Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

domingo, dezembro 17, 2023

New York Times se perdeu e suprime a opinião da direita, diz seu ex-editor


O artigo saiu na revista digital 1843, no site da The Economist

Nelson de Sá
Folha

No longo texto “Quando o New York Times se perdeu” (ou perdeu seu caminho), James Bennet, ex-editor de Opinião do jornal e hoje colunista da Economist, relatou o que teria levado à sua demissão pelo publisher em 2020 —sob pressão de parte da Redação, após publicar artigo do senador republicano Tom Cotton.

“O NYT está virando a publicação pela qual a elite progressista dos EUA fala consigo mesma sobre uma América que na verdade não existe”, escreve ele. “Os leitores estão recebendo uma gama muito restrita de pontos de vista, por uma publicação que ainda se apresenta como independente da política.”

DIREITA ALIJADA – Para Bennet, no episódio a chefia da Redação cedeu ao “iliberalismo” de parte de seus jornalistas, de esquerda, dando início à supressão de um dos lados do debate político, a direita.

O texto descreve especificamente como o publisher A.G. Sulzberger teria cedido, após dias de revolta interna e de leitores, e falado para ele, Bennet, pedir demissão. Afirma ter faltado “coragem”. Sulzberger respondeu em nota no site corporativo do NYT:

“James foi um parceiro valoroso, mas o ponto onde eu me separei do caminho dele foi na questão de como fazer valer esses valores. Princípios por si só não são suficientes. A execução é importante. A liderança é importante.”

SEM CORREÇÃO – É referência à forma como o artigo de Cotton foi editado pela equipe de Bennet, com partes que, no entender de Sulzberger, deveriam ter passado por correção e contextualização.

Tanto Bennet como Sulzberger citam um artigo escrito depois pelo próprio publisher na Columbia Journalism Review, em que defendeu o “jornalismo independente” como valor essencial, contra as pressões, inclusive internas, por maior ativismo a partir da eleição de Donald Trump. É a discussão de fundo, hoje, na imprensa americana, sobre abandonar a busca de objetividade.

A discussão em torno de Bennet é ampla, entre jornalistas dos EUA. O ex-editor diz que concorda com o artigo, mas que, quando foi necessário defender essa independência, o publisher não resistiu.

MEIO E MENSAGEM – Sulzberger diz que ele e Bennet sempre concordaram, mas que o ex-editor constrói uma “falsa narrativa” — e que hoje o jornal tem, na verdade, “um mix muito mais diversificado de opiniões, inclusive vozes mais conservadoras”.

O texto saiu na revista digital 1843, no site da Economist, e a edição semanal da revista partiu das ideias levantadas por Bennet para o editorial de capa “O meio e a mensagem”, com o subtítulo “É possível ter uma democracia saudável sem um conjunto comum de fatos?”, apontando a próxima eleição americana como um teste.

Também a reportagem “A imprensa partisan” (partidária ou que toma posições), destacando que “NYT e outros meios de comunicação falam cada vez mais para aos seus próprios campos”.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Caramba, se lá na matriz USA o problema da polarização chegou a esse ponto, o que poderá acontecer na filial Brazil? Tenho até medo desses “democratas”. (C.N.)


sábado, dezembro 16, 2023

Gastança! Auxílio moradia de procurador da República pode chegar até R$ 10 mil

Publicado em 16 de dezembro de 2023 por Tribuna da Internet

A procuradora-geral da República interina, Elizeta Ramos.

Elizeta, chefe interina, assinou mais uma portaria indecente

Weslley Galzo
Estadão

Os membros do Ministério Público da União (MPU), que incluem procuradores da República e também promotores do Distrito Federal, poderão receber até R$ 10 mil de auxílio moradia. Um ato assinado pela procuradora-geral da República interina, Elizeta Ramos, elevou o valor que hoje é de R$ 4.377,73 para 25% da remuneração dos integrantes do Ministério Público que solicitarem recebimento do benefício.

Procurada, a Procuradoria-Geral da República diz que o benefício não é pago para todos os integrantes do MPU e é apenas temporário para quem exerce a função fora de seu domicílio.

PENDURICALHO – Pela nova regra, os procuradores que recebem salários próximos do teto da profissão, o equivalente aos R$ 41,6 mil pagos ao procurador-geral, podem faturar mensalmente mais R$ 10 mil. A média salarial de um procurador da República em início de carreira é de R$ 30 mil, de acordo com sites que monitoram as folhas de pagamento do Poder Público. Esse profissional iniciante poderá, portanto, receber R$ 7,5 mil por mês para custear sua moradia, sem tocar no seu salário.

A procuradora-geral interina modificou o artigo de uma portaria publicada em 2018 pela ex-procuradora-geral Raquel Dodge. Foi a antecessora de Elizeta que fixou o auxílio moradia em R$ 4,3 mil. O documento autorizava revisões anuais do valor. A portaria editada pela atual PGR, porém, não justificou os motivos que tornou necessária a correção ainda neste ano.

Elizeta ocupa o cargo de procuradora-geral da República interinamente desde setembro deste ano, quando Augusto Aras deixou o cargo. Ele continuará no cargo até a próxima segunda-feira, 18, quando tomará posse Paulo Gonet. A assinatura da portaria que aumentou o auxílio moradia foi feita um dia antes da sabatina e aprovação de Gonet pelo Senado.

CRÉDITO SUPLEMENTAR – A procuradora-geral interina também assinou uma portaria de abertura de crédito suplementar de R$ 33 milhões. A verba extraordinária foi obtida por meio da anulação parcial de outras dotações orçamentárias, como os recursos previstos para publicidade institucional e comunicação. Entre os itens mencionados na portaria que serão saldados com o crédito extraordinário está a ajuda de custo para moradia.

O auxílio moradia é pago aos membros do MPU quando não há disponibilidade de imóvel funcional na cidade em que eles trabalham. Esse benefício só é disponibilizado aos promotores e procuradores que não possuem casa própria no local em que residem.

O preço médio do aluguel residencial no País no primeiro trimestre deste ano foi avaliado em R$ 38,35 por metro quadrado, de acordo o índice FipeZap+, que monitora as 25 principais cidades brasileiras. Isso significa que um procurador desembolsaria R$ 2,5 mil por mês para morar em um “imóvel padrão” de 65 metros quadrados, conforme os critérios definidos pelo índice.

MAIS PENDURICALHOS – O diretor do Sindicato dos Servidores do MPU (SindMPU), Adriel Gael, classificou a portaria como “uma manobra orçamentária” que “acontece todo fim de ano para criar penduricalhos para membros”. “Enquanto isso, os servidores continuam sem ter suas recomposições inflacionárias implementadas. Não há isonomia. No orçamento do MPU sempre vai a maior fatia para criar benesses para os membros”, afirmou.

A Procuradoria enviou nota ao Estadão informando que o crédito suplementar de R$ 33 milhões para o final deste ano não tem relação com o auxílio-moradia. E informou que a mudança no auxílio moradia só entra em vigor em 2024, apesar de o texto da portaria registrar que as novas regras entram em vigor na data de publicação do ato.

A PGR informou ainda que atualizou a regra de pagamento para seguir o patamar definido pelo Poder Executivo. No governo federal apenas ministros de Estado têm direito a auxílio moradia de 25% do salário.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – É uma portaria indecente, assinada por uma chefe interina, para demonstrar a esculhambação e a desfaçatez com que as autoridades esbanjam os recursos públicos. Se os procuradores soubessem quem foi Capistrano de Abreu, teriam mais vergonha na cara, podemos dizer, repetindo as palavras do genial historiador brasileiro, conterrâneo de Chico Anysio(C.N.)  

Deputado cobra informações a Dino sobre o preso que tentou o suicídio na Papuda

Publicado em 16 de dezembro de 2023 por Tribuna da Internet

Moraes bloqueia conta da filha adolescente de bolsonarista foragido |  Metrópoles

Procuradoria quer libertar o preso, mas Moraes ainda hesita

Petrônio Viana
Metrópoles

O deputado federal de oposição Paulo Bilynskyj cobra informações do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, sobre a tentativa de suicídio do “patriota” Claudinei da Silva, no presídio da Papuda, comandado pelo Governo do Distrito Federal. O requerimento de informações de autoria do parlamentar será votado na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados.

Aprovado para assumir uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), Dino ainda está na Esplanada dos Ministérios e só deverá assumir o cargo no Judiciário em fevereiro. Bilynskyj cobra informações sobre as circunstâncias da tentativa de suicídio de Claudinei, além de laudos médicos e gravações feitas pelas câmeras de segurança da Papuda.

CASO PREOCUPANTE – No requerimento, o deputado lembra que a tentativa de suicídio aconteceu menos de 30 dias depois da morte de outro preso pelos atos de 8 de janeiro. Clériston Pereira da Cunha sofreu um infarte fulminante no dia 20 de novembro, quando tomava banho de sol com outros detentos.

Bilynskyj afirma que, assim como Clériston, Claudinei também teve a revogação de sua preventiva autorizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), mas o ministro Alexandre de Moraes não assina a ordem de prisão domiciliar.

“Claudinei sofre de comorbidades e a revogação de sua prisão preventiva só pendente de apreciação pelo ministro Alexandre de Moraes. Diante da relevância dos fatos apontados, é dever desta Câmara dos Deputados fiscalizar a regularidade e condições em que estão sendo submetidos os custodiados pelos atos de 8 de janeiro”, argumenta o deputado no requerimento.

TENTATIVA – Claudinei tentou se enforcar com uma camisa no sábado da semana passada, dia 9. Ele foi contido por agentes penitenciários e levado a um hospital para avaliação.

O preso acabou retornando para a Papuda no mesmo dia, sem ferimentos graves, mas está sob vigilância.

O requerimento de Paulo Bilynskyj deverá ser votado na próxima sessão da Comissão de Segurança Pública da Câmara. O pedido não deverá encontrar resistência, uma vez que a colegiado é formado, em sua maioria, por parlamentares bolsonaristas.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– O ministro Alexandre de Moraes precisa ser mais compreensivo. Se o preso tem comorbidades e não oferece ameaça à ordem pública, por que mantê-lo na prisão? Mais para a frente, um belo dia o relator vai se lembrar que Claudinei tem todo o direito de responder em liberdade e vai se arrepender muito. O rigor excessivo não é justiça, chama-se justiçamento. (C.N.).

Não há dúvidas: Governo Lula comete erros desnecessários e preocupantes


Lula disse estar feliz por ter colocado um “ministro comunista” no STF

Pedro do Coutto

O veto integral do presidente Lula ao projeto de lei que estende a desoneração da folha salarial por mais quatro anos a 17 grandes setores da economia foi rejeitado pelo Congresso Nacional na última quinta-feira. O governo havia se oposto totalmente a esse incentivo fiscal, aprovado pelo Senado em outubro, e agora o texto segue novamente para sanção.

A desoneração, implementada em 2012, tem sido prorrogada para atender à demanda dos setores mais significativos em termos de empregabilidade no país. A atual desoneração permanecerá em vigor até 31 de dezembro de 2023.

REFLEXOS – A derrubada do veto era esperada. Caso fosse reformulada a desoneração haveria grandes reflexos no mercado. O presidente Lula não avaliou bem a questão. Antes da votação do veto, em uma coletiva de imprensa, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, expressou seu apoio à desoneração da folha para esses 17 segmentos. No entanto, destacou que a decisão do Congresso não exclui a possibilidade de negociações futuras com a equipe econômica do governo para explorar alternativas viáveis.

Pacheco afirmou: “A desoneração já é uma política existente, com alta empregabilidade, algo que não podemos perder em um momento de desemprego no país. Estamos propondo a prorrogação, o que considero apropriado. As sugestões do governo para a desoneração devem ocorrer com a prorrogação em vigor”.

RECURSO – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, também na quinta-feira, que o governo deverá recorrer à Justiça após a decisão do Congresso Nacional.  Segundo Haddad, o governo pedirá ao Judiciário que considere inconstitucional a proposta que prorroga até 2027 a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia.

“Não existe da nossa parte nenhum ânimo de antagonizar. Nós queremos uma solução. Então nós vamos buscar o auxílio do Judiciário neste caso, mas também vamos apresentar ao Congresso […] uma alternativa ao que foi aprovado”, afirmou. A sensibilidade política indica que um possível recurso ao Supremo será inócuo, gerando a sua rejeição reflexos contrários ainda mais amplos sobre o governo.

IRONIA –  Outro passo mal dado pelo governo concentrou-se na declaração dada por Lula durante a Conferência Nacional da Juventude ao dizer que estava feliz por colocar um “ministro comunista” no STF, referindo-se à aprovação, no Senado, de Flávio Dino para a Suprema Corte, ocorrida na quarta-feira.

Foi uma provocação desnecessária. Dino foi filiado ao PCdoB por 15 anos, mas no fundo é um reformista. Foi uma fala do presidente Lula desnecessária, ainda que de forma irônica pelo fato de, durante a sabatina na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, Flávio Dino ter sido chamado repetidamente de comunista por bolsonaristas. Lula precisa se controlar, sobretudo nos cenários em que se sente estimulado a falar de forma improvisada.

Voto de ministro a favor do marco temporal é considerado ‘alta traição’


Voto de Carlos Fávaro a favor da derrubada do marco temporal incomoda base  de Lula - Folha PE

Fávaro avisou que votaria pela derrubada do veto

Luísa Marzullo
O Globo

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, se tornou alvo de críticas de parlamentares da base de apoio de Lula (PT) por seu voto a favor da derrubada dos vetos do presidente ao marco temporal para demarcação das terras indígenas. De volta ao Senado nesta semana, no intuito inicial de dar o aval à indicação de Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF), o integrante do primeiro escalão acabou contribuindo para a mais recente derrota do Palácio do Planalto no Congresso Nacional.

Diante deste cenário, deputados da ala mais ideológica do governo, ouvidos pelo Globo, relataram incômodo com a postura do ministro e chegaram a cobrar punições por parte do governo federal.

CONTRADIÇÃO – Uma das três deputadas indígenas eleitas no ano passado, Célia Xakriabá (PSOL-MG) afirmou que há uma contradição entre o posicionamento de Fávaro e as bandeiras defendidas pela gestão.

— Enquanto existe um projeto da demarcação de terras indígenas, do outro lado tem um ministro votando a favor da bancada ruralista. Existe um descompasso, não podemos ter duas falas no mesmo lugar. Fávaro votou de maneira escancarada contra os indígenas e vários senadores e deputados da base também. Esses parlamentares devem ser encarados não só como inimigos políticos, mas inimigos humanitários — defendeu a psolista.

Em sua fala, Xakriabá se referiu a outras traições que ocorreram na base do governo. Apenas na Câmara dos Deputados, 43% dos parlamentares de partidos que compõem os primeiros escalões se posicionaram a favor da derrubada — PV, União Brasil, PP, Republicanos, PDT, PSB, Avante, Solidariedade, MDB e PSD.

MARCO TEMPORAL – Em outubro, o presidente havia vetado, principalmente, a criação do chamado marco temporal, que determina que os povos originários tenham direito somente as terras que já haviam sido reconhecidas na data de promulgação da Constituição Federal, ou seja, em 5 de outubro de 1988. O Congresso, todavia, manteve a medida amplamente criticada por políticos e lideranças da sociedade civil, ligadas à comunidade indígena e/ou ao meio ambiente.

Dos vetos de Lula, apenas três pontos foram mantidos: a proibição ao plantio de transgênicos em terras indígenas, a manutenção das diretrizes para o contato com povos isolados e a determinação de que a União não poderá reapropriar terras em caso de descaracterização cultural.

Também do PSOL, Fernanda Melchionna (RS) afirmou que a bancada havia avisado Lula sobre o posicionamento pró-agronegócio do ministro: “Acho gravíssimo por ser alguém que faz parte do primeiro escalão, mas quando anunciaram Fávaro, dizemos que esse ministro ia defender os interesses do agronegócio e foi exatamente o que aconteceu ontem. Não surpreende, mas é grave”.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O choro é livre, como se dizia antigamente, mas Carlos Fávaro não traiu ninguém e se comportou com a dignidade de que se deve esperar de um representante do povo. Uma semana antes da votação, ele anunciou que, caso se licenciasse para votar a favor de Dino, iria votar também pelo marco temporal. Portanto, o ministro não enganou ninguém e foi coerente. O marco temporal garante os direitos dos indígenas, mas reconhece também  o direito de quem está produzindo em áreas devolutas e ainda não reivindicadas pelos indígenas em 1988. (C.N.)


Nesta quarta-feira, Milei já começa a enfrentar protestos contra o governo


Milei assume presidência da Argentina apostando em | Internacional

Javier Milei é um falso libertário e não está agradando

Roberto Nascimento

Promessas ilusórias de campanha – eis uma desonestidade que praticamente todo candidato faz. Anuncia uma coisa, porém, quando se depara com a realidade, tem que se curvar a ela. No entanto, é muito pior quando não promete, não fala nada e começa a agir contra o povo logo após tomar posse. O exemplo mais clássico e recente é de Javier Milei, que preside a Argentina desde domingo, dia 10, e está decepcionando a todos.

Comporta-se como se o país lhe pertencesse. Primeiro, uma medida amoral e imoral, ao assinar um decreto permitindo o nepotismo, para nomear sua inexperiente irmã como ministra do governo. Depois, deu um golpe no povo, congelando os salários e aposentadorias, ao mesmo tempo em que aumentava as tarifas públicas e valorizava o dólar.

AMEAÇA PRENDER – Milei não tinha uma semana no cargo e já ameaçava prender quem saísse às ruas para protestar. E a liberdade tão propalada na campanha? Era tudo mentira, o autoproclamado libertário não passa de mais um projeto de ditador.

As Centrais Sindicais já marcaram uma manifestação para quarta-feira, dia 20 de dezembro, na Praça de Maio. A ministra da Segurança Pública, Patrícia Bullrich, a terceira colocada na disputa presidencial, aquela que Milei chamava de “guerrilheira dos Montoneros”, disse que as Forças Armadas vão reprimir com violência, se os manifestantes bloquearem as vias de acesso a Buenos Aires. Ou seja, vão empurrar a massa, o povo argentino, para o Rio da Prata em Porto Madeiro, de costas para a Casa Rosada.

SEM PROJETO – O pacote de medidas econômicas anunciado por Milei mostra que o governo não se preparou e não tem projeto. Sua equipe deveria ter estudado a história recente do Brasil, para traçar um programa nos moldes do Plano Real, que incluiu a criação de uma moeda intermediária, a URV (Unidade de Valor Paralelo), que fazia a conversão dos preços e valores para o novo padrão monetário, na tentativa de controlar a inflação, até a adoção do real.

Foi assim que a equipe econômica do governo Itamar Franco, comandada pelo embaixador Rubens Ricúpero, estabilizou a economia brasileira e colocou a inflação sob controle. A nova moeda nacional então foi equiparada ao dólar, mantendo o poder de compra do trabalhador de baixa renda.

O programa foi vitorioso, mas aumentou o desemprego, porque não se faz omelete sem quebrar ovos – as medidas drásticas na economia sempre têm contraindicações.

HAVERÁ PROTESTOS – O problema é que os argentinos não são como os brasileiros, que aceitam todas as imposições dos trogloditas de plantão. Eles partem para a briga, sem medo de ser feliz.

É uma perversidade o congelamento de salários e proventos de aposentadoria, enquanto vai de vento em popa a desvalorização da moeda, projetando-se uma inflação mensal de 20%, e os especialistas atestam que o acumulado da inflação alcançará o patamar de 200% neste final do ano.

A situação é dramática. O discurso libertário de Milei era pura mentira de campanha, ele realmente não se preparou para exercer o poder. Nesta quarta-feira teremos uma ideia. Se a polícia e os militares agirem com violência contra os manifestantes, o retrocesso político-institucional pode ser inevitável.


Em destaque

Eleições 2024: oito em cada dez prefeitos conseguiram a reeleição, maior número da história

  Foto: Divulgação Bruno Reis (União Brasil) foi reeleito prefeito de Salvador no último domingo (6) 09 de outubro de 2024 | 21:50 Eleições ...

Mais visitadas