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domingo, julho 21, 2024

Livro do advogado André Marsiglia mostra que há censura por toda parte

Publicado em 20 de julho de 2024 por Tribuna da Internet

Censura por toda parte - Os bastidores jurídicos do inquérito das Fake News  e a nova onda repressora que assola o BrasilMario Sabino
Metrópoles

Faz mais de cinco anos que estou no inquérito das fake news. É tanto tempo que até virei personagem de um livro recém-lançado: Censura por Toda Parte, de André Marsiglia. O subtítulo do livro é “os bastidores jurídicos do inquérito das fake news e a nova onda repressora que assola o Brasil”.

Como fui o primeiro cidadão a constar dessa peça exemplar da nossa democracia pitoresca, André Marsiglia, que me defende desde os tempos da Veja, foi o primeiro advogado a se deparar com o processo que se assemelha ao do romance de Kafka.

CENSURA DIRETA – No livro, ele descreve a situação na qual me vi enredado como publisher da revista que criei e como diretor do site de notícias que fundei, ambos censurados por publicar notícia verdadeira.

Já escrevi fartamente sobre o assunto em outras paragens. A revista e o site já não existem mais na forma que eu e o meu sócio idealizamos, mas o inquérito permanece aberto, sem data para terminar, e eu ainda figuro nele.

Falo de mim, mas estou longe de ser o grande assunto do livro. O destemido André Marsiglia é a referência jurídica na defesa da liberdade de expressão. Além do caso do qual sou personagem, ele aborda outras situações de censura judicial a reportagens e também as de censura não explícita.

ONDA REPRESSORA – Elas são cada vez mais comuns, daí “a nova onda repressora que assola o Brasil” do subtítulo. O inquérito das fake news abriu a porta do inferno para a liberdade de expressão, e vocês que entram em tal inferno podem deixar a esperança do lado de fora.

Um dos pilares do Estado de Direito, a liberdade de expressão agora é descaradamente relativizada ao sabor de conveniências pessoais, políticas e econômicas.

A coisa chegou a tal ponto que, hoje, pratica-se a pior forma de censura, que é a autocensura. A servidão nunca foi tão voluntária.

DIZ MARSIGLIA – No início de Censura por Toda Parte, André Marsiglia, dono de um raciocínio lógico invejável, faz a seguinte consideração:

“Posso afirmar categoricamente que a censura no Brasil nunca acabou, jamais deixou de existir. Ela permanece e é tão ou mais cruel que as demais a que assistimos pela janela da história. A censura não acaba, apenas se modifica, alterna de mãos. Um dos maiores erros conceituais a respeito da censura é acreditar que a sua existência não se compatibiliza com as democracias modernas e que, se ela existe, não há democracia; ou então, se há democracia, ela não pode existir. Esse erro impõe uma visão limitadora e paradoxal: ou escolhemos ignorar a censura, se nos julgamos em uma democracia, ou escolhemos ignorar a democracia, se nos julgamos sob censura.”

É o que se está fazendo no Brasil neste momento.

COMPREENSÃO – E o advogado André Marsiglia continua: “Compatibilizar censura e democracia, e enxergar censura fora do eixo do Poder Executivo, torna possível uma compreensão melhor do tema. Políticos de direita afirma que, no Brasil atual, estamos em uma ditadura, por aqui haver censura. Políticos de esquerda negam a existência da censura para não reconhecer a possibilidade de fracasso da democracia. Ambos estão errados”, diz, acrescentando:

“Existem a democracia e a censura, elas são compatíveis. Trata-se de um erro que até mesmo a imprensa comete, e por isso muitas vezes se nega a utilizar a terminologia ‘censura’, por acreditar que, ao fazê-lo, assumirá um discurso antidemocrático.”

Censura por toda parte: a luta continua, companheiros, mas não há garantia de que, um dia, riremos de tudo isto. No momento, apenas as hienas riem.


Por que o audiovisual argentino está dando de dez a zero no brasileiro?

Publicado em 20 de julho de 2024 por Tribuna da Internet

Meu Querido Zelador - Série 2022 - AdoroCinema

Série argentina faz sucesso devido à qualidade

Luiz Felipe Pondé
Folha

Qual a explicação para o audiovisual argentino dar de dez a zero no brasileiro?Nossa produção é, em geral, limitada a chanchadas, masturbação mental de egos ou panfletos de esquerda

A pergunta que não quer calar quando vejo alguma produção audiovisual argentina é: por que diabos não conseguimos fazer nada que chegue aos pés do que eles fazem? Nossa produção é, com raríssimas exceções, limitada a três tipos —chanchadas, masturbação mental de egos narcísicos ou panfletos de esquerda. Chatinhos que dói.

Não creio que nenhuma das ciências humanas explique essa diferença. Já ouvi coisas como “os argentinos quando foram ricos fizerem sua lição de casa com a educação pública”. Não duvido que fizeram. Mas não acho suficiente. O Canadá tem escola pública possivelmente mais organizada do que a argentina e é um tédio politicamente correto absoluto.

DIZEM QUE… – “Muitos judeus e psicanalistas elevam o nível da reflexão crítica”. Outra explicação que já me deram. Muitos judeus existem em alguns países e nem por isso eles estão metidos na produção audiovisual. Aliás, a Argentina goza de histórico antissemitismo e racismo em geral, largamente reconhecidos.

Psicanalistas existem em toda parte. E muitos deles, aliás, como aqui e lá, são integrantes da óbvia elite de esquerda. Fossem eles a causa, o cinema argentino seria um tédio como o nosso.

A Argentina é um país muito parecido com o Brasil em suas misérias. A começar pelo Estado profundamente corrupto e uma sociedade violenta nas suas pequenas e grandes relações cotidianas. Sua economia tem estado bem pior do que a brasileira. Sua política, um lixo, como a nossa, com aspectos diferentes devido ao seu histórico peronismo de esquerda, de direita e de centro.

SEM EXPLICAÇÃO? – E aí?  Qual a explicação para o audiovisual argentino dar de dez a zero no brasileiro? Não creio que consigam explicar isso. As ciências humanas são fracas epistemologicamente: não explicam nada.

Olhemos dois exemplos, razoavelmente recentes, de séries argentinas, ambas com duas temporadas, de 2022 e 2023. “Iosi, o Espião Arrependido”, no Amazon Prime Video, e “Meu Querido Zelador”, no Star+.

A primeira série é baseada em fatos, narra a história de um espião da inteligência argentina infiltrado na comunidade judaica — assim começa a primeira temporada e não vou dar spoiler já que se trata de uma série de suspense. A segunda é uma comédia de costumes que narra a história de Eliseu, zelador de um prédio de classe média alta em Buenos Aires.

CINEMA VERDADE – No caso de “Iosi” são muitos os elementos relevantes da sua qualidade como produto audiovisual. Além do elenco, vale salientar o tratamento da corrupção e da truculência do Estado argentino que chega a tocar a Presidência da República em figuras como Raul Alfonsín e Carlos Menem.

A história começa em 1985 e avança adentro do século 21. Reuniões entre membros corruptos do governo e criminosos se dão na Casa Rosada. Será mesmo que a corrupção dos Estados nacionais chega assim às cortes? Claro que sim.

Produções assim hoje no Brasil seriam processadas até pelos cachorros das famílias dos dignatários apontados na série, além de fazer alguns cardeais do STF babarem de desejo de provar o sangue dos autores, o que me leva a supor que a democracia argentina seja melhor do que a brasileira, não? Seria um atentado contra a honra como se diz por aqui. Mais um ponto para los hermanos?

CASAL WOKE – No caso do “Meu Querido Zelador”, entre outros inúmeros detalhes, vale apontar o casal “woke” de moradores do prédio. Exploradores da sua empregada —que recusam a usar o termo por considerar politicamente incorreto— nossos comedores de comida orgânica são uns escrotos. Seríamos nós capazes de expor de forma tão clara a canalhice da elite jovem “woke” no cinema brasileiro?

O casal lésbico tampouco é o modelo ideal de amor, como costuma aparecer, seja no audiovisual brasileiro ou mesmo americano. Uma delas é comedora de mulheres enquanto a parceira, médica, vai dar plantão.

A carpintaria dos personagens é sofisticada, o que faz com que fiquemos longe dos personagens clichês do audiovisual brasileiro. A oposição conservador/progressista passa longe, apesar de pulularem canalhas à direita e à esquerda. O Brasil está longe de chegar perto da Argentina.


Biden resiste à pressão, que ficou mais forte com adesão de Obama


Barack Obama e Joe Biden durante o evento, na Casa Branca

Obama diz que Biden precisa repensar a candidatura

Roberto Nascimento

Ninguém pode cravar que a vice Kamala Harris teria condições de vencer Donald Trump com mais facilidade do que Joe Biden. Os democratas estão numa sinuca de bico. Não sabem se continuam no projeto de reeleição do presidente que derrotou Donald Trump ou se apostam no Plano B.

Entendo que mudar agora seria apostar no imponderável e facilitar a vida do maior mentiroso da história dos EUA. No entanto, a pressão para Joe desistir, está se tornando avassaladora. Até o presidente Barack Obama entrou de cabeça na pressão.

OBAMA ERROU? – Insta salientar que Obama indicou Hillary Clinton, sua secretária de Estado, para disputar com Trump em 2016, colocando seu vice Joe Biden de escanteio, portanto. Hillary teve mais 300 mil votos que Trump, mas perdeu no chamado Colégio Eleitoral. Assim, Obama não deveria opinar, nesse caso.

O cenário está se definindo em favor de Donald Trump, porque os adversários entraram no modo “barata voa”, ninguém se entende e a divisão prenuncia uma derrota dos democratas.

Donald Trump é um homem mau, mentiroso, golpista, vingativo e só quer voltar a presidência por ambição e vaidade, para se vingar de promotores e juízes e continuar novamente dominando a maior democracia do mundo.

TODOS ENVELHECEM – Joe Biden é melhor do que Trump e ainda tem condições de vencer o homem por trás da invasão do Capitólio. Na questão relativa a idade de Biden, 81 anos e o seu esquecimento de nomes e trocas frequentes, isso é comum, e  Donald Trump, que tem 78 anos, também troca nomes e esquece com frequência.

O grande nó da política americana, é a ameaça da volta de um homem, que tentou fraudar e reverter o resultado das eleições perdidas para Joe Biden. Donald Trump é tão perigoso para o mundo, que cúpula da OTAN está preocupadíssima com a possibilidade de sua vitória.

Em relação ao atentado contra Trump, ainda é cedo para afirmar, que o eleitor irá se sensibilizar e transformar o empresário político em vítima, dando-lhe os votos necessários para vencer Joe Biden em 5 de novembro.

BOM GOVERNO – Tenho esperança de que o povo americano irá votar na reeleição de Joe Biden, porque todos os indicadores econômicos e sociais melhoraram em relação ao governo Trump. Afinal, é isso que realmente importa para o cidadão: emprego, renda e melhoria de vida para a família.

O melhor cenário seria a união em torno do atual presidente Joe Biden, que tem fragilidades como todo candidato, inclusive Donald Trump, fora do script do discurso escrito, tropeça nas palavras como ninguém.

Por falar em discurso, têm se tornado impressionantes os erros e mancadas do presidente Lula, toda vez que precisa enfrentar o improviso. O caso do corintiano, agora a entrevista da Record e tantas outras barbaridades indicando uma tendência joebideana. Será Lula um repeteco de Biden em 2026, ao enfrentar o trumpista Jair Bolsonaro, anistiado pelo Congresso?

Os astros cismaram com o EUA e o Brasil. As coincidências existem ou não? Parece que sim.

 

Inquéritos no estilo dos trapalhões diminuem as chances de Bolsonaro ser preso


Bolsonaro provoca mais para posar de vítima. Por Fernando Brito

Charge do Duke (O Tempo)

Carlos Newton

Depois de provocar uma tremenda empolgação das massas petistas, com a Polícia Federal indiciando o ex-presidente Jair Bolsonaro em três inquéritos sucessivos, um a cada semana, com pedidos à Procuradoria-Geral da República para que proceda às respectivas denúncias e abra logo os processos contra o ex-chefe de governo, com possibilidade de prisão e tudo o mais, de repente vem um jato de água fria em pleno inverno.

Depois do vendaval sobre cartão de vacina, venda de joias e “Abin Paralela”, quando se aguardava o primeiro pedido de prisão preventiva de Bolsonaro, agora começam a ser publicadas notícias dizendo que não é bem assim.

ALARME FALSO – O caso considerado mais grave é o da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que se transformou num escândalo depois que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, liberou uma gravação que dizem ser incriminadora.

O áudio é de um encontro entre o então presidente Bolsonaro com o diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem; o ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional e as duas advogadas que defendiam o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso da “rachadinha”, e denunciavam irregularidades na ação da Receita Federal.

Mas foi alarme falso. A Abin investigou, concluiu que a Receita nada fez de errado e tudo parou por aí, o processo contra Flávio Bolsonaro foi anulado em outra esfera, no Superior Tribunal de Justiça, nada a ver com a Abin. De reprovável ali, apenas a reunião, realmente vexaminosa, que jamais deveria ter ocorrido.

TUDO ERRADO – O que parecia um escândalo não serve de prova, porque não houve interferência da Abin em nenhuma instituição. A espalhafatosa acusação de Moraes e da Polícia Federal não se sustenta.

Da mesma forma, há dificuldades para encontrar crime na venda das joias, porque elas foram recompradas e devolvidas ao Patrimônio da União. O crime, portanto, se desfez antes de ser investigado.

Também não está fácil incriminar Jair Bolsonaro por um crime cometido pelo tenente-coronel Mauro Cid no caso dos cartões de vacinação. Chegaram a prender o secretário da Saúde da Prefeitura de Duque de Caxias, mas não tiveram coragem de prender o ex-presidente.

FALTA O GOLPE – Na verdade, só resta o inquérito do golpe para jogar Bolsonaro numa prisão igual à de Lula, com chuveiro elétrico, TV a cabo e privacidade para receber visitas masculinas e femininas, pois a cela de Lula nem tinha grades, era uma sala de 15 metros quadrados.

Mas também está difícil, por mais que as leis sejam interpretadas e avacalhadas no Brasil, porque o tal golpe não aconteceu. Quando chamei de golpe da Viúva Porcina, que foi sem ter sido, a piada viralizou, fez mais sucesso do que as falas de Lula.

É claro que sempre existe a possibilidade de o Supremo arranjar uma saída jurídica, como na injustificável condenação de Bolsonaro por ter reunido o corpo diplomático, depois de o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Edson Fachin, ter feito exatamente a mesma coisa, vejam a que ponto chegou a esculhambação na Justiça.

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P.S. – Se Bolsonaro será preso, só Deus sabe, como dizia Armando Falcão, o ex-deputado que Roberto Marinho emplacou como ministro da Justiça no governo do general Geisel. Mas Deus certamente tem coisas mais importantes para cuidar. (C.N.)

Apagão cibernético: Dimensão dos prejuízos é enorme, mas quem pagará por isso?

Publicado em 21 de julho de 2024 por Tribuna da Internet

Charge do Cazo (Arquivo do Google)

Pedro do Coutto

O apagão que atingiu o sistema cibernético mundial na última sexta-feira deve ter deixado rastros em matéria de prejuízos que não foram ainda calculados em toda a sua plenitude. O episódio atingiu computadores e afetou vários setores, incluindo o aeroportuário, serviços bancários e de saúde por todo o mundo. As principais companhias aéreas dos Estados Unidos cancelaram todos os voos. Problemas técnicos foram reportados em aeroportos da Europa, da Índia, de Hong Kong e Singapura.

No Reino Unido e na Austrália, algumas das principais redes de televisão ficaram fora do ar. O serviço de saúde foi afetado em países como Reino Unido e Alemanha, onde cirurgias chegaram a ser canceladas em dois hospitais. O mercado de ações, commodities e câmbio também foi afetado, com bolsas prejudicadas ao redor do planeta.

FALHA – Informações apontam que o problema está relacionado a uma falha em sistemas operacionais de uma empresa de segurança cibernética dos Estados Unidos com mais de 20 mil assinantes em todo o mundo e que presta serviço para a Microsoft. Segundo o CEO da empresa, houve uma interrupção nos serviços por conta de uma atualização no sistema.

Não é possível que um fato como esse, que mostrou a vulnerabilidade de um sistema conectado, não tenha deixado reflexos gigantescos. O noticiário deste sábado revela a volta à normalidade dos voos (que foram cancelados em diversos países), mas não focalizaram o montante das consequências deixadas em aberto para serem compensadas de alguma maneira.

As possibilidades para reaver os prejuízos causados a empresas ainda não são claras. Enquanto seus sistemas são gradualmente reestabelecidos, elas calculam as potenciais perdas relacionadas à paralisação de operações e as possibilidades de redução das perdas.

RESSARCIMENTO – No Brasil, logo pela manhã, o problema já estava resolvido, o que deve reduzir o caso de companhias brasileiras reivindicando o ressarcimento, normalmente feito por meio de créditos de desconto no pagamento em meses seguintes.

Os seguros não devem dar conta de amortizar as perdas, já que a maioria das apólices cibernéticas não cobrem responsabilidades decorrentes de falha do sistema, portanto, as exposições podem ser inferiores ao previsto. Nos próximos dias, as companhias ainda devem enfrentar ações de danos aos consumidores afetados pela paralisação. Ainda que sejam apenas contratantes dos serviços, não estão imunes a obrigações de ressarcimento.

Em nota à imprensa, o Procon-SP afirmou que “o Código de Defesa do Consumidor resguarda os direitos de quem eventualmente tiver prejuízos, bem como estabelece deveres para os fornecedores igualmente impactados, os quais precisam prestar aos seus clientes informações claras e precisas sobre quais as condutas mais adequadas que o consumidor deve adotar”. Em meios a todos os trâmites burocráticos, todos que tiveram prejuízos, provavelmente terão que aguardar por muito tempo para serem atendidos.

sábado, julho 20, 2024

Nunes deturpa o que disse sobre BO de violência doméstica feito pela esposa

Sábado, 20/07/2024 - 14h20

Por Carolina Linhares | Folhapress

Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo
Foto: Reprodução / Poder 360

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), deturpou em vídeo divulgado nesta sexta-feira (19) o que ele mesmo havia dito nesta semana sobre um boletim de ocorrência de violência doméstica feito contra ele por sua esposa, Regina Carnovale Nunes.
 

No início da semana, em sabatina Folha/UOL, ele disse que o BO nem sequer existia. "É óbvio que é forjado", disse o prefeito na última segunda-feira (15).
 

No dia seguinte, porém, a Secretaria da Segurança de São Paulo contrariou o prefeito sobre o registro policial e afirmou que Regina compareceu sim a uma Delegacia da Mulher, em fevereiro de 2011, para denunciar ameaças do marido.
 

Já nesta sexta-feira, em vídeo postado em suas redes sociais, Nunes disse que, durante a sabatina de segunda-feira, ele quis dizer que a história criada sobre o boletim de ocorrência é que seria uma história forjada.
 

"Em nenhum momento afirmei que aquele BO é falso como documento. O que eu disse na entrevista é que o seu conteúdo tem informação que não corresponde à realidade."
 

Isso não é verdade. Na sabatina, quando questionado sobre o tema, Nunes disse: "A Regina já falou que ela não fez [o BO]". O prefeito ainda sugeriu que um documento da delegacia provaria a não existência do registro policial, o que também não se confirmou.
 

Trata-se de mais uma versão do prefeito e pré-candidato à reeleição sobre o caso. Em 2011, Nunes foi acusado de violência doméstica, ameaça e injúria pela esposa, com quem é casado até hoje.
 

O registro policial foi revelado pela Folha na campanha de 2020, quando Nunes disputava a eleição na condição de vice de Bruno Covas (PSDB). Sua existência já havia sido admitida por Regina Nunes.
 

O tema já se transformou em uma vidraça eleitoral do prefeito. Em entrevista ao UOL na manhã desta sexta-feira, a deputada federal e pré-candidata à prefeitura Tabata Amaral (PSB) criticou o prefeito e disse que ele mentiu ao ter negado a existência do boletim de ocorrência.
 

Após a sabatina Folha/UOL, aliados do prefeito avaliaram que houve um erro de comunicação e que, na realidade, Nunes não queria questionar o BO, mas sim dizer que o conflito com a esposa nunca existiu.
 

Ainda de acordo com o entorno de Nunes, é uma interpretação errada dizer que ele negou a existência do BO -embora sua fala tenha sido nesse sentido.
 

Mesmo no círculo do prefeito, porém, houve quem questionasse essa estratégia. A leitura, no entanto, é a de que Nunes não poderia ir contra a versão de Regina, que já em 2020 passou a negar todo o episódio --após ter, em um primeiro momento, admitido à Folha a existência do BO.
 

Em 2011, Nunes foi objeto de um BO de violência doméstica, ameaça e injúria. Ele e Regina têm uma filha, e hoje ela nega ter havido agressão.
 

O documento policial obtido pela reportagem traz o relato de Regina, que à época disse ter deixado Nunes "devido ao ciúme excessivo" dele.
 

"Inconformado com a separação, [Nunes] não lhe dá paz, vem efetuando ligações proferindo ameaças, envia mensagens ameaçadoras todos os dias e vai em sua casa onde faz escândalos e a ofende com palavrões. Afirma a vítima que diante da conduta de Ricardo está com medo dele", diz um dos trechos do boletim de ocorrência registrado por Regina.
 

Na ocasião da publicação da reportagem, em nota assinada de próprio punho, Regina afirmou que havia dito no boletim de ocorrência "coisas que não são reais". Depois, em meio a críticas de adversários de Covas durante a campanha, mudou a versão e afirmou não se lembrar de ter feito o boletim de ocorrência.
 

Nunes também registrou um boletim de ocorrência em 2011. O registro ocorreu menos de um mês após Regina ter ido à delegacia. O boletim por lesão corporal feito pelo atual prefeito diz que na ocasião "em conversa referente à pensão, veio a autora [Regina] por agredir a vítima [Ricardo Nunes]".

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