Hossein Salami, que substituiu Qassem Soleimani, anunciou a retaliação iraniana durante funeral nas ruas de Teerã, provocando gritos de "morte a Israel". No início de fevereiro, o Brasil vai sediar encontro de aliados militares dos EUA
Carlos Newton
Ao analisar esse primeiro ano de Jair Bolsonaro no poder, pode-se dizer que nos primeiros meses seus maiores inimigos foram os três filhos, que se intrometiam na administração, chegaram até a provocar demissões de importantes ministros que não deveriam ter saído e fazem falta ao governo, como o advogado Gustavo Bebiano e o general Santos Cruz.
Bolsonaro demorou muito até perceber que essa interferência familiar no governo, agravada pela participação do escritor Olavo de Carvalho, era altamente negativa e nada acrescentava.
LIVRANDO-SE DOS FILHOS – Neste início de segundo ano de mandato, já está claro que os três filhos e o guru virginiano hoje pouco influem, e dois deles (Flávio e Carlos) até dependem do pai para enfrentar seus problemas com a Justiça. O mais jovem, Eduardo, chegou a aspirar a nomeação para embaixador nos Estados Unidos, levando o pai se desgastar infantilmente no Senado, a ponto de ter de retirar a indicação.
Aos poucos, Bolsonaro foi se livrando dessa pressão dos filhos, mas continuou cultivando outro comportamento altamente negativo, ao dar declarações diárias e desnecessárias. Na História deste país, pode-se dizer que jamais se viu um presidente que falasse tanto, várias vezes ao dia, a começar na portaria do palácio.
Incluindo sábados, domingos e feriados, todos os dias o chefe do governo dá uma coletiva matinal na portaria do Alvorada, que se transformou num movimentado ponto turístico.
LEVANTAMENTO COMPLETO – Desde o início da gestão, o site “Aos Fatos”, que combate fake News, vem fazendo um levantamento semanal das declarações do presidente em entrevistas, lives ou redes sociais. Quando completou um ano de governo, a equipe do site somou tudo e publicou uma importante matéria, sob o título “Em 367 dias como presidente, Bolsonaro deu 616 declarações falsas ou distorcidas”.
O impressionante levantamento está dividido em 28 temas principais, incluindo todas as declarações de Bolsonaro feitas a partir do dia de sua posse.
Falar demais nem sempre é uma qualidade e quase sempre representa um grave defeito. No caso de quem exerce um cargo público de grande importância, esse hábito pode prejudicar diretamente o exercício da função.
POSTURA AUTODESTRUTIVA – O fato concreto e que não pode ser desmentido é que o presidente Jair Bolsonaro vem se comportando de maneira autodestrutiva. Com essas 608 declarações falsas ou distorcidas, veio fazendo inimigos desnecessários, ninguém sabe o que ele ganha ou pretendia ganhar com essa postura .
O pior é que o núcleo duro do Planalto se comporta como se nada estivesse acontecendo. Nenhum ministro tem coragem de chegar a Bolsonaro e dizer que, se ele não mudar seu comportamento, pode esquecer a reeleição. Na verdade, o maior inimigo do presidente da República é o próprio Jair Bolsonaro.
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P.S. – A pessoa que atinge uma compreensão ideal da vida é focada e compreende a necessidade de dizer as coisas certas nos momentos mais propícios. Além disso, quem é inteligente sabe ouvir e perceber as oportunidades através da observação e análise das situações. Eis a questão shakespeariana de Bolsonaro. (C.N.)
P.S. – A pessoa que atinge uma compreensão ideal da vida é focada e compreende a necessidade de dizer as coisas certas nos momentos mais propícios. Além disso, quem é inteligente sabe ouvir e perceber as oportunidades através da observação e análise das situações. Eis a questão shakespeariana de Bolsonaro. (C.N.)