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terça-feira, setembro 15, 2020

Em inquérito concluído contra Renan Calheiros, PF aponta “robustas evidências” de caixa 2 em doações da Odebrecht


Relatório imputa a Renan crime de falsidade ideológica eleitoral

Pepita Otega, Rayssa Motta e Fausto Macedo
Estadão

A Polícia Federal concluiu uma das investigações contra senador Renan Calheiros e afirmou que há ‘indícios suficientes’ de que o parlamentar cometeu crime de caixa 2 ao receber e omitir de suas prestações de contas eleitorais doações de R$ 500 mil feitas pela Odebrecht em 2010 através de seu Setor de Operações Estruturadas. O relatório do inquérito, datado do último dia 18 de agosto, foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal pela delegada Rejane Marlise Nowicki e imputa a Renan crime de falsidade ideológica eleitoral.

“Observa-se a existência, nos autos, de robustas evidências da destinação pela empresa Odebrecht do valor de R$ 500 mil para a campanha eleitoral de Renan Calheiros, no ano de 2010, o qual foi pago em duas parcelas de R$ 250 mil em 20/08/10 e 16/09/10 , via caixa 2, através ao setor de Operações Estruturadas da empresa com lançamento no sistema Drousys e Maywebday, pagamentos viabilizados por ‘Paulistinha’ (o doleiro Alvaro Novis), o qual, segundo o colaborador, teria sido solicitado e destinado a este por ter havido um entendimento na empresa que seria importante tal destinação por se tratar de um político que poderia ser utilizado em uma eventual necessidade da empresa. Não sendo acertada, nem exigida, contrapartida para a referida destinação. Com isso, é possível afirmar que o Senador Renan Calheiros solicitou, recebeu e omitiu de sua prestação de contas eleitoral doação eleitoral não-oficial, no valor de R$ 500 mil provenientes do Grupo Odebrecht recebida via caixa 2, através do Setor de Operações Estruturadas da empresa”, registra o documento.

DELAÇÃO – O inquérito que foi concluído pela PF foi aberto em 2017 a pedido da Procuradoria-Geral da República e por ordem do ministro Edson Fachin. A investigação teve como base delação de executivos da Odebrecht que tratavam sobre o suposto pagamento de propinas a Fernando Bezerra Coelho, Renan Calheiros e Renan Filho, além de outros servidores públicos da administração estadual de Alagoas, em razão de obra canal do sertão alagoano.

O caso passou para a relatoria do Marco Aurélio Mello e foi desmembrado, pagando a abarcar somente os R$ 500 mil pagos pela Odebrecht a Renan em 2010. Em delação, os executivos da Odebrecht destacaram que a empreiteira resolveu destinar o montante ao então candidato ao Senado ‘principalmente, por estar em
andamento o contrato do Canal do Sertões’.

CONTABILIDADE PARALELA – No entanto, a Polícia Federal entendeu que não é possível verificar o conhecimento ou a contrapartida de Renan quanto a tal possível interesse da empresa – ‘ficando a comprovação da pratica dos possíveis crimes de corrupção passiva e ativa prejudicada’. Por outro lado, a PF entendeu que foi possível organizar os fatos em apuração sobre crimes em tese cometidos por Renan perpetrados por meio do recebimento de pagamentos via contabilidade paralela.

Segundo os delatores da Odebrecht, os detalhes da propina paga a Renan foram acertados no hall do hotel Radisson. Já os pagamentos ao senador constaram nas planilhas do Setor de Operações Estruturadas sob o codinome de ‘Justiça’ e foram pagas pelo doleiro Alvaro Novis, identificado como ‘Paulistinha’ nos documentos da empreiteira.

Aprovação de Bolsonaro supera reprovação pela primeira vez desde maio, indica pesquisa


Aprovação do governo Bolsonaro supera reprovação numericamente em setembro,  diz XP/Ipespe | 7Segundos - Maceió

Estratégia da campanha permanente está dando certo

Deu na IstoÉ
(Agência Estado)

A aprovação do governo Jair Bolsonaro em setembro superou numericamente a reprovação à administração, pela primeira vez desde maio de 2019. Na pesquisa XP/Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), a avaliação ótima ou boa do governo entre agosto e setembro oscilou de 37% para 39%, e a avaliação ruim ou péssima, de 37% para 36%. A regular passou de 23% para 24%.

Todas as variações estão dentro da margem de erro da pesquisa, de 3,2 pontos porcentuais, para cima ou para baixo. Foram feitas 1.000 entrevistas de abrangência nacional entre os dias 8 e 11 de setembro.

SEMPRE EM ALTA – É o quinto levantamento consecutivo no qual a aprovação do governo Bolsonaro aparece em alta e a reprovação, em queda. A pesquisa de setembro também captou melhora na expectativa para o restante do mandato, ainda dentro da margem de erro.

Agora, 40% esperam que o restante do governo seja bom ou ótimo, ante 37% em agosto. Para 35%, será ruim ou péssimo, ante 36% no mês anterior. A expectativa regular cedeu de 22% para 20%.

Também melhorou a avaliação acerca da atuação de Bolsonaro no combate ao novo coronavírus. O porcentual da população que considera seu desempenho ruim ou péssimo cedeu dentro da margem, de 50% em agosto para 49% em setembro. Já a razão dos que veem desempenho ótimo ou bom avançou para 28%, de 24% em agosto, também dentro da margem.

CORONAVIRUS – Em setembro, a proporção da população que diz não estar com medo do coronavírus atingiu o maior nível desde fevereiro, com 29%. Em agosto, eram 28%. Outros 40% disseram estar com um pouco de medo, eram 38% em agosto, e 30% disseram estar com muito medo – a menor taxa desde fevereiro, quando eram 21%. Todas as variações ocorreram dentro da margem.

A proporção dos que consideram que o pior da crise do coronavírus já passou subiu acima da margem, a 60%, pois era 52% em agosto.

Os que acreditam que o pior ainda está por vir também caíram à mínima de 32%, ante 41% em agosto, variação superior à margem.

ECONOMIA VAI MAL – Apesar da oscilação positiva da aprovação do presidente Jair Bolsonaro, também cresceu na sociedade a avaliação de que a economia do País não vai bem. A pesquisa XP/Ipespe apurou que o porcentual de pessoas que consideram que a economia está no caminho errado passou de 46% em agosto para 48% em setembro – mas ainda dentro da margem.

É a primeira vez desde maio em que aumenta a razão de pessoas que consideram que a economia está no caminho errado. Na leitura de setembro, a proporção dos que enxergam a economia no caminho certo ficou estável, em 38%.

Também ficou estável a proporção de pessoas que consideram grande ou muito grande a chance de manter o emprego nos próximos seis meses, em 52%. Houve queda na proporção dos que veem chance pequena ou muito pequena, de 40% para 39%, dentro da margem de erro.

MUITOS ENDIVIDADOS – As perspectivas em relação às próprias dívidas pioraram pela primeira vez desde abril. A proporção dos que esperam que suas dívidas aumentem ou aumentem muito nos próximos seis meses subiu de 24% em agosto para 28% em setembro, enquanto a razão dos que esperam que os débitos diminuam ou diminuam muito cedeu de 27% para 24%. A proporção dos que acham que as dívidas devem ficar como estão ficou estável em 37%.

Para 44% das pessoas que recebem o auxílio emergencial, a renda não voltará ao que era antes da pandemia mesmo com o fim do isolamento social e a reabertura gradual da economia. Outros 49% disseram esperar retomar o nível de renda anterior.

AUXÍLIO EMERGENCIAL – Considerando a redução das parcelas do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300, 43% dos beneficiários avaliam que a renda ficará menor do que se o valor fosse mantido em R$ 600. Para 39%, ficará igual e, para 12%, maior.

Também entre os beneficiários do auxílio emergencial, 49% acreditam que não serão beneficiados pelo Renda Brasil e 25% esperam ser contemplados pelo programa.

Para 47% da população, a decisão de manter o auxílio emergencial até o fim de 2020 com parcelas de valor reduzido foi ótima ou boa. Consideraram ruim ou péssima a decisão 25%, enquanto 24% a classificaram como regular.

Bolsonaro tem muta sorte e vai escapar da imprensa mundial na reabertura da ONU

 

As opiniões do presidente

Charge do Duke (dukechargista.com.br)

Carlos Newton

O presidente Jair Bolsonaro está sempre provando que é um homem de sorte. A pandemia, por exemplo, serviu de justificativa e livrou-o da quebra da “regra de ouro”, pois o Congresso autorizou formalmente o governo a se endividar para pagar gastos de custeio, como salários, luz, telefone, manutenção etc, além de despesas de educação e saúde.

A pandemia também chegou a seu favor no caso do auxílio emergencial de R$ 600 para cada adulto brasíleiro prejudicado e R$ 1,2 mil para mulheres que chefiam famílias. O governo só queria liberar R$ 200 mensais e olhe lá… Mas o Congresso subiu para R$ 600 e a decisão acabou aumentando a popularidade do presidente, que parece o Gastão, primo do Pato Donald – para ele, tudo que dá errado acaba dando certo.

SORTE NA ONU –  Bolsonaro também deu sorte com a decisão das Nações Unidas, que resolveram fazer uma abertura virtual de sua próxima Assembleia-Geral. Assim, justamente quando sua popularidade no exterior chega abaixo de zero, devido ao menosprezo à pandemia e ao desmatamento da Amazônia, o presidente brasileiro vai se livrar do impiedoso assédio da imprensa estrangeira.

Assim, Bolsonaro apenas gravará seu pronunciamento e enviará à ONU, defendendo-se das críticas que o governo tem sofrido por conta do comportamento do presidente em relação à pandemia, assim como responderá aos ataques pelas queimadas na Floresta Amazônica.

DIZEM OS NÚMEROS – Levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostra que, do início de 2020 até 12 de setembro, foram mapeados 60.675 focos de incêndio na região, 8% a mais do que o registrado no mesmo intervalo de 2019, com 56.085 ocorrências. É o maior índice desde 2010.

ONGs e ambientalistas criticam duramente Boisonaro, alegando que ele está permitindo o aumento da degradação da Amazônia. Já foi  até lançada uma campanha mundial intitulada “Defund Bolsonaro”, que sugere o corte de financiamentos ao governo do Brasil.

Hoje, Bolsonaro é uma das personalidades mundiais mais ansiadas pelos jornalistas. Mas ele foge das entrevistas. Só fala a repórteres amestrados, especificamente de veículos da mídia que apoiem seu governo de forma cega e incondicional, como o SBT e a Record.

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P.S. – A maioria da mídia internacional leva Bolsonaro no deboche, como figura caricata que ele realmente é. Há informações de que, na ONU, o presidente vai alegar que seu governo é rigorosíssimo com os crimes ambientais. O mundo inteiro cairá na gargalhada. Será Piada do Ano, com toda certeza(C.N.) 

Militares pediram sigilo à CGU em portarias sobre armas pelo “viés político e ideológico muito exacerbado”

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Exército alegou risco de crise “institucional e midiática”

Francisco Leali
O Globo

Troca de emails entre o Comando do Exército e a Controladoria Geral da União (CGU) revelam que os militares pediram para manter em sigilo documentos relacionados à elaboração de portarias que tratavam de regras sobre controle da produção de armas e munições, alegando que a divulgação dos estudos poderia provocar uma crise “institucional e midiática”.

As portarias foram revogadas em abril deste ano por determinação do presidente Jair Bolsonaro. Em mensagem, o Exército diz ainda que o tema das portarias contém “viés político e ideológico muito exacerbado”. Obtidas com base na Lei de Acesso à Informação (LAI), as mensagens trocadas entre CGU e o gabinete do comandante do Exército expõem a preocupação da Força militar de não tornar público um tema que desagradou Bolsonaro.

JUSTIFICATIVA – Até então, a justificativa oficial do Exército era que os estudos continham erros e precisavam ser revistos para edição de uma nova portaria. Os emails fazem parte do processo aberto pela CGU para analisar seis pedidos de informação sobre o tema, um deles de autoria de jornalista do O Globo. O Exército havia negado acesso a todos os pedidos e o caso foi parar na CGU, instância de recurso prevista na LAI quando um órgão federal se nega a fornecer a informação.

O Globo revelou em agosto que o sigilo dos estudos que embasaram a edição das portarias foi mantido pela CGU, apesar de parecer interno determinando a liberação dos documentos. Novos registros mostram detalhes de como a Controladoria tomou a decisão a favor do Exército. A legislação prevê que, para decidir se um recurso de pedido negado, a CGU pode pedir esclarecimentos ao órgão.

No dia 3 de agosto, assessor do gabinete do comandante do Exército, identificado na mensagem como coronel Albuquerque, a pedido da CGU, enviou email com as justificativas da Força para não liberar os papéis. Na mensagem, o oficial sustenta que a divulgação dos estudos técnicos produzidos para editar as portarias revogadas poderia “comprometer o bom andamento do trabalho” de produção de nova portaria sobre o controle de armas.

INFORMAÇÕES PRIVILEGIADAS – Ele indica que caso os dados viessem a público poderiam antecipar informações privilegiadas a empresas do setor. E acrescenta: “o assunto possui um viés político e ideológico muito exacerbado, devido a atual conjuntura social do país, com potencial de gerar crises institucionais e midiáticas que causarão pressões desnecessárias sobre as equipes de estudo, contaminando suas percepções”. “A contaminação sofrida pela disputa ideológica em curso, comprometerá a necessária neutralidade do ato normativo colimado pelo Comando do Exército”, reforçou o oficial na mensagem à CGU.

“A sociedade civil tem advogado que o tema seja tratado com lastro técnico nas decisões sobre o controle de armas para minar justamente o debate ideológico que parece vir mais da parte do governo”, disse a diretora-executiva da Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo. Segundo ela, desde que as portarias foram revogadas o governo tem dado sinais de tentar encontrar uma justificativa técnica para uma decisão que foi política do presidente Jair Bolsonaro.

Os argumentos do Exército não convenceram a auditora da CGU que analisava o caso e ela emitiu parecer determinando a liberação de todos os estudos. Seus superiores, no entanto, discordaram e o sigilo foi mantido, como revelou o GLOBO em agosto. Na decisão da CGU que manteve os documentos restritos, os argumentos sobre “viés político e ideológico” do assunto, citados pelo Exército não foram citados. Apenas o que se referia à antecipação de informações privilegiadas foi mencionado.

NOVA PORTARIA – A CGU considerou que o sigilo deve durar até que o Exército aprove novas regras para o controle de armas e munições. O Exército informou que deve editar nova portaria em novembro. As portarias revogadas criavam o Sistema Nacional de Rastreamento de Produtos Controlados pelo Exército (SisNaR) e tratavam do rastreamento dos produtos controlados pelo Exército, como armas e munições.

No dia 17 de abril, em sua conta no Twiter, Bolsonaro avisou: “Atiradores e colecionadores, determinei a revogação das portarias Colog (Comando Logístico) 46, 60 e 61 de março de 2020 que tratam do rastreamento, identificação e marcação de armas, munições de demais produtos controlados por não se adequarem às minhas diretrizes definidas em decretos”.

O pedido para ter acesso aos estudos que embasaram a edição das portarias que Bolsonaro mandou revogar foi apresentado ainda em abril. O Exército indeferiu os pedidos e o caso foi parar na CGU, como um recurso previsto na LAI.

SEM RESPOSTAS – No dia 23 de junho, a auditora da CGU responsável pelo caso enviou o primeiro pedido de esclarecimento ao Exército. A auditora fez oito perguntas. O Exército só respondeu uma. A auditora insistiu uma segunda vez. E ainda ficou sem respostas para a maioria dos seus esclarecimentos. Um mês depois, a auditora repassou a seus superiores na Ouvidoria-Geral da CGU as pendências sobre o caso e o ouvidor-geral adjunto Fábio do Valle Valgas da Silva se encarregou de fazer contato direto com o Exército para tentar obter esclarecimentos sobre o caso.

No dia 28 de julho, Fabio do Valle remeteu email ao gabinete do Comando do Exército solicitando esclarecimentos adicionais. E explicou em letras maiúsculas que o Exército precisava deixar claro qual o risco para a divulgação das informações para que a CGU também rejeitasse os pedidos de acesso. “Deve ser um texto que explicite (sic) QUAL É O RISCO EXISTENTE e COMO ELE SE MATERIALIZARIA (quais consequências para o processo decisório e/ou para a segurança jurídica e confiança dos administrados). Essa demonstração é fundamental para que possamos ter segurança no que diz respeito ao pleito de negativa apresentada por vocês”, escreveu o ouvidor adjunto. Ele ainda recomendou ao Exército que marcasse uma data para a edição da nova portaria, encerrando o email com uma saudação ao oficial destinatário de mensagem: “Fraterno abraço, Brasil!”

Recebida a resposta do Exército nos moldes do que fora solicitado, a auditora da CGU ainda não viu elementos para manter os documentos em sigilo. Mas seus superiores preferiram atender o pleito dos militares mantendo a restrição aos estudos até que uma nova portaria seja editada.Procurado, o Comando do Exército não se manifestou.

Ministério da Economia defende que aposentados fiquem dois anos sem aumento

 Segunda, 14 de Setembro de 2020 - 21:20


por Folhapress

Ministério da Economia defende que aposentados fiquem dois anos sem aumento
Foto: Reprodução / Senadoleg

O secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, disse que a equipe econômica do governo federal defende que benefícios previdenciários, como aposentadorias e pensões, sejam desvinculadas do salário mínimo. A informação consta em entrevista do secretário ao G1.

Na prática, isso congelaria os benefícios, deixando-os sem reajustes. Esse congelamento abriria espaço no Orçamento para financiar o programa Renda Brasil, que o governo planeja lançar no lugar do Bolsa Família. Rodrigues explicou que seriam congeladas tanto as aposentadorias no valor de um salário mínimo quanto as mais altas, por um período de dois anos.

"A desindexação que apoiamos diretamente é a dos benefícios previdenciários para quem ganha um salário mínimo e acima de um salário mínimo, não havendo uma regra simples e direta [de correção]. O benefício hoje sendo de R$ 1.300, no ano que vem, ao invés de ser corrigido pelo INPC, ele seria mantido em R$ 1.300. Não haveria redução, haveria manutenção", disse.

O secretário confirmou que a ideia está sendo debatida com os ministérios da Casa Civil e da Cidadania, mas disse que o governo ainda não fechou nenhuma decisão sobre o tema.

Atualmente, os valores de aposentadorias e pensões são reajustados de acordo com o salário mínimo, ou seja, anualmente. Como a Constituição determina o reajuste do salário mínimo pelo menos pela inflação, os benefícios também são reajustados pelo menos pela inflação.

As aposentadorias de maior valor seguem outra regra.

Caso a proposta siga adiante e seja aprovada, todas as aposentadorias seriam congeladas no valor atual.

Bahia Notícias

Witzel recebeu R$ 980 mil de operadores de Pastor Everaldo quando ainda era juiz, diz PGR

 


Witzel recebeu R$ 980 mil de operadores de Pastor Everaldo quando ainda era juiz, diz PGR
Foto: Reprodução / G1

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou em denúncia que o governador afastado Wilson Witzel (PSC) recebeu R$ 980 mil arrecadados por dois operadores do presidente do PSC, Pastor Everaldo, quando ainda era juiz federal. O repasse seria uma forma de garantir que Witzel ‘se mantivesse’ por cerca de dois anos caso perdesse a eleição, pois deixaria a magistratura para disputar as eleições.

 

As informações foram narradas por Edson Torres, apontado como um dos operadores de Everaldo, em depoimento colhido na Operação Tris in Idem, deflagrada no dia 28 de agosto e que levou ao afastamento de Witzel. Trechos da oitiva foram incluídos na denúncia apresentada pela PGR nesta segunda, 14, contra Witzel por organização criminosa, segundo o Estado de São Paulo. 

 

Witzel e Pastor Everaldo são apontados como integrantes do ‘núcleo político’ da organização voltada para desvios de recursos públicos do Estado. O presidente do PSC teve a prisão preventiva decretada no último dia 5 e o governador foi afastado do cargo.

 

Segundo a Procuradoria, o avanço da Lava Jato no Rio levou ‘velhos atores’ a se mobilizarem para ‘voltar ao poder no Estado do Rio’ e que Witzel havia sido escolhido, ainda em 2017, ‘para dar novo rosto ao grupo político’.

 

O relato de Edson Torres descreve que naquele ano, quando Witzel ainda era juiz, ele teria se encontrado com Pastor Everaldo na sede do PSC no Rio e informado do desejo de ser candidato ao governo do Estado.

 

Após a reunião, Torres e Everaldo ‘conversaram a necessidade de dar um conforto e segurança financeira para o então juiz federal, caso ele pedisse demissão e se perdesse a eleição não teria a garantia dos vencimentos enquanto Juiz, por um período de tempo até ele se estabelecer’.

 

Inicialmente, poucos empresários endossaram uma campanha de Witzel, incluindo Mário Peixoto, que viria a ser preso pela Lava Jato por desvios na área da saúde na gestão do ex-juiz. Um dos que aceitaram a proposta de apoiar Witzel foi Victor Hugo, apontado como operador financeiro de Pastor Everaldo.

 

“O grupo então acertou que se seria feita uma arrecadação de R$ 1 milhão entre o declarante e Victor Hugo, na realidade R$ 980 mil efetivamente arrecadados. Esse ajuste foi feito entre o declarante (Edson Torres), Victor Hugo e Everaldo e que esses pagamentos foram feitos em favor de Wilson Witzel por cerca de quatro meses até a sua desincompatibilização”, apontou Edson Torres, em depoimento à PGR.

 

Os valores seriam pagos em parcelas de R$ 150 mil por mês, entregues ao Pastor Everaldo, ao ex-secretário Lucas Tristão e, na última ocasião, ao próprio Wilson Witzel, em abril de 2018, quando ele ainda era juiz.

 

“O declarante abriu a pasta, retirou os maços de dinheiro de R$ 50 mil e entregou ao Pastor Everaldo, que repassou a Witzel, que colocou em uma bolsa que estava levando”, afirmou Edson Torres à PGR. “Não foi negociado naquela época a participação de cada empresário em contratos porque isso não precisava ser negociado, já estava implícito no acordo de lançamento da candidatura”.

 

Segundo a PGR, o valor próximo a R$ 1 milhão foi estimado por Edson Torres como ‘suficiente’ para que Witzel ‘se mantivesse’ por cerca de dois anos caso perdesse as eleições após abandonar a magistratura.

 

Apesar de inicialmente ter uma campanha com menos de 1% das intenções de voto, o ex-juiz subiu nas pesquisas em 2018 ao colar sua imagem à do presidente Jair Bolsonaro. Com isso, empresários passaram a apoiar Witzel, incluindo Mário Peixoto, por meio de Lucas Tristão, segundo o relato de Edson Torres.

 

Após vitória de Witzel, o grupo ‘fatiou as secretarias e estatais com o escopo de ter retorno econômico’, apontou a PGR. Isso incluiu as indicações de Hélio Cabral para a presidência da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) e Edmar Santos para a Secretaria de Saúde.

 

Segundo a Procuradoria, enquanto cabia a Everaldo comandar o orçamento das pastas, suas contratações, distribuição de cargos e até pagamentos a prestadores de serviço e repasses a municípios, Witzel direcionava  recursos públicos para receber propinas, que eram lavadas por meio do escritório de advocacia da primeira-dama, Helena. Ambos foram denunciados como membros do ‘núcleo político’ da organização criminosa.

 

As propinas eram distribuídas na seguinte proporção: 30% para Edmar Santos, 20% para Witzel, 20% para Pastor Everaldo, 15% para Edson Torres e outros 15% para Victor Hugo.

 

Em nota, Witzel classificou as acusações como ‘mentiras’ e negou participação em irregularidades. “Todo o meu patrimônio se resume à minha casa, no Grajaú, não tendo qualquer sinal exterior de riqueza que minimamente possa corroborar essa mentira”, afirmou.

 

"Mais uma vez, trata-se de um vazamento de processo sigiloso para me atingir politicamente. Reafirmo minha idoneidade e desafio quem quer que seja a comprovar um centavo que não esteja declarado no meu Imposto de Renda, fruto do meu trabalho e compatível com a minha realidade financeira. Todo o meu patrimônio se resume à minha casa, no Grajaú, não tendo qualquer sinal exterior de riqueza que minimamente possa corroborar essa mentira. O único dinheiro ilícito encontrado, até agora, estava com o ex-secretário Edmar Santos”, disse. 

 

Já a defesa do Pastor Everaldo esclareceu  que "ainda não teve acesso à íntegra da investigação e da delação que embasaram sua prisão, ocorrida há 20 dias. A defesa informa que a nova de denúncia não está juntada aos autos processo e que não comentará trechos de processo que corre em segredo de Justiça. O Pastor Everaldo, que sempre esteve à disposição das autoridades, reitera sua confiança na Justiça e na sua libertação”.

Bahia Notícias

Irmão de Bolsonaro apoia candidatura de ex-prefeito aliado do PT acusado de improbidade

 Terça, 15 de Setembro de 2020 - 06:40


por Wálter Nunes | Folhapress

Irmão de Bolsonaro apoia candidatura de ex-prefeito aliado do PT acusado de improbidade
Jair Bolsonaro e o irmão Renato | Foto: Reprodução/ Facebook

O processo eleitoral nem bem começou e já produziu a inusitada cena de juntar no mesmo palanque um Bolsonaro e o PT. Foi em Cajati (SP), cidade com menos de 30 mil habitantes do Vale do Ribeira, região paulista onde o presidente da República passou a infância e onde ainda vivem seus familiares.

 

Neste sábado (12), o ex-prefeito do município, Vavá Cordeiro, do PSB, lançou-se como pré-candidato à prefeitura na convenção do partido socialista e contou com o apoio do comerciante Renato Bolsonaro, irmão do presidente da República. Vavá também tem parceria com o PT, partido que compõe o arco de alianças da candidatura.

 

Renato Bolsonaro sentou-se à mesa ao lado de Vavá, que lançou o slogan: "Cajati acima de tudo, Deus acima de todos". No cartaz, embaixo do bordão inspirado no mote bolsonarista, a legenda informava os partidos apoiadores. Além do PT e do PSB, compõem a coligação Republicanos, PTB e PL. Vavá foi eleito prefeito de Cajati na última eleição, mas foi afastado do cargo pela Câmara Municipal no dia 28 de agosto deste ano, acusado de improbidade administrativa.

 

O processo de cassação aconteceu após um morador da cidade denunciar irregularidades envolvendo um contrato de aluguel de um terreno que pertence a uma empresa da esposa de Vavá, Telma Cordeiro, e compras feitas pela prefeitura.

 

A ex-primeira-dama alugou o terreno para um posto de gasolina, e o contrato previa que parte do pagamento fosse feito com base no consumo de combustível no estabelecimento. Na gestão de Vavá a frota da prefeitura abastecia naquele posto, o que melhorava as porcentagens pagas para a empresa da primeira-dama. Na ocasião, o então prefeito divulgou um vídeo em que disse sofrer perseguição política com o objetivo de levar ao cargo seu vice, Dirney de Pontes, o Ney do Hospital (PSDB), que hoje comanda a cidade.

 

Vavá disse que não havia irregularidade no contrato com o posto de gasolina e que ele foi assinado antes de sua gestão. Defendeu que as aquisições de combustível foram feitas por licitações e que o Tribunal de Contas do Estado nunca viu irregularidade nelas. No discurso de lançamento de sua pré-candidatura, Vavá afirmou que nada foi provado contra ele e agradeceu o apoio da família Bolsonaro. "Nosso amigo aqui falou em nome da família Bolsonaro", disse, apontando para Renato. "Isso aí é muito importante a gente ter. Eu sempre acreditei no presidente Jair Bolsonaro."

 

"Então, Renato, a toda sua família você pode ter certeza que eu estive com vocês e vou estar com vocês o tempo todo. O trabalho que nosso presidente tem feito, ele está sendo muito criticado. Infelizmente na política tem isso. Quando a gente mostra o trabalho, quem não trabalha se sente acuado", disse, numa relação velada às críticas que ele próprio recebe por conta da denúncia que resultou em seu afastamento.

 

Renato Bolsonaro pouco falou, mas esteve atento a todos os anúncios feitos na noite. Virou-se para o telão para conferir a foto e o nome de cada um dos 10 candidatos petistas a vereador. Também ouviu atentamente o discurso de João Plasido, presidente do PT em Cajati. "Até que enfim chegou o dia", disse o petista. "Cumprimento todos os companheiros aí da composição da mesa", afirmou Plasido, mirando Renato Bolsonaro e Vavá. "Eu queria dizer para vocês: o PT está junto com Vavá", disse aumentando o tom da voz. Foi aplaudido.

 

Os vídeos do evento mostram que o espaço onde aconteceu a convenção estava lotado. Fiel ao estilo do irmão presidente, Renato Bolsonaro posou para fotos com militantes. Estava sem máscara e não respeitou o distanciamento social. Pipocaram nas redes sociais fotos de abraços com o irmão do presidente. Cajati é a cidade do Vale do Ribeira com mais casos de Covid-19. São 1.490 diagnósticos e 23 mortes, segundo dados do governo paulista desta segunda (14).

 

No sábado, dia da convenção, o país contabilizou 131.274 mortes em decorrência do coronavírus. O uso de máscara e o distanciamento social são as recomendações dadas pelos organismos de saúde para conter a pandemia. Em janeiro, reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou que Renato atuou, no ano passado, como intermediador informal de verbas federais para prefeitos aliados políticos no Vale do Ribeira e do litoral paulista.

 

Ao todo, segundo levantamento da reportagem, Renato Bolsonaro conseguiu, em 2019, mais de R$ 110 milhões para prefeituras paulistas. Disse não ter cobrado nada por isso e nunca respondeu quem custeou as viagens que fez para pleitear essas verbas. Na semana passada, Renato esteve com o irmão Jair Bolsonaro num tour pelo Vale do Ribeira em que o presidente da República participou de lançamentos de projetos de obras de pontes nas cidades de Pariquera-Açu e Eldorado, além de visita a postos policiais na cidade de Registro.

 

As pontes anunciadas em Pariquera-Açu e Eldorado receberão verba federal e foram, no ano passado, anunciadas pelos prefeitos locais como fruto da intermediação de Renato Bolsonaro.

Bahia Notícias

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