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terça-feira, outubro 26, 2010

Eleições 2010: antes, a tragédia; agora, a farsa

Revista Espaço Acadêmico in colaborador(a), política

por FRANCISCO JOSÉ SOARES TEIXEIRA*

Karl Marx, em 18 de Brumário, 1852, livro escrito para explicar o golpe de Estado dado por Luis Napoleão, sobrinho do velho Napoleão, cita Hegel quando este afirma que todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E acrescenta a sua famosa frase: “a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa”. Herbert Marcuse arremata para concluir que a repetição de um evento como farsa pode ser ainda mais terrível do que a tragédia original. É o que aconteceria, caso Serra vencesse as eleições de 2010.

A tragédia aconteceu com FHC, quando este institui o Real. Com esse plano, criou as condições sem as quais o capital não poderia se desenvolver livremente. Privatizou as empresas estatais; abriu as portas para a corrida e implantação de faculdades particulares; fez uso de vários expedientes legislativos (Projetos de Leis em regime de urgência de votação, portarias e normas do Ministério do Trabalho) para flexibilizar a legislação trabalhista; desindexou a política de reajuste salarial e, para coroar suas mediadas liberalizantes, criou a Lei de Responsabilidade Fiscal, um verdadeiro garrote, utilizado para extrair recursos do Tesouro para o pagamento da dívida pública.

Agora, vem Serra, figura insossa e pálida, conjurar ansiosamente em seu auxílio o espectro do governo FHC. Tempera a tragédia que foi aquele governo vestindo trajes lulista, para afirmar que, se eleito, vai aprofundar o programa social do presidente operário e fortalecer o patrimônio do povo brasileiro. Fortalecer! Que diabo isso quer dizer? Que não vai privatizar o que sobrou de estatais do governo FHC? Ou será que fortalecer significa deixar que instituições como o BNDES, BNB, Petrobras encontrem no mercado as condições de crescimento como assim fizera o presidente intelectual? Por que Serra não mostra sua cara e diz em alto e bom som que fortalecer é fazer o que seu “herói” do passado fez, ou seja: privatizar?

Figura caricatural, Serra é obrigado a fazer uso de expressões ambíguas e vazias de conteúdo. E não poderia ser diferente. Ele sabe que não pode mais repetir o governo do seu consorte de Partido. Afinal, tudo que o mercado exigiu, FHC já o fez. Por isso, se ganhasse as eleições, seu governo seria uma farsa ainda mais terrível do que a tragédia que fora aquele governo. É bom lembrar que gato escaldado tem medo de água fria. O povo brasileiro não vai pagar, nas urnas, para viver novamente a desgraça do Real. E já ri das bazófias desse fanfarrão “psdbista”. O eleitor bem que lhe poderia recitar uma frase de uma das fábulas de Esopo: Hic Rhodos, hic salta! Tal como o atleta alardeador de Esopo, que vivia a invocar testemunhas de que havia realizado, em Rodes, um salto prodigioso que sua constituição física por si já o desmentia, Serra também não pode provar o que diz que fez e vai fazer. E se pudesse, dessa incumbência está desobrigado. Seu governo, em São Paulo, é a prova mais eloqüente do que é capaz de promoter e não cumprir.


* FRANCISCO JOSÉ SOARES TEIXEIRA é Doutor em Educação pela Universidade Federal do Ceará; é professor adjunto da Universidade Estadual do Ceará, permanente da Universidade Federal do Ceará e titular da Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Email: acopyara@uol.com.br

Pesquisa mostra vantagem ainda maior de Dilma sobre Serra

Por Redação, de São Paulo

A pesquisa Vox Populi divulgada nesta segunda mostra a candidata Dilma Rousseff (PT) com 49% das intenções de voto, enquanto o tucano José Serra chega a com 38%. Brancos e nulos somam 6% e indecisos chegam a 7%. Se considerados apenas os votos válidos, Dilma seria eleita com 57% dos votos, contra 43% de Serra. De acordo com a pesquisa, 88% dos eleitores afirmam que já têm certeza da decisão tomada.

O estudo, contratado pelo portal IG, ouviu 3 mil pessoas em 214 municípios entre os dias 23 e 24 de outubro. A margem de erro é de 1,8 ponto percentual. A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número 37059/10.

Outros números

A campanha do candidato à Vice-Presidência pelo PSDB, Indio da Costa, pagou ao Instituto GPP a quantia de R$ 160 mil, para a realização de pesquisas entre sábado e esta segunda-feira, ouvindo 4.047 pessoas e a registrou no TSE sob o número 37.219/2010. Indio, que participou de curta caminha em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, marcada pelo esvaziamento da campanha, acredita que o resultado será “um empate técnico”.

O comando da campanha tucana, diante dos números da pesquisa Vox Populi, desta segunda-feira, acredita que a diferença entre Dilma e Serra nas intenções de votos termine por levar um desânimo ainda maior aos simpatizantes da candidatura da direita e, diante do feriadão deste fim de semana, amplie o nível das abstenções em todo o país.

Fonte: Correio do Brasil

Farsa da bolinha de papel fez Serra perder pontos no IBOPE

Os estragos causados pela farsa da bolinha de papel atirada contra o candidato Serra (PSDB) não se revelaram na última pesquisa Vox Populi/iG divulgada segunda-feira (25). Dilma manteve a dianteira de 14 pontos, embora tenha caído 2 pontos percentuais e Serra apenas um ponto. A oscilação está praticamente dentro da margem de erro.

Entretanto, o diretor-presidente do IBOPE, Carlos Augusto Montenegro, afirmou que a farsa da bolinha de papel na TV custou alguns pontos preciosos a José Serra nas intenções de votos, aumentando para 16% a vantagem de Dilma sobre Serra.

O estrago maior da grotesca montagem está se anunciando é nos intestinos da TV Globo. Fala-se de demissão do poderoso Ali Khamel após as eleições, por ter comprometido a credibilidade do império – que está sentindo o golpe. Ali Khamel apostou todas as fichas numa candidatura improvável e levou a campanha ao nível mais baixo da história republicana. A família Marinho sempre arranja um bode expiatório.

Os tecnocratas da Rede Globo não estão conseguindo avaliar o fenômeno da blogosfera. À armação de seu Departamento de Jornalismo reagem milhares de blogs de grandes nomes do jornalismo, ou não. Eles caem em cima e desmontam as mentiras televisivas, como a farsa da bolinha de papel, do falso perito Molina, de cada versão fraudulenta da TV Globo.

Como não consegue perceber o cerco da blogosfera, o mais provável é que a TV Globo leve até o fim seu alinhamento com a campanha eleitoral de Serra.

As atenções estão voltadas para a próxima sexta-feira, 29. Jornalistas detectaram um plano para comprometer o PT e a candidata Dilma Rousseff. Gente paga, vestida com camisas vermelhas, pretende criar um grande tumulto, com previsão de feridos, um dia de violência, que seria atribuída à militância petista.

Câmaras neles!
# posted by Oldack Miranda/Bahia de Fato

Dilma: "Não trato movimento social com cassetete"

Rudolfo Lago

No terceiro bloco e último bloco do debate da TV Record, a discussão mais quente girou em torno da relação que cada candidato promete ter com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). O candidato do PSDB, José Serra, criticou o MST, para ele, "um movimento político travestido de reforma agrária". E criticou a boa relação e os convênios que o governo Lula tem com o MST. Dilma, ao responder, rebateu qualquer possibilidade de repressão maior de movimentos sociais: "Não trato movimento social com cacetete".

Os candidatos também debateram questões econômicas. Serra acusou o atual governo de ter "taxas de juros siderais" e "baixíssimo índice de investimentos". Dilma falou da inclusão social no governo Lula, com a ascensão de pessoas das classes mais baixas para a classe média. "O Brasil de hoje não é o país do tempo em que o senhor era ministro do Planejamento", disse ela.

Nas considerações finais, Dilma insinuou que Serra tenha sido agressivo e deselegante durante o debate em alguns momentos: "Lamento que o debate tenha perdido o nível de qualificação ao que o senhor e a senhora têm direito", disse ela, dirigindo-se ao telespectador. "Viajei o país. Vi o Nordeste crescer a taxas chinesas. Nunca mais o Nordeste será destratado", completou. "Estou preparada para ser a primeira mulher presidente do Brasil", concluiu.

Já Serra centrou na presença maciça do presidente Lula na campanha de Dilma: "O próximo presidente da República será a Dilma ou eu. O presidente Lula não estará mais lá", assinalou. E também apelou para um discurso pacífico: "Quero para o Brasil não a intolerância dos punhos fechados, mas a fraternidade do povo brasileiro".

Fonte: Congressoemfoco

Nos jornais: Erenice se contradiz e admite reunião na Casa Civil

Folha de S. Paulo

Erenice muda versão e admite reunião com firma que negociou com seus filhos

A ex-ministra Erenice Guerra mudou a versão que sustentava até agora e confirmou à Polícia Federal que recebeu na Casa Civil empresários que negociavam contrato com a firma de lobby dos filhos dela para obter um empréstimo do BNDES.

Na época, a ministra era Dilma Rousseff, atual candidata do PT à sucessão presidencial, e Erenice, seu braço direito. A Folha teve acesso à íntegra do depoimento dela, que durou quatro horas e teve mais de cem perguntas sobre o esquema de tráfico de influência na Casa Civil.

A assessoria da Casa Civil, por meio de notas oficiais, havia negado por duas vezes à Folha a participação de Erenice na reunião com os empresários de Campinas que negociavam com a empresa de lobby Capital.

OAB se posiciona contra conselhos de comunicação

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) se posicionou oficialmente ontem contra a iniciativa de pelo menos quatro Estados do país de implantar conselhos de comunicação com o propósito de monitorar a mídia.

Em nota assinada pelo presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, e pelos 27 representantes estaduais, a entidade manifestou "repúdio aos projetos de criação de órgãos vinculados ao Executivo para monitorar veículos de comunicação em diversos Estados da Federação".

Presidente do STJ desiste de dar sua versão

O presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Ari Pargendler, afirmou ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, que não falará sobre queixa prestada contra ele por um estudante que alega ter sido vítima de agressão física e moral. O ministro se limitará a prestar os esclarecimentos à Justiça.

Na semana passada, Marco Paulo dos Santos, 24, ex-estagiário do tribunal, registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal dizendo que foi demitido por Pargendler, sem justa causa, enquanto esperava na fila de um banco nas dependências do STJ.

Operação da PF prende sete no Amapá

A Polícia Federal prendeu ontem no Amapá sete pessoas em uma nova etapa da Operação Mãos Limpas, que investiga um suposto esquema de desvio de recursos federais no Estado.

Entre os presos, segundo a Prefeitura de Macapá, estão ex-secretários municipais de Assistência Social e do Trabalho e de Infraestrutura.
A PF não especificou quais são as acusações. Seus advogados não foram localizados.

Jornalista é indiciado sob suspeita de 4 crimes

Depois de prestar seu quarto depoimento à Polícia Federal, o jornalista Amaury Ribeiro Jr. deixou ontem a superintendência da polícia, em Brasília, oficialmente como investigado pela participação na quebra de sigilo de pessoas ligadas ao candidato José Serra (PSDB).

A PF indiciou Amaury sob suspeita de corrupção ativa, violação de sigilo, uso de documentação falsa e dar dinheiro a testemunha.

Em ato na USP, Chaui diz que PSDB "desrespeita o sagrado"

A filósofa Marilena Chaui disse ontem em ato na USP em apoio a Dilma Rousseff que o PSDB passou do deboche à obscenidade ao lançar mão de razões religiosas para atacar a candidata do PT.

"O santinho [que liga Jesus a José Serra] é obsceno, pois não tem respeito pelo sagrado. (...) É obsceno politicamente, porque a grande conquista da democracia moderna é a República laica", disse Chaui, que é professora titular da USP e ideóloga do PT.

Serra, atrás nas pesquisas, ataca mais do que Dilma

Atrás nas pesquisas a cinco dias da eleição, José Serra (PSDB) usou o penúltimo confronto na TV, realizado ontem na Record, para atacar a adversária Dilma Rousseff (PT), que revidou retomando denúncias contra o ex-assessor do tucano Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa.

Em sucessivos ataques, Serra lembrou que a petista foi testemunha de defesa do ex-ministro José Dirceu no escândalo do mensalão.

A 6 dias da eleição, Dilma lança "diretrizes"

A seis dias da votação do segundo turno, a campanha de Dilma Rousseff (PT) lançou ontem em São Paulo 13 diretrizes para simbolizar o seu plano de governo.

A divulgação oficial do documento, intitulado "Os 13 compromissos programáticos de Dilma Rousseff para debate na sociedade brasileira", ocorreu em uma reunião fechada com lideranças dos partidos da coligação.
Dilma ficou menos de 30 minutos no local. Deixou a reunião alegando que precisava "poupar a voz" para o debate da noite, na Record.

Petista foi informada de ação na Eletrobras contra relatório da CGU

Então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT) foi informada de estratégia para "desconstruir" na Eletrobras relatório da CGU (Controladoria-Geral da União), vinculada à Presidência da República, que apontou irregularidade no programa federal Luz para Todos.

A informação foi transmitida a Dilma pelo ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau (ele próprio alvo do relatório da controladoria) durante conversa telefônica no dia 27 de maio de 2008.

Resultado de licitação vazou há 6 meses

A Folha soube seis meses antes da divulgação do resultado quem seriam os vencedores da licitação para concorrência dos lotes de 3 a 8 da linha 5 (Lilás) do metrô.

O resultado só foi divulgado na última quinta-feira, mas a Folha já havia registrado o nome dos ganhadores em vídeo e em cartório nos dias 20 e 23 de abril deste ano, respectivamente.

A licitação foi aberta em outubro de 2008, quando o governador de São Paulo era José Serra (PSDB), que deixou o cargo no início de abril deste ano para disputar a Presidência da República.

Atrás nas pesquisas, Serra arrecada menos

A desvantagem de 12 pontos percentuais, segundo o último Datafolha, produziu impacto nos cofres da campanha do candidato José Serra (PSDB) à Presidência.

O comitê eleitoral calcula em pelo menos R$ 90 milhões - sendo R$ 70 milhões no primeiro turno - o custo total da campanha de Serra. Mas, ontem, a seis dias da eleição, não tinha garantia de que conseguirá arrecadar esse volume de recursos.

Paulo Preto faz representação contra Dilma por "calúnia"

O ex-diretor de Engenharia da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, representou ontem à Justiça Eleitoral contra a petista Dilma Rousseff.

O engenheiro a acusa de crime de calúnia por ter afirmado na TV que ele arrecadou ilegalmente e sumiu com um caixa dois de R$ 4 milhões destinados à campanha de José Serra (PSDB).

Promotor do caso Tiririca é alvo de representação

O promotor de Justiça Eleitoral Maurício Lopes, que questiona em processo a alfabetização do deputado federal eleito Tiririca, virou alvo de representação no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público).

Na peça, ele é questionado por ser autor de "manifestações públicas inadequadas, exageradas e preconceituosas" contra o humorista.

Eleitor ausente no 1º turno deve votar no 2º

Os eleitores que não votaram no primeiro turno das eleições, mesmo aqueles que ainda não justificaram a ausência, podem -e devem- votar normalmente no segundo turno, neste domingo. A votação irá das 8h às 17h.

Para votar, é exigido um documento oficial com foto (carteira de identidade, carteira de motorista, passaporte, identidade funcional, carteira de trabalho ou certificado de reservista).
Embora não seja obrigatório, recomenda-se que o eleitor também leve seu título eleitoral.

Embaixadores fortes durante governo FHC são cotados para ministro de Serra

Se em caso de vitória de Dilma o atual secretário-geral do Itamaraty, Antonio Patriota, é o mais cotado como sucessor de Celso Amorim, prevê-se que, se Serra vencer, voltarão ao comando embaixadores fortes no governo FHC.

Entre os nomes citados no lado tucano estão o de Sérgio Amaral, assessor informal de Serra; Luiz Felipe de Seixas Corrêa, ex-secretário-geral e ex-embaixador na OMC (Organização Mundial do Comércio), hoje no Vaticano; e Rubens Ricupero, ex-secretário-geral da Unctad (braço da ONU para comércio e desenvolvimento).

O Globo

Erenice se contradiz e agora admite reunião na Casa Civil

Ao depor ontem na Polícia Federal, a ex-ministra Erenice Guerra, braço-direito da candidata Dilma Rousseff (PT) no governo, entrou em contradição com a versão oficial e admitiu que se reuniu com dois lobistas. Ela disse ter recebido na Casa Civil Rubnei Quícoli, da EDRB, empresa interessada num financiamento do BNDES. E confirmou tais encontros, um na casa dela, com Fabio Bacarat, da MTA - que tentava renovar contratos com os Correios.

Erenice alegou que recebeu Bacarat a pedido do filho Israel e que não desconfiou das intenções do lobista. A PF apura tráfico de influência.

Lula promete, a partir de 2011, mais casas do que fez até hoje

O presidente Lula entregou no Rio 328 apartamentos do Minha Casa, Minha Vida e anunciou a construção de dois milhões de moradias a partir de 2011. Em vigor há um ano e meio, o programa teve desempenho abaixo do esperado. De um milhão de unidades prometidas, só entregou 181,4 mil. A CEF afirma que financiou 3,7 milhões de unidades em oito anos - mas isto porque contabiliza até reformas.

Jaques Wagner critica reações de Lula na campanha

O governador reeleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), condenou ontem, em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, a reação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de chamar a agressão ao candidato tucano, José Serra, de tentativa de posar como vítima no episódio em que foi agredido em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, na quarta-feira da semana passada.

Wagner disse que a baixaria na política é indesejável para a democracia, e que Lula não precisava ter chamado a reação do tucano de farsa. "Não precisava ter dito daquela forma. Acho condenável, independente do tamanho da bola, qualquer tipo de agressão. Acho abominável. Devemos investir na palavra para ganhar no argumento. Detesto ofensa pessoal. Qualquer agressão verbal ou material é extremamente mal-vinda para a democracia, disse o governador baiano", disse.

Kligerman pede retratação de Lula no STF

O advogado Marcelo Cerqueira, candidato derrotado do PPS ao Senado pelo Rio, entrou ontem no Supremo Tribunal Federal (STF) com um pedido para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva explicar as declarações que fez sobre o médico Jacob Kligerman, que atendeu o candidato do PSDB a presidente, José Serra, depois de o tucano ser agredido na semana passada em Campo Grande, na Zona Oeste.

Na ocasião, Lula contestou o atendimento de Kligerman e classificou de farsa a informação de que Serra teria sido atingido por uma bobina de adesivos.

PF prende mais sete por corrupção no Amapá

A Polícia Federal prendeu ontem mais sete pessoas envolvidas no esquema de corrupção no Amapá, numa ação em desdobramento da Operação Mãos Limpas.

Em setembro, os agentes da PF já haviam detido 18 políticos, servidores públicos e empresários acusados de desviar recursos da União repassados para a Secretaria de Educação.

Entre os detidos há vários parentes do ex-governador Waldez Góes (PDT), um dos detidos em setembro.

Santo André: Justiça bloqueia bens de suspeitos

A Justiça aceitou bloquear os bens dos acusados de desviar mais de R$ 5 milhões em verbas da prefeitura de Santo André, na Grande São Paulo, na época em que era administrada pelo PT.

O esquema foi descoberto durante investigação da morte do ex-prefeito do município, Celso Daniel, em janeiro de 2002.

De acordo com a denúncia do MP, tiveram os bens bloqueados políticos e empresários. O chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio lula da Silva, Gilberto Carvalho, também é citado como integrante do esquema, mas não teve os bens bloqueados.

Acusada de beneficiar petista, juíza renuncia no AC

A juíza do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Acre, Arnete Guimarães, renunciou ao cargo na manhã de ontem, após ser acusada pelo Ministério Público Eleitoral de tomar decisões que beneficiaram o ex-governador do estado e senador eleito Jorge Viana, do PT.

Antes da eleição no primeiro turno, Arnete atendeu a pedido de Viana e determinou à PF a devolução de seu material de campanha — computadores, HDs e pen drives — que havia sido apreendido pelos agentes no comitê do petista.

Enem: locais de prova disponíveis na internet

Os 4,6 milhões de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já podem conferir, pela internet, o local onde farão as provas em 6 e 7 de novembro. A informação está disponível desde ontem na página do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais(Inep), órgão do Ministério da Educação responsável pelo exame. O endereço eletrônico é www. inep.gov.br.

Para realizar a consulta, o candidato deve informar CPF e senha. Ontem era o prazo final para os Correios enviarem a todos os participantes o respectivo cartão de confirmação de inscrição.

Natal terá peru mais caro que bacalhau

Com a queda do dólar e a alta de preços de alimentos no mercado nacional, importados tradicionais estão mais baratos do que similares brasileiros. Entre os produtos estão o queijo francês, o doce de leite argentino e o vinho português, que saem mais em conta que os nacionais. Segundo varejistas, na ceia de Natal, o peru será mais caro que o bacalhau, hoje mais barato que o filé mignon.

Estado de S. Paulo

Erenice muda versão e diz à PF que encontrou consultor

A ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra mudou a versão que vinha sustentando e confessou à Polícia Federal que se reuniu com o consultor Rubnei Quícoli, da EDRB, que negociava um contrato com o BNDES e teria sido pressionado; na ocasião, a pagar comissão a filhos e assessores de Erenice. Há um mês, Erenice, que foi braço direito da candidata presidencial Dilma Rousseff (PT), havia dito que a reunião com Quícoli, em novembro de 2009, fora feita pelo assessor Vinícius Castro. Agora, ela admitiu ter participado - mas só do início. Disse que foram tratados de "aspectos técnicos do projeto" e alegou desconhecer qualquer negociação com o BNDES intermediada por sua pasta. Quícoli, porém, disse que o contrato, para um projeto de energia solar no Nordeste, era orçado em R$ 9 bilhões, e a EDRB pagaria ao lobby dos filhos de Erenice cinco parcelas de R$ 40 mil e taxa de sucesso de 5%.

Jornalista é indiciado por quatro crimes

Ligado ao "grupo de inteligência" da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência, o jornalista Amaury Ribeiro Jr. foi indiciado ontem, após depoimento de 6 horas à Polícia Federal, por violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documentos falsos e suborno, no caso de quebra de sigilo fiscal de dirigentes do PSDB e da filha do candidato José Serra, Verônica.

OAB repudia fiscalização da mídia pelos Estados

A Ordem dos Advogados do Brasil repudiou ontem iniciativas, debatidas em ao menos quatro Estados, que visam a criar conselhos estaduais para fiscalizar e monitorar a mídia. Para a entidade, medidas desse gênero são inconstitucionais. A OAB se disse preocupada com os males que esses órgãos possam causar "à livre manifestação de expressão e a liberdade de imprensa, fundamentais para a normalidade do Estado de Direito". 0 presidente da entidade, Ophir Cavalcante, assinalou que a OAB poderá questionar judicialmente a criação dos conselhos.

Correio Braziliense

Dilma e Serra batem pesado

Presidenciáveis partem para o confronto direto e trocam acusações na Record. Projetos para o Nordeste e privatização da Petrobras dominam as discussões. Dilma expôs contradições em relação ao MST, Serra hesitou em apresentar propostas para criação de empregos.

Agnelo e Weslian na batalha das ruas

Candidato cancela participação em comício no Riacho Fundo, cidade que registrou confrontos no primeiro turno. Segundo o PT, rorizistas planejavam um ataque. Weslian Roriz, por sua vez, concentra a campanha em Ceilândia, onde foi derrotada em quatro zonas eleitorais.

Superbactéria: Hospitais privados também estão em alerta

Das 18 mortes provocadas pela KPC no DF, duas foram em centros particulares. Os motivos para a contaminação são os mesmos da rede pública: o excesso de antibióticos e a higiene precária. Especialistas dizem que os médicos agravam o problema ao receitar muitos remédios.

Valor Econômico

'Estarrecido'com baixarias, TSE quer mudar campanhas

Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral(TSE) estão "estarrecidos" com o baixo nível da campanha presidencial no segundo turno. Para eles, as coligações de Dilma Rousseff e de José Serra promovem um "show de horrores", com troca de acusações constantes em vez de discussão sobre propostas de governo.

"O que estamos vendo não é mais horário eleitoral, é um tiroteio eleitoral", disse o ministro Aldyr Passarinho Junior. Ele cogitou até mudanças para eleições futuras, como tornar responsáveis os marqueteiros nos casos de propagandas destinadas apenas a ofender adversários.

Fonte: Congressoemfoco


Segundo turno: falso que nem nota de R$ 3

“No domingo, convém buscar em outros lugares os argumentos para escolher entre Dima e Serra. Pelo nível do debate na campanha do segundo turno, talvez seja o caso de levar Tiririca mais a sério e torcer para que ele tenha mesmo razão, ao dizer que ‘pior do tá, não fica’”


Quer um conselho para votar bem no domingo (31)? Esqueça tudo o que viu e ouviu nos programas de rádio e TV das campanhas de Dilma Rousseff, do PT, e José Serra, do PSDB, neste segundo turno. A opção declarada dos marqueteiros para o que eles chamam de “agenda negativa” (que consiste em focar na desqualificação do adversário e não na apresentação de suas próprias propostas) transformou o segundo turno num debate de questões falsas. Nenhum dos temas que a campanha focou nesta segunda volta da corrida presidencial é realmente sincero e ajuda de fato a conhecer as diferenças entre os dois candidatos. Então, esqueça-os. Senão, vejamos:

Descriminalização do aborto – Em primeiro lugar, essa não é uma discussão na qual o presidente da República possa ter um papel determinante. Se houver alguma alteração a respeito, ela necessariamente virá do Congresso. Nenhum governo cogita enviar projeto sobre um tema no qual a sociedade é dividida. E seria mesmo um absurdo se o fizesse. Ao próximo governante, cabe cumprir o que a lei determina. E a lei determina atendimento na rede pública quando há risco para a mulher, em caso de estupro e em caso de má formação incompatível com a vida do bebê. E é assim desde a década de 40.

Quando ministro da Saúde, José Serra fez uma norma dizendo como o Sistema Único de Saúde (SUS) deveria proceder. Que é seguida pelo ministro José Gomes Temporão, que defende que o aborto deve ser tratado como caso de saúde pública. Posição que ao longo da vida Dilma também defendeu. O tema só entrou no debate porque a turma de Serra percebeu que havia uma parcela conservadora da sociedade indecisa que poderia ser conquistada. E inventou a falsa polêmica. E Dilma aceitou-a sem pestanejar, engavetando a ex-guerrilheira e encarnando uma beata fervorosa em favor da vida.

Privatizações – Passei o segundo turno até agora esperando que Serra perguntasse o seguinte para Dilma em algum debate: “Ok, minha senhora. Se a senhora é contra as privatizações e eu sou a favor, então me diga: que setores e empresas a senhora vai reestatizar em seu governo?”. A resposta a essa pergunta nós sabemos: “Nenhuma”. Um dos pontos vitais que fizeram Lula escrever em 2002 a “Carta aos Brasileiros” foi garantir ao mercado que nada mudaria nos setores fundamentais que foram privatizados no governo Fernando Henrique Cardoso. Uma situação que faz com que hoje, por exemplo, a Telefônica de Espanha venda mais telefones em São Paulo do que na Espanha. Em conversas recentes com os embaixadores de Espanha e de Portugal, perguntei a ambos se os governos de seus países tinham alguma torcida especial nas eleições brasileiras. Descontados os cuidados diplomáticos, ambos disseram que não. Porque ambos têm certeza, foi o que disseram, que o Brasil como país hoje tem um grau de amadurecimento e um número de compromissos internacionais que o impede de romper contratos e organizar recuos econômicos.

Da mesma forma, ninguém vai privatizar a Petrobras. Ela, em seu formato atual, é uma das maiores empresas de petróleo do mundo e é estratégica para qualquer governo, que não irá abrir mão de ter poder sobre uma empresa dessas. Quanto à exploração do pré-sal, o modelo está sendo votado no Congresso, onde os partidos que hoje estão na base do governo Lula têm e continuarão tendo ampla maioria.

O dossiê da quebra de sigilo – Aqui, é o sujo falando da mal lavada. A história começa no bojo de uma disputa interna no PSDB para a escolha do candidato à Presidência da República entre José Serra e Aécio Neves. E termina no bojo de uma disputa interna no PT pelo comando da comunicação da campanha de Dilma Rousseff. As informações sobre as declarações de imposto de renda da filha de Serra e de outros tucanos foram obtidas no contexto da disputa tucana. Mas fica depois evidente o envolvimento do jornalista Amaury Ribeiro Júnior com o comando da pré-campanha petista. Primeiro, ele pessoalmente negociou com arapongas para contratá-los para a campanha de Dilma. Ficou hospedado num flat usado pelos petistas. E, ali, segundo ele conta em seu depoimento, os dados sobre os tucanos foram surrupiados de seu computador, por algum petista. Se os dados foram repassados por Amaury ou surrupiados, o fato é que eles passaram a ser do conhecimento de pessoas do staff de Dilma. Isso é algo que Amaury não nega. Ou seja: a história sobre o dossiê circulou nas duas campanhas.

Bolinha de papel ou fita crepe? – Aí, a campanha de fato chegou ao auge da falta de conexão com os problemas do país. Se José Serra tivesse mantido a sobriedade, talvez lucrasse com o fato de sua caminhada ter sido de fato interrompida por petistas dispostos a fazer confusão. Mas ele resolveu inventar um quase estado de coma. Se ele foi agredido com um rolo de fita crepe além da bolinha, isso é algo suficiente para tê-lo deixado tonto, para obrigá-lo a fazer tomografia? Se foi só a bolinha de papel, justifica os petistas terem se organizado para atrapalhar da forma que fizeram a caminhada de Serra? Finalmente, tem sentido que esse tenha sido o tema principal dos últimos programas de ambos os candidatos na TV?

Enfim, no domingo, convém buscar em outros lugares os argumentos para escolher entre Dima e Serra. Pelo nível do debate na campanha do segundo turno, talvez seja o caso de levar Tiririca mais a sério e torcer para que ele tenha mesmo razão, ao dizer que “pior do tá, não fica”.

*É o editor-executivo do Congresso em Foco. Formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília em 1986, Rudolfo Lago atua como jornalista especializado em política desde 1987. Com passagens pelos principais jornais e revistas do país, foi editor de Política do jornal Correio Braziliense, editor-assistente da revista Veja e editor especial da revista IstoÉ, entre outras funções. Vencedor de quatro prêmios de jornalismo, incluindo o Prêmio Esso, em 2000, com equipe do Correio Braziliense, pela série de reportagens que resultaram na cassação do senador Luiz Estevão
Fonte: Congressoemfoco

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Arthur e Heráclito não se reelegeram. De um modo geral, desepenho dos atuais senadores na eleição foi pior que o dos deputados

Edson Sardinha

As eleições de 2010 ficarão marcadas pelo fracasso de tradicionais líderes políticos do Senado, como Arthur Virgílio (PSDB-AM), Heráclito Fortes (DEM-PI) e Tasso Jereissati (PSDB-CE). Embora também tenham ocorrido alguns insucessos na Câmara, a regra não se repetiu da mesma forma entre os deputados. De maneira geral, os deputados tiveram mais sucesso nas urnas do que os senadores. Dos 473 integrantes da Câmara que disputaram a eleição, 310 (65,5%) saíram vitoriosos das urnas. No Senado, o aproveitamento foi menor: 25 dos 51 senadores foram reeleitos ou eleitos para outro cargo. Um senador e outros sete deputados ainda seguem vivos na disputa em segundo turno. Entre os 594 parlamentares, apenas 70 (40 deputados e 30 senadores) não concorreram a algum mandato nestas eleições.

Como os deputados se saíram nas urnas

Como os senadores se saíram nas urnas

O índice de reeleição na Câmara também foi superior ao do Senado. Dos 406 deputados que tentaram renovar o mandato, 286 (70,4%) foram reeleitos. Somente 17 (60,7%) dos 28 senadores candidatos à reeleição alcançaram o objetivo. Entre os senadores derrotados, figuras que pareciam imbatíveis nas urnas até recentemente, como Arthur Virgílio (PSDB-AM), líder do partido na Casa há sete anos; o ex-presidente do PSDB Tasso Jereissati (CE); o primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI); seu antecessor no cargo, Efraim Morais (DEM-PB), e o ex-vice-presidente da República Marco Maciel (DEM-PE).

Deputados que viraram senadores

Depois da reeleição, o melhor aproveitamento dos deputados foi na corrida por uma vaga ao Senado. Dos 34 que concorreram, 16 conseguiram trocar o Salão Verde pelo Salão Azul. Os eleitores de três estados entregaram as duas vagas de senador em disputa aos seguintes deputados: Lídice da Mata (PSB) e Walter Pinheiro, na Bahia; Eunício de Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT), no Ceará, e Vital do Rêgo Filho (PMDB) e Wilson Santiago (PMDB), na Paraíba. Santiago ainda corre risco de perder a vaga caso o ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB), o segundo mais votado, reverta o indeferimento de sua candidatura pela Justiça eleitoral.

O pior desempenho dos deputados foi na disputa para governador. Nenhum dos nove integrantes da Câmara que tentaram o governo de seus estados se elegeu ou avançou ao segundo turno. Quatro senadores se elegeram governadores - Tião Viana (PT), no Acre; Renato Casagrande (PSB), no Espírito Santo; Rosalba Ciarlini (DEM), no Rio Grande do Norte, e Raimundo Colombo (DEM), em Santa Catarina. Mas esse número ainda pode aumentar caso Marconi Perillo (PSDB-GO) vença a disputa em Goiás.

Mais exitosos foram os deputados que concorreram a vice-governador: dos oito que disputaram, cinco estão no segundo turno e um foi eleito (o peemedebista Jackson Barreto, em Sergipe). Os dois deputados que disputaram como candidatos a vice-presidente também seguem na disputa: Michel Temer (PMDB-SP), da chapa de Dilma Rousseff (PT), e Índio da Costa (DEM-RJ), vice de José Serra (PSDB).

Alguns parlamentares se deram mal mesmo tentando voos eleitorais modestos. Apenas quatro dos 12 deputados que concorreram a deputado estadual conseguiram se eleger: Olavo Calheiros (PMDB-AL), Elismar Prado (PT-MG), Wilson Braga (PMDB-PB) e Freire Júnior (PSDB-TO). A senadora Patrícia Saboya (PDT-CE) também conquistou uma vaga na Assembleia Legislativa de seu estado; a mesma sorte não teve o senador José Nery (Psol-PA).

Um grupo de parlamentares ainda aguarda pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a validade ou não da Lei da Ficha Limpa nestas eleições. Entre eles, deputados com a candidatura indeferida pela Justiça eleitoral com base na nova lei, mas que tiveram votação suficiente para se reeleger, como Paulo Maluf (PP-SP), Janete Capiberibe (PSB-AP), Pedro Henry (PP-MT), Natan Donadon (PMDB-RO) e João Pizzolatti (PP-SC). A mesma expectativa vive o deputado Jader Barbalho (PMDB-PA), segundo mais votado no Pará na disputa ao Senado. O julgamento do recurso dele contra a aplicação da Ficha Limpa está previsto para a próxima quarta-feira. Outros parlamentares, mesmo conseguindo reverter a decisão na Justiça, não terão chance de alcançar novo mandato porque tiveram baixa votação, como os deputados Zé Gerardo (PMDB-CE) e Tatico (PTB-GO).

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Fonte: Congressoemfoco

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STF decidirá direito a aposentadoria mais alta

Ana Magalhães
do Agora

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidirá se quem se aposentou, mas tinha condições de pedir o benefício antes, com regras mais vantajosas, poderá ter uma aposentadoria maior. A decisão, que não tem data prevista para sair, deverá ser seguida por todos os juízes do país.

Se a decisão do Supremo for favorável ao segurado, será possível conseguir um aumento de até 57,5% na aposentadoria, segundo especialistas. Esse é o caso de quem se aposentou depois de julho de 1989, mas tinha condições de ter pedido o benefício antes, e contribuía sobre mais de dez mínimos. Esses segurados foram prejudicados pela redução do teto previdenciário (de 20 para dez mínimos).

Também poderá ser beneficiado o aposentado entre 2000 e 2004 que foi prejudicado pelo fator previdenciário, criado em 1999, mas poderia ter pedido o benefício antes, sem a redução.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta terça,

PSDB baiano fecha cerco contra infiéis

Lílian Machado

A "rebeldia" dos prefeitos baianos, que foi latente na sucessão estadual, ao contrário do que se esperava, se estende para a disputa presidencial e continua causando polêmica no meio político. Expulsão e perda de mandato são algumas das promessas dos “traídos” aos “traidores”.

O PT, capitaneado pelo governador Jaques Wagner, continua levando a melhor. A largada foi dada pelo diretório executivo do PSDB que ontem, conforme prometido, começou a reunir materiais que comprovem a infidelidade partidária do prefeito de Brumado, Eduardo Vasconcelos (PSDB), que, em ato público, ao lado do governador, declarou apoio à candidata do PT, Dilma Rousseff, adversária do candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra.

Segundo o presidente estadual do partido, Antonio Imbassahy, ao apoiar o projeto oposto ao PSDB, o prefeito de Brumado deu claras demonstrações de infidelidade partidária, agora cabe à legenda a determinação da punição, que através de seu conselho de ética pode decidir pela expulsão do partido à invalidação do mandato pela Justiça Eleitoral.

No rol dos “infiéis” está ainda outra tucana: a prefeita de Pojuca, Gerusa Laudano (PSDB), que também manifestou publicamente apoio à petista. “O governador teve 77% dos votos aqui em Pojuca, no primeiro turno, e Dilma teve 70% dos votos.

Isso comprova a aprovação do trabalho feito por Wagner em Pojuca e vamos ampliar a votação de Dilma no segundo turno”, prometeu a prefeita. O ato de apoio ocorreu durante uma carreata pró-Dilma, organizada pelos petistas no município. Além de Laudano, o prefeito democrata da cidade de Santa Luz, Joselito Carneiro Junior, também teria abandonado o projeto do PSDB e abraçada a candidatura de Dilma.

No primeiro turno das eleições ocorreram alguns casos de abertura de processo por infidelidade partidária em outras coligações.

No PMDB, por exemplo, ganhou fama o caso da prefeita de Governador Mangabeira, Domingas da Paixão, que anunciou apoio ao governador reeleito, quando seu partido tinha como candidato ao governo o deputado federal, Geddel Vieira Lima.

Contudo, ao menos o PSDB promete não deixar por menos. “Estamos formando o processo e organizando todas as documentações para dar entrada operacionalmente no processo. Essa não foi uma decisão minha, mas de toda a executiva do partido, que reconheceu a atitude do prefeito como a de um infiel”, disse o dirigente do partido.

Segundo Imbassahy, pelas regras do PSDB, o prefeito de Brumado transgrediu o regimento interno do partido e não há duvidas de que cometeu um crime.

“Foi uma atitude descabida e inaceitável, pois sempre o tratamos com deferência, respeito e muita atenção”, disse, ressaltando que o comportamento de Vasconcelos causou indignação dentro da legenda.

Conforme Imbassahy, no PSDB baiano esse foi o único caso que haverá representação por infidelidade partidária. Imbassahy, entretanto, concluiu que, se o caso de Laudano for confirmado, ela também terá a mesma punição.

Prefeito de Brumado se defende

O prefeito de Brumado, por sua vez, enviou nota à reportagem da Tribuna da Bahia onde explica a razão de sua escolha pela candidata Dilma e diz esperar a abertura do processo pelo seu partido para que possa se defender.

“Observando a forma democrática e republicana da administração do governador Wagner, busquei uma aproximação com o mesmo, respeitando, inclusive, a soberana vontade do povo brumadense e baiano.

Assim foi feito, através do deputado estadual João Bonfim”, disse Vasconcelos, ratificando que sua filiação ao PSDB se deu “por ser um partido social-democrata, por ter integrado a coligação que elegeu Jaques Wagner em 2006”.

Segundo ele, ficou constatado que a população da cidade apoiou a iniciativa “que trouxe inúmeros benefícios para o município ao consagrar Dilma e Wagner com expressiva votação no primeiro turno e assim será no segundo”.

Na nota, o tucano afirmou que tem “profundo respeito” aos membros da executiva estadual do PSDB, “com destaque ao parlamentar Jutahy Magalhães, que sempre a mim foi dispensado total respeito e bem sabem do meu principal e citado motivo para filiar-me ao partido”. Segundo ele, por acreditar no “projeto e na liderança” do governador, não vai deixar de segui-lo na caminhada para eleger Dilma.

“No mais, aguardo a abertura do processo administrativo interno, pelo PSDB, para que eu possa fazer uso da minha ampla defesa. Embora eu prefira continuar acreditando que o presidenciável José Serra não perseguirá nenhuma liderança política por não ter depositado o voto em seu nome, sendo assim coerente com seu atual discurso”, disse. (LM)

Decisão pode sair em 60 dias

A decisão sobre o futuro do prefeito dentro do PSDB deve sair em um prazo de 60 dias. De acordo com o especialista em direito eleitoral Ademir Ismerim, nesses casos, o caminho inicial do processo é o de intimação do réu que tem o direito de apresentar defesa e testemunhas.

“Diante das comprovações, não há grandes argumentações. E nesse caso parece que ficou claro, até mesmo através da própria imprensa, que ele cometeu infidelidade partidária.

A tendência é a de expulsão do partido”, explicou.
Entretanto, conforme Ismerim, o que tem chamado a atenção na discussão desses casos é a possibilidade de perda de mandato.

“A Justiça tem apenado mais os deputados, porém correntes defendem que ocorra essa penalidade também dentro do Executivo”, afirmou. A lei que está em vigor há três anos tem promovido mudanças na política brasileira, segundo especialistas. Pela regra geral, se o político sair do partido ou for expulso, perde o mandato. (LM)

Fonte: Tribuna da Bahia

segunda-feira, outubro 25, 2010

Vox Populi: Dilma tem 49%, Serra 38%, indecisos 7%

Candidata do PT ao Palácio do Planalto recuou dois pontos, enquanto tucano oscilou um ponto para baixo; indecisos antes eram 4%

Matheus Pichonelli, iG São Paulo | 25/10/2010 17:38

Pesquisa Vox Populi/iG publicada nesta segunda-feira mostra que, a menos de uma semana das eleições, a candidata do PT ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, mantém a dianteira sobre o tucano José Serra na corrida presidencial. A ex-ministra da Casa Civil oscilou dois pontos para baixo em relação ao levantamento realizado pelo instituto entre os dias 15 e 17 de outubro e agora conta com 49% das intenções de voto. Com isso, ela tem uma vantagem de 11 pontos sobre Serra, que perdeu um ponto e aparece com 38%.

O número de eleitores que pretendem votar nulo ou em branco ainda é de 6% - mesmo índice contabilizado na última pesquisa. O Vox Populi apontou, no entanto, aumento do número de eleitores indecisos ou que não responderam ao questionário: de 4% para 7%.

Considerando-se apenas os votos válidos, Dilma seria eleita com 57% contra 43% de Serra. De acordo com esse critério, a distância entre os dois candidatos é de 14 pontos, igual à apontada pelo último levantamento. Ainda assim, 88% dos eleitores ainda afirma, porém, que já tem certeza da decisão tomada.

O Vox Populi ouviu 3.000 pessoas em 214 municípios, entre os dias 23 e 24 deste mês e, portanto, já refletem a repercussão de episódios que marcaram o debate presidencial na semana passada, como o tumulto em um compromisso de Serra no Rio de Janeiro. A margem de erro é de 1,8 ponto percentual. A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral sob número 37059/10 em 20 de outubro.

Vantagem

A região onde a candidata do PT tem a maior vantagem em relação ao adversário tucano é o Nordeste: 64%, contra 27%. O Sul é a única região em que Serra tem vantagem sobre a petista: 47% a 39%. No Sudeste, onde está concentrada a maior fatia do eleitorado, ela venceria por 44% a 40%.

Entre os homens, 53% votam em Dilma e 36% em Serra. Estão indecisos ou votam branco e nulo 10% dos eleitores masculinos. A diferença diminui entre as mulheres. Dilma tem 46% e Serra 40% do voto feminino. Indecisas e votos brancos e nulos somam 14%.
Num momento em que temas religiosos ganharam destaques na campanha, a pesquisa aponta também que Dilma venceria o rival entre eleitores católicos (51% a 39%), católicos não praticantes (53% a 35%) e evangélicos (44% a 41%). Entre os eleitores que não têm religião, a vantagem da petista é de 46% a 38%.

Fonte:últimosegundoIG

Entenda toda a história da quebra de sigilo dos tucanos

Depoimentos do jornalista Amaury Ribeiro Jr. e do despachante Dirceu Rodrigues Garcia à Polícia Federal revelam uma trama que envolve tanto pessoas ligadas à campanha de José Serra quanto à campanha de Dima Rousseff. Leia abaixo os vários capítulos da história

ABr
Ruim pra todo mundo: depoimento do jornalista Amaury e do despachante Dirceu deixam mal tucanos e petistas

Rudolfo Lago

Não parece haver santos na história da violação de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB e a seu candidato à Presidência da República, José Serra. Na reportagem abaixo, o Congresso em Foco relata em detalhes o que disseram o jornalista Amaury Ribeiro Jr. e o despachante Dirceu Rodrigues Garcia nos depoimentos que prestaram à Polícia Federal. Os relatos contam a história de uma trama que começa no PSDB, na disputa interna pela candidatura à Presidência entre Serra e o então governador de Minas Gerais, Aécio Neves. Mas que termina na campanha de Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência, e numa disputa interna pelo controle da estratégia de comunicação da campanha.

Os depoimentos, cujas íntegras foram obtidas pelo jornal O Estado de S.Paulo, mostram por que, desde que a história estourou, PSDB e PT empurram um para o outro a responsabilidade pelo escândalo. De acordo com o que relata principalmente Amaury, acreditando-se em seu depoimento, há elementos que desgastam ambos os partidos.

Os depoimentos também corrigem algumas informações publicadas nos últimos dias pela imprensa. Não é verdade que Amaury tenha confessado em seu depoimento ter pago para obter a violação do sigilo fiscal de Verônica Serra, filha do José Serra, e de Eduardo Jorge Caldas Pereira, vice-presidente do PSDB, entre outros tucanos. Amaury não faz qualquer confissão nesse sentido. Quem o acusa disso é o despachante Dirceu. Ele afirma que Amaury o procurou para ajudá-lo a obter tais informações. Em troca, Dirceu teria recebido R$ 12 mil, para dividir com Ademir Estevam Cabral, que o ajudou a conseguir as cópias das declarações de imposto de renda. Mais tarde, cerca de um mês e meio antes do primeiro depoimento que deu à Polícia Federal, no início de outubro, Dirceu conta que foi novamente procurado por Amaury. Naquele momento, a história da quebra de sigilo já estava nos jornais. Amaury teria, então, depositado mais R$ 5 mil em sua conta, supostamente em troca de seu silêncio. Na verdade, Amaury nega em seu depoimento que tenha usado Dirceu como despachante para obter informações confidenciais da Receita Federal.

Privatizações

O depoimento de Amaury é o último dos três prestados, no dia 15 de outubro. É, porém, o mais detalhado e, por isso, é importante começar por ele. Amaury conta que, desde o final do governo Fernando Henrique Cardoso, investigava irregularidades ocorridas no processo de privatização das empresas estatais. Ele afirma ter documentos que mostram que Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, seria o "operador principal" na "formação dos consórcios que participaram das privatizações das teles, cobrança de propina e criador do modus operandi utilizado para internar valores escusos nas Ilhas Virgens Britânicas no Brasil". Amaury compromete-se, no depoimento, a entregar à PF todo o material que apurou sobre isso.

Em 2001, Amaury diz não ter conseguido publicar o material que apurou no jornal em trabalhava, O Globo. Ele vai, então, para o Jornal do Brasil, e ali consegue publicar uma primeira reportagem sobre o assunto. Em 2003, ele diz obter novos documentos enviados pela promotoria de Nova Iorque para a CPI do Banestado e à Polícia Federal, que indicariam que "Ricardo Sérgio movimentava milhões de dólares no exterior, inclusive em paraísos fiscais". Tais informações foram publicadas pela revista IstoÉ, na qual Amaury então trabalhava. Por conta da reportagem, Amaury foi processado judicialmente por Ricardo Sérgio. É nessa época que o jornalista pensa, então, em escrever um livro sobre o tema.

Depois disso, porém, Amaury passa um bom tempo sem voltar a investigar o assunto. Em 2007, ele vai trabalhar no jornal Correio Braziliense em Brasília. Depois de sar baleado durante uma apuração jornalística na periferia da cidade, Amaury é transferido para Belo Horizonte, para outro jornal dos Diários Associados, o Estado de Minas. Aqui começa o segundo capítulo da sua história

Dossiê contra Aécio

Amaury conta em seu depoimento ter tomado conhecimento, em dezembro de 2007, de que um "grupo clandestino de inteligência" estaria investigando o então governador de Minas, Aécio Neves. Acontecia, então, a disputa interna entre Serra e Aécio para escolher qual dos dois seria o candidato pelo PSDB à Presidência da Reública. Amaury diz que resolveu, então, investigar quem eram os integrantes do tal grupo e qual era a sua motivação. Diz ter descoberto que o grupo trabalhava para José Serra, sob o comando do deputado federal Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), ex-delegado da Polícia Federal. Segundo ele, faziam parte do grupo também o ex-agente do Serviço Nacional de Informações (SNI) Luiz Fernandes Barcelos, o delegado federal Pedro Birvane e outros agentes, um do SNI de que não recorda o nome e outro da PF de nome Darlan. Amaury acha que a questão poderia ser um gancho para retomar as investigações sobre o processo de privatização, "focando também pessoas ligadas a José Serra".

Nessa apuração, Amaury diz que passou a obter documentos em cartório, juntas comerciais, órgãos de Justiça no Brasil e nos EUA. Ele diz, nesse processo, ter obtido documentos que apontavam para a existência de empresas - off shores - sediadas em paraísos ficais, em nome da filha de José Serra, Verônica Allende Serra, e de seu esposo Alexandre Bourgeois. E acrescenta que tais empresas operavam em um mesmo escritório operado por Ricardo Sérgio nas Ilhas Virgens. Para o declarante, teria ficado evidente que tais empresas "foram utilizadas para internação de valores em território pátrio". Para realizar suas investigações, Amaury afirma ter feito várias viagens nos anos de 2008 e 2009, principalmente para São Paulo. As despesas de viagem, diz ele, "foram custeadas pelo órgão de imprensa no qual trabalhava". É nessa ocasião que ela afirma ter contratado "um despachante", cujo nome não recorda, para obter tais documentos "legais", e não informações da Receita Federal. Passemos ao terceiro capítulo do depoimento.

Fogo amigo

No dia 16 de outubro de 2009, Amaury deixa o Estado de Minas, segundo ele, por conta dos graves problemas de saúde enfrentados por seu pai, que faleceu em 13 de novembro do mesmo ano. Para cuidar de negócios da família, em Campo Grande (MS) e no interior de Minas Gerais, Amaury desliga-se do jornal. Antes de sair, ele deixa uma cópia de tudo o que apurou com o Estado de Minas e outra arquivada em seu notebook, para que servisse de base para a publicação do livro que planejava.

Por volta de abril de 2010, Amaury recebe uma ligação telefônica de "seu amigo" Luiz Lanzetta. A empresa de Lanzetta, a Lanza Comunicações, tinha sido contratada para cuidar da estratégia de comunicação da pré-campanha da candidatura Dilma Rousseff. A razão do telefonema era um pedido de ajuda. Lanzetta relatou a Amaury que acontecia uma coisa estranha na "casa do Lago Sul", apelido dado ao bunker da campanha de Dilma, montado numa residência do Lago Sul, bairro nobre de Brasília. Segundo Lanzetta, informações confidenciais que circulavam na casa do Lago Sul "eram sistematicamente difundidas pela imprensa". Lanzetta pedia a ajuda de Amaury para indicar uma pessoa ou empresa habilitada a detectar os responsáveis pelos vazamentos de informações.

Amaury indicou, então, um ex-agente da comunidade de informações, de nome Idalberto Matias Araújo, vulgo Dadá. A negociação não prosperou porque Dadá não possuía empresa que pudesse emitir nota fiscal. Dadá indicou, então, um outro nome, o delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo Graça. Onézimo, de acordo com o depoimento, seria um policial que "havia rompido com Marcelo Itagiba".

Foi, então, marcada uma reunião para acertar a contratação no restaurante Fritz, em Brasília. Antes da reunião, na casa do Lago Sul, Luiz Lanzetta relata a Amaury que tivera uma "séria discussão" com Gustavo Garreta, um dos proprietários da empresa de comunicação Marka, que exigia participar dos trabalhos de comunicação já desenvolvidos pela Lanza na pré-campanha de Dilma. Lanzetta contou que Garreta era ligado ao deputado estadual Rui Falcão, do PT de São Paulo. Por isso, Lanzetta passou a suspeitar que o vazamento deveria vir de gente ligada à própria campanha - o chamado "fogo amigo", e não a Marcelo Itagiba. Na reunião, Lanzetta repetiu, "muito nervoso", que os "vazamentos poderiam ser coisa do Garreta".

Na reunião, Onézimo apresentou a proposta de montar um grupo com dez pessoas, a fim de investigar e controlar todos que lá trabalhavam. E orçou o quanto tal trabalho custaria: R$ 180 mil por mês. O curioso é que, segundo o relato de Amaury, no momento em que Onézimo apresentou o valor de seu serviço, Lanzetta já não participa mais da reunião. Lá ficara outra pessoa, de nome Benedito de Oliveira, o Benê. E os dois dizem a Onézimo que o valor pedido era alto, principalmente depois da suspeita de que o problema era interno. Amaury comenta que seria "perigoso" um grupo estranho entrar na casa do Lago Sul para investigar se os problemas poderiam estar relacionados a divergências no comando da campanha.

Duas semanas depois, houve outra reunião na confeitaria Praliné, em Brasília, novamente sem a presença de Lanzetta. Amaury sugere que Onézimo investigue apenas o grupo de Marcelo Itagiba, por um valor menor. O ex-delegado recusa a proposta.

Na mesma ocasião, Amaury afirma ter descartado um convite feito por Lanzetta para ingressar na equipe da pré-campanha de Dilma. De volta a Campo Grande e ao interior de Minas para cuidar dos negócios da família, Amaury recebe três semanas depois um telefonema de Lanzetta. E começa o quarto capítulo da história.

Novo grupo de aloprados

No telefonema, Lanzetta reclama que Onézimo e Dadá seriam "espiões". E que teriam dito à revista Veja que Amaury, Benê e Lanzetta estavam preparando um dossiê para prejudicar Serra. Amaury procurou Dadá, que disse que ele é que teria sido procurado pela Veja. Contou, ainda, que o repórter da revista é que teria dito a ele que pessoas ligadas à própria campanha de Dilma teriam denunciado o surgimento de um "novo grupo de aloprados" na campanha petista.

Amaury afirma, então, que procurou o diretor da sucursal da revista em Brasília, Policarpo Júnior. Segundo o depoimento do jornalista, Policarpo disse a ele que um dirigente do PT havia lhe dito que existia um novo grupo de aloprados, que Amaury fazia parte dele e que teria recebido um dossiê sobre as privatizações ocorridas no Brasil. Amaury surpreendeu-se quando Policarpo fez uma descrição do tal dossiê: eram, segundo o depoimento, as mesmas informações que estavam em seu notebook.

Amaury afirma acreditar que o material foi copiado de seu computador, num período em que ele ficou hospedado em um flat no Hotel Meliá Brasília. O flat era de propriedade de alguém de nome Jorge, segundo Amaury o responsável pela administração dos gastos da casa do Lago Sul e da campanha de Dilma. Amaury afirma ter certeza de que o material foi copiado por Rui Falcão. Segundo ele, Falcão já tinha se hospedado também no flat e tinha a chave do apartamento. Amaury conta também que tal certeza foi reforçada pelo relato de um repórter da revista IstoÉ, que lhe disse que Rui Falcão procurara antes a revista, que não se interessou em publicar as informações que ele repassava.

Segundo Amaury, depois que a revista Veja publicou as informações sobre o "novo grupo de aloprados", Lanzetta deixou a campanha de Dilma. Em seu lugar, foi contratada a empresa Pepper, de uma pessoa chamada Daniele, ligada ao marqueteiro João Santana. A empresa Marka, de Garreta, diz o jornalista, assumiu a campanha de Dilma em São Paulo.

Despachante de quebra de sigilo

É Dirceu Rodrigues Garcia quem conta, em dois depoimentos à Polícia Federal, que Amaury Ribeiro Jr. o procurou para obter dados sigilosos das declarações de imposto de renda dos tucanos. No primeiro depoimento à Polícia Federal, Dirceu conta que conheceu Amaury na porta da Junta Comercial de São Paulo. Num primeiro momento, Amaury pediu documentos da própria Junta, "fichas de breve relato". Como o serviço deu certo, Amaury entrou em contato com Dirceu por telefone. E, então, o pedido foi mais grave. Amaury teria, então passado, uma lista de CPFs e CNPJs para que ele buscasse, então, na Receita, informações fiscais sobre aquelas pessoas e empresas.

Dirceu afirma que não tinha acesso à Receita Federal. Por isso, terceirizou o serviço para Ademir Estevam Cabral. Ademir diz que pode conseguir tais dados. Cobra R$ 700 por cada cópia. O material é entregue a Amaury no dia 8 de outubro de 2009, no Bar Onça, na avenida Ipiranga, centro de São Paulo. No segundo depoimento à PF, Dirceu diz que esse pacote de dados fiscais sigilosos foi entregue a Amaury em troca de R$ 12 mil, pagos em dinheiro.

A violação do sigilo dos tucanos ganha as páginas das revistas e jornais. Dirceu conta, então, que cerca de um mês e meio antes de prestar o primeiro depoimento à PF, ele é procurado por telefone por Amaury. O jornalista lhe pergunta "se estava tudo bem e se ele estava precisando de alguma coisa". Dirceu responde que "estava no aperto". Depois dessa conversa, segundo Dirceu, Amaury deposita R$ 5 mil em sua conta, em dois depósitos de R$ 2,5 mil.

Leia a íntegra dos depoimentos, obtidos pelo Estado de S. Paulo:

Íntegra do depoimento de Amaury Ribeiro Jr.

Íntegra do primeiro depoimento de Dirceu

Íntegra do segundo depoimento de Dirceu
Fonte: Congressoemfoco

STF deve julgar Ficha Limpa nesta quarta

Renata Camargo

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar na próxima quarta-feira (27) o recurso do candidato ao Senado pelo Pará Jader Barbalho (PMDB) que questiona a validade da Lei da Ficha Limpa. Jader recorre contra a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que barrou sua candidatura com base na Lei Complementar 135/10, que torna inelegíveis candidatos condenados por órgão colegiado ou que renunciaram para fugir da cassação do mandato. Jader renunciou ao mandato de senador em 2001 para escapar de um processo por quebra de decoro parlamentar.

O relator do recurso é o ministro Joaquim Barbosa. Em setembro deste ano, outro julgamento sobre a aplicação da Lei da Ficha Limpa foi interrompido após um impasse. Na ocasião, estava em análise um recurso do ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC), que disputava a eleição para governador do DF. No julgamento do caso Roriz, cinco ministros votaram a favor do recurso, ou seja, para que a lei não valesse nas eleições deste ano, e outros cinco ministros se posicionaram contra o recurso.

Por conta dessa indefinição, o Congresso em Foco lançou a campanha Resultado Já, para cobrar do STF um posicionamento imediato sobre a validade da Lei da Ficha Limpa. A falta de uma definição das regras gera insegurança em relação ao resultado das eleições 2010. Mais de cinco mil pessoas já assinaram o abaixo-assinado.

Participe da campanha Resultado Já

Para Jader, a aplicação da Lei da Ficha Limpa em 2010 viola o artigo 16 da Constituição Federal, que prevê o princípio da anualidade para leis que alterarem o processo eleitoral. Por isso, na visão dele, só poderia ser aplicada em 2012. O entendimento dos ministros do TSE é de que as novas regras não modificam o processo, portanto valem para esta eleição. A defesa do deputado argumenta, ainda, que a lei não pode retroagir para atacar o ato jurídico perfeito de sua renúncia. O candidato foi o segundo mais votado para o Senado no último 3 no Pará, mas seus votos foram considerados nulos pela Justiça eleitoral.

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STF deve julgar Jader Barbalho na próxima quarta
Fonte: Congressoemfoco

Nas revistas: O Brasil de Serra e o Brasil de Dilma

Época

O Brasil de Serra e o Brasil de Dilma

Como seria o Brasil governado pela petista Dilma Rousseff? Como seria o país governado pelo tucano José Serra? Quais são as reais diferenças entre eles? Quem tem as melhores ideias para o país, as propostas mais viáveis para o desenvolvimento social e econômico, os encaminhamentos mais interessantes para os grandes desafios, como a educação, o pré-sal, a infraestrutura? Na atual campanha, o melhor caminho para encontrar respostas para essas perguntas simplesmente não existe. Seriam os programas de governo de cada concorrente. Apesar das promessas, eles não foram divulgados nem pelo PT nem pelo PSDB até a semana passada, a pouco mais de dez dias do segundo turno.

Os estilos pessoais de Dilma e Serra são relativamente bem conhecidos. Ambos são desenvolvimentistas, têm personalidade forte e a fama de ser centralizadores. Dilma já foi classificada como rude em algumas ocasiões. Serra já foi considerado um administrador implicante, teimoso. Subordinados dos dois dizem que eles são muito exigentes e disciplinados. Poderiam ter usado essas características pessoais para exigir de seus partidos e assessores a formalização de compromissos programáticos com o eleitor. Mas não fizeram isso. Para usar uma palavra da moda na atual campanha, tergiversaram.

Da joalheria para a cadeia

O ex-diretor da estatal paulista Dersa – Desenvolvimento Rodoviário S.A. – Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, saiu de casa no dia 12 de junho com planos de comprar uma joia para presentear a mulher pelo Dia dos Namorados. Ele negociava com o comerciante Musab Asmi Fatayer a compra de um bracelete cravejado de brilhantes por R$ 20 mil. Antes de fechar o negócio, porém, era preciso submeter a peça a uma avaliação profissional. Paulo e Musab foram até a joalheria da Gucci, no Shopping Iguatemi, um dos endereços comerciais mais luxuosos da capital paulista. Os funcionários da joalheria descobriram que a joia havia sido furtada daquela loja um mês antes. A polícia foi chamada e prendeu em flagrante Paulo e Musab.

Paulo de Souza passou duas noites na cadeia. A joia que ele negociava havia sido roubada da loja da Gucci, no Shopping IguatemiO Boletim de Ocorrência no 3.264/2010 do 15º Distrito Policial de São Paulo, obtido com exclusividade por ÉPOCA, ajuda a dar contornos mais nítidos ao personagem que se notabilizou por fabricar notícias desagradáveis para o candidato tucano José Serra. Em maio deste ano, ÉPOCA revelou que Paulo Preto aparecia no relatório da Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal (PF). Segundo a PF, em 2007 ele teria recebido da empreiteira Camargo Corrêa, responsável por obras do Rodoanel, o anel viário em torno de São Paulo construído pela Dersa, quatro pagamentos mensais de R$ 416.500. Em agosto, Paulo Preto foi acusado de desviar R$ 4 milhões de um suposto caixa dois da campanha de Serra à Presidência. Ele nega envolvimento tanto em um caso como em outro, que surgiram durante a campanha eleitoral.

Ainda há muito a esclarecer

Os negócios na área de energia envolvem projetos de grandes proporções, altos valores e repletos de detalhes técnicos difíceis de entender. A Polícia Federal e o Ministério Público investigam um caso assim. Ele trata do sumiço de e 157 milhões, que deveriam ter sido usados para construir sete usinas de biomassa no Brasil, como ÉPOCA revelou na semana passada. Em uma ação judicial, o banco alemão Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW), financiador do projeto, afirma que Valter Cardeal, diretor de Planejamento e Engenharia da Eletrobras e homem de confiança da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, e outros petistas se envolveram na história da fraude que resultou no prejuízo para o banco.
A ação afirma que Dilma sabia do projeto, porque participou de uma conferência em Frankfurt, onde o assunto foi tratado. Confrontada com o assunto, na semana passada Dilma disse que o tema não foi discutido na reunião. “Isso foi choro do banco, que errou ao conceder o empréstimo”, afirmou Dilma. ÉPOCA obteve um depoimento que desmente essa versão. De acordo com o executivo Ludolf Rischmüller, do KfW, ocorreu uma exposição sobre a garantia aos financiamentos na conferência, com a presença de Dilma. Rischmüller diz ainda que os projetos teriam obtido o “apoio completo” de Dilma.

Falta achar quem pagou

Foi elucidado na semana passada um dos grandes mistérios da campanha presidencial: quem encomendou a violação de dados fiscais sigilosos da filha do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, Verônica, e de outros tucanos que faziam parte de um dossiê que circulou entre integrantes da pré-campanha da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Segundo identificou a Polícia Federal, o autor da encomenda foi o jornalista Amaury Ribeiro Jr., um repórter investigativo que ganhou vários prêmios ao longo de sua carreira e hoje trabalha para a Rede Record de Televisão.

Segundo a polícia, Amaury pagou R$ 12 mil ao despachante Dirceu Rodrigues Garcia para obter as declarações de Imposto de Renda de Verônica e dos outros tucanos: o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, o ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros, o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira e o empresário Gregório Marin Preciado, ex-sócio de Serra. Em depoimento, Garcia disse que Amaury encomendou os dados fiscais dos tucanos entre os dias 23 e 27 de setembro de 2009.

Fechou o tempo

Não era para ser assim. Uma eleição transcorrida em cenário de crescimento econômico e de instituições democráticas consolidadas deveria girar em torno de projetos – como, aliás, prometiam os dois principais candidatos no início da campanha presidencial, há sete meses. Quando passaram para o segundo turno, tanto Dilma Rousseff, do PT, quanto José Serra, do PSDB, deram a entender que agora sim, enfim, finalmente, chegara o momento em que poderiam debater propostas (como se não tivessem tido tempo até este mês). Em vez das propostas, porém, o que se viu foram bolas de papel, bobinas, balões de água, panfletos apócrifos, acusações tão mentirosas quanto anônimas e destemperos oficiais.

Na cabeça

O candidato José Serra leva mão à cabeça depois de ter sido atingido durante caminhada de campanha em um bairro do RioComo a campanha descambou para a baixaria? É provável que tudo tenha começado por volta de abril, quando as primeiras pesquisas indicavam vantagem folgada para o então pré-candidato José Serra. Lula e seus conselheiros perceberam que só uma presença maciça do presidente poderia dar chance de vitória a Dilma. Quando iniciou sua cruzada, em maio, ao ocupar um programa do PT na televisão, Lula alterou a dinâmica da disputa. “Muito da baixaria atual se deve à postura do Lula, que usou a Presidência para fazer campanha, desequilibrando a eleição e fazendo os contendores perderem os limites”, disse o cientista político José Álvaro Moisés, da Universidade de São Paulo (USP).

O desafio de cobrir a campanha eleitoral

À medida que o segundo turno da eleição presidencial se aproxima, o clima de conflito se acirra no país. O bate-boca entre os partidários de José Serra e Dilma Rousseff descamba para a agressão, o presidente da República perde a compostura – e o Brasil assiste atônito ao jogo da política como se fosse uma final de campeonato, com pega na geral no segundo tempo. Como deve, nesse cenário, atuar uma revista semanal?
Em ÉPOCA, acreditamos que devemos, antes de tudo, servir ao leitor. Numa eleição, a melhor forma de fazer isso não é entrar na histeria das campanhas nem no denuncismo barato. Para ajudar você a decidir seu voto, procuramos trazer a maior e melhor quantidade possível de informações sobre as questões nacionais e sobre os planos dos candidatos a respeito delas. Numa campanha cheia de pancadaria no horário eleitoral, reportagens são um alento, uma espécie de oásis para entender como Serra e Dilma enxergam os reais problemas do Brasil.

Veja

Intrigas de estado

É conhecido o desprezo que o PT nutre pelas instituições republicanas, mas o que se tentou no Ministério da Justiça, criado em 1822 por dom Pedro I, ultrapassa todas as fronteiras da decência. Em quase 200 anos de história, o ministério foi chefiado por homens da estatura de Rui Barbosa, Tancredo Neves e quatro futuros presidentes da República. O PT viu na tradicional instituição apenas mais um aparelho a serviço de seu projeto de poder. Como ensina Franklin Martins, ministro da Supressão da Verdade, “às favas com a ética” quando ela interfere nos interesses políticos e partidários dos atuais donos do poder.

VEJA teve acesso a conversas entre autoridades da pasta que revelam a dimensão do desprezo petista pelas instituições. Os diálogos mostram essas autoridades incomodadas com a natureza dos pedidos que vinham recebendo do Palácio do Planalto. Pelo que é falado, não se pode deduzir que o Ministério da Justiça, ao qual se subordina a Polícia Federal, cedeu integralmente às descabidas investidas palacianas.

“Não aguento mais receber pedidos da Dilma e do Gilberto Carvalho para fazer dossiês. (...) Eu quase fui preso como um dos aloprados”, disse Pedro Abramovay, secretário nacional de Justiça, em conversa com seu antecessor, Romeu Tuma Júnior. Abramovay é considerado um servidor público exemplar, um “diamante da República”, como a ele se referiu um ex-ministro.

Aos 30 anos, chegou ao Ministério da Justiça no início do governo Lula pelas mãos do ex-ministro Márcio Thomaz Bastos. A frase dele pode confirmar essa boa reputação, caso sua “canseira” tenha se limitado a receber pedidos e não a atender a eles. De toda forma, deveria ter denunciado as ordens impertinentes e nada republicanas de “produzir dossiês”.

Mesmo um alto funcionário com excelente imagem não pode ficar ao mesmo tempo com a esmola e o santo. Em algumas passagens da conversa, Abramovay se mostra assustado diante das pressões externas e diz que pensa em deixar o governo. Não deixou. Existem momentos em que é preciso escolher. Antes de chegar ao ministério, ele trabalhou no gabinete da ex-prefeita Marta Suplicy, na liderança do PT no Senado e com o senador Aloizio Mercadante.

IstoÉ

Os santinhos de uma guerra suja - Parte 1

Eu gostaria de chamar a atenção para este papel que estão distribuindo na igreja. Acusam a candidata do PT, em nome da Igreja. Não é verdade. Isso não é jeito de fazer política. A Igreja não está autorizando essas coisas. Isso não é postura de cristão.? Cara a cara com José Serra e sua equipe de campanha, frei Francisco Gonçalves de Souza passou-lhes um pito. O religioso comandava a missa em homenagem a São Francisco, no sábado 16, em Canindé, no sertão cearense. Meia hora após o início do culto, Serra tinha chegado à basílica, onde se espremiam cerca de 30 mil devotos, atraídos à cidade para uma tradicional romaria. O candidato tucano, acompanhado do senador Tasso Jereissati e de outros correligionários, estava em campanha. Em tese, aquele seria um palanque perfeito para alguém que, como Serra, tem peregrinado por templos religiosos se anunciando como um cristão fervoroso. Enquanto ele assistia à missa, barulhentos cabos eleitorais distribuíam panfletos. Os papéis acusavam Dilma Rousseff de defender ?terroristas?, o ?aborto? e a ?corrupção?. Frei Francisco resolveu reagir ao circo e, então, o que era para ser uma peça publicitária do PSDB transformou-se num enorme vexame. Sob aplausos dos fiéis, o franciscano pediu que Serra e Jereissatti não atrapalhassem a cerimônia e que se retirassem, se não estavam ali para rezar. Jereissatti, descontrolado, passou a gritar que o padre era um petista e tentou subir no altar. As cenas gravadas pelas equipes de tevê de Serra jamais seriam usadas na campanha.

Os santinhos de uma guerra suja - Parte 2

A ordem para encomendar o material à gráfica ligada aos tucanos partiu de dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo da Diocese de Guarulhos, na Grande São Paulo. Ele é antigo conhecido do PSDB, amigo declarado de seu conterrâneo Sidney Beraldo, deputado estadual pelo partido e um dos coordenadores da campanha de Serra em São Paulo. Nas conversas de sacristia, dom Luiz tem fama de ser um homem ?maquiavélico? e ?implacável?. Padres o descreveram à ISTOÉ como alguém que não aceita opiniões divergentes e já criou situações embaraçosas para constranger e afastar subordinados que questionam seu radicalismo. Para fazer os contatos com a gráfica dos Kobayashi, dom Luiz contou com a ajuda do ex-seminarista Kelmon Luís da Silva Souza. Frequentador da Catedral Metropolitana Ortodoxa, na zona sul de São Paulo, Souza também é presidente da Associação Theotokos, um grupo católico ultratradicionalista, e membro do autodenominado Partido Monarquista Brasileiro. Em 2006, um dos parceiros do ex-seminarista que atua numa organização integralista (leia quadro abaixo) doou R$ 3,5 mil para a campanha do deputado federal Índio da Costa, candidato a vice-presidente na chapa de Serra. Quando a atuação de Souza e dom Luiz tornou-se pública, os dois se enclausuraram. Nos próximos dias, no entanto, terão de prestar depoimento à Polícia Federal, investigados por crime eleitoral, calúnia e difamação.

Festival de espionagem

Há quase cinco meses, líderes do PSDB procuram responsabilizar o PT pela quebra ilegal dos sigilos fiscais de Eduardo Jorge Caldas, Luiz Carlos Mendonça de Barros, Verônica Serra e outros tucanos de vistosa plumagem ligados ao presidenciável José Serra. Desde junho, pressionam a Polícia Federal e a Corregedoria da Receita para que as investigações sejam conduzidas na direção de um crime político. Na última semana, os primeiros resultados das apurações da PF se tornaram públicos e o que se constata é que de fato houve um crime com motivação política, mas praticado no contexto de uma disputa interna do PSDB. Não há nenhum documento ou depoimento colhido durante as investigações que indique a possibilidade de ter ocorrido o uso criminoso do Estado para o favorecimento de alguma candidatura, como acusam os tucanos. As investigações não permitem afirmar que petistas tenham aliciado funcionários da Receita para a quebra dos sigilos. A principal testemunha é o jornalista Amaury Ribeiro Júnior, que confessou ser o contratante do serviço criminoso. Ele prestou três depoimentos que totalizam 13 horas de inquirição e afirmou que tanto a encomenda feita ao despachante Dirceu Rodrigues Garcia como o recebimento dos documentos sigilosos ocorreram em outubro do ano passado, quando, apesar de estar em férias, trabalhava para o jornal “O Estado de Minas”. O jornalista também explicou as razões que o levaram a bisbilhotar os sigilos fiscais dos tucanos.

O protegido Paulo Preto

Nos últimos dias, integrantes do PSDB voltaram a fazer contorcionismos verbais na tentativa de reduzir a importância do engenheiro e ex-diretor do Dersa Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, personagem revelado em agosto por ISTOÉ que tem trazido constrangimento para a campanha do candidato tucano à Presidência, José Serra. Até agora, era sabido que Paulo Preto, além de ex-diretor da estatal responsável pelas principais obras viárias de São Paulo, virou alvo de acusações de líderes do PSDB porque teria dado sumiço em R$ 4 milhões arrecadados de forma desconhecida para a campanha tucana. Sentindo-se abandonado, depois que o candidato do PSDB ao Planalto negou conhecê-lo, Paulo Preto fez ameaças públicas e passou a ser defendido por Serra. Todo esse enredo já seria suficiente para mostrar a influência do engenheiro, cuja força a campanha do PSDB insiste em tentar diminuir. Mas os bastidores da prisão de Paulo Preto, há quatro meses, por receptação de joia roubada, são ainda mais reveladores do peso do ex-diretor do Dersa nas hostes tucanas.

O Brasil acelera

Na semana passada, saíram as novas projeções para o crescimento do Brasil em 2010. De acordo com estimativas do governo, de consultorias especializadas e de organizações como o Fundo Monetário Internacional, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro pode aumentar até 8% em 2010. Se o número se confirmar – e é muito provável que se confirme –, significará o maior salto econômico em três décadas. Sob qualquer ponto de vista, trata-se de um resultado extraordinário. Entre os emergentes, é a terceira melhor marca, atrás apenas de China, imbatível nesse quesito, e Índia. Na comparação com a média de desempenho do PIB mundial (alta de 4,8% em 2010), o indicador brasileiro chega a ser quase duas vezes maior. Uma escalada dessa magnitude oferece a milhões de brasileiros um inédito campo de oportunidades. O Brasil vai gerar em 2010 algo como 2,5 milhões de empregos, quase um Uruguai inteiro. Até o fim do ano, o valor que a população vai gastar na compra de bens de consumo chegará a R$ 2,2 trilhões, uma disparada de 22% ante 2009. Não à toa, o varejo espera para dezembro o melhor Natal da história. No período, o comércio deve movimentar R$ 100 bilhões, o que vai exigir um aumento de 60% na compra de insumos e produtos importados para atender à brutal alta da demanda. Dados superlativos como esses fizeram com que o Brasil deixasse de exercer um papel coadjuvante no palco econômico global. Hoje, o País é uma potência planetária, capaz de influenciar no jogo de forças entre as nações. “O Brasil passou para a liderança do crescimento mundial”, disse à ISTOÉ o ministro da Fazenda, Guido Mantega .

Comédia Brasiliense

Desde que foi lançada candidata ao governo do Distrito Federal em setembro, depois que seu marido, Joaquim Roriz, teve a candidatura barrada pela lei dos fichas sujas, Weslian Roriz (PSC) não parou de fazer trapalhadas. Neófita na política, dona Weslian, como é conhecida em Brasília, tem mostrado total despreparo para lidar com temas ligados à gestão pública. Com seu desempenho pífio, confirma a tese de que está servindo de mulher-laranja do ex-governador Roriz. No único debate de que participou, o promovido pela Rede Globo no dia 29 de setembro, ao ser questionada sobre sua postura perante eventuais desvios éticos, cunhou uma frase que se tornou hit no YouTube. “Quero defender toda aquela corrupção”, disse Weslian. Logo depois, tentou se corrigir. Mas não conseguiu evitar o constrangimento de todos que participavam do programa.

Carta Capital

Violação da lógica

Apesar do esforço em atribuir a culpa à campanha de Dilma Rousseff, o escândalo da quebra dos sigilos fiscais de políticos do PSDB e de parentes do candidato José Serra que dominou boa parte do debate no primeiro turno teve mesmo a origem relatada por CartaCapital em junho: uma disputa fratricida no tucanato.

Obrigada a abrir os resultados do inquérito após uma reportagem da Folha de S.Paulo com conclusões distorcidas, a Polícia Federal revelou ter sido o jornalista Amaury Ribeiro Júnior, então a serviço do jornal O Estado de Minas, que encomendou a despachantes de São Paulo a quebra dos sigilos. O serviço ilegal foi pago. E há, como se verá adiante, divergências nos valores desembolsados (o pagamento­ ­teria ­variado, segundo as inúmeras versões, de 8 mil a 13 mil reais).

Serra e o vídeo da Rede Globo

Desde o final da manha desta sexta (22/10), o site do professor José Antonio Meira da Rocha (http://meiradarocha.jor.br) foi bloqueado pela empresa que o hospeda — no que pode ser um caso grave de censura na internet. Em decorrência, as imagens que sustentavam a hipótese levantada por ele desapareceram, em dezenas de blogs que reproduziam suas informações.

O material foi republicado, em seguida, no blog Marxismo On-Line, de Leonardo Arnt — de onde foi reproduzido por Outras Palavras. O Jornal Nacional de ontem fez lembrar o envolvimento da Rede Globo na disputa presidencial que elegeu Fernando Collor, em 1989. Nada menos que 7 minutos foram dedicados à tentativa de demonstrar que José Serra fora atingido, na véspera, por um rolo de fita adesiva. Convocou-se Ricardo Molina, um “especialista” cujo currículo inclui a tentativa de acusar o MST pelo massacre de Eldorado de Carajás, de “assegurar” que PC Farias se suicidou e de questionar as provas sobre a responsabilidade da família Nardoni na morte da menina Isabela. Procurava-se frear a onda de indignação (e de deboche) que correu o país, quando se soube, horas antes, que a “agressão” sofrida na véspera pelo candidato do PSDB fora provocada por uma bolinha de papel. Não, tentou afirmar o Jornal Nacional: a tomografia a que se submeteu o candidato justificava-se. Ele havia sido atingido também por um rolo de fita adesiva…

Às favas a verdade factual

Há quatro meses CartaCapital publicou a verdade factual a respeito do caso da quebra do sigilo fiscal de personalidades tucanas. Está claro que a chamada grande imprensa não quer a verdade factual, prefere a ficcional, sem contar que em hipótese alguma repercutiria informações veiculadas por esta publicação. Nem mesmo se revelássemos, e provássemos, que o papa saiu com Gisele Bündchen.

Furtei a expressão verdade factual de um ensaio de Hannah Arendt, lido nos tempos da censura brava na Veja que eu dirigia. Ela é o que não se discute. Diferencia-se, portanto, das verdades carregadas aos magotes por cada qual. Correspondem às visões que temos da vida e do mundo, às convicções e às crenças. Às vezes, às esperanças, às emoções, ao bom e ao mau humor.

Quebra do sigilo fiscal: Ribeiro Jr. agia em nome do jornal Estado de Minas

Parte da mídia precisa conferir alguma lógica a sua narrativa sobre o caso da quebra de sigilo fiscal de integrantes do PSDB e familiares do candidato José Serra. Eles se recusam a aceitar o resultado do inquérito da Polícia Federal segundo o qual o jornalista Amaury Ribeiro Jr. agia em nome do Estado de Minas – interessado em produzir uma reportagem contra José Serra, que, por seu lado, havia colocado o deputado federal Marcelo Itagiba no encalço de Aécio Neves. À época, os dois tucanos disputavam a indicação do partido à candidatura presidencial.

Na quinta-feira 21, correu a versão de que Ribeiro Jr. veio a São Paulo buscar os dados obtidos de forma criminosa durante suas férias. Portanto, não agia em nome do jornal mineiro onde trabalhava, mas por conta própria. O objetivo, claro, é insinuar que naquele momento o repórter já trabalhava para o PT. O problema é que a mídia toma como verdade ou não os trechos da confissão de Ribeiro Jr. que lhe são mais convenientes. Rejeitam, portanto, as declarações que ligam a quebra de sigilo ao Estado de Minas e tomam como fatos absolutamente inquestionáveis aquelas que se referem à chamada pré-campanha de Dilma Rousseff.
Fonte: Congressoemfoco

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