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segunda-feira, novembro 18, 2024

Ana Patrícia coloca Daniela Borges na defensiva em debate em que independência e “omissões” da OAB são questionados

 Foto: Ricardo Oliveira

Candidatas à presidência da OAB participaram de debate um dia antes de eleição, que ocorre amanhã18 de novembro de 2024 | 13:40

Ana Patrícia coloca Daniela Borges na defensiva em debate em que independência e “omissões” da OAB são questionados

exclusivas

A discussão sobre a independência da seccional baiana da OAB dominou boa parte do debate promovido esta manhã entre a presidente Daniela Borges, que concorre à reeleição, e a colega Ana Patrícia Dantas Leão, candidata da oposição. Borges acusou a chapa da oposição de contar com o apoio de um presidente de partido e de dois desembargadores e ouviu como resposta de Ana Patrícia uma crítica ao fato de ter tentado três vezes, sem sucesso, ocupar um cargo de ministra do Tribunal Superior Eleitoral usando a Ordem. Além disso, a candidata da oposição lembrou que o grupo de Borges indicou um desembargador pelo Quinto Constitucional, o que implicou na preferência por um advogado em detrimento de todos os demais candidatos e em negociações com os desembargadores e o governador do Estado, fragilizando a autonomia da instituição.

“Esse é um tema que me preocupa muito nessas eleições, porque a candidata adversária traz na sua campanha dois desembargadores que vêm de uma maneira muito constrangedora, inclusive, pedindo votos para ela, muitas vezes inclusive se referindo à chapa deles. Isso coloca em cheque, sem dúvida nenhuma, a independência da OAB. É isso que está no jogo, inclusive, nessas eleições. Antes de ontem nós tivemos um presidente de um partido político mandando mensagens para prefeitos da sua base, orientando a base a votar na campanha adversária, desembargador ontem também mandando mensagens pedindo, temos diversos prints, a imprensa inclusive já noticia isso. Então, a pergunta que fica é: como é possível se ter efetivamente independência se se tem durante a eleição esse tipo de apoio?”, questionou Daniela Borges no confronto promovido pelo Bahia Notícias.

Na réplica, Ana Patrícia questionou a presidente: “Estranho falar em independência quando a presidente da OAB e a atual candidata Daniela tenta ocupar espaços nos tribunais, situação que todos sabem que não se conquista sem apertar mãos e sem uma posição de subserviência. Mais estranho ainda é falar em independência quando ela fez um desembargador pela primeira vez no Tribunal de Justiça da Bahia, procedimento que todos sabemos que tem etapas e que demandam pedidos de apoio ao presidente do Tribunal e pedidos de apoio ao governo do Estado da Bahia. E quero dizer que mais uma vez que nós precisamos observar que toda atuação que ela reputa de independência é de subserviência”. Para completar, lembrou de vínculos de um desembargador da Justiça do Trabalho com a chapa da situação.

Em outro momento as duas foram ao confronto ao tratar da representação feminina na Ordem, questionada principalmente pela candidata da oposição. “Nós temos, e até com felicidade, uma presidente mulher, mas nós não sentimos avanços femininos. Basta dizer que na própria estrutura da OAB, a partir da posse da atual candidata à eleição, cargos importantes deixaram de ser ocupados por mulheres. A exemplo da presidência do Tribunal de Ética e Disciplina, a exemplo da Procuradoria Geral de Prorrogativas, a exemplo de uma redução significativa de comissões presididas por mulheres”, disse Ana Patrícia, que deixou a presidente da OAB na defensiva praticamente durante mais o tempo do confronto, que durou pouco mais de uma hora.

A candidata da oposição ainda relembrou ter sido agredida após o resultado do pleito em que Daniela Borges foi eleita, mas de não ter tido sua solidariedade pessoal nem um posicionamento firme da presidente no episódio. “Eu não posso deixar de lembrar que liderança feminina significa acolher as mulheres, não apenas as mulheres que fazem parte do seu grupo. Eu fui vítima de um processo violento na última eleição e não recebi da candidata Daniela nenhum apoio. Eu não sou a única mulher a sofrer esse tipo de violência. Doutora Sílvia Cerqueira, atual conselheira federal na Chapa 86, que com ela rompeu, única mulher negra no Brasil do Conselho Federal, ao longo de três anos, só teve a oportunidade de sentar na bancada da Bahia por uma única vez, sempre sendo posta nas últimas bancas do Conselho Federal. Representação feminina significa muito mais do que ter uma imagem de mulher na ocupação de espaços”, relatou.

Ao responder, Borges, primeira mulher presidente da OAB Bahia, afirmou ter aberto outros espaço para a representação feminina na sua gestão e disse que fez um repúdio público aos ataques recebidos por Ana Patrícia. “Eu fiz um repúdio tão enfático que inclusive a imprensa local noticiou, trouxe inclusive aqui sites nos quais houve uma repercussão do repúdio que fiz à época. É importante também aqui destacar que eu repudio todas as formas de violência contra a mulher. Não sou apenas eu, primeira mulher a chegar na presidência da OAB. Eu sempre digo que o meu orgulho é que eu cheguei com muitas. Pela primeira vez na história temos presidente e vice, duas mulheres e temos uma diretoria com três mulheres e as mulheres em todos os espaços do OAB trazendo as ações e projetos em prol também da mulher advogada”, rebateu.

Ana Patrícia ainda provocou a presidente ao questionar sobre o que classificou como omissão da OAB em diversas frentes, entre as quais quanto à inexistência de fiscalização da qualidade dos cursos de Direito na Bahia, hoje com 80 mil inscritos, ao dizer que a instituição não combate o estelionato educacional. “A Bahia e o Brasil vivem um verdadeiro estelionato educacional. É papel da OAB lutar e judicializar pelo fechamento de instituições que não têm qualidade”, defendeu, acrescentando que a Ordem precisa de uma postura firme para garantir que os advogados sejam formados com excelência, propondo a descentralização da Escola Superior de Advocacia (ESA) para o interior, além de iniciativas como o projeto Primeiros Passos, que prevê mentoria, cotas raciais e de gênero, e parcerias para desconto em lojas conveniadas.

A candidata da oposição ainda criticou o programa da Caixa de Assistência dos Advogados da Bahia (CAAB), que distribui ternos usados para advogados iniciantes. “Isso é humilhante. Na nossa gestão, os advogados terão ternos novos e dignidade”, afirmou. Sobre as prerrogativas dos advogados, Ana Patrícia criticou a falta de estrutura do Poder Judiciário e propôs um projeto de pacto com o Poder. A ideia é destinar parte das custas processuais à melhoria da estrutura judiciária, com mais juízes, reativação de comarcas e contratação de assessores. Segundo ela, essa iniciativa poderá reduzir significativamente a violação de prerrogativas: “Embora existam magistrados que intencionalmente violam prerrogativas, a maioria dos problemas é fruto da má estrutura do Judiciário.”

Trump ergueu um partido nacional e populista, realmente muito eficaz


A imagem mostra um homem com cabelo loiro e um boné preto que diz 'MAKE AMERICA GREAT AGAIN'. Ele está de perfil, olhando para um painel de vidro que reflete sua imagem. O fundo é claro, sugerindo um ambiente ao ar livre

Agora, Trump precisa encontrar um sucessor para 2028

Demétrio Magnoli
Folha

No 6 de janeiro de 2021, o vice de Trump, Mike Pence, cumpriu seu dever e, contrariando o desejo golpista do presidente, certificou a vitória de Biden. Logo mais, no próximo 6/1, Kamala Harris, a vice derrotada, certificará sem rodeios a vitória de Trump. Nesse ato, ganha nova luz o 6/1 de 2017, quando Biden, então vice de Obama, certificou a primeira vitória de Trump.

Até dias atrás, descreveu-se Trump como um desvio passageiro, um breve interlúdio na história dos EUA. Hoje, é mais apropriado interpretar a presidência de Biden como hiato efêmero na era inaugurada pela surpreendente derrota de Hillary Clinton. Há quatro anos, Biden triunfou graças à epidemia de Covid-19. Mas, desde 2016, rompeu-se a tradição política inaugurada por Franklin Roosevelt e atualizada no imediato pós-Guerra Fria.

MUITA MUDANÇA – As tecnologias da informação e a globalização provocaram uma profunda cisão no mundo do trabalho. Em busca de custos de produção menores na Ásia ou no México, a indústria tradicional lançou-se à aventura da relocalização.

Enquanto isso, floresceram nos EUA os clusters da economia digital, apoiados em vastos fundos de capital de risco. A economia americana bifurcou-se, intensificando o contraste entre detentores de diploma superior e os que só completaram o ensino médio. Daí surgiu um novo cenário político: o palco para a ascensão de Trump.

NOVA REALIDADE – O advento da economia digital e a desindustrialização dissolveram a coalizão de trabalhadores sindicalizados, negros e hispânicos que sustentava o Partido Democrata.

Os democratas converteram-se no partido da classe média cosmopolita das grandes cidades, que enxerga a política pelas lentes da crise ambiental, dos direitos reprodutivos femininos e, no caso dos setores militantes, também da bíblia identitária escrita nas universidades.

Trump identificou, nessa mutação, a oportunidade para refundar o Partido Republicano. Seu movimento, o Maga (Make America Great Again), destruiu o antigo partido liberal-conservador que representava as corporações empresariais.

POLÍTICA PRÁTICA – No lugar dele, ergueu de fora para dentro um partido nacional-populista que oferece uma interpretação política para as inseguranças econômicas dos órfãos da economia tradicional.

A base social do Maga não vive no mundo dos bytes, mas no dos combustíveis fósseis. Almeja a restauração de uma segurança econômica básica. Não se interessa pela “política do corpo”, mas pelo preço dos alimentos e das hipotecas. Rejeita a ideia de “reparações históricas” para minorias.

Na ausência de um argumento democrata consistente, compra a lenda de Trump sobre a “invasão de imigrantes” que colocaria em risco os empregos e a renda do povo comum.

EM EXPANSÃO – O partido nacional-populista não mais se circunscreve à baixa classe média branca das cidades do interior e dos campos de milho. O voto hispânico, bastião democrata no passado recente, move-se rumo ao Partido Republicano –e fenômeno semelhante, em escala menor, verifica-se na fortaleza democrata do eleitorado negro. De certa forma, o Maga é inclusivo.

Milhões de eleitores de Trump votaram, antes, em Barack Obama. Os democratas podem escolher o álibi conveniente de classificá-los como uma massa de “deploráveis”: racistas, fascistas ou misóginos. É o caminho mais curto para colher derrotas eleitorais em série.


Atentado contamina 2026 com passos calculados de Lula, Bolsonaro e governadores cotados

 Foto: Antonio Augusto/Arquivo/Divulgação

Fachada do STF18 de novembro de 2024 | 06:57

Atentado contamina 2026 com passos calculados de Lula, Bolsonaro e governadores cotados

brasil

O atentado em frente à sede do STF (Supremo Tribunal Federal) intensificou entre atores envolvidos na eleição para a Presidência da República em 2026 as discussões em torno de temas como anistia para condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, pacificação nacional e polarização ideológica.

Depois que Francisco Wanderley Luiz, 59, explodiu-se na praça dos Três Poderes, na última quarta-feira (13), nomes que miram, pela direita, a cadeira ocupada por Lula (PT) se manifestaram contra a politização do caso, seguindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no discurso de que se tratou de um “lobo solitário”. Já a base do petista resgatou a bandeira “sem anistia” e cobrou punição para inibir novos atos extremistas.

As reações passaram também por governadores que são tratados como pré-candidatos ou se movimentam como apoiadores de um eventual projeto unificado da direita.

Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Romeu Zema (Novo-MG) usaram o caso para reforçar a retórica antigoverno e acenar ao espólio eleitoral de Bolsonaro. O ex-presidente está inelegível, mas se coloca como postulante, apostando em uma remota virada a seu favor nas cortes superiores e no Congresso.

Por outro lado, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ratinho Jr. (PSD-PR) ficaram em silêncio, numa mostra de como o episódio demanda passos calculados nas esferas institucional e eleitoral.

Lula manteve a agenda oficial e, com as condições de segurança garantidas após o ataque, buscou preservar um ritmo de normalidade no governo, também sem comentar o caso.

No entanto, ministros e aliados de diferentes partidos da base demonstraram alinhamento com a leitura do STF, associando o ataque ao discurso radical do bolsonarismo nos últimos anos, que incluiu a contestação ao resultado eleitoral de 2022 sob alegações infundadas de fraude.

Os auxiliares de Lula trataram as explosões como desdobramento do 8 de janeiro, reiterando que só a punição aos responsáveis vai impedir novas ocorrências. O tom se aproxima do usado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, que refutou a teoria de fato isolado, fez uma vinculação do caso ao “gabinete do ódio” do governo Bolsonaro e falou que “não existe possibilidade de pacificação com anistia a criminosos”.

O principal impacto do atentado para Bolsonaro foi o imediato revés na pauta de anistia para os condenados do 8 de janeiro. O pleito é encampado por seu grupo, com a expectativa de pavimentar um ambiente favorável para a recuperação dos direitos políticos do ex-presidente.

Ao se manifestar, Bolsonaro procurou se distanciar do caso, recorrendo à narrativa de fato isolado cometido por pessoa com “perturbações na saúde mental”, e pediu “pacificação nacional”, num momento em que sua estratégia de defesa passa por moderar o tom e evitar confrontações com o Judiciário.

Apesar de estar inelegível até 2030 por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral, ele se diz o único no campo da direita com chance de vitória em 2026, por ter o que descreve como “nome nacional”. Sem uma reversão judicial, ao ex-mandatário restará um papel coadjuvante.

O atentado também jogou água fria na euforia com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, o que é visto como um novo elemento de pressão em favor do ex-presidente no Brasil.

No caso de Lula, a mobilização do entorno em defesa de punição exemplar para crimes contra o Estado democrático de Direito e contra as articulações de anistia se choca com as preocupações eleitorais, depois que o pleito municipal mostrou a esquerda em dificuldade e a direita em evolução.

O presidente participa de conversas em que é aconselhado a deixar para trás o estímulo à polarização e reorganizar os ministérios e a comunicação para a segunda metade do governo. Há uma avaliação de que o tom duro contra o golpismo reforça a imagem de revanchismo e perseguição à direita.

Vocalizados por apoiadores desde a posse de Lula, os gritos de “sem anistia”, ainda assim, ganharam novo fôlego após o episódio da semana passada. Pesquisa do Datafolha de março deste ano mostrou que 63% dos brasileiros são contra anistia para os envolvidos nas depredações do 8 de janeiro.

Comentando o atentado, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), do PT, responsabilizou “líderes da extrema direita” por “essa cultura do ódio, da intolerância, do estímulo à violência [que] faz com que as pessoas cometam crimes” contra instituições da democracia, como o Supremo.

A ministra Simone Tebet (Planejamento), do MDB, declarou que é preciso manter vigilância enquanto permanecerem “apitos” que encorajam ataques. “No ataque à democracia, os ‘lobos’ nunca são solitários”, afirmou. Anielle Franco (Igualdade Racial), do PT, disse que “nunca foi nem será um ato isolado”.

No lado oposto, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro de Bolsonaro, repudiou a iniciativa de “extrapolar uma atitude mentecapta de um indivíduo para dar contornos institucionais” ao caso.

“Ao invés de atribuir culpa de parte a parte, faríamos bem em reduzir a temperatura do debate político, trazendo de volta o diálogo como regra básica”, afirmou.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, apontou “distorção inaceitável dos fatos”, com o “propósito malicioso de atrapalhar o andamento do projeto de lei da anistia”. Um dos argumentos dos conservadores é que só o perdão trará uma reconciliação nacional.

Os governadores de oposição que comentaram o atentado aproveitaram as falas para mandar recados.

Caiado culpou Lula, embicando o debate para o viés da segurança pública. Ele, que se declara presidenciável para 2026, afirmou que o país tem “falta de comando” e “ausência de um líder forte” e que “um governo federal fraco e apático […] se ajoelha diante do avanço do crime organizado e do extremismo”.

Zema, que reverbera pautas bolsonaristas, endossou a visão de que o ataque cometido por Francisco foi isolado. O mineiro ainda procurou eximir o PL, sigla pela qual o autor concorreu a vereador em 2020, dizendo que “nenhum partido está isento de ter um louco entre os possíveis candidatos”.

Como nomes envolvidos na corrida ao Planalto se posicionaram sobre o atentado
Lula (PT)
Presidente não se manifestou sobre o caso até este domingo (17) e manteve a agenda. Auxiliares e aliados rebateram tese de autor “lobo solitário” e vincularam episódio a Bolsonaro e à extrema direita, rechaçando possibilidade de anistia para condenados do 8/1

Jair Bolsonaro (PL)
Inelegível, ex-presidente buscou se distanciar do episódio, tratando-o como “fato isolado”, e pediu pacificação. O caso representa um revés para a tentativa de perdoar os presos do 8/1 e pavimentar caminho para uma remota reversão de sua inelegibilidade

Tarcísio de Freitas (Republicanos)
Governador de São Paulo adotou silêncio sobre o atentado. Tido como um dos pré-candidatos do bolsonarismo para a eleição de 2026, ele defendeu no último 7 de Setembro a anistia para os condenados pela invasão às sedes dos Três Poderes, que chamou de “presos políticos”

Ratinho Jr. (PSD-PR)
Governador do Paraná também não se pronunciou. O opositor de Lula, tratado como uma das alternativas da direita para a disputa presidencial, já assumiu interesse em disputar a cadeira e defende que seu partido tenha protagonismo e candidato, descolando-se da gestão petista

Ronaldo Caiado (União Brasil-GO)
Governador de Goiás relacionou o ataque em Brasília à “falta de comando” e “ausência de um líder forte” no país. Declaradamente pré-candidato para 2026, ele usou o caso para apontar ineficiência do governo Lula na segurança, diante do avanço do crime organizado e do extremismo

Romeu Zema (Novo-MG)
Governador de Minas Gerais rechaçou a possibilidade de o ataque ser parte de um movimento maior, ecoando a tese bolsonarista de “ato isolado”, cometido por “alguém em profundo desequilíbrio emocional”. Ele também isentou de responsabilidade o PL, ao qual o autor foi filiado

Joelmir Tavares/FolhapressPoliticaLivre

Justiça absolve delegado da PF que pediu buscas contra Augusto Aras, ex-PGR

 Foto: Roberto Jayme/Arquivo/TSE

Augusto Aras18 de novembro de 2024 | 08:20

Justiça absolve delegado da PF que pediu buscas contra Augusto Aras, ex-PGR

A 12ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal absolveu o delegado da Polícia Federal Bruno Calandrini das acusações de prevaricação e de abuso de autoridade num caso de 2022 envolvendo o ex-procurador-geral da República Augusto Aras.

A denúncia, apresentada pelo MPF (Ministério Público Federal), alegava que Calandrini havia iniciado uma investigação contra Aras sem autorização judicial e solicitado a busca e apreensão de seu celular, desrespeitando prerrogativas de foro do cargo.

Ainda cabe recurso no caso. Procurada, a assessoria de imprensa do MPF em Brasília afirmou que o processo tramita sob sigilo e que, por essa razão, o órgão não comentaria.

A acusação também apontava que o delegado teria agido de forma irregular ao solicitar o depoimento do então ministro Paulo Guedes, titular da pasta da Economia na gestão de Jair Bolsonaro (PL), em um contexto que, segundo a Procuradoria, visava satisfazer interesses pessoais.

O MPF sustentou que o delegado agiu movido por interesse pessoal e sem justa causa, em violação ao Código Penal e à Lei de Abuso de Autoridade. A denúncia foi recebida pela Justiça em dezembro de 2023.

Os fatos sob investigação ocorreram em maio de 2022, quando o advogado de Paulo Guedes, Ticiano Figueiredo, tentou marcar uma reunião fora da agenda com Aras, então procurador-geral. O tema seria a possível dispensa do chefe da equipe econômica de depoimento previsto à Polícia Federal.

O pedido de audiência feito pelo advogado foi tornado público pelo próprio Aras. Por descuido, o então PGR postou em seu status no WhatsApp uma mensagem que deveria ser enviada a um auxiliar.

A conversa vazada foi o motivo utilizado pelo delegado para solicitar ao Supremo Tribunal Federal a busca e apreensão, além de uma perícia no celular de Aras. O STF negou o pedido.

A requisição de busca foi feita no âmbito de um inquérito que investiga o senador Renan Calheiros (MDB-AL) por supostos desvios no Postalis, fundo de pensão dos Correios. O delegado Calandrini também pediu o depoimento do ex-ministro da Economia como declarante —ou seja, não investigado.

Cinco dias após Aras divulgar erroneamente o pedido de reunião, a PGR (Procuradoria-Geral da República) se manifestou no inquérito contra o depoimento. O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, em 31 de maio, acatou a posição de Aras e negou o pedido da PF para ouvir Guedes.

Na avaliação da 12ª Vara Federal, embora possa ser questionável do ponto de vista administrativo, a atuação de Calandrini não configurou abuso de autoridade ou prevaricação, pois o trabalho estava submetido à supervisão de seus superiores.

Na decisão, o juiz do caso afirma que a solicitação do depoimento de Guedes era de conhecimento da alta cúpula da PF e foi encaminhada, inclusive, pelo diretor-geral da corporação para o até então ministro da Economia.

O magistrado responsável pelo caso afirmou na sentença que não havia justa causa para a condenação do réu, conforme solicitado pelo Ministério Público Federal, e absolveu Calandrini por não haver provas suficientes para caracterizar os crimes imputados.

Calandrini também foi o responsável pelas investigações contra Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação do governo Bolsonaro.

O delegado foi afastado do cargo na Polícia Federal após denunciar uma suposta interferência da cúpula da corporação e de Bolsonaro no caso.

Por causa desses fatos, ele passou a responder a um processo administrativo interno na PF. Em 20 de abril do ano passado, foi suspenso preventivamente e afastado do exercício do cargo até o término da apuração.

Raquel Lopes/FolhapressPoliticaLivre

Professores se dizem massacrados pelo governo Mitidieri

em 18 nov, 2024 8:21

Adiberto de Souza 

Tudo leva a crer que governo de Sergipe está mesmo decidido a pegar no pé dos professores da rede estadual de ensino. Agora, a categoria foi surpreendida com ameaças de processos de seus dirigentes e a suspensão do repasse pelo Estado da contribuição sindical a que tem direito o Sintese. Os educadores agem certos quando denunciam que estão sendo alvo de um massacre por parte do governo de Fábio Mitidieri (PSD). Dispostos a continuarem lutando por seus direitos, os professores prometem não se curvar diante da recusa do governo em negociar a pauta de reivindicação da categoria. Também garantem que vão continuar fazendo sucessivas greves, a despeito de as paralisações serem repetidamente proibidas pela Justiça. Há quem suspeite que Fábio Mitidieri, tal qual alguns de seus antecessores, não aceita que os professores se recusem em colocar o pescoço na canga, como se fossem mansos bois de carro. Já que criticam a falta de diálogo do chefe do Executivo, são punidos pelo bolso, numa tentativa de fazê-los se curvarem diante do governante de plantão. Seguramente, a população sergipana, consciente da importância dos educadores na construção do futuro de seus filhos, rechaçará mais essa absurda tentativa de criminalizar os responsáveis pela educação de nossa juventude. Misericórdia!

Há vagas

Um setor da economia está pronto para fazer centenas de contatações a partir de janeiro próximo. Alguns desses empregos chegam a pagar salários tentadores, além de o contratante nem sempre exigir a presença física do empregado. A principal exigência é o QI de “quem indica”. Está interessado? Pois procure aliados da prefeita eleita de Aracaju, Emília Corrêa (PL). Eles devem indicar boa parte dos futuros ocupantes dos cargos em comissão da Prefeitura de Aracaju. Um aviso importante: o candidato à sinecura que confessar ter votado no prefeiturável Luiz Roberto (PDT) será prontamente reprovado na “entrevista de emprego”. Home vôte!

Alta médica

Após alguns dias internado num hospital particular de Aracaju, o governador de Sergipe, Fábio Mitidieri (PSD), recebeu alta médica nesse domingo. O fidalgo sentiu um desconforto quando estava no Rio de Janeiro e, ao chegar em Aracaju, foi diagnosticado com pneumonia. Medicado, recebeu autorização para continuar o tratamento no lar, doce lar, onde permanecerá no estaleiro até quinta-feira. Em novembro de 2020, Mitidieri também baixou ao hospital por conta de uma crise renal aguda. Melhoras!

Calçadas mal cuidadas

E quem sempre reclama da má conservação das calçadas de Aracaju é o vereador Breno Garibalde (União Brasil). Segundo ele, é quase impossível andar por elas, principalmente se você é idoso, está levando carrinho de bebê, tem mobilidade reduzida ou possui alguma deficiência. Por causa da falta de manutenção das calçadas, “as pessoas andam na rua, ao lado do meio fio. Isso é grave e precisa mudar”, alerta. E é grande o número de pedestres que se arriscam nas mal cuidadas calçadas da capital sergipana. Deus seja louvado!

Boa nova

A Petrobras aguarda a resposta dos fornecedores à consulta sobre a licitação das duas plataformas visando atender ao projeto Sergipe Águas Profundas, para lançar o edital nesse sentido. Segundo a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da empresa, Renata Baruzzi, a expectativa é que isso aconteça até o final deste ano. Objetivando despertar interesse do mercado, a petrolífera ajustou o modelo de contratação para as novas plataformas. Tomara que agora apareça alguma empresa interessada no edital. Aff Maria!

Cadê a reforma política?

Necessária para a concretização da democracia, a reforma política não avança no Congresso nem a pau. Prometida há anos, esta importante iniciativa não sai do papel simplesmente porque não interessa à maioria dos congressistas. Qual deputado federal ou senador, eleito graças às malas pretas e caixas dois, vai querer moralizar as campanhas eleitorais, defender eleições justas e punir com rigor os bandidos de colarinho branco? Os parlamentares que discordam da maioria até podem se esgoelar na tribuna, porém não conseguirão aprovar uma reforma política que contrarie o enorme conluio político, assemelhado a um fedorento ninho de ratos. Desconjuro!

A deputada estadual Linda Brasil (Psol) lamentou que apenas 31% dos estudantes sergipanos matriculados no 2º ano do ensino fundamental da rede pública alcançaram o padrão nacional de alfabetização em 2023. Com base nesse dado do Indicador Criança Alfabetizada a parlamentar diz ser “inadmissível o descaso do governo Mitidieri quando se trata da garantia do direito à alfabetização”. Linda entende que não basta garantir o acesso à escola: “Precisamos assegurar uma jornada educacional de qualidade e comprometida com o desenvolvimento social”, discursa. Certíssima!

Livro de ficção

A Constituição Federal completou 36 anos agora em 2024, mas ainda não pode ser considerada uma obra acabada. Um levantamento feito pela Câmara dos Deputados mostra que a lei máxima do país contém mais de 150 dispositivos ainda não regulamentados. Um exemplo é o imposto sobre grandes fortunas atualmente em discussão. Previsto pelos constituintes em 1988, o tributo não é cobrado porque o artigo 153, que trata sobre o tema, não foi disciplinado. Os dispositivos que precisam de regulamentação são aqueles que enunciam um direito, um dever ou uma regra com a ressalva de que eles serão cumpridos “na forma da lei” ou “nos termos definidos em lei”. Só Jesus na causa!

mbo

E quem está sorrindo de orelha a orelha com o sucesso do G20 Social é o ministro sergipano Márcio Macêdo (PT). Um dos organizadores do evento realizado no Rio de Janeiro, o petista esteve presente nos mais diversos encontros, a exemplo do 4º Acampamento Nacional do Levante Popular da Juventude. Entusiasmado com a anergia da garotada, Márcio até arriscou tocar um bumbo. Com mais alguns treinos nesse instrumento de percussão o ministro poderá até fazer uma dupla com o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT), exímio tocador de zabumba. Marminino!

Aracaju menor

O vereador aracajuano Professor Bittencourt (PDT) está pra lá de preocupado com os efeitos da decisão judicial transferindo parte do território de Aracaju para São Cristóvão. O pedetista lembra que a Prefeitura da capital sergipana fez na área em litígio um grande investimento em educação, saúde e infraestrutura. Os 20,78 km² a serem transferidos para São Cristóvão contam com 6.727 imóveis, 14 escolas, três postos de saúde e 31 quilômetros de vias pavimentadas, além de iluminação pública. Com a anunciada mudança, Aracaju também terá uma perda anual de IPTU estimada em R$ 5, 2 milhões. Creindeuspai!

Luto

Morreu em Aracaju o empresário, desportista e ex-deputado federal José Queiroz da Costa, 88 anos. Ele estava internado em um hospital de Aracaju e faleceu nesta madrugada. O velório será no OZAF e o sepultamento acontecerá às 14 horas de hoje no Cemitério Santo Antônio das Almas, em Itabaiana. Aposentado do Banco do Brasil, José Queiroz deixa a viúva, seis filhos, 16 netos e quatro bisnetos. Que a terra lhe seja leve, amigo!

Noite de autógrafos

O ex-prefeito de Aracaju, João Augusto Gama (MDB), vai lançar, nessa terça-feira, o livro “Memórias de um político”. Amante das letras, João Augusto Gama conduz o leitor em uma viagem literária em que rememora o que viu e viveu no campo da política local e nacional. “É um relato em primeira pessoa contando diversas passagens da minha vida, mas restrito ao político”, explica Gama. A noite de autógrafos está agendada para o Museu da Gente Sergipana, centro de Aracaju. Prestigie!

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