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terça-feira, setembro 08, 2020

Lula diz que Bolsonaro converteu o coronavírus em 'arma de destruição em massa'


por Mônica Bergamo | Folhapress
Lula diz que Bolsonaro converteu o coronavírus em 'arma de destruição em massa'
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgou nesta segunda-feira (7) um vídeo em que lê uma carta aberta aos brasileiros. Nela, o petista afirma que o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) "converteu o coronavírus em uma arma de destruição em massa" e subordinou o Brasil aos EUA "de maneira humilhante".

Diz ainda que a nomeação de "centenas de militares" para cargos estratégicos faz parte de uma "escalada autoritária" que lembra "os tempos sombrios da ditadura".

No pronunciamento, Lula discorre sobre variados temas, do financiamento do SUS à Amazônia, do que considera sucateamento da Petrobras ao "furor privatista" do governo, da violência da polícia contra os negros no Brasil à perseguição de "pesquisadores, professores" e artistas.

Diz que "as eleições de 2018 jogaram o Brasil em um pesadelo que parece não ter fim". E afirma: "Nessa empreitada árdua, mas essencial, eu me coloco à disposição do povo brasileiro, especialmente dos trabalhadores e dos excluídos".

Apesar de Lula hoje não poder se candidatar, já que foi condenado e está sem seus direitos políticos, a iniciativa está sendo interpretada como uma mensagem de que, caso a situação seja revertida na Justiça, ele concorrerá, sim, à Presidência da República em 2022.

Lula inicia a carta afirmando que "uma tristeza infinita vem apertando o meu coração".

*

Leia, abaixo, a íntegra do manifesto:

"Minhas amigas e meus amigos.

Nos últimos meses uma tristeza infinita vem apertando meu coração. O Brasil está vivendo um dos piores períodos de sua história.

Com 130 mil mortos e quatro milhões de pessoas contaminadas, estamos despencando em uma crise sanitária, social, econômica e ambiental nunca vista.

Mais de duzentos milhões de brasileiras e brasileiros acordam, todos os dias, sem saber se seus parentes, amigos ou eles próprios estarão saudáveis e vivos à noite.

A esmagadora maioria dos mortos pelo Coronavírus é de pobres, pretos, pessoas vulneráveis que o Estado abandonou.

Na maior e mais rica cidade do país, as mortes pelo Covid-19 são 60% mais altas entre pretos e pardos da periferia, segundo os dados das autoridades sanitárias.

Cada um desses mortos que o governo federal trata com desdém tinha nome, sobrenome, endereço. Tinha pai, mãe, irmão, filho, marido, esposa, amigos. Dói saber que dezenas de milhares de brasileiras e brasileiros não puderam se despedir de seus entes queridos. Eu sei o que é essa dor.

Teria sido possível, sim, evitar tantas mortes.

Estamos entregues a um governo que não dá valor à vida e banaliza a morte. Um governo insensível, irresponsável e incompetente, que desrespeitou as normas da Organização Mundial de Saúde e converteu o Coronavírus em uma arma de destruição em massa.

Os governos que emergiram do golpe congelaram recursos e sucatearam o Sistema Único de Saúde, o SUS, respeitado mundialmente como modelo para outras nações em desenvolvimento. E o colapso só não foi ainda maior graças aos heróis anônimos, as trabalhadoras e trabalhadores do sistema de saúde.

Os recursos que poderiam estar sendo usados para salvar vidas foram destinados a pagar juros ao sistema financeiro.

O Conselho Monetário Nacional acaba de anunciar que vai sacar mais de 300 bilhões de reais dos lucros das reservas que nossos governos deixaram.

Seria compreensível se essa fortuna fosse destinada a socorrer o trabalhador desempregado ou a manter o auxílio emergencial de 600 reais enquanto durar a pandemia.

Mas isso não passa pela cabeça dos economistas do governo. Eles já anunciaram que esse dinheiro vai ser usado para pagar os juros da dívida pública!

Nas mãos dessa gente, a Saúde pública é maltratada em todos os seus aspectos.

A substituição da direção do Ministério da Saúde por militares sem experiência médica ou sanitária é apenas a ponta de um iceberg. Em uma escalada autoritária, o governo transferiu centenas de militares da ativa e da reserva para a administração federal, inclusive em muitos postos-chave, fazendo lembrar os tempos sombrios da ditadura.

O mais grave de tudo isso é que Bolsonaro aproveita o sofrimento coletivo para, sorrateiramente, cometer um crime de lesa-pátria.

Um crime politicamente imprescritível, o maior crime que um governante pode cometer contra seu país e seu povo: abrir mão da soberania nacional.

Não foi por acaso que escolhi para falar com vocês neste 7 de Setembro, dia da Independência do Brasil, quando celebramos o nascimento do nosso país como nação soberana.

Soberania significa independência, autonomia, liberdade. O contrário disso é dependência, servidão, submissão.

Ao longo de minha vida sempre lutei pela liberdade.

Liberdade de imprensa, liberdade de opinião, liberdade de manifestação e de organização, liberdade sindical, liberdade de iniciativa.

É importante lembrar que não haverá liberdade se o próprio país não for livre.

Renunciar à soberania é subordinar o bem-estar e a segurança do nosso povo aos interesses de outros países.

A garantia da soberania nacional não se resume à importantíssima missão de resguardar nossas fronteiras terrestres e marítimas e nosso espaço aéreo. Supõe também defender nosso povo, nossas riquezas minerais, cuidar das nossas florestas, nossos rios, nossa água.

Na Amazônia devemos estar presentes com cientistas, antropólogos e pesquisadores dedicados a estudar a fauna e a flora e a empregar esse conhecimento na farmacologia, na nutrição e em todos os campos da ciência - respeitando a cultura e a organização social dos povos indígenas.

O governo atual subordina o Brasil aos Estados Unidos de maneira humilhante, e submete nossos soldados e nossos diplomatas a situações vexatórias. E ainda ameaça envolver o país em aventuras militares contra nossos vizinhos, contrariando a própria Constituição, para atender os interesses econômicos e estratégico-militares norte-americanos.

A submissão do Brasil aos interesses militares de Washington foi escancarada pelo próprio presidente ao nomear um oficial general das Forças Armadas Brasileiras para servir no Comando Militar Sul dos Estados Unidos, sob as ordens de um oficial americano.

Em outro atentado à soberania nacional, o atual governo assinou com os Estados Unidos um acordo que coloca a Base Aeroespacial de Alcântara sob o controle de funcionários norte-americanos e que priva o Brasil de acesso à tecnologia, mesmo de terceiros países.

Quem quiser saber os verdadeiros objetivos do governo não precisa consultar manuais secretos da Abin ou do serviço de inteligência do Exército.

A resposta está todos os dias no Diário Oficial, em cada ato, em cada decisão, em cada iniciativa do presidente e de seus assessores, banqueiros e especuladores que ele chamou para dirigir nossa economia.

Instituições centenárias, como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BNDES, que se confundem com a história do desenvolvimento do país, estão sendo esquartejadas e fatiadas – ou simplesmente vendidas a preço vil.

Bancos públicos não foram criados para enriquecer famílias. Eles são instrumentos do progresso. Financiam a casa do pobre, a agricultura familiar, as obras de saneamento, a infraestrutura essencial ao desenvolvimento.

Se olharmos para o setor energético, veremos uma política de terra arrasada igualmente predadora.

Depois de colocar à venda por valores ridículos as reservas do Pré-Sal, o governo desmantela a Petrobrás. Venderam a distribuidora e os gasodutos foram alienados. As refinarias estão sendo esquartejadas. Quando só restarem os cacos, chegarão as grandes multinacionais para arrematar o que tiver sobrado de uma empresa estratégica para a soberania do Brasil.

Meia dúzia de multinacionais ameaçam a renda de centenas de bilhões de reais do petróleo do Pré-Sal – recursos que constituiriam um fundo soberano para financiar uma revolução educacional e científica.

A Embraer, um dos maiores trunfos do nosso desenvolvimento tecnológico, só escapou da sanha entreguista em função das dificuldades da empresa que iria adquiri-la, a Boeing, profundamente ligada ao complexo industrial militar dos Estados Unidos.

O desmanche não termina aí.

O furor privatista do governo pretende vender, na bacia das almas, a maior empresa de geração de energia da América Latina, a Eletrobrás, uma gigante com 164 usinas – duas delas termonucleares – responsável por quase 40% da energia consumida no Brasil.

A demolição das universidades, da educação e o desmonte das instituições de apoio à ciência e à tecnologia, promovidos pelo governo, são ameaça real e concreta à nossa soberania.

Um país que não produz conhecimento, que persegue seus professores e pesquisadores, que corta bolsas de pesquisas e nega o ensino superior à maioria de sua população está condenado à pobreza e à eterna submissão.

A obsessão destrutiva desse governo deixou a cultura nacional entregue a uma sucessão de aventureiros. Artistas e intelectuais clamam pela salvação da Casa de Ruy Barbosa, da Funarte, da Ancine. A Cinemateca Brasileira, onde está depositado um século da memória do cinema nacional, corre o sério risco de ter o mesmo destino trágico do Museu Nacional

Minhas amigas e meus amigos.

No isolamento da quarentena tenho refletido muito sobre o Brasil e sobre mim mesmo, sobre meus erros e acertos e sobre o papel que ainda pode me caber na luta do nosso povo por melhores condições de vida.

Decidi me concentrar, ao lado de vocês, na reconstrução do Brasil como Nação independente, com instituições democráticas, sem privilégios oligárquicos e autoritários. Um verdadeiro Estado Democrático e de Direito, com fundamento na soberania popular. Uma Nação voltada para a igualdade e o pluralismo. Uma Nação inserida numa nova ordem internacional baseada no multilateralismo, na cooperação e na democracia, integrada na América do Sul e solidária com outras nações em desenvolvimento.

O Brasil que quero reconstruir com vocês é uma Nação comprometida com a libertação do nosso povo, dos trabalhadores e dos excluídos.

Dentro de um mês vou fazer 75 anos.

Olhando para trás, só posso agradecer a Deus, que foi muito generoso comigo. Tenho que agradecer à minha mãe, dona Lindu, por ter feito de um pau-de-arara sem diploma um trabalhador orgulhoso, que um dia viraria presidente da República. Por ter feito de mim um homem sem rancor, sem ódios.

Eu sou o menino que desmentiu a lógica, que saiu do porão social e chegou ao andar de cima sem pedir permissão a ninguém, só ao povo.

Não entrei pela porta dos fundos, entrei pela rampa principal. E isso os poderosos jamais perdoaram.

Reservaram para mim o papel de figurante, mas virei protagonista pelas mãos dos trabalhadores brasileiros.

Assumi o governo disposto a mostrar que o povo cabia, sim, no orçamento. Mais do que isso, provei que o povo é um extraordinário patrimônio, uma enorme riqueza. Com o povo o Brasil progride, se enriquece, se fortalece, se torna um país soberano e justo.

Um país em que a riqueza produzida por todos seja distribuída para todos – mas em primeiro lugar para os explorados, os oprimidos, os excluídos.

Todos os avanços que fizemos sofreram encarniçada oposição das forças conservadoras, aliadas a interesses de outras potências.

Eles nunca se conformaram em ver o Brasil como um país independente e solidário com seus vizinhos latino-americanos e caribenhos, com os países africanos, com as nações em desenvolvimento.

É aí, nessas conquistas dos trabalhadores, nesse progresso dos pobres, no fim da subserviência, é aí que está a raiz do golpe de 2016.

Aí está a raiz dos processos armados contra mim, da minha prisão ilegal e da proibição da minha candidatura em 2018. Processos que – agora todo mundo sabe – contaram com a criminosa colaboração secreta de organismos de inteligência norte-americanos.

Ao tirar 40 milhões de brasileiros da miséria, nós fizemos uma revolução neste país. Uma revolução pacífica, sem tiros nem prisões.

Ao ver que esse processo de ascensão social dos pobres iria continuar, que a afirmação de nossa soberania não iria ter volta, os que se julgam donos do Brasil, aqui dentro e lá fora, resolveram dar um basta. ?

Nasce aí o apoio dado pelas elites conservadoras a Bolsonaro.

Aceitaram como natural sua fuga dos debates. Derramaram rios de dinheiro na indústria das fake news. Fecharam os olhos para seu passado aterrador. Fingiram ignorar seu discurso em defesa da tortura e a apologia pública que ele fez do estupro.

As eleições de 2018 jogaram o Brasil em um pesadelo que parece não ter fim.

Com ascensão de Bolsonaro, milicianos, atravessadores de negócios e matadores de aluguel saíram das páginas policiais e apareceram nas colunas políticas.

Como nos filmes de terror, as oligarquias brasileiras pariram um monstrengo que agora não conseguem controlar, mas que continuarão a sustentar enquanto seus interesses estiverem sendo atendidos.

Um dado escandaloso ilustra essa conivência: nos quatro primeiros meses da pandemia, quarenta bilionários brasileiros aumentaram suas fortunas em 170 bilhões de reais.

Enquanto isso, a massa salarial dos empregados caiu 15% em um ano, o maior tombo já registrado pelo IBGE. Para impedir que os trabalhadores possam se defender dessa pilhagem, o governo asfixia os sindicatos, enfraquece as centrais sindicais e ameaça fechar as portas da Justiça do Trabalho. Querem quebrar a coluna vertebral do movimento sindical, o que nem a ditadura conseguiu.

Violentaram a Constituição de 1988. Repudiaram as práticas democráticas. Implantaram um autoritarismo obscurantista, que destruiu as conquistas sociais alcançadas em décadas de lutas. Abandonaram uma política externa altiva e ativa, em favor de uma submissão vergonhosa e humilhante.

Este é o verdadeiro e ameaçador retrato do Brasil de hoje.

Tamanha calamidade terá que ser enfrentada com um novo contrato social que defenda os direitos e a renda do povo trabalhador.

Minhas queridas e meus queridos.

Minha longa vida, aí incluídos os quase dois anos que passei em uma prisão injusta e ilegal, me ensinou muito.

Mas tudo o que fui, tudo o que aprendi cabe num grão de milho se essa experiência não for colocada a serviço dos trabalhadores.

É inaceitável que 10% da população vivam à custa da miséria de 90% do povo.

Jamais haverá crescimento e paz social em nosso país enquanto a riqueza produzida por todos for parar nas contas bancárias de meia dúzia de privilegiados.

Jamais haverá crescimento e paz social se as políticas públicas e as instituições não tratarem com equidade a todos brasileiros.

É inaceitável que os trabalhadores brasileiros continuem sofrendo os impactos perversos da desigualdade social. Não podemos admitir que nossa juventude negra tenha suas vidas marcadas por uma violência que beira genocídio.

Desde que vi, naquele terrível vídeo, os 8 minutos e 43 segundos de agonia de George Floyd, não paro de me perguntar: quantos George Floyd nós tivemos no Brasil? Quantos brasileiros perderam a vida por não serem brancos? Vidas negras importam, sim. Mas isso vale para o mundo, para os Estados Unidos e vale para o Brasil.

É intolerável que nações indígenas tenham suas terras invadidas e saqueadas e suas culturas destruídas. O Brasil que queremos é o do marechal Rondon e dos irmãos Villas-Boas, não o dos grileiros e dos devastadores de florestas.

Temos um governo que quer matar as mais belas virtudes do nosso povo, como a generosidade, o amor à paz e a tolerância.

O povo não quer comprar revólveres nem cartuchos de carabina. O povo quer comprar comida.

Temos que combater com firmeza a violência impune contra as mulheres. Não podemos aceitar que um ser humano seja estigmatizado por seu gênero. Repudiamos o escárnio público com os quilombolas. Condenamos o preconceito que trata como seres inferiores pobres que vivem nas periferias das grandes cidades.

Até quando conviveremos com tanta discriminação, tanta intolerância, tanto ódio?

Meus amigos e minhas amigas,

Para reconstruirmos o Brasil pós pandemia, precisamos de um novo contrato social entre todos os brasileiros.

Um contrato social que garanta a todos o direito de viver em paz e harmonia. Em que todos tenhamos as mesmas possiblidades de crescer, onde nossa economia esteja a serviço de todos e não de uma pequena minoria. E no qual sejam respeitados nossos tesouros naturais, como o Cerrado, o Pantanal, a Amazônia Azul e a Mata Atlântica.

O alicerce desse contrato social tem que ser o símbolo e a base do regime democrático: o voto. É através do exercício do voto, livre de manipulações e fake news, que devem ser formados os governos e ser feitas as grandes escolhas e as opções fundamentais da sociedade.

Através dessa reconstrução, lastreada no voto, teremos um Brasil um democrático, soberano, respeitador dos direitos humanos e das diferenças de opinião, protetor do meio ambiente e das minorias e defensor de sua própria soberania.

Um Brasil de todos e para todos.

Se estivermos unidos em torno disso poderemos superar esse momento dramático.

O essencial hoje é vencer a pandemia, defender a vida e a saúde do povo. É pôr fim a esse desgoverno e acabar com o teto de gastos que deixa o Estado brasileiro de joelhos diante do capital financeiro nacional e internacional.

Nessa empreitada árdua, mas essencial, eu me coloco à disposição do povo brasileiro, especialmente dos trabalhadores e dos excluídos.

Minhas amigas e meus amigos.

Queremos um Brasil em que haja trabalho para todos.

Estamos falando de construir um Estado de bem-estar social que promova a igualdade de direitos, em que a riqueza produzida pelo trabalho coletivo seja devolvida à população segundo as necessidades de cada um.

Um Estado justo, igualitário e independente, que dê oportunidades para os trabalhadores, os mais pobres e os excluídos.

Esse Brasil dos nossos sonhos pode estar mais próximo do que aparenta.

Até os profetas de Wall Street e da City de Londres já decretaram que o capitalismo, tal como o mundo o conhece, está com os dias contados. Levaram séculos para descobrir uma verdade inquestionável que os pobres conhecem desde que nasceram: o que sustenta o capitalismo não é o capital. Somos nós, os trabalhadores.

É nessas horas que me vem à cabeça esta frase que li num livro de Victor Hugo, escrito há um século e meio, e que todo trabalhador deveria levar no bolso, escrita em um pedacinho de papel, para jamais esquecer:

“É do inferno dos pobres que é feito o paraíso dos ricos...”

Nenhuma solução, porém, terá sentido sem o povo trabalhador como protagonista. Assim como a maioria dos brasileiros, não acredito e não aceito os chamados pactos “pelo alto”, com as elites. Quem vive do próprio trabalho não quer pagar a conta dos acertos políticos feitos no andar de cima.

Por isso quero reafirmar algumas certezas pessoais:

• Não apoio, não aceito e não subscrevo qualquer solução que não tenha a participação efetiva dos trabalhadores.

• Não contem comigo para qualquer acordo em que o povo seja mero coadjuvante.

• Mais do que nunca, estou convencido de que a luta pela igualdade social passa, sim, por um processo que obrigue os ricos a pagar impostos proporcionais às suas rendas e suas fortunas.

E esse Brasil, minhas amigas e meus amigos, está ao alcance das nossas mãos.

Posso afirmar isso olhando nos olhos de cada um e de cada uma de vocês. Nós provamos ao mundo que o sonho de um país justo e soberano pode sim, se tornar realidade.

Eu sei – vocês sabem – que podemos, de novo, fazer do Brasil o país dos nossos sonhos.

E dizer, do fundo do meu coração: estou aqui. Vamos juntos reconstruir o Brasil.

Ainda temos um longo caminho a percorrer juntos.

Fiquem firmes, porque juntos nós somos fortes.

Viveremos e venceremos."

OMS orienta países populosos a começar a planejar vacinação conta Covid-19


OMS orienta países populosos a começar a planejar vacinação conta Covid-19
Foto: Reprodução/Gazeta do Povo
A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu um alerta aos governos de países muitos populosos nesta segunda-feira (7). A orientação é que já comecem a preparar o plano para concretizar o processo de vacinação contra a Covid-19. De acordo com o entidade, será uma operação sem precedentes e envolverá uma ampla estrutura.

Durante uma transmissão online, a OMS apelou para que governos e políticos sejam "honestos" com suas populações sobre a pandemia e que não vendam "soluções mágicas". "As pessoas não estão procurando unicórnios", disse Mike Ryan, diretor de operações da agência, ao ser questionado sobre o comportamento do presidente Jair Bolsonaro de promover aglomerações, promover a cloroquina e minimizar a doença. 

Soumya Swaminathan, diretora-científica da OMS, destacou como a operação de vacinação não será como o que já existe pelo mundo. "Não estamos em uma campanha com crianças, mas adultos e grupos vulneráveis", disse. "Será um desafio", alertou. 

De acordo com ela, governos já precisam iniciar seus planejamentos sobre como os profissionais de saúde serão treinados, se existe estrutura, seringas e dados sobre a população. 

Além disso, a OMS alerta para a necessidade de que governos considerem como realizar a distribuição das vacinas para que os produtos cheguem de "maneira correta e ética" às pessoas que mais precisam. O alerta sobre a dimensão do projeto de vacinação ocorre num momento em que governos vêm tentando passar mensagens de que o processo de imunização estaria próximo, algo que a OMS nega. 

Para a entidade, campanhas de grande escala apenas ocorrerão em meados de 2021. No caso do Brasil, uma adesão do país à aliança mundial de vacinas poderá custar mais de R$ 4,4 bilhões para que o governo garante a vacina para 20% da população. 

Até o dia 18 de setembro, um contrato terá de ser fechado entre a OMS e o Brasil e, em outubro, o pagamento da primeira parcela de 15% do valor deve ser realizada. As informações são do UOL.

Bahia Notícias

Maiquinique: Moradores ignoram Covid-19 e participam de carreata de apoio a prefeito

por Lucas Arraz / Francis Juliano

Maiquinique: Moradores ignoram Covid-19 e participam de carreata de apoio a prefeito
Foto: Leitor BN / WhatsApp
Moradores de Maiquinique, no Médio Sudoeste baiano, protagonizaram nesta segunda-feira (7) cenas que vão de encontro aos protocolos de contenção do novo coronavírus. Ignorando distanciamento social e até máscaras de proteção, várias pessoas foram às ruas do município participar de uma carreata de apoio ao prefeito Jesulino Porto.

O político é candidato à reeleição e teve o nome confirmado para a eleição em convenção feita nesta segunda. Imagens enviadas ao Bahia Notícias mostram moradores acompanhando carros de som próximos uns dos outros, e muitos deles não usavam máscaras. Houve registro de brigas também durante os atos em apoio ao prefeito.

Sem máscara, Bolsonaro dá mau exemplo ao lado de crianças na festa do Dia da Independência


O presidente Jair Bolsonaro na cerimônia do Dia da Independência, em Brasília Foto: Dida Sampaio/Estadão
Jair Bolsonaro insiste em desmoralizar o uso das máscaras
Jussara Soares e Julia LindnerEstadão
O presidente Jair Bolsonaro chegou no Rolls-Royce conversível da Presidência à cerimônia do Dia da Independência, realizada no Palácio da Alvorada, na manhã desta segunda-feira, 7. Sem usar máscara, Bolsonaro surgiu por volta das 10h acompanhado de um grupo de cerca de dez crianças, filhas e netas de autoridades convidadas, e cumprimentou apoiadores. Algumas usavam máscaras, outras não. A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, foi chamada de “mita” pelo público.
Em formato enxuto, o evento no Alvorada substituiu o tradicional desfile de 7 de Setembro, realizado na Esplanada dos Ministérios, mas modificado este ano devido à pandemia do novo coronavírus.
AGLOMERAÇÃO – Na portaria do Ministério da Defesa que cancelou o evento o motivo apresentado foi o risco de aglomeração. De acordo com a Secretaria Especial de Comunicação (Secom), no entanto, entre 1 mil e 1,2 mil pessoas acompanharam a solenidade. Antes do início da cerimônia, a Secom informou que o local estava preparado para receber 800 pessoas.
Sem máscara, o presidente cumprimentou apoiadores que o aguardavam e tirou fotos com alguns deles em diversos momentos. Entre as crianças que o acompanharam no carro estava a neta do ministro da Defesa, Fernando Azevedo.  O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filhos do presidente, acompanharam a solenidade. Já o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), que no ano passado desfilou no Rolls Royce com o pai, não foi visto.
ABERTO AO PÚBLICO – Inicialmente, a Secom havia informado que a celebração seria restrita apenas para convidados, mas o espaço acabou aberto para o público, o que gerou aglomeração.  Aos gritos de “mito”, os apoiadores do presidente seguravam bandeiras do Brasil, dos Estados Unidos e de Israel. Nem todos usavam máscara de proteção.
Em certo momento, o público ensaiou gritos de “cloroquina”, medicamento sem eficácia comprovada para o tratamento da covid-19, e o nome do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Estavam presentes algumas das principais autoridades de Brasília, como os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, além de ministros de Estado e chefes das Forças Armadas. Assim que Toffoli chegou à solenidade, simpatizantes de Bolsonaro gritaram para o ministro: “Supremo é o povo”. Alcolumbre, por sua vez, foi hostilizado com vaias. Entre os ministros, Paulo Guedes (Economia), Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Fábio Faria Comunicações) foram alguns dos presentes.
Além das autoridades, o público presente pôde acompanhar uma apresentação da Esquadrilha da Fumaça por cerca de dez minutos. O evento durou cerca de meia hora.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
 – Interessante notar que Bolsonaro insiste em desmoralizar publicamente o uso da máscara de proteção. Felizmente, porém, as pessoas já entenderam que ele é meio maluco e a imensa maioria continua usando máscara no dia a dia. (C.N.)

Bolsonaro troca ”Posto Ipiranga” por grupo de ministros conselheiros, mas Guedes não sai


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Charge do Aroeira (portal O dia/RJ)
Jorge VasconcellosCorreio Braziliense
O presidente Jair Bolsonaro tem conseguido, aos poucos, deixar o governo cada vez mais alinhado com o seu projeto de reeleição. O mandatário já não dá mais tantos ouvidos ao seu “Posto Ipiranga” e encontrou em um grupo de ministros conselheiros o que precisava para colocar em marcha um projeto de forte apelo popular, baseado no reforço dos programas sociais e dos investimentos públicos.
O ministro da Economia, Paule Guedes, é um dos poucos auxiliares, dentro do governo, que ousam dizer coisas que o presidente não gostaria de ouvir.
ALVO DE IMPEACHMENT – A franqueza tornou-se em desgraça após Guedes alertar que Bolsonaro poderia ser alvo de impeachment caso se entregasse ao canto da sereia de “ministros fura-teto”.
Ao destacar a necessidade do cumprimento do teto de gastos públicos, o titular da Economia referia-se a um grupo de ministros que tem convencido o presidente a ir adiante com o Pró-Brasil, um programa que inclui iniciativas de distribuição de renda e de investimentos em obras públicas para tirar o país da crise.
As declarações de Guedes foram interpretadas, no meio político, como uma crítica aos ministros que assumiram os papéis de conselheiros do presidente, também, na área econômica. São eles Braga Netto (Casa Civil); Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo); Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura); e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) — este último é um dos maiores desafetos do titular da Economia. Os dois primeiros pertencem à chamada ala militar do governo, que defende a adoção de uma política desenvolvimentista e que, por isso, entrou em choque direto com Guedes.
MELHOR SAÍDA – Segundo o grupo de ministros, os programas sociais e os investimentos públicos são a melhor saída para o governo enfrentar os desgastes políticos provocados pela pandemia e, também, para o presidente turbinar sua popularidade. Exemplo disso é o pagamento do auxílio emergencial a milhões de brasileiros, que contribuiu para o aumento da aprovação popular de Bolsonaro, fato atestado por pesquisas de opinião.
Pouco mais de um ano e meio depois da posse como presidente, Bolsonaro parece ter encontrado, finalmente, uma direção para o seu governo. Daqui até as eleições de 2022, ele vai focar no social, uma área que não vinha merecendo a menor atenção desde a campanha presidencial em 2018. Com essa bandeira, o presidente tem viajado pelo país para uma série de inaugurações, principalmente na região Nordeste, reduto eleitoral do PT e de outros partidos de esquerda.
RENDA BRASIL – O discurso pelo social está afiado e o chefe do governo demonstrou isso na semana passada, quando criticou publicamente a proposta da equipe de Guedes para o Renda Brasil, uma das iniciativas do Pró-Brasil e que deve substituir o Bolsa família dos governos petistas.
Além de desaprovar o conteúdo, o presidente aproveitou a oportunidade para mandar aos eleitores a mensagem de que se preocupa com os pobres.
Durante uma solenidade em Minas Gerais, o chefe do governo disse que não poderia “tirar de pobres para dar para paupérrimos”, ao criticar a ideia de Guedes sobre extinguir o abono salarial dos trabalhadores como forma de conseguir recursos para o Renda Brasil.
RESILIÊNCIA – Para Ricardo Caichiolo, cientista político do Ibmec/DF, o melhor adjetivo para Paulo Guedes é “resiliente”, em razão das pressões que o ministro tem enfrentado.
“Essa fase do governo, inaugurada por conta dos impactos da pandemia, vai ao encontro dos desejos dos ministros ‘fura-teto’; por outro lado, coloca contra a parede a equipe econômica, que tem de identificar meios para ampliar o número de beneficiários com o novo programa (Renda Brasil) e, ainda, aumentar o valor do benefício. Ordens do mandatário, afinal de contas, 2022 está logo ali. Há que se verificar se até lá a resiliência do ministro terá seu prazo de validade vencido”, opina o especialista ao Correio.
INTERESSE ELEITORAL – Já o professor Paulo Calmon, diretor do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), destaca que, por trás da guinada social do governo, está, também, o interesse nas eleições municipais deste ano, que estabelecem as bases para a disputa em 2022.
“A sociedade brasileira foi duramente atingida pela pandemia da covid-19, com impacto importante no nível de atividade econômica, geração de desemprego e aumento da pobreza e desigualdade. Nesse contexto, a insistência na manutenção de uma política de austeridade fiscal muito rígida, como a preconizada pelo ministro Paulo Guedes, é difícil de sustentar politicamente e possui um custo social e econômico muito acentuado e concentrado para os próximos meses. O conflito surge daí”, diz Calmon.
“Além de uma disputa política, o conflito entre essas diferentes visões configura, também, a disputa de interesses, poder e influência no governo… Paulo Guedes, mais associado ao capital financeiro e aos investidores estrangeiros; e os desenvolvimentistas, mais associados ao setor produtivo nacional. Era uma tensão que já existira há algum tempo, mas que ganha contornos mais dramáticos com a proximidade das eleições e que deve criar rusgas importantes na equipe ministerial nas próximas semanas”, acrescenta o docente da UnB.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Em tradução simultânea, a torcida pela queda de Guedes é enorme. Mas essa crise vai render, porque o ministro não vai se demitir. Quanto à Bolsonaro, já queimou Joaquim Levy no início do governo e agora não tem à disposição um economista submisso e amestrado como ele. (C.N.)

“Criança, não verás reforma alguma num país como este!”, diria Olavo Bilac, decepcionadíssimo


Vamos envelhecer como as árvores, recomendava BilacTRIBUNA DA INTERNET | TRIBUNA DA INTERNET | Frases inspiracionais, Frases sabias, Citações filosóficasCarlos Newton
Recordar é viver! No caso do jornalista, escritor e poeta carioca Olavo Bilac, ele merece ser eternamente lembrado pelos brasileiros, não só pelos versos inesquecíveis que deixou, mas também pelo nacionalismo, que o levou a defender a criação do serviço militar obrigatório e o aprimoramento do ensino público. Entre um verso e outro, o jornalista preocupava-se com a qualidade da educação, como está marcado em seu poema infantil mais famoso, “A Pátria”.
Bilac viveu em outra época, em que se podia sonhar. Certamente estaria muito decepcionado com a realidade de hoje, que transformou o Brasil num país antes lembrado por suas belezas, mas hoje caracterizado por uma insana disputa de poder que desconhece os verdadeiros interesses nacionais.
PAÍS DA IMPUNIDADE – A nação que Olavo Bilac antevia e ansiava é hoje conhecida como o pais da impunidade das elites. É o único no mundo, entre os 193 membros da Organização das Nações, onde réus de corrupção, lavagem de dinheiro, improbidade administrativa, peculato e enriquecimento ilícito têm liberdade garantida até a quarta instância (Supremo), enquanto na maioria dos países nem existe quarta instância.
O que realmente revoltaria Bilac era saber que no Congresso, no Planalto e no Supremo não há a menor movimentação para mudar esse estado de coisas, graças a um pacto tácito existente entre os três Poderes da República.
Bilac lutou pela República como poucos, jamais poderia imaginar que a proclamação fosse transformar o Brasil no reino da criminalidade.
PAÍS ENDIVIDADO – O brilhante jornalista e poeta também não conseguiria entender que um país rico como o Brasil tivesse se tornado um dos mais endividados, a ponto de um banqueiro ter se tornado ministro da Fazenda para dar um basta nos empréstimos ao governo, criando a “regra de ouro”, que está prestes a se tornar uma lei vacina, daquelas que não “pegou”.  
Com raras e honrosas exceções, como se dizia nos tempos de Bilac, os governos federal, estaduais e municipais estão quebrados, tornaram-se impotentes, impassíveis e indiferentes, com o povo abandonado em suas necessidades de habitação, saneamento, educação e saúde.
Não há pudor, reina a desfaçatez, Bilac se revoltaria ao ver que o Brasil é um dos países de maior desigualdade social, onde a riqueza total tenta conviver com a miséria absoluta, enquanto a classe média se esconde atrás das grades e dos muros da hipocrisia.
PAÍS SEM REFORMAS – É uma país que necessita desesperadamente de reformas, precisa economizar os gastos públicos para enfim conseguir atender ao cidadão.
Mas é tudo uma farsa, um conchavo entre as classes dominantes e a nomenklatura do serviço público, para manter os privilégios de cada categoria, pois não se fala em reduzir nenhum benefício de magistrado, parlamentar, governante, dirigente de estatal e servidor civil ou militar de primeira linha.    
E o notável Olavo Bilac, no desespero, pensará que está bêbado, como naquela tarde em que perdeu o controle de seu carro na Estrada da Tijuca, saiu da pista e bateu numa árvore, no primeiro acidente de automóvel no Brasil. Revoltado, modificará seu mais famoso poema, para alertar às crianças que não vai haver reforma alguma.

Bolsonaro deve se reunir com empresários para acertar a desoneração da folha de salários


Quem é Eduardo Gomes, novo líder do governo no Congresso?
Líder Edurado Gomes faz a intermediação do acordo
Valdo CruzG1 Política
O presidente Jair Bolsonaro deve se reunir com representantes dos 17 setores beneficiados pela desoneração da folha de pagamento para fechar um acordo para manter a redução no pagamento de tributos até o final de 2021. Com isso, o Congresso deve derrubar, na semana que vem, o veto presidencial à medida.
O líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), disse à GloboNews que ele e os demais líderes estão articulando a reunião.
PAUTA DA DISCUSSÃO – A proposta de acordo que está sendo fechada prevê que a desoneração seria mantida até o final do ano que vem com a derrubada do veto presidencial. Além disso, os 17 setores apoiariam medidas que o governo vai propor para financiar a desoneração para todos os setores da economia.
“Estamos construindo um acordo que passa pela manutenção da desoneração, importante para evitar demissões nestes setores, e conseguir destes grupos o apoio para as medidas que o governo está propondo para garantir a recuperação da economia brasileira”, afirmou o líder do governo no Congresso.
UMA SOLUÇÃO – “Há uma articulação dos líderes para que o presidente receba os 17 setores e ajuste uma solução que passe pela prorrogação da desoneração e pelo apoio às medidas que irão proporcionar uma desoneração mais ampla a partir da aprovação das reformas, sendo dada a autorização para a derrubada do veto”, acrescentou o líder.
O senador informou ainda que a expectativa é que, fechado esse acordo, o veto à desoneração seja colocado em votação na quarta-feira da próxima semana. Nesta sessão do Congresso Nacional, o veto seria derrubado.

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