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domingo, janeiro 05, 2020

Indígenas Guarani-Kaiowá são atacados por seguranças e policiais, no Mato Grosso do Sul

Bolsonaro sugere saber quem mandou matar Marielle Franco

"Tenho minhas suspeitas", disse o presidente, que morava no mesmo condomínio que o miliciano apontado como o autor do disparo que matou a vereadora.

Linha de ônibus de Aracaju terá o itinerário ampliado



Serviço será disponibilizado aos domingos e feriados.




Parte interna de ônibus do transporte coletivo de Aracaju — Foto: Marcelle Cristine/SMTT/ArquivoParte interna de ônibus do transporte coletivo de Aracaju — Foto: Marcelle Cristine/SMTT/Arquivo
Parte interna de ônibus do transporte coletivo de Aracaju — Foto: Marcelle Cristine/SMTT/Arquivo
A partir deste domingo (4) a linha de ônibus 614B Sanatório/Mercado terá o seu itinerário ampliado aos domingos e feriados. A informação foi divulgada pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) de Aracaju.
Com a ampliação, após a Rua Nossa Senhora da Glória os ônibus vão subir até o Alto da Jaqueira e, em seguida, irão até a rótula do Manoel Preto, passando pela Rua Lauro de Britto Porto.
Em dias úteis e aos sábados, a região continuará sendo atendida pela linha 613 - Bairro Industrial/Mercado.

Três municípios sergipanos vão receber R$ 1,7 milhão para atender pacientes do SUS em casa

O objetivo da ação é reduzir a demanda por atendimento nos hospitais, evitando as internações e reinternações, bem como diminuir o tempo de permanência de usuários internados no SUS.

Mulher vítima de violência doméstica poderá comprar carro com isenção de IPI

Lava-Jato deve chegar a escritórios de advocacia neste ano


Lava-Jato deve chegar a escritórios de advocacia neste ano
Foto: Reprodução / Arquivo / Agência Brasil
A Operação Lava-Jato se prepara para atingir o mundo jurídico. De acordo com a revista Veja, a força-tarefa vai cair para dentro de alguns escritórios de advocacia conhecidos no eixo Rio-São Paulo.

Delator baiano promete entregar 'informações pesadas' contra Rui e Wagner, diz coluna

Delator baiano promete entregar 'informações pesadas' contra Rui e Wagner, diz coluna
Foto: Manu Dias/GOVBA
Um delator baiano promete entregar “informações pesadas” contra o governador da Bahia, Rui Costa, e o senador Jaques Wagner, ambos do PT, segundo a coluna Radar, da revista Veja.

De acordo com a publicação, a delação premiada envolve a construção da sede da Petrobras em Salvador. A coluna informa ainda que a "bomba" deve estourar nos próximos meses. O nome do delator não foi divulgado.

Bahia Notícias

Agricultura irrigada gera disputa por água na Bahia


por Nicola Pamplona | Folhapress
Agricultura irrigada gera disputa por água na Bahia
Foto: Globo Rural
"Quando eu cheguei aqui dava para contar os carros nos dedos. Agora, parece que tem mais carro do que gente. É uma dificuldade cruzar a avenida ali", diz o jardineiro Manoel Clóvis, 42, apontando para a rodovia lotada de grandes caminhonetes de luxo e caminhões bi-trem.

Ele vive há cerca de 30 anos em Barreiras, no oeste da Bahia, e acompanhou a explosão do agronegócio que enriqueceu a região nas últimas décadas, trazendo produtores -principalmente da região sul- prestadores de serviço e fornecedores de insumos. Barreiras e a vizinha Luís Eduardo Magalhães são o epicentro da fronteira agrícola do Matopiba -região que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia- e devem o crescimento à abundância de água do aquífero Urucuia, um dos maiores do país, hoje no foco das atenções de autoridades diante do risco de impactos no rio São Francisco.

O Ministério Público da Bahia tenta impedir novas outorgas para captação de água para irrigação enquanto não houver planejamento sobre o uso e seus impactos nos rios da região. "É uma área estratégica do ponto de vista dos recursos hídricos", diz a procuradora Luciana Khouri. O Urucuia se estende por uma área de 125 mil quilômetros quadrados em cinco estados brasileiros e é fundamental para manter a perenidade do maior rio nordestino.

Estudos apontam que ao menos 80% da água que desce o baixo São Francisco no período seco venha de afluentes alimentados pelo aquífero."Uma coisa é óbvia: as vazões afluentes do São Francisco vêm se reduzindo", diz o presidente do CBHSF (Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco), Anivaldo Miranda. "O que se trata agora é de descobrir quais fatores estão causando isso e qual o peso de cada um."

O Ministério Público recomendou a suspensão das outorgas pela primeira vez em 2015, alegando que não há um plano de gestão da bacia que indique quais os níveis seguros de retirada de água. Desde então, vem tentando barrar todos os processos no Inema (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos). A região já experimenta conflitos pelo uso da água, principalmente na bacia do rio Correntes, onde moradores denunciam a queda de vazão dos rios em períodos de irrigação. Em 2017, manifestantes invadiram uma fazenda na região e queimaram equipamentos em protesto contra a diminuição do nível das águas do rio Arrojado.

Segundo estudo desenvolvido pela UFV (Universidade Federal de Viçosa) e pela Universidade de Nebraska para a Aiba (Associação dos Irrigantes da Bahia), entre 1990 e 2018, a área plantada na região cresceu 440%, para 2,3 milhões de hectares --uma área equivalente ao estado de Sergipe. A área irrigada cresceu 1.016%, de 17,1 mil para 109,9 mil hectares, um pouco menos do que a cidade do Rio de Janeiro. A região tem hoje cerca de 1.800 pivôs centrais de irrigação, estruturas metálicas usadas para irrigar grandes áreas circulares e que podem chegar a 1.500 metros de comprimento. Em 1990, eram 187.

A Aiba calcula que o valor bruto da produção quintuplica em áreas irrigadas (enquanto nas áreas de sequeiro a produção vale R$ 3.129 por hectare por ano, nas irrigadas, vai a R$ 15.600 hectares por ano) e defende que o agronegócio tem impactos positivos na economia da região. Considerada a capital do Matopiba, Luís Eduardo Maga- lhães fechou 2017 com PIB de R$ 4,8 bilhões, 2,5 vezes a mais do que no início da década. Em Barreiras, a soma dos bens produzidos pelo município dobrou no período.

O MP-BA e a CBHSF avaliam que não há estudos conclusivos sobre impactos da captação de água nos afluentes do São Francisco. Eles alegam que a diminuição das vazões pode afetar também outros usos no maior rio nordestino, incluindo a geração de energia. Segundo Khouri, o Inema avalia os pedidos de outorga com base em séries históricas de vazão até 2007, antes da seca que alterou o nível dos rios na região. "Eles estão avaliando rios de antigamente".

Procurado, o órgão ambiental não respondeu ao pedido de entrevista. A expectativa da Procuradoria é que o plano de gestão das bacias ligadas ao Urucuia fique pronto em até 12 meses e permita uma melhor avaliação sobre as outorgas existentes e sobre a viabilidade de novas outorgas. Para tentar controlar o consumo de água, o governo da Bahia determinou a instalação de hidrômetros nos poços. A Aiba diz apoiar a medida, mas há um embate com relação ao prazo estipulado e à tecnologia --se serão hidrômetros analógicos ou digitais.

Além do temor de que, com o início da medição, o governo baiano comece a cobrar pela água captada, o que é previsto na legislação. Este mês, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia enviou ofício à Inema solicitando mudanças nas regras. A entidade pede aumento do limite mínimo para a obrigatoriedade de medição, alega que não há capacidade para atendimento à grande demanda pelos equipamentos e pede extensão do prazo para a implantação.

"A gente entende que o São Francisco é muito importante, assim como [os afluentes da região do Urucuia] Grande, Correntes e Carinhanha, e precisamos usar a água de forma inteligente para gerar riqueza", diz o engenheiro agrícola Everardo Mantovani, um dos responsáveis pelo estudo encomendado pela Aiba. Ele diz que os primeiros resultados do trabalho apontam que 18% da área pesquisada tem algum problema de uso excessivo pela irrigação. Ressaltando que há incertezas nos dados, o trabalho considera, porém, que os volumes explorados atualmente "são uma fração menor com respeito ao potencial do aquífero".

"Ninguém precisa mais de recursos naturais do que os produtores", afirma Luiz Antônio Pradella, membro do conselho consultivo da Aiba. Além da necessidade de conservação, diz, o alto custo da energia ajuda a controlar o uso. "Não existe deixar bomba ligada. Se deixar, o produtor quebra."

A favor dos produtores, diz que em 2016 62% dos pivôs foram desligados porque os rios estavam chegando a um nível crítico. Defende que a entidade tem investido em medidas de mitigação e conservação ambiental e educação, como a recuperação de nascentes e transferência de tecnologia para microprodutores.Para a Aiba, a área plantada na região pode dobrar apenas com o uso de pastagens degradadas no sentido do rio São Francisco, a leste. E sem grande necessidade de irrigação, já que a área tem níveis de chuva mais elevados.

A Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento da Bahia diz que o estudo contratado à UFV, fruto de acordo de cooperação técnica firmado com os produtores, "vai disponibilizar dados e informações confiáveis para a tomada de decisão na gestão integrada dos recursos hídricos, por parte das organizações públicas e privadas".

Reforma agrária não está incluída entre os programas do governo de Jair Bolsonaro


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Lula e Dilma usaram o MST como massa de manobra
Pedro do Coutto
Apesar de ter sido um dos temas centrais da sucessão presidencial de 1960 a reforma agrária, pelo menos até o momento não integra a lista dos projetos propostos pelo governo Bolsonaro, e assim completará 60 anos de sua não realização. Não estou me referindo ao projeto de João Goulart, mas sim ao Estatuto da Terra, projeto do ministro Roberto Campos, avô do atual presidente do Banco Central.
Era um projeto ajustado ao capitalismo. Portanto nunca foi – tampouco poderia ser – considerado um lance subversivo e antidemocrático.
SÓ NO PAPEL – Mas a questão é que não conseguiu sair do papel e, com isso, nosso país não se mostra sensível ao progresso no campo, tanto sob a ótica social quanto pela lente da economia.
O debate das eleições que terminaram com a vitória de Jânio Quadros foi bastante intenso e incluiu no primeiro plano, ao lado da reforma agrária, a lei de remessa de lucros para o exterior. Como se sabe Jânio Quadros renunciou e Jango assumiu a presidência.
A remessa de lucros entrou em vigor em 1963 e foi revogada pelo governo Castelo Branco. Mas falei em reforma agrária e no projeto do estatuto da terra.
MINIFÚNDIOS – A matéria não saiu do papel, inclusive atravessou os governos Lula e Dilma Rousseff mas não conseguiu ser implantada. Nada adiantaram as simples distribuições de terra para produção agrícola. Tornaram-se minifúndios sem possuir a engrenagem indispensável de implementos agrícolas.
Hoje, olhando-se para trás, verificamos o tempo perdido com o projeto da reforma agrária oscilando sem execução. Principalmente, estranha-se o silêncio sobre a matéria por parte dos governos do PT. O movimento dos sem terra não funcionou, restringindo-se a poucas concessões e muitas apropriações ilegais.
O tema reforma agrária parece ter saído das preocupações dos governos Lula, Dilma Rousseff, Michel Temer e agora está fora do elenco reformista do presidente Bolsonaro.
TODOS PERDEM – O Brasil perde com isso e também a população rural brasileira, que trabalha sem contrato de vínculo trabalhista. Em muitos casos, verifica-se até a manutenção do trabalho mais perto da escravidão do que da libertação social.
Poderíamos ter uma agricultura muito mais desenvolvida do que aquela até hoje existente, apesar de seu grande êxito nas exportações brasileiras. O meio rural conseguiu avançar com as grandes propriedades. Com a reforma agrária, o avanço seria ainda muito maior. Os produtos chegaria à mesa dos brasileiros com preços mais baixos e qualidade mais alta.
Foi uma pena o tempo perdido sem a modernização que a reforma agrária poderia ter oferecido ao país.

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