Passadas as festas juninas encerradas com o São Pedro de Santa Brígida e da Quixaba (Glória), seria natural que a política local voltasse à tona e se desse os primeiros movimentos para se mover os mosaicos da sucessão de 2012.
Anilton Bastos, ex-prefeito e atual de Paulo Afonso integra um grupo político que comandou os destinos do Município de 1.989 a 2004, sofrendo um lapso entre 2005 e 2008, retornando em 2009 quando das eleições de 2008. Vislumbrando que o DEM é como ave em extinção a ser tratado pelo IBAMA, tem sido noticiada pela imprensa sua intenção de aderir à base de sustentação do governador Jaques Wagner.
O DEM so sobrou na Bahia e sobrevive às duras penas no plano nacional e essa situação é agravada em Paulo Afonso já que a legenda que sobrevivia do fisiologismo e não mais conta com o Governo Federal e nem o Governo Estadual e sofreu sério desgaste com a derrota do ex-deputado Luís de Deus nas últimas eleições parlamentares, sua liderança maior.
Mantendo-se agregado ao DEM nas próximas eleições o prefeito corre o risco de reunir em seu palanque velhas figuras políticas desgastadas que não somam, além de ficar isolado em relação aos partidos da base de sustentação do Governador, embora deva se dizer que a política local difere da estadual que por sua vez difere da nacional. Na eleição municipal o eleitor é imediatista sobre o que foi feito e o que se deixou de se fazer e ai pesa a prestação de serviços.
Anilton vive as perspectivas e não se sabe sua real situação de ficar ou mudar e mudando para onde, não movendo o mosaico de forma concreta até agora.
Raimundo Caires que em aliança com outras forças nas eleições de 2004 desbancou o DEM, nas eleições de eleições de 2009, por erro de avaliação, saiu derrotado na disputa com Anilton por margem estreita para um eleitorado como o de Paulo Afonso, voltando com força quando candidato a deputado estadual e em Paulo Afonso tive 14 mil votos, já desacompanhado da base parlamentar eleita em 2009, se colocando, indiscutivelmente, ao lado de Luís de Deus, em Paulo Afonso, como lideranças líderes populares, sem se esquecer do Dep. Mário Negromonte que além de ser bem votado é o Ministro das Cidades. O fato em si é que pessoas equivocadas davam Raimundo Caíres como batido e a história foi outra
No dia de amanhã, sábado (09.07), Raimundo Caíres estará se filiando ao PC do B em solenidade a ser realizado no COPA, 14:30, com a presença do Min. dos Esportes, deputados e lideranças políticas. Não havendo problemas nas Contas de Raimundo a obstaculizar sua candidatura, as eleições de 2012 serão polarizadas entre Anilton e Raimundo, já que a tão sonhada terceira via em Paulo Afonso nunca vingou.
Em política se faz previsão sem certeza. Foram inúmeras as candidaturas que meses antes de eleições se mostravam débeis e quando abertas as urnas o resultado foi outro. Raimundo Caíres moveu o primeiro mosaico.
Se há indecisão por parte de Anilton, se é que já não tenha tomado uma posição pró-governo, Paulo de Deus, ex-prefeito de Paulo e irmão do ex-deputado Paulo de Deus que saiu com uma imagem de bom administrador público, ao que me parece, tem a intenção de se candidatar a prefeito nas próximas eleições, estando ainda pendente de filiação que poderá acontecer até outubro próximo. Paulo de Deus saindo candidato, Paulo Afonso terá um quadro novo e que poderá deslocar a polarização, a depender do jogo de cintura que tenha. Falta ele mover o seu mosaico e parece não ter pressa.
Se todo mundo correr para a base de sustentação do Governador Jaques Wagner é como voltar ao tempo da Arena com as sublegendas I, II e III, o que repugna o discurso democrático.
Jaques Wagner em Jeremoabo nas últimas eleições municipais e em discurso repetido em Paulo Afonso, disse que a política tem lado. Se for para todo mundo correr para um lado só, prefiro que se mantenham o DEM, o PSDB e outros partidos de oposição, se é que ainda tenha outro. No México o PRI era partido único e se manteve no poder por décadas ou até século, foi um desastre. Mexicanização no Brasil ou na Bahia jamais. Bastam os horrores do carlismo e sua política perversa com adversários. O discurso pode diferir, a prática será a mesma.
O certo é que Paulo Afonso nas próximas eleições poderá apresentar um quadro confuso e isso me fará lembrar o que disse Fernando Collor: “... quero a direita indignada e a esquerda perplexa.”
Paulo Afonso, 08 de julho de 2011.
Fernando Montalvão.
Tit. do Escrit. Montalvão Advogados associados.
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