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sexta-feira, janeiro 07, 2022

Uma mãozinha




As circunstâncias não são ruins para os adversários de Bolsonaro e Lula, mas falta ação

Por William Waack (foto)

A última vez em que um candidato apostou com sucesso que as várias circunstâncias o ajudariam foi Bolsonaro em 2018. Assim mesmo, ele se empenhou em empurrar as circunstâncias a seu favor (via uso das redes sociais) e teve a facada como um imponderável decisivo (a política é o campo do imponderável). Só que 2018 não se repete, é o consenso geral entre analistas e agentes políticos.

Por isso é que jogar parado como Lula faz é uma tática arriscada sobretudo contra o tempo. Aparentemente o calejado estado-maior petista acha que tudo converge para uma vitória até em primeiro turno. Os “empurrões” (a mãozinha ajudando os fatos) são absolutamente previsíveis: acenos ao difuso “centro” (via Alckmin) e o apelo à memória de tempos melhores (como se sabe, nada muda mais do que o passado).

O problema para o cálculo político dos adversários de Lula e Bolsonaro é, em primeiro lugar, estabelecer se as circunstâncias estão atrapalhando ou ajudando as diversas candidaturas. Bolsonaro se esmera em reiterar o que tem de pior em termos de imagem, e Lula o que se espera de pior em termos de falta de ideias para tirar o País da estagnação (como demonstra sua opção de porta-voz para assuntos econômicos). Mas é essa a percepção geral do eleitorado? Ou só da minúscula parcela dos que se dedicam profissionalmente à política?

Não, a eleição não está ainda no horizonte do grande público. Razoável “consenso” entre profissionais de pesquisas indica uma “demanda do eleitorado” rumo ao que se chamaria (com todas as dificuldades apresentadas pela maçaroca ideológica brasileira) para a “centro-direita”. Mas dentro de um ambiente emocional, importantíssimo para a política, de considerável medo (inflação e corrosão da renda), cautela (pandemia) e resignação (decepção com os incumbentes nos cargos políticos).

Surge daí para os adversários de Lula e Bolsonaro uma conclusão preocupante: as circunstâncias criam a mistura combustível necessária para incendiar uma eleição, mas isso dependerá da capacidade política de criar a faísca. Que é função neste momento de organização e mobilização políticas que rompam medo e resignação através de um “sonho”, de um horizonte além das corretas propostas de saúde, equilíbrio fiscal, educação de qualidade ou transparência democrática (tudo elogiável, sem dúvida).

De fato o País desaprendeu a sonhar consigo mesmo e hoje titubeia entre qual o pesadelo menos pior. Se não houver a “mãozinha” empurrando as circunstâncias, o sonho dependerá do imponderável. É muito alto o risco.

O Estado de São Paulo

Japão e Austrália assinam tratado de defesa 'histórico'




Premiê japonês, Fumio Kishida (à dir.), e seu homólogo australiano, Scott Morrison, exibem o acordo bilateral assinado, em teleconferência feita na residência oficial de Kishida, em Tóquio, em 6 de janeiro de 2022 

Japão e Austrália assinaram, nesta quinta-feira (6), um tratado classificado como "histórico" para reforçar sua cooperação em matéria de defesa, garantindo que o acordo contribuirá para a estabilidade regional, em um momento em que a China expande sua influência militar e econômica.

Embora o primeiro-ministro australiano Scott Morrison não tenha feito qualquer referência à China durante uma declaração antes da assinatura, o tratado é considerado um novo passo no estreitamento dos laços entre Canberra e Tóquio, frente às ambições da China na região.

Antes de sua cúpula virtual com seu homólogo Fumio Kishida, Morrison descreveu o acordo como a "afirmação do compromisso de duas nações de trabalharem juntas para responder aos desafios de segurança estratégica comuns que enfrentamos e contribuir para um Indo-Pacífico seguro e estável".

"Este tratado histórico (...) trará, pela primeira vez, um marco claro para uma interoperabilidade e uma cooperação ampliada entre nossas duas potências", disse o líder australiano, destacando seu "compromisso a favor da democracia e dos direitos humanos".

Junto com Estados Unidos e Índia, Japão e Austrália compõem o grupo informal "Quad", que nos últimos anos tem trabalhado para construir uma aliança contra o que, para eles, a China representa como ameaça nas vias marítimas do Pacífico.

Ali Wyne, analista do Eurasia Group, avalia que o novo tratado pode reforçar a capacidade de ambos os países de fazer manobras militares conjuntas no Japão com os Estados Unidos.

"A China provavelmente verá nisso mais uma prova de que as democracias industriais avançadas buscam obstaculizar seu ressurgimento", disse ele à AFP.

Ao ser questionado sobre o tratado, o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin, afirmou, na quarta-feira (5), que esse tipo de intercâmbio "deveria promover o reforço do entendimento e da confiança mútua entre os países da região (...) em vez de mirar, ou minar os interesses de um terceiro".

Em setembro passado, Estados Unidos, Reino Unido e Austrália anunciaram a formação de uma nova aliança militar, "Aukus", que permitirá ao país oceânico se equipar com submarinos de propulsão nuclear americanos.

O Japão, por sua vez, aumentou seus gastos militares na última década. Seu orçamento para 2022-2023 destina um valor recorde para a defesa.

O Ministério da Defesa do Japão garante que a situação de segurança na região se torna "cada vez mais grave, a uma velocidade sem precedentes", em alusão aos desafios criados por China e Coreia do Norte.

Japão pede às tropas dos EUA restrição de movimento por surto de covid

O ministro japonês das Relações Exteriores, Yoshimasa Hayashi, pediu ao secretário de Estado americano, Antony Blinken, que considere restringir o movimento de suas tropas no arquipélago asiático, após o aumento de casos de covid-19 em torno de suas bases.

O pedido foi feito depois do aumento de casos ao redor de Okinawa, que sedia grande parte do destacamento militar dos Estados Unidos no Japão. O governador dessa região atribuiu o avanço no número de infecções aos focos surgidos nas bases militares.

Em um telefonema com Blinken, Hayashi "solicitou, de forma veemente, o endurecimento das medidas para prevenir a propagação das infecções", disse o ministério em um comunicado.

Na sequência, um comunicado das forças americanas no Japão anunciou um endurecimento das medidas sanitárias, incluindo a obrigação de se usar máscara dentro e fora da base e de apresentar um teste negativo para covid-19 para deixar o complexo militar.

A nota informa ainda que, "agora, são exigidos pelo menos três testes negativos de covid-19 antes de viajar para o Japão", incluindo um na chegada.

As autoridades de Okinawa detectaram 998 casos de coronavírus entre 15 de dezembro e 5 de janeiro apenas nas bases dos EUA, um número que não inclui os residentes locais que trabalham para elas.

Nas últimas 24 horas, esta ilha no sul do país registrou 623 casos, quase o triplo do dia anterior.

O governador de Okinawa já havia criticado os militares americanos por não cumprirem as rígidas medidas sanitárias impostas no Japão para chegadas do exterior. Em outras partes do país, também foi registrado aumento de casos de covid-19 no entorno de bases americanas nas últimas semanas.

AFP / DefesaNet

Novos conflitos no Cazaquistão após chegada de tropas russas




Novos confrontos aconteceram nesta quinta-feira (6) em Almaty, a principal cidade do Cazaquistão, após a chegada de tropas lideradas pela Rússia para ajudar o governo a acabar com os distúrbios, que já deixam dezenas de mortos e centenas de feridos.

Rajadas de tiros puderam ser ouvidas na zona central da cidade, no dia seguinte a um surto de violência, com prédios do governo incendiados e saques de lojas, informou um jornalista da AFP.

A mobilização começou a se espalhar no domingo por várias províncias deste país da Ásia central pelo aumento dos preços do gás e chegou a Almaty.

Uma manifestante de 58 anos, que pediu anonimato, disse que houve confrontos perto da residência presidencial entre os manifestantes e a polícia, que disparava munição real. "Vimos pessoas mortas", contou à AFP.

- Limitar os preços -

Segundo contas oficiais, mais de 1.000 pessoas ficaram feridas nos distúrbios e cerca de 400 estão hospitalizadas, 62 delas na UTI.

De acordo com o governo, citado por agências russas, 18 membros das forças de segurança morreram, dois deles encontrados decapitados e 748 ficaram feridos.

O presidente do Cazaquistão, Kassym Jomart Tokayev, pediu ajuda para combater o que classificou como uma revolta de "grupos terroristas", que acusou terem recebido "treinamento no exterior".

A vizinha Rússia e seus aliados da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC) anunciaram o envio ao Cazaquistão do primeiro contingente de uma "força coletiva de manutenção da paz" e os primeiros soldados chegaram ao destino nesta quinta.

Para tentar amenizar a crise, o governo anunciou que imporia um limite aos preços do combustível, que estará em vigor por 80 dias para "estabilizar a situação socioeconômica".

Esta é a maior mobilização em décadas neste país que foi governado de 1989 até 2019 por Nursultán Nazarbáyev, considerado o mentor do atual presidente.

Tokayev tentou acalmar a situação anunciando a renúncia do gabinete, sem nenhum efeito.

- Comunicação sofre complicações -

Para controlar a situação, o governo impôs um toque de recolher e declarou estado de emergência.

No entanto, não existe um panorama completo da situação, já que há complicações nas comunicações, um bloqueio dos sinais de celulares, cortes da internet e de vários serviços de troca de mensagens.

A porta-voz do Banco Central, Oljassa Ramazanova, anunciou a suspensão do trabalho de todas as instituições financeiras do país, .

Os aeroportos de Almaty, das cidades de Aktobe e Aktau e da capital Nursultán não estavam funcionando hoje após o cancelamento dos voos no dia anterior.

Como consequência do caos, o preço do urânio, do qual o Cazaquistão é um dos principais produtores mundiais, subiu bruscamente, enquanto os preços das empresas nacionais despencaram na bolsa de Londres.

O país também é um centro de exploração de bitcoins, uma atividade que também está sofrendo uma forte queda.

O ex-presidente Nursultán Nazarbáyev, de 81 anos, é alvo de parte da indignação dos manifestantes e em muitos protestos escuta-se o slogan "Fora velho!", em referência à sua influência na política.

- EUA pede solução 'pacífica' -

A União Europeia (UE) expressou sua "preocupação" pela situação e os Estados Unidos pediram uma solução "pacífica".

O porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, alertou as tropas russas enviadas ao Cazaquistão para que não tentem tomar o controle das instituições do país, afirmando que o mundo estará atento para qualquer violação dos direitos humanos.

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu a todas as partes para "se absterem da violência".

O Cazaquistão, um país onde há pouca tolerância à oposição, é um aliado-chave da Rússia, mas também busca ter relações fluidas com o Ocidente e a China.

Para o líder da oposição cazaque com base na França, Mukhtar Ablyazov, o regime cazaque se aproxima do fim.

"Acho que é o fim do regime, a questão é quanto tempo vai demorar", disse. "Pode durar mais um ano, mas tudo pode mudar em duas semanas", refletiu Ablyazov durante uma entrevista em Paris para a AFP.

AFP / Estado de Minas

UE promete 'total apoio' à Ucrânia frente à Rússia




O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba (E) e o Alto Representante da União Europeia para as Relações Exteriores e Política de Segurança, Josep Borrell (D) em Kharkiv, em 5 de janeiro de 2022. Foto da assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia. 

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, prometeu nesta quarta-feira (5) na Ucrânia o total apoio do bloco ao país no caso de uma invasão russa, antes das negociações entre Washington e Moscou sobre a crise.

"Estamos aqui, em primeiro lugar, para reafirmar o total apoio da União Europeia à independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia", declarou Borrell numa conferência de imprensa com o chanceler ucraniano Dmytro Kuleba.

"Qualquer agressão militar contra a Ucrânia terá consequências descontroladas e um alto preço", disse ele na cidade de Stanytsya Luganska, na região de Lugansk, que está na linha de frente. “E estamos nos coordenando com os Estados Unidos, com a OTAN e com outros parceiros para trabalhar pela redução da escalada”, acrescentou. A visita de Borrell é a primeira de um oficial de política externa da UE ao leste da Ucrânia desde o início da guerra, há quase oito anos.

'Desescalar' a situação

Washington e seus aliados acusam a Rússia de preparar uma invasão depois de concentrar cerca de 100.000 soldados perto da fronteira com a Ucrânia. Os países ocidentais estão tentando dissuadir Moscou de lançar um ataque contra seu vizinho, que desde 2014 luta contra separatistas pró-russos em duas regiões da fronteira oriental.

O conflito eclodiu após a anexação da Crimeia pela Rússia e deixou mais de 13.000 mortos. O ministro ucraniano Kuleba disse estar "feliz" pelo chefe da diplomacia europeia ter a oportunidade de visitar a linha de frente e "ver as consequências do conflito com seus próprios olhos".

Ele também garantiu que a ex-república soviética e a União Europeia buscam "desescalar a situação por meios diplomáticos, para que Moscou reduza as tensões e abandone suas intenções agressivas".

"A União Europeia está ao lado da Ucrânia para conter a política agressiva da Rússia", disse Kuleba.

Tanto Kiev quanto seus aliados acusam a Rússia de fomentar a rebelião, mas Moscou nega.

O presidente russo, Vladimir Putin, nega que esteja preparando um ataque e garante que os movimentos das tropas sejam uma reação ao avanço militar ocidental.

No mês passado, Moscou exigiu que a OTAN rejeitasse uma eventual adesão da Ucrânia e pediu aos Estados Unidos que não estabelecessem novas bases militares nas ex-repúblicas soviéticas.

Negociações com a UE e Ucrânia

A partir de domingo, altos funcionários dos Estados Unidos e da Rússia participarão de dois dias de diálogos sobre a crise em Genebra.

A UE teme ficar de fora em uma questão que a afeta: "Limitar as esferas de influência de duas grandes potências" não é mais relevante, disse Borrell na quarta-feira.

"Não há segurança na Europa sem segurança na Ucrânia. E é claro que qualquer discussão sobre a segurança europeia deve levar em conta a UE e a Ucrânia", acrescentou.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, garantiu a seus aliados europeus que atuará em conjunto com eles, afastando as especulações de que poderia buscar um acordo com a Rússia que afete a Europa sem sua participação.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, falou por telefone com chanceleres de sete países da UE na segunda-feira. Tanto os Estados Unidos quanto seus parceiros europeus ameaçam impor sanções econômicas caso a Rússia invada a Ucrânia.

"Será muito difícil fazer um avanço real ... em um contexto de escalada e ameaças com uma arma apontada para a cabeça da Ucrânia", disse Blinken em uma entrevista coletiva com a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock.

O secretário de Estado também pediu a Berlim que paralise o polêmico gasoduto Nord Stream 2 - para fornecer gás russo à Alemanha - se a Rússia invadir a Ucrânia.

AFP / DefesaNet

Lula aposta no confronto com Bolsonaro, centro não se unifica

 




A aliança entre setores social-democratas, liberais e conservadores comprometidos com o Estado democrático de direito hoje não se materializa, porque nenhuma liderança foi capaz de traduzi-la.

Por Luiz Carlos Azedo (foto)

O artigo do ex-ministro da Fazenda Guio Mantega sobre a política econômica do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, publicado ontem na Folha de São Paulo, na verdade um resumo do que pensa o grupo de economistas que o assessoram, desconectou o projeto petista do colapso econômico do governo Dilma Rousseff em 2015, o que despertou grande polêmica entre analistas e economistas. Ao mesmo tempo, demarcou claramente a candidatura de Lula como um projeto de esquerda, que batizou de social-desenvolvimentista, e não de centro-esquerda.

A narrativa de Mantega emula com o discurso nacional-desenvolvimentista do candidato do PDT, Ciro Gomes; ao mesmo tempo, aparta o projeto petista dos setores que defendem uma política social-liberal e de plena integração à economia mundial, o que pode facilitar a vida dos demais candidatos que lutam por um lugar ao sol na chamada terceira via: Sergio Moro (Podemos), João Doria (PSDB), Simone Tebet (MDB), Rodrigo Pacheco (PSD) e Alessandro Vieira (Cidadania). Essa agenda conta com certo consenso entre os agentes econômicos, porém, não sensibiliza o eleitorado, porque não enfrenta o problema das políticas públicas universalistas, do desemprego, da precarização do trabalho e das injustiças sociais.

A aliança entre setores social-democratas, liberais e conservadores comprometidos com o Estado democrático de direito foi o eixo do governo de Fernando Henrique Cardoso, mas hoje não se materializa, porque nenhuma liderança foi capaz de traduzi-la em termos programáticos e eleitorais. Em tese, Moro, Doria, Tebet, Pacheco e Vieira são nomes que poderiam representá-la, unindo os setores centristas e moderados de esquerda e direita, mas nenhum desses candidatos até agora se revelou capaz de fazê-lo. Qual a razão? Há várias, dependendo do candidato.

No caso de Moro, sua narrativa lava-jatista afasta naturalmente os políticos profissionais, principalmente os enrolados ou chamuscados pela crise ética. Doria enfrenta o carma de ser um político com cabeça, tronco e membros de paulista, e uma forte dissidência partidária, principalmente em Minas e no Rio Grande do Sul. Tebet sinaliza a ocupação de espaço pelas mulheres, mas a cúpula do seu partido é especialista em cristianizar seus candidatos. Pacheco não tem a menor chance de viabilizar a candidatura sem unir Minas em torno do seu nome; Vieira pertence a um pequeno partido, cuja sobrevivência depende da formação de uma federação com outra legenda mais forte.

Entretanto, como diria o Barão de Itararé, se dependesse dos técnicos, o besouro não poderia voar. As eleições presidenciais, desde a surpreendente ascensão de Lula ao segundo turno em 1989, mostram que um candidato sem chances aparentes pode surpreender e chegar ao Palácio do Planalto. Em 2018, foi o que aconteceu com a eleição do presidente Jair Bolsonaro. Mas é preciso passar no teste de São Tomé, ou seja, nessas eleições, é preciso ver para crer.

Polarização

O artigo de Mantega sinalizou uma preocupação muito simétrica à do presidente Jair Bolsonaro, ou seja, consolidar a atual polarização eleitoral, demarcando o terreno já ocupado com uma narrativa ideologicamente definida. Uma espécie de carimbo no passaporte para o segundo turno, facilitada pela fragmentação eleitoral dos setores políticos que defendem um projeto alternativo a ambos, com uma narrativa nem-nem. A candidatura de Ciro Gomes, num eventual segundo turno, baldearia votos para o ex-presidente Lula, mesmo que o pedetista resolva se mandar para Paris. Processo semelhante pode ocorrer com a base eleitoral de Moro, profundamente antipetista, que poderia também transferir grande parte dos seus votos para Bolsonaro no segundo turno, mesmo com Moro tomando outro rumo.

Restam Doria, Tebet, Pacheco e Vieira, que têm mais afinidades programáticas do que diferenças. Quem dos quatro poderia ter mais adensamento eleitoral, considerando, agora sim, os seus pontos fortes? Em princípio, seria Doria, governador do maior estado do país. Mas isso não é documento, haja vista o desempenho pífio de Orestes Quércia (MDB), em 1994, e de Geraldo Alckmin (PSDB), nas eleições passadas. Tudo vai depender de quem tiver mais capacidade de tecer alianças e demover outros candidatos, e do seu posicionamento estratégico em relação aos problemas do país, além de uma narrativa eleitoral que surpreenda os adversários, seduzindo os eleitores. Por mais que Lula e Bolsonaro estejam em vantagem, ninguém ganha eleição de véspera.

Correio Braziliense

O que está por trás da crise no Cazaquistão




Alta no preço do gás foi estopim para protestos que levaram à renúncia do governo num dos principais aliados da Rússia na região. Agora o Estado, antes visto como estável, parece prestes a desmoronar.

Por Roman Goncharenko

Nada indicava o surgimento de uma crise profunda no Cazaquistão, mas subitamente a ex-república soviética da Ásia Central se tornou palco de protestos violentos. Dezenas de pessoas foram mortas na repressão aos protestos, e a reputação do país como uma nação pacífica e apenas moderadamente autocrática sofreu um golpe.

Tudo começou no domingo passado (02/01) e evoluiu muito rapidamente. Várias centenas de pessoas saíram para protestar na cidade de Zhanaozen, no oeste do Cazaquistão, contra o aumento do preço do gás liquefeito de petróleo (GLP). Desde então, a onda de protestos se espalhou por todo o país, com milhares aderindo às marchas.

Na quarta-feira, manifestantes também saíram às ruas de Almaty, a antiga capital e cidade mais populosa do país. Um palácio presidencial foi incendiado. Houve relatos de manifestantes invadindo prédios municipais, veículos da polícia incendiados, tiros e até explosões. O aeroporto de Almaty foi tomado, e todos os voos, cancelados.

Numa ação surpreendente, o presidente Kassym-Jomart Tokayev se mostrou compreensivo e prometeu resolver os problemas que estão gerando os distúrbios. O governo interino renunciou, e Tokayev declarou estado de emergência nas regiões mais afetadas do país.

Nesta quinta-feira, o presidente anunciou que vai reintroduzir um limite no preço do gás por ao menos seis meses para "estabilizar a situação socioeconômica".

Embora a situação permaneça obscura, uma coisa é certa: nunca antes o Cazaquistão, há muito considerado uma autocracia estável, se viu envolvido numa crise política de tamanha proporção. Suas repercussões provavelmente serão sentidas em toda região. Afinal, a antiga república soviética da Ásia Central é um aliado estratégico da Rússia e vende a maior parte das suas exportações de petróleo para a China, dois países seus vizinhos.

'Prédio do governo de Almaty foi incendiado pelos manifestantes'

Preços em alta e falta de energia

A atual onda de protestos originou-se em Zhanaozen, mesmo local onde, dez anos atrás, eclodiram violentos distúrbios depois que petroleiros entraram em greve.

Segundo o governo, 13 agentes de segurança foram mortos, e os corpos de dois deles foram encontrados decapitados. Segundo a polícia local, "dezenas de terroristas", como as autoridades cazaques descrevem os manifestantes, foram mortos nas primeiras horas da manhã desta quinta quando tentavam atacar sedes do governo. O número exato de fatalidades não foi divulgado.

Se dez anos atrás a agitação começou devido aos baixos salários, desta vez o motivo foi um aumento acentuado no preço do GLP. Usado por muitos cazaques para abastecer seus carros, o gás dobrou de preço na virada do ano. O governo, que já renunciou, justificou a alta com o aumento da demanda e cortes na produção.

Embora esse tenha sido o estopim dos atuais protestos, o Cazaquistão há muito enfrenta uma série de problemas, especialmente no setor de energia. No ano passado, por exemplo, não conseguiu gerar eletricidade suficiente, levando a paralisações de emergência. O país teve que contar com a Rússia para compensar as falhas de energia. Agora, planeja construir sua primeira usina nuclear.

O custo dos alimentos aumentou tão drasticamente que, no outono passado no hemisfério norte, o governo proibiu a exportação de gado e outros animais menores, além de batatas e cenouras.

Fim de três décadas de governo

A crise atual chega num momento em que o Cazaquistão se encontra numa encruzilhada política. Por três décadas, na era pós-soviética, o país foi governado por Nursultan Nazarbayev, hoje com 81 anos. Antes disso, durante a época comunista, ele foi primeiro-ministro da República Socialista Soviética do Cazaquistão e presidente do Partido Comunista do Cazaquistão.

Seu governo autoritário deixou uma marca no país, mas Nazarbayev também conseguiu atrair investimentos ocidentais no setor de petróleo e gás e, assim, gerar certa riqueza para o povo.

Além disso, Nazarbayev também mudou a capital de Almaty, no sul do país, perto do Quirguistão, para a cidade de Astana, que foi rebatizada de Nur-Sultan em sua homenagem.

Ele anunciou a renúncia da presidência em março de 2019, citando problemas de saúde como um dos motivos. Observadores, porém, presumem que ele queria, acima de tudo, assegurar seu legado.

'Presidente cazaque, Kassym-Jomart Tokayev, se mostrou compreensivo com os manifestantes'

Kassym-Jomart Tokayev tornou-se o novo presidente do país — mas Nazarbayev manteve importantes cargos até recentemente. Como "Jelbasy" (líder da nação), o ex-presidente permaneceu como chefe do poderoso conselho de segurança e do partido governante, o Nur-Otan.

Foi somente em novembro de 2021 que Nazarbayev anunciou que também entregaria a liderança do partido a Tokayev, de 68 anos. Na quarta-feira, Tokayev assumiu o cargo de chefe do Conselho de Segurança, em meios aos protestos.

Moscou monitora a crise

O plano de Nazarbayev para uma transferência gradual de poder está agora sob pressão e será observado de perto por outras ex-repúblicas soviéticas e sobretudo pela Rússia. O Cazaquistão é considerado o segundo aliado mais próximo de Moscou na região da Eurásia, atrás apenas de Belarus.

Após os protestos da oposição em Belarus, em 2020, a Rússia vê agora outro importante aliado estremecer.

Em 2010, Rússia, Belarus e o Cazaquistão fundaram uma união aduaneira, um ambicioso projeto de integração do presidente russo, Vladimir Putin. Isso resultou posteriormente na União Econômica Euroasiática (UEE), em 2015, à qual também pertencem a Armênia e o Quirguistão.

Putin e Nazarbayev mantêm uma relação muito próxima e se encontraram pela última vez em dezembro, na reunião das ex-repúblicas soviéticas, em São Petersburgo. Até agora, Moscou reagiu com cautela à crise no Cazaquistão. O Ministério do Exterior russo pediu diálogo.

Tokayev decretou o estado de emergência em todo o país e pediu o envio de uma força da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), uma aliança militar fundada em 1992 e que reúne a Rússia e mais cinco ex-repúblicas soviéticas: Armênia, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão e Tajiquistão. A organização anunciou o envio de militares para "estabilizar e normalizar a situação" no território cazaque. 

Deutsche Welle

Rússia e aliados enviam tropas para o Cazaquistão




Aliança militar liderada por Moscou destaca soldados para tentar conter revolta popular gerada por aumento do preço dos combustíveis. Dezenas morrem em confrontos na maior cidade do país.

Uma aliança militar liderada por Moscou enviou tropas nesta quinta-feira (06/01) para ajudar a conter a crescente agitação no Cazaquistão, após a polícia do país dizer que dezenas de pessoas morreram tentando invadir prédios do governo.

Vista por muito tempo como uma das mais estáveis ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, o Cazaquistão é palco de sua maior crise em décadas, após dias de protestos contra o aumento dos preços dos combustíveis que se transformaram em agitação generalizada.

Sob pressão crescente, o presidente Kassym-Jomart Tokayev apelou durante a noite para a Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), aliança liderada pela Rússia e que inclui cinco outras ex-repúblicas soviéticas, para combater o que chamou de "grupos terroristas" que "receberam treinamento extensivo no exterior" .

Em poucas horas, a aliança disse que as primeiras tropas haviam sido enviadas, incluindo paraquedistas russos e unidades militares de outros membros da OTSC. Não foi informado o número de soldados envolvidos.

O atual presidente da aliança, o primeiro-ministro armênio Nikol Pashinyan, anunciou anteriormente que concordaria com o pedido, dizendo que o Cazaquistão estava enfrentando "interferência externa".

"Dezenas de agressores eliminados"

No pior episódio de violência relatado até agora, a polícia disse que dezenas de pessoas foram mortas em confrontos entre manifestantes e forças de segurança em prédios do governo na maior cidade do país, Almaty.

"Na última madrugada, forças extremistas tentaram assaltar prédios administrativos, o departamento de polícia da cidade de Almaty, assim como comissariados da polícia local. Dezenas de agressores foram eliminados", disse o porta-voz da polícia Saltanat Azirbek, citado pelas agências de notícias Interfax-Cazaquistão, Tass e Ria Novosti.

A TV estatal afirmou que 13 membros das forças de segurança foram mortos e que os corpos de dois deles foram encontrados decapitados.

Tokayev disse em um discurso televisionado nesta quinta-feira que "terroristas" estavam invadindo edifícios, prédios de infraestrutura e combatendo as forças de segurança.

Vídeos nas redes sociais nesta quinta-feira mostraram lojas saqueadas e prédios queimados em Almaty, tiros de armas automáticas nas ruas e moradores gritando de medo.

Mais de mil feridos

As autoridades disseram que mais de mil pessoas ficaram feridas até o momento nos distúrbios, com quase 400 hospitalizadas e 62 em tratamento intensivo.

Protestos se espalharam pelo país de 19 milhões de habitantes nesta semana, em meio à crescente indignação com o aumento na virada do ano nos preços do gás liquefeito de petróleo (GLP), que é amplamente usado para abastecer carros no oeste do país.

Milhares foram às ruas em Almaty e na província ocidental de Mangystau, reclamando que o aumento do preço é injusto, dadas as vastas reservas do Cazaquistão, exportador de petróleo e gás.

Manifestantes teriam invadido vários prédios do governo na quarta-feira, incluindo o gabinete do prefeito de Almaty e a residência presidencial.

Comunicações cortadas

O quadro completo do caos é difícil de ser confirmado de forma independente, devido principalmente a interrupções generalizadas nas redes de comunicações, incluindo de telefones celulares e de internet, por horas.

Os protestos são a maior ameaça até agora ao regime estabelecido pelo presidente fundador do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, que deixou o cargo em 2019e escolheu Tokayev como seu sucessor.

Tokayev tentou evitar mais agitação anunciando a renúncia do governo chefiado pelo primeiro-ministro Askar Mamin na manhã de quarta-feira, mas os protestos continuaram.

Tokayev também anunciou que estava substituindo seu antecessor, Nazarbayev, como chefe do poderoso conselho de segurança, uma medida que surpreendeu, dada a grande influência que ainda possui o ex-presidente e sua família.

Com a escalada dos protestos, o governo disse na noite de quarta-feira que o estado de emergência declarado nas áreas afetadas seria estendido para todo o país e ficaria em vigor até 19 de janeiro. A medida inclui toque de recolher durante a noite, restringe os movimentos e proíbe as reuniões em massa.

Grande parte da revolta parece se dirigir a Nazarbayev, que tem 81 anos e governou o Cazaquistão a partir de 1989 antes de entregar o poder a Tokayev.

A UE e a ONU pediram "contenção" de todos os lados, enquanto Washington pediu às autoridades que permitissem que os manifestantes "se expressassem pacificamente".

O governo do Cazaquistão tolera pouca oposição real e repetidamente foi acusado de silenciar vozes independentes.

Deutsche Welle

Com Centrão, PT ajuda a afrouxar legislação de combate à corrupção




Quando os brasileiros foram às ruas em junho de 2013, uma das principais pautas que emergiram nos protestos foi o aprimoramento do combate à corrupção. A então presidente, Dilma Rousseff (PT), respondeu com um pacote de leis sobre o tema, que depois foram fundamentais para permitir as investigações da Operação Lava Jato, iniciada em março de 2014.

No entanto, após as apurações alcançarem nomes do partido como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a sigla se voltou contra a chamada "agenda anticorrupção" - e passou a trabalhar para desmantelá-la no Congresso, muitas vezes em conjunto com partidos do Centrão.

Projetos como a Lei Anticorrupção e a Lei das Organizações Criminosas, ambas de 2013, sofreram modificações ou foram alvo de projetos apresentados por petistas com apoio de parlamentares do PL, do Republicanos e do Progressistas, siglas que ocuparam ministérios nas gestões petistas e hoje dão suporte ao governo de Jair Bolsonaro.

O PT teve também protagonismo em outras mudanças legislativas que tendem a enfraquecer o arcabouço legal anticorrupção no País, de acordo com especialistas que acompanham o assunto. É o caso das alterações na Lei da Improbidade e da proposta de emenda à Constituição que muda a composição do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), e amplia a influência do Legislativo no órgão.

Secretário-geral do PT, o deputado Paulo Teixeira (SP) disse ao Estadão que "não houve mudança" de pensamento do partido sobre as legislações aprovadas, mas a intenção de "fazer o correto combate à corrupção". "A Lei de Improbidade combateu um monte de gente inocente. O correto combate à corrupção não pode destruir empresas, mas tem que tirar os corruptos das empresas", afirmou o parlamentar.

Teixeira declarou ainda considerar que o PT se deixou levar pela pressão que existia a favor do combate à corrupção após os protestos de junho de 2013, e acabou patrocinando leis "autoritárias", como a Lei das Organizações Criminosas.

"Nós erigimos uma legislação autoritária. Na ânsia de responder ao combate à corrupção, acabamos aceitando no Brasil legislações sugeridas pelos Estados Unidos e que eram altamente autoritárias, e que nem eles aplicavam lá", disse o secretário-geral do partido.

Ao lado do colega Wadih Damous (PT-RJ), Teixeira propôs uma série de mudanças na Lei das Organizações Criminosas, criando regras rígidas para os acordos de delação premiada e a exclusão da possibilidade de prisão preventiva para garantia da ordem pública e econômica - justificativa que motivou inúmeras ordens de custódia na Lava Jato.

ELOGIOS

Nos últimos anos, a atuação de governos do PT na agenda anticorrupção chegou a ser elogiada até por quem investigava seus nomes mais proeminentes, como Lula e os ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceu. Em 2016, o então procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou que os governos petistas permitiram o fortalecimento da Polícia Federal e do Ministério Público.

Mas o avanço das investigações da Lava Jato foi o estopim para que o PT se voltasse contra legislações criadas durante os 14 anos das gestões Lula e Dilma - normas consideradas pilares no enfrentamento dos crimes de colarinho-branco. O partido que garantiu a independência da PF e do MP passou a questionar a atuação dos órgãos no Congresso.

No fim de outubro, uma proposta de Teixeira tentou aumentar a influência da Câmara e do Senado no CNMP. O órgão responsável por fiscalizar a conduta de promotores e procuradores foi criado em 2004, no governo Lula. Apelidada de "PEC da Vingança" por associações do Ministério Público e considerada uma revanche contra a Lava Jato, a proposta foi barrada na Câmara por 11 votos. A rejeição do texto surpreendeu os parlamentares.

A derrota ocorreu semanas após uma vitória considerada importante pelos deputados. A Lei de Improbidade, de 1992 e anterior aos governos petistas, foi afrouxada pelas mãos de Carlos Zarattini (PT-SP), responsável pelo texto aprovado no Congresso, na maior mudança feita nas normas sobre improbidade até hoje.

'MUDANÇA'

Para especialistas, a nova lei dificulta a punição a políticos. O principal ponto é o que prevê condenação por improbidade apenas nos casos em que seja comprovado o "dolo específico", ou seja, a intenção de cometer a irregularidade. A legislação foi sancionada por Bolsonaro, sem vetos.

Na avaliação do procurador de Justiça Roberto Livianu, "mesmo que existam questionamentos sobre a forma de atuar da Lava Jato, houve uma investigação grande sobre casos de corrupção". "E, quando essas investigações alcançaram quadros do PT, você percebe que o ponto de vista (do partido) sobre o combate à corrupção se modificou", disse Livianu, que preside o Instituto Não Aceito Corrupção.

TEMAS QUE MOBILIZARAM PETISTAS NO CONGRESSO

Improbidade administrativa

No projeto que afrouxou a Lei de Improbidade Administrativa, o texto aprovado foi o do relator, Carlos Zarattini (PT-SP), com apoio do líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), nome do Centrão. Os 52 deputados do PT foram a favor da medida, que dificulta a punição de políticos ao exigir a comprovação de "dolo específico" (intenção de cometer irregularidade).

Organizações criminosas

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP), junto com o colega Wadih Damous (PT-RJ), propôs uma série de mudanças na Lei das Organizações Criminosas, criando regras rígidas para os acordos de delação e a exclusão da possibilidade de prisão preventiva para garantia da ordem pública e econômica - justificativa que motivou várias ordens de custódia na Lava Jato.

Conselho Nacional do Ministério Público

No fim de outubro, uma proposta do deputado Paulo Teixeira (PT-SP) tentou aumentar a influência da Câmara e do Senado no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O órgão é responsável por fiscalizar a conduta de promotores e procuradores e foi criado durante o governo Lula, em 2004. Chamada de "PEC da Vingança" por entidades do Ministério Público e considerada retaliação contra a Operação Lava Jato, a proposta acabou sendo barrada na Câmara dos Deputados.

Estadão / Dinheiro Rural

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