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quarta-feira, junho 03, 2020

Quem são os hackers do Anonymous que divulgaram dados de Bolsonaro e aliados

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Irritado, Bolsonaro insiste que estava interessado na segurança ...
Grupo usa técnicas de tecnologia da informação para cometer crimes 
Rayanderson GuerraO Globo
As invasões ilegais a servidores privados, derrubadas de sites e divulgações de dados pessoais de empresas e autoridades públicas são seguidas da mensagem: “Somos uma Legião. Não perdoamos. Não esquecemos. Somos os Anonymous”. O grupo de hackers surgiu em 2003 e, desde então, se espalhou pelo mundo, com células em inúmeros países, entre eles, o Brasil.
Na noite desta segunda-feira, o grupo voltou à ativa no país e expôs dados pessoais do presidente Jair Bolsonaro e de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e de aliados do governo.
OUTROS ALVOS – O grupo divulgou os CPFs do presidente e de seus filhos, além de telefones, endereços e dados sobre imóveis da família Bolsonaro. Outros alvos foram os ministros da Educação, Abraham Weintraub, e da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves.
Em meio às manifestações antirracistas nos Estados Unidos após a morte de George Floyd, um homem negro, que foi morto por um policial, no dia 25 de maio, o grupo – que estava há cerca de três anos sem se manifestar – voltou a ameaçar na noite de domingo, 31, expor políticos e autoridade de segurança norte-americanos, incluindo o presidente Donald Trump.
A célula brasileira do grupo hacker voltou à ativa inflamada pelo grupo internacional, que fez um chamamento aos integrantes em todo o mundo.
TRÊS ANOS SEM AÇÃO – No Brasil, o grupo não se manifestava há cerca de três anos. Os hackers ganharam visibilidade pouco antes, em meio aos protestos de 2013. À época, redes sociais e sites de políticos, partidos políticos, veículos de imprensa, governos estaduais e instituições foram alvos dos hackers.
A então presidente Dilma Rousseff (PT) e seu vice, Michel Temer (MDB), tiveram as redes sociais invadidas. Partidos como o PT, PSDB e MDB também foram alvos. O site do Exército brasileiro chegou a ser invadido e ficou cerca de 15 horas fora do ar. Na época, o comando das Forças Armadas informou que nenhum dado havia sido roubado.
Os hackers não seguem uma estrutura ou hierarquia. Ou seja, Anonymous é qualquer pessoa que acredita nas ideias propagadas pelo grupo e que tenha as ferramentas para a invasão das redes privadas. Com o anonimato como regra, o grupo usa a internet e técnicas de tecnologia da informação para cometer crimes cibernéticos, sob o argumento de luta por liberdade, contra a censura e a opressão de governos e autoridades.
LIVRE EXPRESSÃO – Em manifestos e vídeos publicados nas redes sociais, eles afirmam que toda informação deve ser livre e dizem que estão dispostos a “tudo ou nada” contra o “sistema” e governos.
Os Anonymous surgiram por volta de 2003, sem lideranças e com ramificações em todo o mundo. Entre as principais ações do grupo esteve a participação nos protestos em 2010 no Oriente Médio e no Norte da África – conhecido como Primavera Árabe. Os hackers derrubaram sites do governo do Egito e da Síria e divulgaram informações sigilosas de militares dos governos.
Na mesma época, eles também atuaram contra instituições financeiras. Os Anonymous tinham uma aliança com o Wikileaks – organização criada por Julian Assange para revelar informações confidenciais de governos e empresas. Quando o Wikileaks publicou telegramas de embaixadas norte-americanas, Visa, Mastercard e Paypal bloquearam doações destinadas à Sunshine Press, mantenedora da organização de Assange. A ação das instituições resultou em um ataque hacker do Anonymous, que derrubou os sistemas das empresas.

Sérgio Camargo, da Fundação Palmares, chama de “escória maldita” o movimento negro


Presidente da Fundação Palmares chama movimento negro de “escória ...
Sérgio Camargo também abusa do palavrão na Fundação Palmares
Por G1
O presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, chamou o movimento negro de “escória maldita” em uma reunião gravada sem que ele tivesse conhecimento. Na ocasião, Camargo também disse que Zumbi era “filho da puta que escravizava pretos”, criticou o Dia da Consciência Negra, falou em demitir “esquerdista” e usou o termo “macumbeira” para se referir a uma mãe de santo.
Os trechos foram divulgados nesta terça-feira (2) pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. De acordo com a publicação, o encontro, ocorrido em 30 de abril, teve participação de outros dois servidores da fundação e serviu para tratar do desaparecimento de um celular corporativo de Camargo.
OS VAGABUNDOS – Questionado na reunião a respeito de quem poderia ter pego o aparelho, respondeu: “Qualquer um. Eu exonerei três diretores nossos assim que voltei. Qualquer um deles pode ter feito isso. Quem poderia? Alguém que quer me prejudicar, invadindo esse prédio aqui pra me espancar. Quem poderia ter feito isso? Invadindo com a ajuda de funcionários daqui. O movimento negro, os vagabundos do movimento negro, essa escória maldita”.
Sobre Zumbi dos Palmares – que dá nome ao órgão de promoção da cultura afro-brasileira –, Camargo comentou: “Não tenho que admirar Zumbi dos Palmares, que pra mim era um filho da puta que escravizava pretos. Não tenho que apoiar Dia da Consciência Negra. Aqui não vai ter, zero – aqui vai ser zero pra [Dia da] Consciência Negra. Quando eu cheguei aqui, tinha eventos até no Amapá, tinha show de pagode com dinheiro da Consciência Negra. Aí, tem que mandar um cara lá, pra viajar, se hospedar, pra fiscalizar… Que palhaçada é essa?”.
GRAVAÇÃO ILEGAL – Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa da Fundação Palmares enviou nota na qual Camargo “lamenta a gravação ilegal de uma reunião interna e privada”.
“Assim, reitera que a Fundação, em sintonia com o Governo Federal, está sob um novo modelo de comando, este mais eficiente, transparente, voltado para a população e não apenas para determinados grupos que, ao se autointitularem representantes de toda a população negra, histórica e deliberadamente se beneficiaram do dinheiro público”, continua a comunicado.
Nos áudios da reunião divulgados nesta terça pelo jornal “O Estado de S.Paulo”, Camargo lembrou o período em que ficou afastado. “Não recebi [salário], janeiro nem fevereiro. Agora vou ter que devolver celular. Por uma liminar que me censurou, por causa das minhas opiniões em redes sociais. Porque a esquerda acha que é propriedade, negro é uma propriedade dela. Não tem direito a livre opinião, só pode expressar a opinião da cartilha. Vocês vão se foder… Se tiver um esquerdista aqui, vocês me digam, onde está esse filho da puta, que eu quero exonerar. Ou demitir. Ou mandar pra outro órgão, se for efetivo”, afirmou.
MACUMBEIRA – Em outro trecho, usou o termo “macumbeira” para se referir a uma mãe de santo que, segundo ele, repassava informações à imprensa.
“Tem gente vazando informação aqui pra mídia. Vazando pra uma mãe de santo, uma filha da puta de uma macumbeira. Uma tal de Mãe Baiana, aquela que infernizava a vida de todo mundo. É. Além de fazer macumba pra mim, essa miserável tá querendo agitar invasão aqui de novo. Eu sei, tem gente no grupo dela de WhatsApp. Tinha esquema. Não vai ter nada, nada pra terreiro, da Palmares, enquanto eu estiver aqui dentro. Nada, sério. Macumbeiro não vai ter nenhum centavo.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG  Essa mania de dizer palavrão parece ser contagiosa no governo… (C.N.)

Em 38 dias, governo insere 2 milhões de anúncios em sites de fake news e pornográficos


George Marques 🏡🇧🇷 در توییتر "Em uma sociedade doente, a ...
Charge do João Montanaro (Folha)
Leandro Prazeres e Amanda AlmeidaO Globo
Relatório produzido a pedido da CPMI das Fake News identificou 2,065 milhões de anúncios pagos com verba da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) em sites, aplicativos de telefone celular e canais de YouTube que veiculam conteúdo considerado inadequado. Entre eles estão sites que divulgam notícias falsas, oferecem investimentos ilegais e até aplicativos com conteúdo pornográfico.
O relatório, elaborado por consultores legislativos,  foi divulgado nesta terça-feira pela CPMI. Seus dados foram obtidos por meio da Lei de Acesso a Informação (LAI).
APENAS 38 DIAS – O relatório diz que, apesar de ter solicitado informações do período entre janeiro e novembro de 2019, a Secom só forneceu dados referentes a 38 dias, entre 6 de junho e 13 de julho do ano passado.
Mesmo assim, segundo o relatório, foi possível identificar que parte dos anúncios pagos pela Secom foi parar em canais com conteúdo inadequado.
A verba utilizada neste período era para a campanha sobre a Reforma da Previdência e se refere a recursos distribuídos na internet por meio da plataforma Adwords e Adsense do Google. Essa publicidade é direcionada de forma automática aos sites pelas plataformas, mas é possível ao anunciante bloquear tanto sites específicos quanto categorias de assuntos.
CANAIS INADEQUADOS – No total, os consultores da CPMI idenficaram 843 canais considerados inadequados que veicularam um total de 2.065.479 anúncios. Entre esses canais estão 47 sites que divulgam notícias falsas, 741 canais do Youtube que foram removidos pela plataforma por descumprimento de regras, 12 sites com notícias sobre jogos de azar, sete que fazem ofertas de investimentos ilegais e quatro com conteúdo pornográfico.
A classificação do que é um site que divulga notícias falsas foi feita pela própria equipe que elaborou o relatório. Entre os sites colocados nesta categoria estão o “Jornal da Cidade Online”, “Jornal 21 Brasil”, “Terça Livre”, “Folha do Brasil”, “Diário do Centro do Mundo” e “Revista Fórum”. O “Jornal da Cidade Online” é o mesmo que, segundo o perfil Sleeping Giants Brasil, recebeu verba publicitária do Banco do Brasil.
Ao todo, os 47 sites que divulgam notícias falsas identificados pelo relatório receberam 653.378 anúncios. Os sites com conteúdo pornográfico receberam 27 anúncios. 
TERÇA LIVRE – O documento aponta ainda a necessidade de questionar a Secom sobre o total de anúncios veiculados ao longo de todo o ano de 2019 em relação ao site Terça Livre, do blogueiro Allan dos Santos. O relatório afirma que, durante oitiva na CPMI, o blogueiro afirmou que não recebia dinheiro público, mas os dados da Secom mostraram que seu canal no YouTube recebeu 1.447 anúncios.
“Necessário, portanto, formular questionamento àquela secretaria para quantificar exatamente o montante pago ao canal em todo o período de vigência do contrato com o Google Adsense, tendo em vista que tivemos acesso apenas aos dados parciais”, diz um trecho do relatório.
Allan dos Santos é um dos investigados no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e que investiga uma suposta rede de divulgação de notícias falsas e ataques contra ministros da Corte. No domingo, reportagem do GLOBO revelou que, além de receber por anúncios pagos pela Secom, o blogueiro recebeu por anúncios pago pela Petrobras e Eletrobras.
PROMOÇÃO PESSOAL – Foram identificados ainda cinco canais que fazem promoção pessoal de autoridades como o presidente Jair Bolsonaro e que receberam anúncios pagos pela Secom. Entre os canais identificados pelo documento estão canais no YouTube como o “Bolsonaro TV” e o canal pessoal do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), além do site do senador.
O relatório aponta que a destinação de verba pública para a promoção pessoal de autoridades pode ser interpretada como violação à Constituição Federal.
“A veiculação de anúncios, pela Secom, em canais desse tipo pode gerar questionamento com base no § 1º do art. 37 da Constituição, pois abre a possibilidade de se interpretar tal fato como utilização da publicidade oficial para promoção pessoal, conduta vedada pela Carta Magna”, diz um trecho do documento.
DANOS À IMAGEM – O documento critica a forma como a Secom utilizou suas verbas e aponta para o potencial prejuízo à imagem do governo.
“Além disso, fica claro que a utilização do programa Google Adsense pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República gerou várias incorreções na condução da política de publicidade oficial da Presidência da República”, diz um trecho.
“Como pudemos observar, houve descontrole do target (alvo) das ações publicitárias, o que redundou em desperdício de recursos públicos. Adicionalmente, o dinheiro da publicidade oficial terminou por ser empregado em diversos canais com conteúdo inadequado, fazendo com que a imagem do Governo Federal fosse veiculada em canais de baixa qualidade e associada a conteúdos falsos, criminosos, de cunho sexual ou referentes a promoção pessoal do Presidente da República”, diz outro trecho do relatório.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Um dos motivos da demissão do ministro Santos Cruz foi sua recusa de usar verbas publicitárias para patrocinar esses tipos de sites e canais que apoiam o governo difundindo fake news. Mas seu substituto, o também general Eduardo Ramos, pouco liga para esses detalhes e liberou geral os pedidos dos filhos de Bolsonaro. (C.N.)

terça-feira, junho 02, 2020

O que é a vaquejada e qual sua origem

Escrito por 

Você é a favor ou contra a vaquejada? A discussão entrou em pauta recentemente e teve a sua proibição estipulada pelo Supremo Tribunal Federal brasileiro, que considerou que a atividade provoca sofrimento aos animais, ferindo a preservação do meio ambiente.
A vaquejada consiste na ação que envolve um boi solto em uma arena e dois vaqueiros montados em um cavalo que tentam derrubar o animal pela calda dele. (Nosso grifo)

A prática nasceu na década de 40 na região do Nordeste do Brasil. Os primeiros registros da atividade aconteceram nas fazendas localizadas no Sul da Bahia e Norte do estado do Ceará.
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Foto: Reprodução/EBC
A habilidade em derrubar o boi vem da forma como esses animais eram tratados à época. Geralmente, criados soltos nas caatingas, os sertanejos precisavam desenvolver estratégias para apreender o gado livre. Entretanto, a presença sempre constante de muitos galhos secos na vegetação, fazia com que os laços ficassem sempre enganchados. A partir daí surgiu a estratégia de puxar pelo rabo do animal para conduzi-lo de volta ao rebanho.
Esse costume foi ganhando destaque entre os boiadeiros e fazendeiros que começaram a organizar eventos em determinadas épocas do ano. Os coronéis e senhores de engenho também perceberam que a vaquejada poderia ser um passatempo para sua família e vizinhos e passaram a investir na festa.
Aos poucos, a atividade foi ganhando adeptos que começaram a organizar torneios. Diante disso, os animais passaram a ser de uma linhagem mais aprimorada e as disputas ganharam arenas com areia fina e fofa.
Anos mais tarde, a atividade se tornou uma grande festa nordestina, que inclui não só as competições, mas grandes shows de músicas típicas e apresentações folclóricas.

Conheça outras duas modalidades que usam animais?

Rodeio: A vaquejada não é considerada esporte. Atualmente, a atividade está proibida no Brasil. O rodeio também não é oficialmente um esporte, mas a sua prática ainda está liberada em nosso país. A diferença entre eles, é que no rodeio ganha o peão que fica mais tempo em cima do boi e não o que derruba-o, como na vaquejada;
Hipismo: realizado com cavalo, esse esporte envolve várias provas, como saltos, corridas, adestramento, polo e atrelagem. A prática esportiva do hipismo é muito antiga, remetendo à Idade Antiga. Mas, a regulamentação do esporte nasceu em 1883, nos Estados Unidos. E anos mais tarde, em 1912, nos Jogos de Verão em Estocolmo na Suécia, a modalidade ganhou status de olímpica.

STF analisará habeas de Abraham Weintraub no inquérito das fake news na próxima semana


Charge do Barbie Cospe Fogo (humorpolitico.com.br)
Pepita Ortega e Fausto Macedo
Estadão
O habeas corpus impetrado pelo ministro da Justiça André Mendonça em favor do ministro da Educação Abraham Weintraub e investigados do inquérito das fake news será analisado em sessão virtual do Supremo Tribunal Federal que terá início no próximo dia 12.  Em despacho publicado nesta segunda, dia 1º, o relator, ministro Edson Fachin, determinou que o processo fosse incluído em lista que será apreciada na próxima semana.
O habeas corpus em favor de Weintraub e de outros investigados no inquérito das fake news – empresários, blogueiros e ativistas que foram alvo de ofensiva da PF na última quarta-feira – foi impetrado contra decisão do ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação na Corte, que deu cinco dias para que Weintraub explicasse as as declarações feitas na reunião ministerial de 22 de abril. “Botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”, disse Weintraub no encontro.
ALEGAÇÕES – Na peça, Mendonça alegou que o inquérito tem ‘vícios’ e foi instaurado ‘sem consulta e iniciativa do titular da ação penal, o Ministério Público’. Sob o argumento de que Weintraub pode sofrer limitação em seu direito de liberdade em consequência desse ato, Mendonça pede a suspensão do depoimento do ministro, a suspensão do inquérito ou o seu ‘trancamento’.
No entanto, antes do pedido ser analisado, o ministro da Educação compareceu à Polícia Federal em Brasília na sexta-feira, dia 29, para prestar depoimento. O ministro compareceu na condição de investigado, mas decidiu ‘fazer uso do seu direito ao silêncio’.
Antes de elaborar seu voto sobre o pedido, Fachin chegou a pediu informações para o ministro Alexandre de Moraes. Também solicitou que a Procuradoria-Geral da República apresentasse manifestação sobre o habeas corpus.
INTERESSES PRIVADOS – O Ministério Público de Contas da União acredita que o ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, utilizou estrutura e servidores públicos para atender a interesses privados ao ingressar com o habeas corpus no âmbito do inquérito das fake news.
Ao se tornar público, o HC causou estranheza no mundo jurídico, principalmente por não ter partido da Advocacia-geral da União, que tem a competência para atuar nesses casos. Juristas acreditam que o governo quis dar um recado político ao Supremo, colocando seu ministro da Justiça para assinar o recurso.
Em despacho endereçado a André Mendonça, o subprocurador-geral do MP de Contas, Lucas Furtado, destaca que ‘não se permite é que essa ação (o HC) seja editada utilizando-se de bens e servidores do Ministério da Justiça e Segurança Pública e durante o expediente de trabalho, uma vez que se estaria defendendo interesse privado e não da administração pública’.
EXPLICAÇÕES – Datado de 28 de maio, o ofício cobra diversas explicações do ministro para a edição do HC. Um cópia do documento foi encaminhada ao STF. Nele, Furtado pondera que um habeas corpus pode ser impetrado por qualquer pessoa em nome de um paciente, independentemente de procuração.
Ele ressalta, no entanto, que os citados no Inquérito 4781, instaurado pela Corte, são pessoas acusados de cometerem crimes contra autoridades e instituições públicas, em sua maioria, e por isso o governo estaria ‘defendendo interesse privado e não da administração pública’.

Ministro da Justiça pede à PF investigação sobre vazamento de dados de Bolsonaro e filhos


Hackers publicaram informações pessoais de Bolsonaro e familiares
Marco Grillo
O Globo
O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, afirmou nesta terça-feira, dia 2, que determinou à Polícia Federal (PF) a abertura de um inquérito para investigar o vazamento de informações pessoais do presidente Jair Bolsonaro, do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), do vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PRB) e de outras autoridades.
De acordo com o ministro, serão apurados crimes previstos na Lei de Segurança Nacional, Lei das Organizações Criminosas e no Código Penal. Na noite de segunda-feira, hackers do grupo Anonymous Brasil publicaram endereços, CPFs, telefones e informações sobre imóveis de Bolsonaro e familiares.
EXPOSTOS – Também foram alvos da divulgação, feita pelo Twitter, os ministros Abraham Weintraub (Educação) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos). O deputado estadual de São Paulo Douglas Garcia (PSL), que teve computadores do gabinete apreendidos pela PF na operação relativa ao inquérito das fake news, também teve informações pessoais expostas.
Parte do que foi divulgado, como os dados imobiliários de Bolsonaro e dos filhos, já estava disponível publicamente nos sistemas da Justiça Eleitoral, que reúne informações de candidatos a cargos eletivos. Outras informações, como números de telefones, por exemplo, eram privadas.
COMPARTILHAMENTO – Minutos após a divulgação dos documentos, as postagens foram tiradas do ar. “Apagamos os documentos com as informações pessoais do Carlos Bolsonaro e do Jair, todos conseguiram salvar? O twitter é automático, esse tira do ar esse tipo de arquivo, por isso retiramos. Vocês podem compartilhar o link pela DM. Quem tiver comenta, quem quiser também”, publicou o perfil.
Na manhã desta terça-feira, Carlos Bolsonaro afirmou no Twitter que via a divulgação como uma “tentativa de intimidação” e acrescentou que “medidas legais” seriam tomadas contra o grupo. “A turma ‘pró-democracia’ vazou meus dados pessoais e de outros na internet. Após vermos violações do direito à livre expressão, agora ferem a privacidade. Sob a desculpa de `combater o mal´, justificam seus crimes e fazem justamente aquilo que nos acusam, mas nunca provam!”, escreveu.

Câmara Municipal de Jeremoabo em 02062020

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