Kamala Harris foi despachada a Honduras, para se encontrar com a recém-eleita Xiomara Castro, que já avisou que mandará ao encontro apenas seu ministro de relações exteriores.

Um emissário de Biden, o ex-senador Cristopher Dodd, esteve em Brasília para transmitir "uma mensagem pessoal" do ocupante da Casa Branca sobre a importância da presença de Bolsonaro em Los Angeles. Depois de um ano e meio no poder, Biden também ofereceu a Bolsonaro a primeira oportunidade de uma interação direta entre os líderes. Pela reunião bilateral, Bolsonaro, que se ressentia por não ser recebido antes pelo mandatário americano, depois de lançar dúvidas sobre a eleição dos EUA em 2020, mudou de ideia e decidiu comparecer ao evento.

O próprio Biden também passou 25 minutos ao telefone na semana passada para convencer o presidente argentino Alberto Fernandez a viajar a Los Angeles, que também protestava pela exclusão dos três países.

E a mulher do presidente americano, a primeira-dama Jill Biden, se lançou a um tour entre Equador, Panamá e Costa Rica para cortejar os presidentes relutantes a participar do encontro, criado pelos EUA em 1994.

No total, cerca de metade dos mandatários das Américas estará em Los Angeles. Além de AMLO, outras ausências notórias são os líderes de Bolívia (Luis Arce), Honduras (Xiomara Castro) e Uruguai (Lacalle Pou), que contraiu covid-19 às vésperas do evento.

'Andrés Manuel López Obrador, do México, será ausência sentida na Cúpula'

"Que os americanos tenham que ter feito esse tipo de esforço para atrair pessoas para Cúpula mostra mais fraqueza do que força. Por muitos anos, a América Latina ficou longe da prioridade na política externa dos EUA. Agora, os presidentes latinos escreveram na parede que também não veem os americanos com tanta urgência assim", afirma Daniella Campello, professora de política da FGV e pesquisadora do Wilson Center.

Para Stuenkel, ter atraído Bolsonaro para a Cúpula livrou os americanos da "humilhação" de se ver sem os dois principais países (Brasil e México) em seu evento. E também da comparação com o líder russo Vladimir Putin, que apenas duas semanas antes de lançar a invasão à Ucrânia conseguiu atrair a Moscou tanto Bolsonaro quanto Fernandez. "Mas, na prática, os americanos estão se adequando para uma nova situação, em que a América Latina depende muito menos de Washington do que antes", diz Stuenkel.

Última chance?

Analistas de políticas internacionais apontam que Biden pode estar diante de sua última oportunidade de se mostrar capaz de alterar positivamente a relação entre EUA e América Latina.

"Biden não conseguiu mostrar que é realmente muito diferente de Trump para a região", afirma Ryan Berg, pesquisador sobre América Latina do Center for Strategic and International Studies.

Segundo Berg, depois de prometer um novo olhar para a América Latina na campanha, Biden falhou em alterar sensivelmente a dinâmica de relações americanas com a região. Suas políticas migratórias diferiram pouco do que fez seu antecessor, Donald Trump.

Os governos latinos se ressentem de não haver um plano econômico dos EUA para resgatar o continente, em crise mesmo antes do início da pandemia de covid-19. E notam que a distribuição de vacinas contra covid-19 na área foi feita primeiro pela China, e só depois pelos EUA.

Trump, cuja bandeira eleitoral foi o mote "América First", que incluía até a construção de um muro na fronteira com o México para evitar a migração, não cultivou relações próximas com a América Latina. A esse vácuo de poder, muitos analistas internacionais atribuem o crescimento acelerado da presença da China na região.

Quebrando a tradição de sua diplomacia silenciosa, Pequim acusou os americanos de querer forçar sua agenda a todos os países latinos com a formatação dos convidados e da agenda da Cúpula das Américas. "Os EUA têm falado nas Américas para os americanos, mas é para o povo americano apenas", afirmou o porta-voz Zhao.

A crítica dos chineses encontra eco na América Latina. É comum ouvir de diplomatas da América do Sul que os EUA só querem discutir o tema da migração a partir da perspectiva do Triângulo Norte da América Central (Guatemala, Honduras e El Salvador), algo que não tem nada a ver com a realidade de Brasil e Colômbia, por exemplo, que tem recebido enormes contingentes de venezuelanos. Por outro lado, os americanos se mostrariam pouco porosos a demandas brasileiras, como do fim de uso de algemas para deportados brasileiros em voos dos EUA de retorno ao Brasil.

Assim como Trump, Biden tem demonstrado dificuldade de olhar para a região não apenas da ótica de suas políticas domésticas - e o que pode ou não agradar um eleitorado latino conservador da Flórida - e entender que não existe uniformidade nas questões do continente. Segundo Thomas Shannon, a diplomacia americana precisa comparecer ao evento disposta a ouvir, e não só falar.

Para o diplomata americano Michael McKinley, ex-embaixador no Brasil, Colômbia e Peru, é precisamente por esses velhos erros que a atual Cúpula corre o risco de falhar.

"Apesar dos esforços do governo Biden para delinear uma visão nova e positiva para o envolvimento com a América Latina e o Caribe, é provável que velhos problemas entrem em jogo na próxima Cúpula das Américas. A política interna (dos EUA) e os governos da região com uma visão mais cética de Washington e suas intenções contribuem para essas tensões. É necessária uma nova perspectiva dos EUA - que leve em maior consideração a diversidade, as prioridades e a complexidade política da região. Sem essa mudança, a percepção e a realidade do declínio da influência dos EUA provavelmente se aprofundarão", escreveu McKinley em artigo para o United States Institute of Peace.

BBC Brasil

Rússia afirma que controla zonas residenciais de Severodonetsk, cidade crucial no leste da Ucrânia




A Rússia reivindicou nesta terça-feira (7) o controle de todas as zonas residenciais de Severodonetsk, cidade estratégica no leste do Donbass, onde as tropas ucranianas lutam contra unidades russas mais numerosas, segundo Kiev.

"As zonas residenciais de Severodonetsk foram libertadas por completo", declarou o ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, em um discurso exibido na televisão. O exército russo ainda tenta controlar "a zona industrial e as localidades vizinhas", acrescentou.

"Não controlam a cidade", rebateu nesta terça-feira à noite Serguei Gaidai, governador da região de Lugansk, onde encontra-se Severodonetsk.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, que havia alertado que as forças ucranianas na cidade estavam em menor número, disse que "a situação no frente não mudou significativamente nas últimas 24 horas".

Depois de fracassar na tomada de Kiev, as forças russas concentram a ofensiva no Donbass, uma bacia de mineração no leste do território e parcialmente controlada por separatistas pró-Moscou desde 2014.

Lá encontra-se Severodonetsk e Lysychansk, o último grande centro urbano controlado por Kiev em Luhansk. Sua tomada abriria o caminho da Rússia para Kramatorsk, a grande cidade de Donetsk, a outra região do Donbass.

"Manter Severodonetsk é muito difícil", declarou o governador Gaidai, que falou de uma "missão impossível". "Precisamos de armas pesadas que possam contra-atacar a artilharia inimiga", insistiu.

Cerca de 800 civis teriam buscado refúgio na usina química Azot, declarou nesta terça-feira o advogado americano do magnata Dmytro Firtach, proprietário do local.

- Morte de general russo -

Durante os combates, o líder dos separatistas pró-Rússia em Donetsk, Denys Pushilin, confirmou a morte de mais um general russo na região.

Em uma mensagem publicada no Telegram, Pushilin enviou suas "sinceras condolências à família e amigos" do general Roman Kutuzov, "que mostrou com seu exemplo como servir a pátria".

As forças ucranianas afirmam que mataram vários militares russos de alto escalão desde o início da ofensiva de Moscou, em 24 de fevereiro. Mas o número exato não é conhecido, pois a Rússia raramente anuncia perdas militares.

O ministro russo da Defesa também anunciou o fim da retirada das minas no porto de Mariupol, cuja conquista custou a Moscou semanas de combates violentos. O porto "está operando com normalidade e recebeu os primeiros navios de carga", afirmou Shoigu.

- Missão em Zaporizhzhia? -

A Rússia também ocupa a central nuclear de Zaporizhzhia desde o início da invasão. Em um cenário de combates intensos, Kiev criticou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) por querer visitar a usina.

A visita à central apenas será possível quando a Ucrânia recuperar o controle do local", afirmou no Telegram a Energoatom, empresa que opera as centrais atômicas ucranianas.

Rafael Grossi, diretor da AIEA, afirmou na segunda-feira no Twitter que a AIEA estava preparando uma missão de especialistas para visitar a central de Zaporizhzhia, a maior da Europa, porque a Ucrânia havia "solicitado".

"O diretor geral da AIEA Rafael Grossi mente de novo", denunciou a Energoatom.

"Consideramos esta declaração uma nova tentativa de acesso à central de Zaporizhzhia para legitimar a presença dos ocupantes e aprovar seus atos", acrescentou a operadora.

A Rússia ameaçou em 19 de maio cortar a ligação da Ucrânia com a usina nuclear de Zaporizhzhia, a menos que Kiev pagasse a Moscou pela energia elétrica produzida.

Em 2021, a central representava 20% da produção anual de energia elétrica da Ucrânia e quase metade de toda a energia nuclear produzida no país.

- Chantagem do trigo -

A invasão determinada pelo presidente russo, Vladimir Putin, ao lado das dificuldades persistentes nas cadeias abastecimento provocadas pela covid-19, provocam o temor de uma escassez global de alimentos.

Rússia e Ucrânia produziam antes do conflito 30% das exportações mundiais de trigo. Mas o bloqueio russo dos portos do Mar Negro provoca a paralisação de até 25 milhões de toneladas de cereais, advertiu Zelensky.

Além do bloqueio, autoridades ucranianas denunciaram que a Rússia está roubando suas reservas de cereais para vendê-las em seu próprio benefício, acusações que a diplomacia dos Estados Unidos considerou "confiáveis".

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, acusou Putin de tentar uma "chantagem" contra as potências ocidentais para que concluam as sanções contra Moscou.

A Turquia se ofereceu para escoltar os comboios marítimos dos portos ucranianos, apesar da presença de minas, das quais algumas foram detectadas perto da costa turca.

Nesse sentido, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, chegou nesta terça-feira à capital turca Ancara para falar da criação de corredores marítimos pelo mar Negro.

Desde o início do conflito, milhares de civis morreram e milhões foram obrigados a abandonar suas casas.

No Conselho de Segurança da ONU, Estados Unidos e os países europeus exigiram que a Rússia interrompa a suposta violência sexual executada por integrantes de suas Forças Armadas, após segundo acusações da Ucrânia que Moscou chamou de "mentiras".

AFP / Estado de Minas

PT: de onde menos se espera, daí é que não sai nada.




O que foi oferecido ao Brasil é de tirar o sono de qualquer um que sonhe com um país mais próspero, justo e livre. 

Por Alexandre Borges (foto)

O PT acaba de divulgar as "diretrizes para reconstrução do Brasil", um esboço ligeiro e descuidado com as linhas gerais do que poderá vir a ser o programa de governo para o eventual governo Lula 3 (2023-2026). A boutade do Barão de Itararé, reproduzida no título, nunca foi tão atual.

Lula lidera com certa folga as quase 15 pesquisas de opinião regularmente divulgadas no Brasil, com registro no TSE, nas quais o ex-presidente abre algo como vinte pontos de vantagem sobre seu principal concorrente. Nada ainda decidido, mas há um favoritismo do eterno mandatário petista que não pode ser desprezado, muito menos o conjunto retrógrado, anacrônico e negligente de ideias divulgado no dia de ontem.

O documento é um conjunto desconjuntado de frases, como uma thread (ou fio) de twitter, em que se vê uma proposta que une atraso ideológico com desprezo pelas experiências passadas e mal sucedidas do país com o intervencionismo estatal na economia, além da sanha autoritária e chavista de controle da imprensa e das redes sociais. Você não precisa acreditar em mim, leia por você e confira.

Não há dúvidas de que o sarrafo está muito baixo e qualquer coisa que se ofereça ao povo brasileiro como alternativa ao que se tem hoje pode parecer melhor, mas o niilismo é sempre mau conselheiro e um pouco de racionalidade e prudência neste momento são recomendáveis. É sempre possível piorar,

O diagnóstico apresentado está baseado numa falácia absurda: o Brasil viveria num regime "neoliberal", seja lá o que isso signifique, quando na realidade ocupa a vergonhosa 133ª posição entre 177 países medidos pelo ranking de 2022 da Heritage Foundation, ficando atrás de potências como Nicarágua, Equador, Paraguai, Sri Lanka, Tonga, Senegal, Uganda, Namíbia e Burkina Faso. A partir deste diagnóstico, o tratamento sugerido tem tudo para matar o paciente.

Do pouco que o documento traz, algumas flechadas certeiras no peito do país como a revogação da tímida reforma trabalhista, com direito à promessa de perseguição aos aplicativos que oferecem renda a milhões de brasileiros que aderiram voluntariamente a eles por absoluta falta de melhores alternativas. Fala-se também no controle da mídia, como se ele hoje efetivamente já não acontecesse pela manipulação pouco republicana das verbas publicitárias ou da competição predatória de picaretas virtuais que vivem de subsídios cruzados ou explorando o analfabetismo funcional de parte do eleitorado.

Neste trem fantasma de ideias perniciosas, é preciso destacar que Ciro Gomes ao menos, ao oferecer um livro com propostas ao debate, ao menos tentou qualificar o debate com ideias de cem anos atrás, como um aceno ao New Deal e ao Estado Novo varguista, mas ao menos desenvolvidas com mais seriedade, dedicação e rigor do que as constrangedoras diretrizes petistas.

O que foi oferecido ao Brasil é de tirar o sono de qualquer um que sonhe com um país mais próspero, justo e livre. O PT surfa a onda de oposição a um governo impopular, trapalhão, clientelista, patrimonialista e apoiado pelo conjunto mais vulgar e semiletrado de influenciadores e palpiteiros da história, mas isso não pode deixar com que a sociedade civil e suas vozes independentes deixem de apontar com veemência seus acenos para um país ainda mais voltado ao passado.

Lula está visivelmente amargurado e ressentido com o país que apeou Dilma do poder e colocou seu padrinho no xilindró por 580 dias. Se sua proposta de governo for apenas o revisionismo histórico e a tentativa de limpar sua biografia, não é preciso bola de cristal para antever o precipício onde essa estrada termina.

Gazeta do Povo (PR)

"Putin quer dividir a Europa", afirma Merkel




Em sua primeira entrevista após deixar o governo, ex-chanceler alemã faz duras críticas à invasão russa na Ucrânia e diz ter feito todo o possível para evitar o conflito. Ela afirma ter total confiança em seu sucessor.

Em sua primeira entrevista após deixar a chefia de governo da Alemanha, a ex-chanceler federal Angela Merkel afirmou nesta terça-feira (07/06) ter "total confiança" no governo que a sucedeu, e fez duras críticas ao líder russo, Vladimir Putin, em razão da invasão russa à Ucrânia.

Na entrevista ao jornalista Alexander Osang, da revista alemã Der Spiegel, realizada em uma sala de concertos em Berlim, a ex-chanceler contou que, após 16 anos no poder, estava claro para ela que havia chegado a hora de parar.

Ela disse que sua vida pessoal vai bem, mas afirmou que a invasão russa na Ucrânia vem ocupando boa parte de seu tempo, e que, por vezes, isso a deixa deprimida.

A política conservadora disse que, enquanto estava no poder, se esforçou para que a situação na Ucrânia não se agravasse da forma como acabou ocorrendo, e revelou que não se sente culpada por não ter feito o suficiente para evitar o conflito.

Ela contou que era contra a ideia de incluir a Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), justamente para evitar um agravamento das tensões com Moscou, e por avaliar que Kiev não estava pronta para uma eventual adesão. 

Contra adesão da Ucrânia à Otan

A ex-chanceler avalia que jamais houve a opção de se criar uma arquitetura de segurança capaz de convencer a Rússia a adotar uma estratégia diferente.

Mesmo assim, ela disse que se pergunta com frequência se poderia ter feito mais para evitar o que chamou de "grande tragédia".

Merkel avalia que não há justificativa para o "desprezo brutal pelas leis internacionais" por parte da Rússia.

Ela ressaltou que jamais foi ingênua em relação ao "ódio" de Putin ao modelo ocidental de democracia, e disse ter alertado diversas vezes os líderes internacionais de que o objetivo do líder russo era dividir a União Europeia.

Merkel disse que, em sua opinião, Putin, tem como objetivo a divisão da Europa. "Sabemos que ele quer dividir a União Europeia, porque a vê como uma precursora da Otan", afirmou.

Um dos motivos que o líder russo utilizou para tentar justificar a invasão ao país vizinho foi, justamente, a expansão da aliança militar ocidental no Leste Europeu.

Defesa da diplomacia

Ela, porém, disse que não há motivos para se desculpar pelos esforços realizados pelo seu governo, na busca por uma solução diplomática para as tensões que aumentavam durante os últimos anos em que esteve no cargo, especialmente em 2021, quando aumentavam os temores de uma invasão russa ao território ucraniano.

"É uma grande tristeza que não tenha dado certo, mas eu não me culpo por não tentar", afirmou, ao se referir ao Acordo de Minsk, no qual Alemanha e França tentaram intermediar negociações de paz entre Rússia e Ucrânia, após a anexação da Península da Crimeia por Moscou, em 2014.

'Merkel condena "desprezo brutal pelas leis internacionais" por parte da Rússia'

"A diplomacia não está equivocada simplesmente por não ter dado certo", afirmou. "Dessa forma, não vejo motivo pelo qual eu deveria dizer que cometi erros, e não vou pedir desculpas."

Durante seu tempo à frente do governo alemão, ela sempre teve o cuidado de não deixar que a comunicação com Putin fosse interrompida, mesmo não tendo apreço pessoal pelo líder russo.

Merkel, no entanto, ainda é muito criticada por seu envolvimento no projeto do gasoduto Nord Stream 2, que exacerbou a dependência alemã no gás natural importado da Rússia.

Na semana passada, a ex-chanceler rompeu o silêncio que havia mantido desde o início do conflito e classificou o ataque russo contra a Ucrânia como "uma violação flagrante" do direito internacional e uma "ruptura profunda" na história da Europa depois da Segunda Guerra Mundial.

Ela expressou sua solidariedade à Ucrânia, e que apoia seu "direito à autodefesa". 

Confiança total em Scholz

Nesta terça, Merkel disse confiar totalmente no governo que a sucedeu, e que os novos governantes são pessoas experientes que conhecem bem as circunstâncias políticas do país. O atual chanceler federal, Olaf Scholz, atuou como ministro das Finanças no último governo de Merkel.

Ela explicou que evita falar publicamente como ex-chefe de governo, e que seu papel não é o de dar aconselhamento nos bastidores, e prefere se manter à distância.

Merkel contou que realizou amplas caminhadas de inverno na região do Mar Báltico, e que ouve muitos podcats. Ela afirma que não se sente entediada e que, após lidar por muito tempo com compromissos incessantes, se adaptou bem à nova vida.

Deutsche Welle

Apoio de países ocidentais à Ucrânia está perdendo força?




Os líderes do Reino Unido, França e EUA formaram uma frente unida na reunião do G7 em março

Por Paul Adams

Com as forças russas avançando lentamente na região leste de Donbas e especialistas militares falando de uma longa guerra de desgaste, fissuras parecem ter começado a aparecer no apoio do Ocidente à Ucrânia.

Enquanto dirige a ação da Rússia dos luxuosos salões do Kremlin, o que Vladimir Putin pensa sobre os intensos debates ocidentais sobre a melhor forma de apoiar a Ucrânia e até que ponto a Rússia deve ser punida?

Em um canto, ele vê governos do Reino Unido, da Polônia e no Báltico defendendo que a Rússia seja firmemente derrotada.

"Precisamos garantir que a Rússia seja expulsa da Ucrânia pelos ucranianos", disse a secretária britânica de Relações Exteriores, Liz Truss, na semana passada.

"A integridade do território ucraniano é inegociável."

Do outro lado, Putin vê líderes na França, Alemanha e Itália pedindo uma abordagem diferente.

'O chanceler alemão Olaf Scholz relutou em enviar armas e tanques para a Ucrânia'

No início de maio, o presidente da França, Emmanuel Macron, fez um apelo para que houvesse um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia. Ele pediu que o Ocidente "não ceda à tentação da humilhação, nem ao espírito de vingança".

No dia seguinte, o primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, falando na Casa Branca, disse que as pessoas na Europa querem "imaginar a possibilidade de haver um cessar-fogo com negociações críveis".

Depois que Macron e o chanceler alemão, Olaf Scholz, conversaram por 80 minutos com Putin no sábado, com o objetivo de convencê-lo a permitir que a Ucrânia exporte grãos pelo Mar Negro, o vice-primeiro-ministro da Letônia fez críticas pesadas aos ocidentais nas redes sociais.

"Parece que há uma série de chamados líderes ocidentais que possuem a necessidade explícita de auto-humilhação, em combinação com um total distanciamento da realidade política", tuitou Artis Pabriks.

Sinais contraditórios

Mas para o Kremlin, o que realmente interessa é o presidente dos EUA.

Mas Joe Biden enviou recados diferentes em momentos distintos. Em março ele chamou Putin de "criminoso de guerra", parecendo sugerir a necessidade de mudança de regime em Moscou. Esta semana ele parecia relutante em enviar sistemas de foguetes à Ucrânia "que possam atacar a Rússia".

O ex-primeiro-ministro e ex-presidente russo Dmitry Medvedev chamou essa declaração de "racional". Mas a decisão dos EUA anunciada na quarta-feira de enviar um sistema de foguetes mais avançado para a Ucrânia foi descrita pelo Kremlin como "jogar gasolina no fogo".

'Os EUA concordaram em fornecer à Ucrânia lançadores de mísseis HIMARS capazes de atingir alvos a mais de 70 quilômetros de distância'

Com o costume do presidente dos EUA de falar de improviso, geralmente cabe ao seu secretário de Estado, Anthony Blinken, apresentar a posição oficial do governo.

Em uma recente reunião de ministros das Relações Exteriores da Otan em Berlim, Blinken disse que os EUA e seus parceiros estão "focados em dar à Ucrânia a mão mais forte possível no campo de batalha e em qualquer mesa de negociações, para que o país possa repelir a agressão russa e defender sua independência e soberania".

São palavras fortes, mas como exatamente se define "a mão mais forte possível"? E o que significa defender "plenamente" a independência e a soberania da Ucrânia?

As divergências estão começando a minar o consenso ocidental sobre a Ucrânia?

"Você só precisa olhar para a dificuldade que foi se chegar ao embargo do petróleo", diz Ian Bond, diretor de política externa do Centro para a Reforma Europeia, referindo-se às semanas difíceis de negociação que resultaram no embargo parcial da União Europeia ao petróleo russo nesta semana.

A noção de que a UE passará a sancionar também o gás russo já foi abandonada. Os países bálticos e a Polônia gostariam que isso acontecesse rapidamente, mas a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, admitiu esta semana que "todas as próximas sanções serão mais difíceis".

O chanceler da Áustria, Karl Nehammer, disse que um embargo de gás "não será um problema no próximo pacote de sanções".

Mais armas

O Ocidente prometeu muito, argumenta Kiev, mas cumpriu pouco.

As promessas americanas e alemãs desta semana de fornecer artilharia avançada com múltiplos foguetes e sistemas de defesa aérea e radar certamente ajudarão a atender às demandas urgentes dos comandantes ucranianos.

Mas as alegações de que os alemães estão se arrastando em relação a compromissos anteriores e a insistência de Joe Biden de que as armas dos EUA sejam usadas apenas para atingir alvos russos dentro da Ucrânia fazem com que alguns se perguntem por que o Ocidente procura impor limites ao esforço de guerra da Ucrânia enquanto a Rússia não observa nenhum limite.

"Há uma espécie de calibragem acontecendo", diz Ian Bond. "Como se estivéssemos dizendo 'queremos que os ucranianos ganhem a guerra, mas não muito'."

'Os EUA fornecem mísseis antitanque para a Ucrânia'

Acredita-se que Putin começou a guerra confiante de que o Ocidente não resistiria — que os membros da Otan, recém humilhados no Afeganistão, evitariam um novo imbróglio internacional.

Alguns relatórios recentes de Moscou sugerem uma crescente confiança, gerada pelo sucesso gradual no campo de batalha e a crença, nas palavras de uma fonte citada pelo site Meduza, de que "mais cedo ou mais tarde, a Europa se cansará de ajudar".

O Kremlin pode ter se animado com a advertência do governo britânico desta semana de que até seis milhões de lares britânicos podem enfrentar cortes de energia se a Rússia fechar o fornecimento de gás neste inverno.

A insatisfação da opinião pública no Ocidente poderia minar o apoio à Ucrânia?

É um perigo que a Diretora de Inteligência Nacional dos EUA, Avril Haines, explicou aos membros do Congresso no mês passado.

"Ele [Putin] provavelmente está contando que a determinação dos EUA e da UE vai se esvair", disse ela aos membros do Comitê de Serviços Armados do Senado, "à medida que a escassez de alimentos, a inflação e os preços da energia pioram".

'O consenso ocidental sobre a Ucrânia permanece intacto'

Apesar de todas as ansiedades, o consenso ocidental sobre a Ucrânia permanece intacto.

Mas as rachaduras que existem ainda podem se ampliar.

"Se qualquer um dos lados começar a obter ganhos decisivos, isso pode virar um problema", diz Ian Bond.

"Se os russos romperem completamente as linhas ucranianas no leste e começarem a se dirigir para o rio Dnieper, a questão de quanto território a Ucrânia deveria estar disposta a sacrificar para alcançar um cessar-fogo vai crescer na agenda."

Da mesma forma, se as forças ucranianas começarem a expulsar os russos, diz Ian Bond, "haverá vozes no Ocidente dizendo 'não tente recapturar partes do Donbas que os russos controlam desde 2014'".

Não é um debate que parece muito relevante ainda, mas quando o veterano diplomata americano Henry Kissinger sugeriu em Davos que a Ucrânia deveria considerar ceder território para fazer a paz com a Rússia, ele recebeu uma resposta furiosa na Ucrânia.

É um sinal de que debates intensos ainda estão por vir.

BBC Brasil

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