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sábado, novembro 16, 2024

Deltan prevê “efeito sinistro ” para a direita após ataque ao STF

Publicado em 16 de novembro de 2024 por Tribuna da Internet

Imagem colorida de Deltan Dallagnol falando sobre atentado a bomba e PL da Anistia - Metrópoles

Dental diz que Supremo não pode pressionar Congresso

Giovanna Estrela
Metrópoles

Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato e ex-deputado federal, se pronunciou sobre as explosões na Praça dos Três Poderes, sendo uma delas em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), nessa quarta-feira (13/11). Em vídeo publicado no YouTube, Dallagnol afirma que o ataque terá “consequências sinistras” para a direita, principalmente para os presos e réus do 8 de Janeiro.

Isso porque, no último dia 29 de outubro, o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) criou uma comissão especial para a proposta de anistiar presos por participação ou financiamento dos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro. O texto virou uma pauta crucial da direita brasileira ligada ao bolsonarismo.

PL DA ANISTIA – No entanto, Dallagnol teme que o atentado dessa quarta-feira possa dificultar a aprovação do “PL da Anistia”, já que o autor do ataque, Francisco Wanderley Luiz, que se explodiu em frente ao STF, foi candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL). Segundo Deltan, isso fez com que muitos associassem o homem-bomba ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que também é do mesmo partido.

Em respostas aos ataques, o ministro do STF Alexandre de Moraes afirmou que “não existe possibilidade de pacificação com anistia a criminosos” e que “o criminoso anistiado é um criminoso impune”.

Por isso, Dallagnol acredita que o ocorrido servirá como uma justificativa para endurecer ainda mais as penas contra os envolvidos nos atos de 8 de Janeiro e inviabilizar a anistia.

SEM VIOLÊNCIA – “A explosão do STF vai ter consequências sinistras, e nenhuma vai ser boa pra direita. Independentemente do que ele queria com esse ato, a gente precisa reafirmar que nós, da direita, repudiamos todo e qualquer tipo de ato de violência. Violência nunca vai ser a resposta”, disse Dallagnol.

“Já estão falando que isso [o ataque com bombas] dá consistência ao discurso de que a democracia segue ameaçada”, criticou Dallagnol.

Segundo Dallagnol, após as explosões, ministros do STF teriam manifestado aos líderes do Congresso a sua posição de “tolerância zero” para com qualquer tentativa de discutir anistia aos réus de 8 de Janeiro.

STF INTERVÉM – “Não vamos permitir que ousem debater anistia depois disso”, teria sido a mensagem enviada por ministros do Supremo Tribunal Federal a parlamentares.

Para Dallagnol, essa postura é uma afronta ao papel independente do Congresso e um exemplo do que chamou de “controle excessivo” por parte do Supremo.

“Desde quando o Congresso depende de permissão do STF para discutir alguma coisa?”, questiona.

Trump diz que Elon Musk precisa ser protegido. De quem? Do STF?


Trump anuncia Musk para chefiar "Eficiência Governamental"

E agora? Quem aceitará comprar briga com Elon Musk?

Mario Sabino
Metrópoles

Elon Musk é o novo querido de Donald Trump, e essa não é uma boa notícia para o STF e, por extensão, para o governo Lula. Além de dar um importante cargo oficial de recompensa ao seu mais generoso e poderoso cabo eleitoral, com a função de cortador de custos na máquina federal, o presidente eleito dos Estados Unidos passou a ouvi-lo para quase tudo.

Há poucos dias, Donald Trump incluiu Elon Musk, cuja Starlink ajuda a Ucrânia na guerra contra o invasor russo, em uma reunião telefônica com o presidente Volodymyr Zelensky, da qual ninguém sabe o teor.

BEM NA FOTO – Na mais recente fotografia da família Trump, feita depois da vitória eleitoral, Melania não aparece, mas lá está o dono da Tesla, da Starlink e do X. A imagem ilustra a declaração de amor que Donald Trump fez no seu primeiro discurso como presidente eleito.

Ele disse que Elon Musk é a “nova estrela” do Partido Republicano. “Ele e um gênio. Ele é um sujeito especial, um supergênio. Nós temos que proteger os nossos gênios. Não temos muitos deles. Nós temos que proteger os nossos supergênios”, insistiu Donald Trump.

E até que ponto irá a proteção ao supergênio? Bastante longe e misturando alhos e bugalhos, a julgar pelo que disse J.D. Vance, vice de Donald Trump.

DISSE VANCE – Em setembro, em entrevista a Shawn Ryan, no Youtube, Vance afirmou o seguinte, quando confrontado sobre a guerra que a União Europeia move contra Elon Musk por causa da rede social X:

“O que a América deveria estar dizendo é que, se a Otan quer que continuemos a apoiá-la, e a Otan quer que continuemos a ser bons integrantes dessa aliança militar, por que não respeitar os valores americanos, respeitando a liberdade de expressão?”, perguntou, acrescentando:

“Desculpe, mas é uma loucura que apoiemos uma aliança militar, se essa aliança militar não é a favor da liberdade de expressão. Pode-se ter os dois. Temos de dizer que o poder americano vem junto com certas amarras. Uma delas é respeitar a liberdade de expressão, em especial da parte dos nossos aliados europeus.”

CENSURA CLARA – A União Europeia quer que o X de Elon Musk se enquadre na nova legislação que rege o funcionamento das redes sociais nos países do bloco — aquela que o STF e o PT apontam como modelo para regulá-las no Brasil. Ou seja, que modere conteúdos associados aos chamados “discurso de ódio” e “desinformação” e, se publicados, que os retire do ar a mando das autoridades, sem qualquer discussão.

Como o libertário Elon Musk se recusa a cumprir a legislação por considerá-la censura oficial, os burocratas de Bruxelas ameaçam fazer o mesmo que fez o STF: multar o X e, se necessário, pegar o dinheiro da multa no caixa de outras empresas de Elon Musk presentes na União Europeia.

Há quem fale até em banir a rede social, em caso de desobediência.

CAINDO NA REAL – Os países do bloco estariam dispostos a punir o X e outras empresas de Elon Musk e comprar briga com o novo governo americano? Improvável. E não se trata de Otan, mas de comércio.

De índole protecionista, Donald Trump não terá nenhuma dificuldade para alegar que atirar contra o X significa prejudicar os interesses comerciais dos Estados Unidos e, portanto, a resposta deve vir na forma de retaliação em idêntica moeda, milhões ou até bilhões delas subtraídas das importações vindas da Europa.

Repita-se a pergunta para o Brasil: o STF repetiria a dose aplicada ao X do protegé de Donald Trump? O governo Lula ficaria ao lado do STF? Antes que se vista verde e amarelo e se cante o Hino Nacional, é bom refletir se vale a pena no bolso dos exportadores brasileiros. Talvez o melhor seja apenas enfrentar o ressentimento que Elon Musk pode tirar da geladeira.


Mais à frente, tudo voltará a ser discutido na anistia a Bolsonaro


Tribuna da Internet | Anistiar Bolsonaro significa suicídio democrático e  convite à baderna

Charge do Fred Ozanam (Paraíba Online)

Dora Kramer
Folha

A tentativa de atentado a bombas na praça dos Três Poderes mostrou que o espaço síntese da representação da República ainda é um lugar vulnerável a ação de extremistas, sejam dementes ou agentes conscientes de orquestração liberticida.

A radicalização está presente, ativa, ataca em qualquer lugar e em qualquer momento sem que possamos dizer que somos pegos de surpresa, embora um tanto desprevenidos. A intolerância incorporou-se ao cotidiano. Instalou-se como um tumor, que, se não for combatido o quanto antes, ameaça o país de metástase.

MESMO VENENO -O enfrentamento da questão, no entanto, não será eficaz se ocorrer mediante a aplicação de doses do mesmo veneno em sentido contrário. Antes pode servir de alimento à virulência, cujos procedimentos precisam ser superados.

Não se trata de pregar omissão, condescendência ou defender a mera pacificação retórica. Esta se apresenta agora diante do episódio recente na voz daqueles que por conveniência procuram se desvincular da selvageria por eles semeada. A contraofensiva estará sempre à espreita. Bem pontuou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) que lobos podem agir de maneira solitária, mas “de alguma matilha eles saíram”.

É de se desconfiar da facilidade com que defensores de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro decretaram o “enterro” da ideia. O cadáver seguirá insepulto à espera da chance de ressurreição.

FACILIDADE DEMAIS – Tal oportunidade não pode ser oferecida tão facilmente pela pressa de organizar as exéquias do moribundo e usá-lo para, quem sabe, desferir um golpe mortal na ultradireita.

Amarga ilusão. Manifestações exacerbadas de indignação e conexões antecipadas por parte de investigadores e futuros julgadores fornecem material para que os que estão agora na berlinda retomem a tese da perseguição política.

Assim se dá combustível aos radicais. Mais eficiente seria a contenção nas palavras enquanto se robustecem as indispensáveis punições aos arautos da criminalidade institucional, a fim de deixá-los sem margem a qualquer tipo de reação que soe convincente aos ouvidos da sociedade.

Rubynho lança clipe da música "Tchuco" gravado no Centro Histórico de Salvador Comércio

 


Rubynho lança clipe da música "Tchuco" gravado no Centro Histórico de Salvador Comércio


Clipe está disponível no canal oficial do Youtube do artista

Quem é das antigas e curte aquele pagodão de primeira, lembra da música ‘Tchuco’, 

hit que disparou em todas as rádios, se destacando como uma das músicas mais ouvidas da época. Nesta sexta-feira (15), os amantes do pagode terão motivos para se divertir. A música ‘Thuco’, ganhou uma nova roupagem nos arranjos, resultando em um clipe imperdível interpretado na voz do cantor Rubynho, um dos artistas mais queridos do segmento. 

Totalmente dançante e esbanjando colorido, o clipe foi gravado nas ruas do Centro Histórico de Salvador, no Comércio. A presença de dançarinos garantiu o clima contagiante que a canção, por si só, já propõe.

O clipe ‘Tchuco’ está disponível no canal oficial do Youtube do artista que acumula mais de 50 mil inscritos. Acesse: https://youtu.be/ZZXZlfAoS_c e confira.

SOBRE RUBYNHO - Rubynho iniciou sua carreira musical ainda criança em Petrolina (PE), passando por bandas locais até se destacar aos 15 anos no grupo Planeta e Cia. Em 2003, ele assumiu o vocal da banda baiana Oz Bambaz, onde se consolidou no cenário nacional com seu estilo único, mesclando pagode e swingue contagiante.

Agora, em carreira solo, Rubynho é reconhecido como o "Melhor Swingueiro do Brasil", levando sua música e performance marcante a diversos palcos do país, conquistando novos fãs por onde passa.


DISPONÍVEL TAMBÉM EM

SUA MUSICA: https://suamusica.com.br/Rubynho/rubynho-tchuco

PLATAFORMAS DIGITAIS: https://onerpm.link/tchuco

Pauta enviada pelo Jornalista Fábio Almeida

Comissão de Transmissão de Governo: Desafios e Tensões na Transição Administrativa em Jeremoabo


Com o objetivo de garantir uma transição administrativa transparente e organizada, o atual prefeito de Jeremoabo, Deri do Paloma, formalizou na última quinta-feira (13) a Comissão Temporária Especial de Transmissão de Governo, por meio do Decreto nº 062/2024. Essa comissão terá a importante função de organizar e transmitir ao prefeito eleito, Tista de Deda, todos os dados e informações da administração pública, evitando descontinuidade nos serviços essenciais à população.

Segundo o decreto, a Comissão será encarregada de:

  • Coordenar e cumprir o cronograma de transição;
  • Colher, requisitar e registrar informações sobre a atual gestão;
  • Marcar reuniões e produzir atas detalhadas;
  • Fornecer ao prefeito eleito um dossiê completo sobre a administração vigente.

Tista de Deda, eleito com 11.530 votos, consagrou-se como o prefeito mais bem votado da história de Jeremoabo. Sua eleição representa uma nova esperança para a população, que espera uma gestão marcada pela transparência, eficiência e comprometimento com as necessidades do município.


Primeiros Conflitos na Transição

Apesar da formalidade e importância da Comissão de Transmissão de Governo, o início das atividades foi marcado por tensão e desentendimentos. No primeiro encontro entre os representantes das gestões, houve relatos de comportamento inadequado por parte de alguns assessores da atual administração, comprometendo o diálogo democrático e ético esperado em um momento tão crucial.

Esses incidentes geram preocupação, pois a transição de governo é uma etapa essencial para assegurar que os serviços públicos não sofram interrupções e que o novo gestor possa assumir suas funções com pleno conhecimento da situação financeira, administrativa e estrutural do município.


Expectativas para a Nova Gestão

Tista de Deda já demonstrou que pretende implantar uma gestão técnica, priorizando áreas como saúde, educação e infraestrutura, com foco na melhoria das condições de vida da população mais carente. Para isso, a transparência nos dados transmitidos pela Comissão será um elemento fundamental.

Por outro lado, qualquer obstrução ou omissão de informações pode dificultar o início do novo mandato, atrasar projetos essenciais e perpetuar problemas já enfrentados pela população.

A sociedade jeremoabense acompanha com atenção os desdobramentos dessa transição, na expectativa de que ambas as gestões priorizem o interesse público e o bem-estar coletivo, deixando de lado disputas pessoais ou políticas.


Conclusão
A transição de governo é uma etapa que exige compromisso ético e responsabilidade de ambas as partes envolvidas. Os conflitos iniciais apontam para a necessidade de diálogo e profissionalismo, para que Jeremoabo inicie este novo capítulo político com uma base sólida. O sucesso da gestão de Tista de Deda dependerá, em grande parte, da colaboração durante este processo de transição e da construção de uma administração pública eficiente e transparente.



STJ rescinde a primeira delação de desembargadora do país, mas mantém provas

 Foto: Arquivo pessoal

A desembargadora do TJ-BA Sandra Inês Rusciolelli, que fez acordo de delação premiada16 de novembro de 2024 | 07:08

STJ rescinde a primeira delação de desembargadora do país, mas mantém provas

O ministro Og Fernandes, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), rescindiu o acordo de delação premiada da desembargadora afastada Sandra Inês Rusciolelli, do Tribunal de Justiça da Bahia, e de seu filho, Vasco Rusciolelli, por descumprimento do acordo.

A decisão está em segredo de Justiça e foi obtida pela Folha. A delação de Sandra Inês foi a primeira firmada por uma desembargadora no país e menciona 68 pessoas, inclusive outros magistrados, advogados e empresários.

As provas da colaboração continuam válidas, e podem ser usadas contra os dois. Eles perderão os benefícios negociados no acordo. O ministro também determinou a perda da multa já paga e do patrimônio entregues em decorrência do acordo. A defesa de Sandra Inês diz que irá questionar decisão.

Investigada na Operação Faroeste, que apura vendas de decisões judiciais em disputas de terras, Sandra Inês e Vasco foram alvo de uma ação controlada da Polícia Federal com outro delator, que entregou ao filho da desembargadora R$ 250 mil em espécie, pagos por um produtor agropecuário interessado em uma causa no TJ-BA.

O Ministério Público Federal pediu a rescisão porque “os colaboradores deixaram de cooperar com as investigações, não comparecendo às audiências designadas nos inquéritos (…) sem justificativa idônea”.

Segundo a Procuradoria, “os colaboradores informaram que, havendo insistência nas suas oitivas, fariam uso do direito ao silêncio”.

Ao se manifestar à Justiça sobre o pedido de rescisão, Sandra Inês justificou que o Ministério Público “violou as cláusulas de sigilo do acordo ao permitir o vazamento do seu conteúdo” —algo que o próprio STJ já entendeu que não ocorreu.

Na decisão, o ministro Og Fernandes diz que desde o início do acordo, validado em 2021, a magistrada e seu filho obtiveram benefícios como o direito à prisão domiciliar, mas “deixaram de efetivamente colaborar com as autoridades públicas na investigação dos fatos narrados”.

Eles resistiram, por exemplo, a pagar parcelas da multa prevista no acordo e a alienarem bens, como um imóvel na Praia do Forte (no município baiano de Mata de São João) avaliado em R$ 4,5 milhões. Também pararam de comparecer a audiências.

“Manifestando-se a respeito da sua resistência em colaborar com as investigações, [Sandra Inês] afirma expressamente que resolveu pactuar o presente acordo apenas para ajudar seu filho, sem efetivamente confessar a prática de nenhum crime em suas declarações”, diz a decisão de Og.

“Trata-se, nas palavras da própria defesa, de uma ‘mudança de estratégia’ defensiva. Não há dúvida, portanto, a respeito da clara intenção dos colaboradores de descumprirem os termos do acordo de colaboração premiada”, continua o documento, ressaltando que a rescisão do acordo “não invalida as provas produzidas com base nas declarações prestadas”.

Procurada, a defesa de Sandra Inês disse que “já prepara um questionamento processual contra a decisão de rescisão”.

Em nota, seus advogados dizem que ela já tinha pedido a rescisão do acordo “devido à quebra de confidencialidade” por parte das autoridades.

“Não foi ela quem iniciou a quebra do contrato, mas, ao que parece, será ela a responsabilizada”, diz a nota assinada pelos advogados Oberdan Costa, Maria Luiza Diniz e Samara Léda.

“Em interceptação telefônica, a desembargadora, conversando com pessoas que a polícia alega serem suas comparsas, afirmou: ‘jamais usei minha caneta para negociatas’. Até o momento, a acusação não justificou por que uma suposta vendedora de decisões faria tal declaração a quem, segundo a acusação, colaboraria em um esquema”, diz a nota.

“Se essa afirmação fosse falsa, a quem e com que propósito ela mentiria? Ademais, não há evidências financeiras que comprovem o recebimento dos valores milionários mencionados, e o dinheiro em espécie sequer estava em sua casa.”

No último dia 6, Sandra Inês se tornou ré no STJ sob acusação dos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

A corte manteve o afastamento da desembargadora até que o julgamento da ação penal seja concluído. O STJ também recebeu denúncias contra outras quatro pessoas.

A colaboração premiada de Sandra Inês e Vasco tem 39 anexos ao todo. Entre os citados estão 12 desembargadores do TJ-BA (incluindo uma aposentada) e 12 juízes.

Além disso, foram mencionados 15 advogados e 16 funcionários do TJ-BA. Há ainda mais de uma dezena de filhos e parentes de magistrados e de investigados que participaram, segundo a delação, de alguma das situações relatadas na colaboração.

Os delatores também citam ao menos um político com mandato no Congresso, empresários e agentes públicos como o ex-secretário de Segurança Pública da Bahia, o delegado da Polícia Federal Maurício Teles Barbosa.

O ponto de partida para a Faroeste foram suspeitas de favorecimento judicial à grilagem em uma área de 366 mil hectares no extremo oeste do estado, próximo à divisa com o Piauí —daí vem o nome da operação. O terreno tem cinco vezes o tamanho de Salvador.

Depois, descobriu-se que a área objeto de decisões supostamente compradas era próxima de 800 mil hectares. Como desde o início envolveu suspeita sobre desembargadores, que têm foro especial, a operação tramita no STJ.

José Marques, FolhapressPoliticaLivre

Gonet escala procurador para buscar demissão de ex-Lava jato

 Foto: Ascom/PR/Arquivo

Procurador da República Diogo Castor de Mattos16 de novembro de 2024 | 09:16

Gonet escala procurador para buscar demissão de ex-Lava jato

brasil

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, designou um novo responsável para a ação civil que busca a demissão do procurador da República Diogo Castor de Mattos, que, em março de 2019, comprou um outdoor para homenagear a extinta força-tarefa da Operação Lava Jato. A peça foi instalada na saída do aeroporto de Curitiba (PR).

Ao Estadão, o advogado Felipe Cunha, que representa Castor de Mattos, disse que “há uma evidente perseguição da PGR” Segundo Cunha, “a nomeação de um procurador escolhido, casuisticamente, pelo procurador-geral da República, com obrigação de recorrer, não tem previsão legal ou constitucional e vai de encontro à independência funcional do órgão, violando o princípio do promotor natural”.

A Procuradoria-Geral da República negou interferência no caso. De acordo com a PGR, Gonet “tem o dever de dar cumprimento à decisão” de demissão aplicada pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). “Ele não tem discricionariedade de cumprir ou não a decisão”, afirmou a Procuradoria, em nota.

Em outubro de 2021, o Conselho Nacional do Ministério Público, órgão responsável por fiscalizar a conduta de promotores e procuradores, aplicou pena de demissão a Castor de Mattos por causa do outdoor. O colegiado concluiu que ele incorreu em improbidade administrativa e quebra de decoro, embora não tenha usado recursos públicos para prestar o tributo à operação que completava cinco anos.

Recurso

Após duas decisões sucessivas da Justiça Federal mantendo o ex-integrante da força-tarefa da Lava Jato no cargo, Gonet escalou novo procurador para assumir o processo. Trata-se de Elton Venturi, da Procuradoria Regional da República da 4.ª Região, em Porto Alegre (RS).

O procurador-geral da República delegou poderes a Venturi. Ele tem “o dever de promover, por todos os meios jurídicos, a efetivação da pena” de demissão decidida pelo Conselho Nacional do Ministério Público, “inclusive com a interposição de recursos”.

“O membro designado deve prestar informações ao procurador-geral da República acerca das medidas tomadas e dos recursos interpostos. A cada seis meses, deverá noticiar o andamento do processo”, ordena a portaria PGR 1099.

A procuradora Carolina da Silveira Medeiros, que atuava no processo, emitiu parecer favorável a Castor de Mattos. O novo procurador do caso foi indicado para recorrer das decisões, contrariando posicionamentos de Carolina.

‘República de Curitiba’

O outdoor que motivou o processo sobre a conduta de Castor de Mattos trazia fotos dos então integrantes da força-tarefa da Lava Jato no Paraná – Deltan Dallagnol aparecia no centro – e dizia: “Bem-vindo à República de Curitiba. Terra da Operação Lava Jato, a investigação que mudou o país. Aqui a lei se cumpre 17 de março – 5 anos de Operação Lava Jato – O Brasil Agradece ” A mensagem provocou irritação entre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Como o cargo de procurador é vitalício, a demissão de Castor de Mattos não foi imediata. Seu desligamento depende justamente do resultado da ação civil pública movida pela PGR para a perda do cargo.

Até aqui, o procurador da extinta força-tarefa conseguiu duas vitórias no âmbito judicial federal, na primeira e segunda instâncias. Tanto a juíza Thais Sampaio da Silva Machado, da 1.ª Vara Federal de Curitiba, quanto a 12.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) decidiram pelo arquivamento da ação contra Castor de Mattos.

As decisões judiciais consideraram que, com a reforma da Lei de Improbidade Administrativa, aprovada em 2021, a modalidade culposa (sem intenção) do ato de improbidade administrativa deixou de existir. Nesse sentido, segundo o entendimento dos magistrados, o procurador só poderia ser punido se tivesse custeado o outdoor com dinheiro público, o que não ocorreu.

‘Violação’

O advogado de Castor de Mattos criticou a decisão de Gonet e falou em “violação ao princípio do promotor natural”. “Está-se diante de uma evidente perseguição ao trabalho desenvolvido na Lava Jato. A procuradora natural do caso manifestou-se contra a interposição recursal, eis que a pretensão do Ministério Público Federal é evidentemente contrária à lei e ao entendimento do STF”, disse Cunha.

“Juridicamente, o caso não se sustenta, principalmente, pelo fato de que a lei que amparou a condenação foi revogada, sendo esse o entendimento da sentença já proferida e do acórdão ementado pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região”, afirmou a advogado.

A Procuradoria-Geral da República, por sua vez, alegou que não houve nenhuma interferência e que se trata de “dois tipos de atuação distintos”. “A procuradora Carolina da Silveira Medeiros atuou no processo como custos legis, ou seja, como fiscal da lei no processo, não como representante da parte. Agora, o procurador-geral da República tem o dever de dar cumprimento à decisão de demissão aplicada pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Por isso, precisa designar um membro para atuar no polo ativo da demanda, promovendo o que foi decidido pelo CNMP.”

Rayssa Motta e Fausto Macedo, Estadão ConteúdoPol[iticalivre

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