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sábado, dezembro 16, 2023

Carlos Lyra, formidável compositor, foi um dos criadores da Bossa Nova

Publicado em 16 de dezembro de 2023 por Tribuna da Internet

Carlos Lyra, formidável melodista, fica na história como um dos maiores compositores do Brasil

Carlos Lira era um dos parceiros prediletos de Vinicius

Mauro Ferreira
g1 Brasil

Qualificar Carlos Eduardo Lyra Barbosa (11 de maio de 1933 – 16 de dezembro de 2023) como um dos grandes nomes da música brasileira – um compositor extraordinário, criador de belas melodias que beiram o sublime – é clichê inevitável. A morte do artista carioca na madrugada deste sábado, 16, aos 90 anos, tira de cena um nome fundamental da Bossa Nova, mas que procurou transcender essa fase, como explicitou no título do excelente álbum de músicas inéditas que lançou em 2019, “Além da bossa”.

Basta ouvir as seis mais famosas parcerias do compositor com o poeta Vinicius de Moraes (1913 – 1980) – “Coisa mais linda” (1961), “Você e eu” (1961), “Marcha da quarta-feira de cinzas” (1963), “Minha namorada” (1964), “Primavera” (1964) e “Sabe você” (1964) – para ficar evidente que Carlos Lyra fazia mesmo jus aos elogios superlativos de ninguém menos do que Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994). O maestro soberano sempre fez questão de enaltecer as melodias de Lyra.

CONSAGRADO – Compositor da primeira geração da Bossa Nova, Lyra fez a primeira música em 1954, “Quando chegares”, e dois anos depois foi revelado publicamente como compositor na voz de Sylvia Telles (1935 – 1966), cantora que gravou “Menino” em disco editado em 1956.

Três anos depois, em 1959, Lyra seria precocemente consagrado por João Gilberto (1931 – 2019), o papa da bossa. João incluiu duas músicas de Lyra no repertório do primeiro álbum do criador da bossa, “Chega de saudade” (1959).

João Gilberto gravou “Maria ninguém” e “Lobo bobo”, título mais popular da parceria de Lyra com Ronaldo Bôscoli (1928 – 1994), geradora de standards como “Saudade fez um samba” (1989), “Canção que morre no ar” (1960) e “Se é tarde me perdoa” (1960).

TEMAS SOCIAIS – Carlos Lyra ganhou respeito como compositor no universo da Bossa Nova, mas soube ir além dos cânones do movimento. No samba “Influência do jazz” (1962), o compositor dissertou com fina ironia sobre o quanto de jazz podia haver na bossa brasileira.

Já em 1960, Lyra procurou engajar a Bossa, tocando em questões sociais. Tornou-se quase um dissidente do movimento ao compor a trilha sonora da peça “A mais valia vai acabar, seu Edgar” (1960), texto do politizado dramaturgo e diretor paulistano Oduvaldo Vianna Filho (1936 – 1974), o Vianinha.

Como cantor, Lyra lançou o primeiro álbum em 1959, intitulado “Bossa Nova”. Fez outros discos importantes no Brasil e, quando a bossa perdeu impulso na era dos festivais e no reino da Jovem Guarda, o artista partiu para o México, onde morou de 1968 a 1971.

Na volta ao Brasil, Carlos Lyra abriu parcerias com Chico Buarque e Ruy Guerra, renovando o repertório autoral em álbuns como … “E no entanto é preciso cantar” (1971), “Eu & elas… “(1972) e “Herói do medo” (1975). Mas nunca reeditou o sucesso das décadas de 1950 e 1960.

OUTRAS PARCERIAS – A partir dos anos 1980, para sobreviver no mercado, o artista aderiu aos periódicos revivals do cancioneiro da bossa nova em discos e shows, mas também abriu mais parcerias – com nomes como Joyce Moreno e Paulo César Pinheiro – e lançou eventuais álbuns de músicas inéditas como “Carioca de algema” (1994) e o já mencionado “Além da bossa” (2019).

Contudo, o cantor, compositor e músico jamais ficou dissociado da bossa nova pela força do imbatível repertório inicial, criado com a marca de um compositor realmente formidável, como enfatizava Tom Jobim.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Carlos Lyra era do tempo em que se fazia música sofisticada no Brasil, não havia esse lixo atual. Quem o conheceu sabe como ele era atraente, discreto e educado. Falava sempre baixo e cultivava essa personalidade ligth. Por isso, é difícil imaginar que tenha sido inventor do “Gritarium”, um grande armário à prova de som que ele instalou em sua casa. Quando estava aborrecido com alguma coisa, se trancava no armário, dava uns gritos que nem a Kate ouvia, e depois saía absolutamente calmo, elegante e renovado. Os psicanalistas deveriam adotar esse sistema de Lyra para tratar seus clientes. (C.N.)

BAIRRO VILA DE BROTAS E SANTO ANTÔNIO ''ESPADUADA'' - JEREMOABO/BA

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 BAIRRO VILA DE BROTAS E SANTO ANTÔNIO: 

“ LAÇOS COMUNITÁRIOS "

Fonte: JV PORTAL / JEREMOABO TV

JV PORTAL / JEREMOABO TV

" Amigos da JEREMOABO TV, sejam todos bem-vindos ao Programa 'No Meu Sertão é Assim'.

Bairro Vila de Brotas e Santo Antônio, palco onde a simplicidade se torna grandiosa. Aqui, o tempo parece dançar ao ritmo do forró, onde as tradições se entrelaçam ao moderno, criando um mosaico singular de culturas e costumes.

Hoje nossa equipe, encontra-se no Bairro Vila de Brotas, a 1 KM e 600 metros da cidade, antes chamada por Espaduada de Baixo. Neste bairro, fica situado o Cemitério São João Batista, hoje com sua capacidade superlotada, necessitando de uma ampliação e, de uma atenção por parte dos órgãos públicos.

Aqui também, foi erguida uma caixa d’água, pertencente a empresa Embasa, que abastece a cidade e Bairros do Município. Antigamente, esta comunidade, para ter água potável, contava com o transporte animal, que com seus barris e tuneis, buscavam o precioso líquido no córrego das águas do Rio Vermelho. As donas de casa, com a falta d’água que existia naquela época, lavavam suas roupas no Rio Vaza Barris. Neste ensejo, unindo o útil ao agradável, já levavam o jereré, para a pesca de piabas e camarões.

Deve-se ressaltar, que neste Bairro, morou uma das mais tradicionais família de Jeremoabo e, do maior líder político que o município já teve. Família do Cel João Sá. O casarão, que trazia em sua fachada o nome de Fazenda Vila de Brotas, hoje, praticamente em ruínas não existe mais. Com a presença humana ao redor do casarão, nos deparamos com milhares de morcegos que fizeram seu habitat natural e casas de maribondos por todos os lados, sem deixar de falar, que até fogo, foi usado nas imediações da varanda do casarão. O mesmo encontra-se abandonado. O que podemos dizer, é que, este patrimônio histórico de Jeremoabo, será mais um que poderá deixar de existir. Tristeza, termos que relatar tal fato.

Neste casarão, muitas decisões políticas foram tomadas para o desenvolvimento de Jeremoabo, como também várias crianças, mães necessitadas, foram assistidas com o carinho peculiar de D. Lilina. Deve-se ressaltar, que em meio a suas andanças pelo o nordeste, até o Presidente da República Juscelino Kubitschek conhecido como "JK" naquela época, visitou a família Sá em Salvador, nas pessoas do Cel João Sá e seu filho Dr. Carvalho Sá.  O Presidente Juscelino desfilou pela ruas da Capital Baiana, na Kombi pertencente a Dr. Carvalho Sá,  que logo em seguida, foi trazida para integrar ao patrimônio do casarão em Jeremoabo.

Ao lado da caixa d´água, existe um prédio que serviu à comunidade como uma escola municipal por muito tempo, hoje, funcionando como um Centro de Atenção Psicossocial o “CAPS”.

O bairro também, passou a contar com uma creche, a qual serve de base de atenção para as crianças da localidade, enquanto suas genitoras trabalham.

Nessa nossa visita, tivemos o privilégio de bater um papo com a primeira professora da comunidade conhecida como D. Zefa de Braz. (falar com ela).

Já em frente ao Cemitério São João Batista, onde encontra-se a edificação da Igreja de sua Padroeira N. Senhora de Vila de Brotas, aqui tombou o Major Braga, integrante do nosso Exército Brasileiro, o qual pertencia à 6ª. Região Militar. Em sua despedida para com a comunidade de Jeremoabo, por displicência, dirigiu-se ao helicóptero pela a traseira, tendo sua face cortada pela a hélice. O Major, veio a óbito instantaneamente. Em sua homenagem foi colocado uma placa a qual encontra-se dentro do espaço da caixa d´água da embasa, tendo sido arrancada e jogado lá sem a menor importância fora do seu local original.

Seguindo em frente, chegamos ao Bairro Espaduada de Cima, como era chamada, hoje Bairro Santo Antônio, que é bastante visitado no período junino, que traz o nome do padroeiro da comunidade. O mesmo está afastado da sede a 2 KM e 700 metros.

Segundo informações de membros da comunidade, durante décadas, os moradores do Bairro Santo Antônio encontraram na Lagoa do Martiniano ou Sitio Alagoinha como muitos denominam, não apenas um cenário natural, mas uma fonte vital para suas vidas.

Essa comunidade construiu laços estreitos com as águas serenas da lagoa, dependendo dela para pescar, e até mesmo para atividades diárias como banho e consumo de água. A mesma, continua intocável, com seu nível abaixo do normal, devido à estiagem, mas, proporcionando aos moradores um cenário de pura beleza com o canto dos pássaros que ali habitam.

Com o tempo, o Bairro foi tomando nova forma. Iniciando, vamos mostrar os benefícios que o bairro recebeu dando uma melhor condição aos moradores.

O início, foi pela infraestrutura do calçamento, construído na gestão do ex-prefeito João Batista Melo de Carvalho, em 13 de junho de 1998.

Uma moradora antiga do bairro conhecida como D. Emiliana, juntamente com membros da comunidade, contando com a ajuda da Irmã Iracema, deu-se o início da construção da Igreja, a qual é voltada para a devoção do Santo casamenteiro Santo Antônio.

Sua festividade principal, dá-se no mês de junho com a celebração das trezenas em louvor ao seu padroeiro. Durante os 13 dias de celebração, a comunidade local e visitantes, podem se deliciar com comidas típicas da região, curtir o toque da zabumba e shows com artistas da terra

Na parte esportiva, o Bairro possui um campo para a prática do esporte, em estado precário, necessitando de melhorias ou mesmo a construção de uma quadra poliesportiva.

O bairro, diante das dificuldades que os moradores passaram, hoje pode se dizer que os mesmos, vivem com uma certa tranquilidade como relata uma das moradoras.

Hoje essa localidade está repleta de chácaras e áreas de lazer, qualificado como um bairro tranquilo e, próximo da cidade. Energia, água encanada, calçamento, construção do templo religioso, Posto de Saúde, são obras e investimentos que foram implantados na comunidade. Enfim, esse foi o nosso registros em visita a esses dois Bairros pertencentes a Jeremoabo.

É A JEREMOABO TV – JUNTO A VOCÊ, VALORIZANDO E APOIANDO A CULTURA, AS TRADIÇÕES E COSTUMES DO NOSSO POVO.



Nota da redação deste Blog- Através desta nota tentarei comentar o presente documentário, aproveitando da oportunidade para comentar parte dos documentários anteriores.

O texto afirma que a cidade de Jeremoabo, na Bahia, vem se tornando uma cidade sem história sob o governo do prefeito Deri do Paloma. O autor cita como exemplo a demolição do Casarão do Coronel João Sá, uma estrutura centenária que documentava a residência de uma das maiores personalidades da cidade.

O autor argumenta que a não preservação do Casarão é parte de um processo de esquecimento da história local. A casa, que hoje está em ruínas, também é parte de uma análise profunda sobre a história social, política e do desenvolvimento de Jeremoabo.

O autor também cita a demolição de outras obras históricas da cidade, como o Parque de Exposição, a primeira casa construída em Jeremoabo, o Juazeiro Centenário e muitas outras praças e obras.

Concluo denunciando que o atual gestor, na tentativa de destruir as boas obras deixadas pelo ex-prefeito Tista de Deda, está provocando a destruição incessante da cidade, já sem passado e sem memória.

O texto é bem escrito e argumentativo. O autor apresenta dados concretos para sustentar suas afirmações, como a lista de obras históricas demolidas sob o governo atual.

O texto também é relevante, pois trata de um tema importante para a preservação da história e da cultura local.

Aqui estão algumas reflexões adicionais sobre o texto:

  • A destruição do patrimônio histórico é um problema comum em muitas cidades brasileiras.
  • A falta de preservação do patrimônio histórico pode levar ao esquecimento da história e da cultura local.
  • É importante que as autoridades públicas e a sociedade civil se mobilizem para proteger o patrimônio histórico das cidades.

Espero que essas reflexões sejam úteis.



Juízes ganham em média R$ 28 mil, sete vezes mais que outros servidores, e estão insatisfeitos

 Foto: Gil Ferreira/CNJ

Conselho Nacional de Justiça15 de dezembro de 2023 | 16:40

Juízes ganham em média R$ 28 mil, sete vezes mais que outros servidores, e estão insatisfeitos

BRASIL

Insatisfação com um salário médio de R$ 28 mil, episódios de abuso de autoridade e acúmulo de penduricalhos ajudam a explicar por que especialistas afirmam que muitos juízes não se consideram servidores, mas uma classe à parte no setor público.

No Judiciário federal, por exemplo, magistrados ganham, em média, até sete vezes mais do que os demais funcionários. A remuneração dos servidores vai de R$ 4.124, salário inicial de auxiliares jurídicos, a R$ 19,8 mil, valor mais alto para analistas.

Já entre os juízes, a média salarial é de R$ 28 mil, segundo dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) de setembro.

A média não inclui possíveis indenizações, adicionais por tempo de serviço e outros ganhos extras que aumentam o salário dos juízes.

Mesmo recebendo valores maiores, magistrados estão mais insatisfeitos com a remuneração. Para aproximadamente 74%, o salário que recebem não condiz com o trabalho. Entre os servidores, a taxa é de 46%.

Os dados são do censo do CNJ divulgado neste ano. As respostas foram coletadas por formulário eletrônico. Participaram 63,2 mil servidores e 6.100 magistrados.

Em nota, a Associação dos Magistrados Brasileiros diz que a categoria enfrenta desvalorização e, por isso, mais juízes deixam a carreira em busca de melhores condições no mercado privado.

Segundo a entidade, a falta de correção dos subsídios afeta a qualidade de vida dos magistrados e o acesso à Justiça só vai ser garantido com investimentos na prestação jurisdicional.

“Juízes não se veem como servidores, mas como uma categoria especial que enseja prerrogativas próprias, para além daquelas dos funcionários públicos”, afirma Vitor Rhein Schirato, professor da Faculdade de Direito da USP.

Diferentemente dos outros servidores, magistrados têm direito a duas férias por ano. Muitos também recebem valores consideráveis em benefícios, incluindo auxílios-moradia e adicionais por acúmulo de função, que são acrescidos à remuneração. Em setembro, 226 juízes federais receberam acima do teto constitucional (R$ 41.650,92).

Casos como o protagonizado pela juíza Kismara Brustolin, da Vara de Trabalho de Xanxerê, em Santa Catarina, escancaram a maneira como alguns magistrados veem a própria autoridade. No fim de novembro, Brustolin gritou com uma testemunha, exigindo ser chamada de “excelência’’. O CNJ apura a conduta da juíza, que pediu afastamento por motivos de saúde.

Mesmo a perda de cargo e penalidades é diferente entre magistrados e servidores. Isso porque profissionais públicos e membros de Poder, como juízes e promotores, são regidos por artigos distintos da Constituição, segundo Wallace Corbo, professor de direito constitucional da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e da FGV (Fundação Getulio Vargas).

A estabilidade, por exemplo, é dada a servidores após três anos de estágio probatório. Para magistrados, é dada a vitaliciedade depois de dois anos.

Por essa diferença, um juiz ou um desembargador só deixa o cargo por ação judicial, enquanto o servidor pode ser exonerado por processo administrativo interno. No geral, a penalidade máxima dada aos magistrados é a aposentadoria compulsória, em que eles continuam recebendo salário.

“Isso explica por que magistrados, muitas vezes, não se veem como servidores, e sim como membros de poder que de fato tem um tratamento diferenciado na Constituição, mas que não justifica a visão elitista”, afirma Corbo.

Vitor Rhein Schirato, da USP, atribui essa percepção ao fato de a magistratura ser historicamente ocupada por classes mais altas, o que tornou a carreira elitizada.

O censo do CNJ não apresenta informações sobre a renda da família de origem dos juízes, mas mostra que em torno de 45% têm pai e mãe com ensino superior completo. Entre os outros funcionários do Judiciário, a mesma taxa cai para aproximadamente 29%.

Além disso, a magistratura é pouco diversa, composta principalmente por homens (60%) e brancos (82%), o que a torna ainda mais elitizada. Apenas 15% dos juízes são negros.

Entre os outros servidores do Judiciário, a cifra de pretos e pardos sobe para 26,5%. Mulheres são maioria, cerca de 54%.

Segundo Juliana Teixeira Esteves, professora da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco, a falta de representatividade afasta os magistrados da função de atender à população.

“No passado, o acesso ao ensino superior teve problemas ligados a questões de raça e gênero. Por isso, a magistratura hoje não reflete o perfil da sociedade brasileira e perpetua estruturas prévias, muitas vezes preconceituosas. Alguns juízes reproduzem essas desigualdades”, afirma.

Ela diz ainda que, embora a responsabilidade dos magistrados seja maior, o acúmulo de trabalho é constante em todos os níveis do Judiciário. De acordo com a professora, a sobrecarga entre técnicos, auxiliares e analistas jurídicos aumentou nos últimos anos, devido à redução de concursos públicos.

Mas a satisfação com a carreira é diferente para juízes e demais funcionários. Os dados do CNJ mostram que 91% dos servidores estão felizes em trabalhar no Judiciário, cifra que cai para 69% entre magistrados. Aproximadamente 47% dos juízes estão insatisfeitos com a carreira.

Mesmo em desacordo com a situação da magistratura, juízes não pensam em mudar de carreira. Quase 88% não querem prestar concurso para outras áreas, segundo o censo do CNJ.

CARREIRA TERÁ MAIS UMA ETAPA

O Exame Nacional da Magistratura, aprovado em novembro pelo CNJ, visa mudar o paradigma da carreira. A prova, de caráter eliminatório, tem como um dos objetivos tornar a carreira mais diversa, o que romperia com a elitização.

Após aprovado, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) e do CNJ, disse que o exame vai acabar com suspeitas de favorecimento, em que membros de Judiciários locais influenciam resultados do concurso para privilegiar amigos e parentes.

Depois da prova, os candidatos ainda vão passar pelas fases seguintes dos tribunais regionais. O exame terá exigência de pontuação menor para pessoas negras e indígenas, de 50%, enquanto os demais candidatos deverão ter uma taxa de acertos de 70%.

Segundo Wallace Corbo, professor da Uerj e da FGV, adicionar uma etapa no concurso pode elevar os obstáculos para pessoas mais vulneráveis. Ele diz que, ao mesmo tempo, a prova pode fazer com que tribunais locais simplifiquem as fases seguintes.

“Se não for associado a um projeto mais amplo, como por exemplo bolsas para cursos preparatórios para candidatos negros, como pretende o ministro Barroso, o exame pode complicar a vida de quem mais tem dificuldade de acesso ao Poder Judiciário”.

Luany Galdeano/FolhapressPolítica Livre

Lula eleva ataques e chama Bolsonaro de ‘facínora’ que usou fé de evangélicos

 Foto: José Cruz/Agência Brasil

Presidente usa palanque de inauguração de rodovia para criticar ex-presidente, a quem chamou de 'aquela coisa'15 de dezembro de 2023 | 18:06

Lula eleva ataques e chama Bolsonaro de ‘facínora’ que usou fé de evangélicos

BRASIL

O presidente Lula elevou nesta sexta-feira (15) o tom dos ataques ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem chamou de “facínora”, “aquela coisa”, além de acusar o adversário político de “usar a fé dos evangélicos”.

Os ataques a Bolsonaro dominaram boa parte do discurso de Lula durante a inauguração de um contorno rodoviário na BR-101 em Serra (ES). Ao celebrar a obra, questionou a plateia sobre se o ex-presidente havia construído algum “metro de rodovia” no estado.

“Em todos os estados da federação que vou pergunto se alguém se lembra de alguma obra que aquela coisa inaugurou. […] Ele não inaugurou nenhuma obra aqui. Mas ele inaugurou o ódio entre filhos, pais, a mentira, as mais deslavadas mentiras. As intrigas entre famílias”, afirmou o presidente.

“Tem família que não conversa mais. Tem pai que não conversa com filho. Tem filho que não conversa com a mãe. Tem irmão que não conversa com o irmão, por causa de um facínora que pregou o ódio durante quatro anos nesse país. Mentiu e pregou o ódio.”

Lula também atacou Bolsonaro sobre mentiras divulgadas durante as eleições, segundo as quais o então candidato do PT poderia fechar igrejas.

“A gente vai provar que o que resolve o problema de um povo não é a instigação do ódio, utilizando a boa fé do povo evangélico para mentir. Dizendo que a gente ia fechar igreja, dizendo que a gente ia fazer banheiro unissex, isso ou aquilo”, disse ele.

Ao falar sobre religião, Lula disse que somente Deus poderia fazer com que uma pessoa com sua história de vida chegasse três vezes à Presidência da República.

“Eles têm que saber de uma coisa, que se tem um cara nesse país que acredita em Deus, é esse que está vos falando aqui. Por quê? […] Somente Deus poderia fazer que um filho de dona Lindu, semianalfabeto, que não morreu de fome fosse eleito tres vezes presidente desse país”, disse ele.

“Somente Deus é que poderia fazer um menino de 5 anos de Garanhus, com sete irmãos, predestinados a morrer de fome, sair num pau-de-arara em Pernambuco, andar 13 dias até São Paulo, chegando lá encontramos meu pai com outra família. A minha mãe separou do meu pai, nós fomos morar sozinhos. E esse filho, que escapou da morte até os 5 anos de idade, que não teve diploma universitário é o presidente da República mais eleito desse país. Isso só pode ser coisa de Deus.”

O presidente também criticou Bolsonaro por sua ausência durante o período de transição de governo e o classificou como “um cidadão que não merecia nenhum respeito”.

“Faltava dois meses para tomar posse e tivemos que começar a governar esse país, porque esse país não tinha sequer orçamento para que a gente sequer administrasse 2023. E ainda colocamos na PEC da Transição dinheiro para pagar as contas dele, de um cidadão que não merecia nenhum respeito.”

Durante o evento, um homem que estava na plateia provocou uma pequena confusão ao gritar palavras de ordem contra o comunismo. Ele foi retirado do local por seguranças antes do discurso do presidente, que não notou a movimentação.

Lorena Giordina e Italo Nogueira, FolhapressPolítica Livre

Governo Lula apoia empréstimo de banco para Argentina em aceno pragmático a Milei

 Foto: Divulgação

Presidente da Argentina, Javier Milei16 de dezembro de 2023 | 10:12

Governo Lula apoia empréstimo de banco para Argentina em aceno pragmático a Milei

BRASIL

O governo Lula (PT) apoiou o empréstimo de US$ 960 milhões (R$ 4,74 bilhões) do CAF, banco de desenvolvimento da América Latina e Caribe, para a Argentina, em um aceno de pragmatismo ao presidente ultraliberal Javier Milei.

Diante da crise econômica enfrentada pelos argentinos, o empréstimo-ponte foi aprovado pela diretoria do CAF nesta sexta-feira (15) por unanimidade entre os 21 votos possíveis.

O Brasil possui um voto, enquanto outros cinco países (Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela) possuem dois votos.

Segundo fontes a par das discussões, a saúde econômica da Argentina é considerada como imprescindível para o Brasil por causa das estreitas relações comerciais entre os dois países.

De janeiro a outubro deste ano, o superávit comercial do Brasil com o país vizinho chegou a US$ 4,75 bilhões. No período, as vendas para os argentinos cresceram 12,5% e atingiram US$ 14,9 bilhões, enquanto as importações caíram 7,1% e chegaram a US$ 10,15 bilhões.

Além do interesse de que a Argentina não sucumba à crise econômica, o gesto também é visto como uma tentativa de o Brasil demonstrar pragmatismo nas relações com o novo presidente, que tomou posse no último domingo (10).

Até então, havia um clima de desconfiança do lado brasileiro. Isso porque durante a campanha eleitoral Milei disse que não negociaria com o presidente Lula e chamou o mandatário brasileiro de “corrupto” e “comunista”.
Desde que foi eleito, o ultraliberal mudou de postura. O principal gesto de conciliação foi a decisão de Milei de enviar a então futura chanceler argentina, Diana Mondino, a Brasília. Na ocasião, Mondino entregou um convite para que o chefe do Executivo brasileiro comparecesse à posse em Buenos Aires.
Mesmo com o gesto, Lula decidiu que o representante brasileiro seria o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

O financiamento obtido via CAF será usado pelos argentinos para pagar parte da dívida com o FMI (Fundo Monetário Internacional) —um montante de US$ 912 milhões (em torno de R$ 4,5 bilhões) precisa ser quitado até a próxima quinta-feira (21).

O crédito evitará que a Argentina entre em uma situação de inadimplência com o FMI, abrindo caminho para eventual renegociação. O acordo foi firmado durante o governo de Mauricio Macri e renegociado várias vezes pelo ex-presidente Alberto Fernández, totalizando hoje US$ 44 bilhões (cerca de R$ 220 bilhões).

A nova equipe econômica argentina, liderada pelo ministro Luis Caputo, ganhou tempo para tentar chegar a novos termos com o FMI.

Na reunião que selou o empréstimo do CAF, o representante argentino comentou com os outros participantes que os membros do novo governo estão tendo agora a dimensão do “tamanho do estrago” que terão de enfrentar para reestruturar a economia do país.

Nos primeiros dias de governo, Milei anunciou um amplo pacote de medidas econômicas. O Banco Central da Argentina decidiu manter a taxa básica de juros em 133% ao ano, abaixo da inflação, e encarecer em 2% ao mês a cotação do dólar oficial, usado por instituições financeiras, bancos e empresas em transações de grande volume.
Além da desvalorização do peso, o duro plano de Milei inclui suspender todas as novas obras públicas, reduzir subsídios de energia e transporte (a partir de 1º de janeiro), enxugar repasses às províncias e liberar importações.

No entanto, ele planeja aumentar temporariamente impostos a importadores e exportadores, o que deve afetar o comércio regional no curto prazo.

No novo empréstimo, tomado a uma taxa de juros de 5,72% ao ano de acordo com a normativa do CAF para operações de risco com garantia soberana, a Argentina terá até 12 meses de prazo para honrar o compromisso. Enquanto não honrar a dívida assumida nesta sexta, o país não poderá tomar novos financiamentos com a instituição.

Durante o encontro, segundo relatos, os participantes alertaram sobre a importância de a Argentina cumprir as obrigações assumidas com o banco, escolhido justamente por ter uma estrutura mais dinâmica, já que foi constituído com o objetivo de ajudar países em situação de emergência.

Os argentinos chegaram a ter conversas com outros bancos multilaterais, como BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Banco Mundial, além do próprio FMI, antes de avançar na negociação com o CAF.

O pedido de empréstimo-ponte à instituição financeira foi feito na última terça (12) por meio de uma carta assinada por Caputo. O CAF, então, convocou os países acionistas do banco para apreciar a solicitação.

O Brasil possui 8,8% do capital da instituição e é seu quarto maior acionista, atrás de Colômbia, Peru e Argentina. O CAF é um banco multilateral de desenvolvimento hoje com uma carteira ativa de mais de US$ 4 bilhões de empréstimos para o Brasil.

Nathalia Garcia / Folhapress

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