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segunda-feira, julho 08, 2024

Bolsonaro desviou R$ 25 milhões em joias e presentes, diz PF

 Foto: Alan Santos/PR/Arquivo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)08 de julho de 2024 | 15:20

Bolsonaro desviou R$ 25 milhões em joias e presentes, diz PF

BRASIL

A Polícia Federal afirmou, em relatório que fundamentou o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso da negociação de joias, que houve desvio de itens cujo valor de mercado chega a R$ 25 milhões.

De acordo com a PF, os elementos de provas da investigação apontam que houve “uma associação criminosa voltada para a prática de desvio de presentes de alto valor recebidos em razão do cargo pelo ex-presidente da República Jair Bolsonaro e/ou por comitivas do governo brasileiro, que estavam atuando em seu nome, em viagens internacionais”.

Esses presentes eram entregues por autoridades estrangeiras e, depois, vendidos no exterior. Segundo a polícia, os valores dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal do ex-presidente, sem utilização do sistema bancário formal, “com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”.

Na última semana, Bolsonaro e mais 11 pessoas foram indiciadas na investigação sobre a venda de joias recebidas de presente pelo governo brasileiro

De acordo com a polícia, as investigações trouxeram indícios de que “os proventos obtidos por meio da venda ilícita das joias desviadas do acervo público brasileiro” retornaram para o patrimônio de Bolsonaro e de sua família, por meio de lavagem de dinheiro, enquanto ele estava nos Estados Unidos, depois de ser derrotado nas eleições presidenciais para Lula (PT).

“A utilização de dinheiro em espécie para pagamento de despesas cotidianas é uma das formas mais usuais para reintegrar o ‘dinheiro sujo’ à economia formal, com aparência lícita”, disse a PF.

A PF protocolou na sexta-feira (5) no STF os documentos do indiciamento do ex-presidente e de mais 11 pessoas na investigação sobre a venda de joias recebidas de presente pelo governo brasileiro.

O ex-presidente é suspeito dos crimes de associação criminosa (com previsão de pena de reclusão de 1 a 3 anos), lavagem de dinheiro (3 a 10 anos) e peculato/apropriação de bem público (2 a 12 anos).

A PGR analisa agora se denuncia o ex-presidente. Se isso ocorrer, caberá depois à Justiça decidir se ele vira réu. Bolsonaro foi indiciado sob suspeita dos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e peculato/apropriação de bem público.

José Marques/Folhapress

Professor doa R$ 25 milhões à USP: ‘Sou um ex-milionário sem nunca ter sido’

Publicado em 8 de julho de 2024 por Tribuna da Internet

'Saber viver com simplicidade e modéstia é a maior herança que recebi da minha mãe, do meu pai e do meu irmão, todos falecidos', diz o professor

Stelio Marras, um nome a ser lembrado por esta nação 

Isabela Moya
Estadão

“Sou um ex-milionário sem nunca ter sido”, afirma o professor de Antropologia da Universidade de São Paulo (USP) Stelio Marras. Aos 54 anos, e após percorrer toda a sua trajetória acadêmica e profissional na instituição, ele deixa para a USP um prédio que recebeu de herança, avaliado em R$ 25 milhões, a maior doação que o Fundo Patrimonial da universidade já recebeu.

Os valores doados ao Fundo Patrimonial, criado em 2021, são investidos e os rendimentos são destinados a iniciativas para o fortalecimento da sustentabilidade financeira da USP e da qualidade do ensino e da pesquisa.

ALUNOS POBRES – No caso específico do valor doado por Marras, ele fez questão que os rendimentos sejam usados integralmente para o USP Diversa, que concede bolsas de permanência para garantir que alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica não abandonem as salas da universidade e consigam concluir seus cursos.

O imóvel, que fica em Poços de Caldas, no sul mineiro, onde viveu sua família, funcionava como cinema. “Saí de Minas para fazer faculdade. O prédio que estou doando era do meu pai, imigrante italiano que foi ganhando dinheiro aos poucos”, conta.

“Não me deixei ficar rico ou viver como um. Saber viver com simplicidade e modéstia é a maior herança que recebi da minha mãe, do meu pai e do meu irmão, todos falecidos. O que gosto mesmo é de viver cercado de meus bons amigos, alunos e bons afetos”, diz o professor.

TANTA DESIGUALDADE – “Em um País com tanta desigualdade, viver como milionário é viver contra a sociedade e o ambiente”, continua.

Ele conta ter tido altos custos com as burocracias relativas à herança. “Me endividei com meus irmãos para que esse prédio viesse a ficar apenas no meu nome, o que gerou altos custos. Aos poucos vou conseguir quitar essa dívida nos próximos anos”, afirma Marras.

Mas o importante é que, se eu morrer amanhã, esse prédio não vai ficar entre os descendentes da minha família, que são queridos, mas já têm o bastante. Legar ainda mais recursos para eles não seria o melhor que eu poderia transmitir a eles”, prossegue o pesquisador.

BOA HERANÇA – Marras não tem filhos, mas diz que, mesmo se tivesse, não deixaria para eles essa quantia toda. “A boa herança é a da solidariedade.”

O antropólogo fez toda a sua formação na USP. Graduou-se em Ciências Sociais e se formou mestre e doutor pela universidade. Em seguida, tornou-se professor do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da faculdade. Lá, inaugurou a área de Antropologia da Ciência e da Tecnologia, onde leciona desde 2010.

Ele diz que relutou em tornar pública a sua doação, mas mudou de ideia ao pensar que o ato poderia inspirar outras pessoas da elite a fazerem o mesmo. “Foi para atrair mais doadores, divulgar gestos de solidariedade social.”

HOMENAGEM – Em novembro do ano passado, a USP lançou o programa Patronos do Fundo Patrimonial, voltado para a captação de recursos de doadores de alta renda que queiram contribuir com a universidade. “Isso não deveria ser tão surpreendente assim”, afirma.

arras recebeu uma homenagem em uma pequena reunião com dirigentes da universidade e patronos do Fundo Patrimonial da USP feita na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM), a qual também foi criada a partir de uma doação (da coleção de livros do bibliófilo José Mindlin e de sua esposa Guita).

“A BBM é um exemplo claro de como essa parceria faz sentido. A universidade tem capacidade enorme não só para preservar esse acervo, mas, acima de tudo, para potencializar os estudos e disponibilizar o seu conteúdo para a sociedade, contribuindo para o avanço do conhecimento sobre o Brasil”, afirmou o diretor da biblioteca, Alexandre Macchione Saes, durante a homenagem.

EXEMPLO – O antropólogo conta que, desde que a doação se tornou pública, tem recebido diversas mensagens. Uma delas o emocionou: uma enfermeira que se formou na USP graças a uma bolsa que recebeu, fruto da doação de outro professor da universidade.

“Fiquei emocionada, pois um gesto como esse, do Prof. Eduardo Panades, permitiu a transformação da história da minha vida. Eu, filha de um cortador de cana e de uma empregada doméstica, iria desistir do curso se não fosse a Bolsa Eduardo Panades. Conclui o Curso de Enfermagem na USP Ribeirão em 2003, fiz mestrado e doutorado. Trabalhei em sua terra natal (Poços de Caldas) por 12 anos e hoje sou professora na Universidade Federal de Alfenas”, diz Cristiane Monteiro, em e-mail enviado ao antropólogo.

O Fundo Patrimonial da USP tem hoje R$ 59 milhões, fruto de nove doações. Além da doação de imóveis, como a de Marras, é possível doar dinheiro ou, via testamento, carros, joias, obras de arte e itens de valor cultural e histórico, como livros, manuscritos, instrumentos musicais, entre outros.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – É uma grande emoção publicar a reportagem, mostrando que ainda existe esse tipo de gente no Brasil, que coloca o interesse coletivo à frente do interesse pessoal ou da família. É um exemplo a esta nação eternamente espoliada por seus governantes e por suas elites funcionais civis e militares, que corroem os recursos públicos desavergonhadamente, como se lhes pertencessem(C.N.)  


Tarcísio faz discurso linha-dura e enaltece Jair Bolsonaro no evento da direita

Publicado em 8 de julho de 2024 por Tribuna da Internet

Milei em SC

Tarcísio com Milei e o governador catarinense Jorginho Mello

Fábio Zanini
Folha

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse neste sábado (6) que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi “bombardeado por narrativas” e teve que se contrapor a elas durante toda a sua gestão no governo federal (2019-2022). “Quanta inspiração, quanto sacrifício”, disse Tarcísio, que depois falou em Deus, em orações e no Espírito-Santo para o avanço do Brasil.

“Esse ano a gente começa a construir 2026”, disse, ao destacar Bolsonaro como o líder nacional da direita e chamá-lo de “professor”.

SEM MST – Tarcísio falou no dia de abertura da Cpac, conferência conservadora que acontece em Balneário Camboriú (SC). Segundo ele, “em São Paulo não terá invasão de terra, porque nós não vamos deixar” e que “o crime organizado em São Paulo não terá mais vez”.

O governador de São Paulo é apontado como o principal nome da direita para a disputa presidencial de 2026, já que Bolsonaro foi declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até 2030 por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral.

Aliado e ex-ministro de Bolsonaro, Tarcísio é frequentemente cobrado por aliados próximos de Bolsonaro a se posicionar publicamente em defesa do ex-presidente.

LINHA INDEPENDENTE – Eles avaliam que o governador, apesar de ter sido eleito com o apoio de Bolsonaro, não é de fato comprometido com as pautas bolsonaristas. Tarcísio já afirmou que não é um bolsonarista raiz e que não quer se envolver em guerras ideológicas e culturais.

Como relatou a Folha, a quinta edição da Cpac Brasil deve consolidar a aliança do bolsonarismo com movimentos mundiais da direita radical.

O evento no sábado (6) e domingo (7), inspirado em uma conferência que ocorre anualmente nos EUA desde os anos 1970, deu palco a Bolsonaro e ao atual chefe de Estado argentino, Javier Milei. O argentino irritou o governo brasileiro ao vir ao país em caráter não oficial, ignorando os protocolos diplomáticos. No domingo, terá uma agenda carregada, com encontros com empresários e o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), antes de falar no evento.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Embora não possa disputar eleição, Bolsonaro se transformou num excelente cabo eleitoral. Seu futuro depende da anistia a ser votada pelo Congresso. Tarcísio conta com Bolsonaro nas duas situações – como candidato à reeleição em São Paulo ou como pretendente à Presidência, caso Bolsonaro não consiga a anistia. Será um candidato forte, num caso ou no outro. (C.N.)


Aos “amigos”, tudo, e Lula manda arquivar as mudanças na previdência militar

Publicado em 8 de julho de 2024 por Tribuna da Internet

Custódio cartunista on X: "Inteligência militar... #HemisferioNorte #charge  #charges #ministeriodasaude #Militares #nordeste #covid19brasil #COVIDー19  #inverno #coronavirus #governo #brasil #política #charges #poder  https://t.co/aTFeshDbrI" / XEliane Cantanhêde
Estadão

Depois de longa e cuidadosa negociação, o Planalto e as Forças Armadas, com mediação da Defesa, chegaram a um acordo que pode não ser o melhor, mas é conveniente para o momento: reabertura  da Comissão de Mortos e Desaparecidos e não se fala mais em mudar a previdência dos militares – pelo menos, por ora.

Remexer o passado, com os implicados em torturas já mortos ou na reserva, é uma coisa; mexer no presente, com todos os interessados vivos, é muito mais complicado.

COMISSÃO DE FHC – O parecer da Defesa, favorável à retomada da comissão, é de março de 2023, mas o comandante do Exército, general Tomás Paiva, disse à coluna, antes de embarcar para a China, na sexta-feira, que é preciso distinguir a Comissão de Mortos e Desaparecidos, criada no primeiro ano de governo de Fernando Henrique, da Comissão da Verdade, que vigorou nos anos de Dilma Rousseff. A que está de volta é a de FHC, com atualizações.

A diferença é que a Comissão da Verdade “deixou muito ressentimento nas Forças Armadas, que a consideraram parcial, revisionismo, revanche, só investigando e pronta para punir um lado”, disse o general.

Já a que está de volta tem um “foco até humanitário”, que é buscar os restos mortais dos 144 ainda hoje desaparecidos e, onde é cabível, ressarcir as famílias. “Pais, mães, filhos, filhas, irmãos têm o direito de saber o que de fato ocorreu com seus entes queridos e onde estão seus restos mortais”, acrescentou, lembrando que o Exército já colaborou com buscas, inclusive no Araguaia, mas temendo frustração: “Passou muito tempo, é muito difícil achar”.

COMISSÃO DA VERDADE – Ele não disse, mas parece claro que a negociação se arrastou quase um ano e meio porque setores do governo, liderados pelo chefe da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, queriam a Comissão da Verdade, e as Forças Armadas, à frente o ministro da Defesa, José Múcio, a dos Mortos e Desaparecidos. Convencido de que “é preciso cuidar bem dos amigos, de quem está ajudando depois de tantos problemas”, o presidente Lula desempatou pró FA.

E a previdência dos militares, alvo da primeira lista de cinco itens que circulou na área econômica para o corte de gastos? Múcio é curto e direto: “Isto está fora da pauta”.

Ele e os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica souberam da ideia pela imprensa – e não gostaram. Múcio pegou o carro oficial, percorreu os três minutos entre o ministério e o Planalto e fez uma longa argumentação para Lula, que, depois, disse publicamente que não iria tocar essa história adiante.

DIZ O COMANDANTE – Segundo o general Tomás, “o que as Forças Armadas têm não é previdência, é sistema de proteção social” e o “patrão”, que é o governo, banca duas partes da contribuição dos civis, mas nenhuma dos militares.

Refletindo a resistência da caserna a mudanças, disse que “o sistema (dos militares) é justo e mexer nele pode inviabilizar a carreira militar”, porque, no início da carreira, os soldos são muito baixos, há muitas mudanças de estado, casa, escola e é difícil fazer poupança e, no fim, só 4% dos oficiais chegam a general, todo o resto vai para reserva, no máximo, como coronel.

Se o argumento é válido ou não, é uma questão para a área técnica discutir e a área política decidir. O fato é que o torniquete da Polícia Federal e da Justiça está se fechando em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro, generais, almirantes e coronéis, enquanto a extrema direita cresce no mundo e o ambiente econômico é instável. Logo, não é hora de abrir mais frentes de atrito. Além, claro, de uma comparação ardida: o Congresso abocanha bilhões de reais em emendas, o Judiciário esbanja em super salários e viagens extravagantes e o corte vai ser na previdência dos militares? Até que poderia, ou deveria, mas não parece prudente.


Milei ignora protocolos, encontra Bolsonaro e deixa Lula de lado

Publicado em 8 de julho de 2024 por Tribuna da Internet

Milei foi recebido efusivamente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro

Pedro do Coutto

É realmente estranho e inusitado o posicionamento político do presidente argentino Javier Milei encontrando-se ontem neste fim de semana com Jair Bolsonaro em evento realizado em Santa Catarina. Segundo o porta-voz da Presidência da Argentina, Manuel Adorni, entretanto, não havia previsão de qualquer encontro entre Milei e o presidente Lula da Silva. O “ultraliberal” viajou para participar de um evento da extrema-direita em Balneário Camboriú.

Esta foi a primeira visita do presidente argentino ao Brasil. Além de Milei, o fórum que reuniu figuras da direita política contou com parlamentares que integram o “núcleo duro” do bolsonarismo no Congresso. Milei foi recebido no hotel com um abraço efusivo por Bolsonaro. Também estava presente o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas.

PROTOCOLOS – O argentino irritou o governo brasileiro ao vir ao país em caráter não oficial, ignorando os protocolos diplomáticos. Ontem, teve uma agenda carregada, com encontros com empresários e o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), antes de falar no evento.

Outras figuras de proa da direita latino-americana e europeia estiveram presentes. Do Chile, veio José Antônio Kast, que perdeu no segundo turno a eleição presidencial para o esquerdista Gabriel Boric em 2021 e desponta como favorito no pleito do ano que vem.

Ministro da Justiça de El Salvador, Gustavo Funes foi recebido efusivamente pela plateia, já que a política de linha-dura contra o crime no país centro-americano, com encarceramento em massa de suspeitos, tornou-se uma referência para a direita brasileira.

PARTIDOS EUROPEUS – Também estiveram presentes representantes de partidos europeus como o português Chega! e o Grupo de Conservadores e Reformistas do Parlamento do bloco. Ambiciosa, a organização do evento chegou a convidar o ex-presidente americano Donald Trump, sem sucesso.

Não se pode entender o motivo dessa atitude de provocação de Milei de forma permanente ao presidente Lula e ao governo brasileiro. Afinal, as eleições já passaram e o que se pode esperar de um comportamento hostil do presidente da Argentina?

A união com Bolsonaro é algo desconcertante e não tem respaldo algum na lógica. É estranho que um chefe de Estado assuma posições radicais em relação ao governo brasileiro. Ninguém participa de claras provocações sem esperar uma resposta alimente ainda mais debates de polarização. O Brasil tem que dar uma resposta à altura quando tiver oportunidade.


Os 8 grupos com salários acima do teto e privilegiados no serviço público brasileiro

Publicado em 8 de julho de 2024 por Tribuna da Internet

A influência do dinheiro nas eleições brasileiras, por Bruno Carazza

Bruno Carazza indica quais são as elites privilegiadas no país

Thais Carrança
BBC News Brasil

No ano passado, 93% dos juízes brasileiros ganharam mais por mês do que os salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) – de R$ 39,3 mil até março de 2023 e depois reajustado para R$ 41,7 mil, valor que pela Constituição deveria ser o teto do funcionalismo, que este ano passou a R$ 44.008,52,.

Até 2026, os fiscais da Receita Federal devem ganhar mais de R$ 11 mil por mês para além de seus salários na forma de um “bônus de eficiência”, cujo pagamento independe do desempenho individual de cada auditor fiscal.

ACIMA DO TETO – Com isso, a categoria poderá receber a partir daquele ano vencimentos de mais de R$ 40 mil, somando salário e bônus.

Os titulares de cartórios são a categoria profissional com renda mais alta do país – uma média de R$ 142 mil por mês, segundo dados do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) de 2022.

Mas, no Distrito Federal, um titular de cartório – cargo provido por concurso público – chega a ganhar em média meio milhão de reais mensais.

PAGOS PELO POVO – Como essas e outras categorias da elite do serviço público conquistaram essas remunerações exorbitantes que, em última instância, são financiadas pelo bolso de todos nós – seja através do pagamento de impostos ou do pagamento pela prestação de serviços, no caso dos cartórios?

É o que responde o mestre em economia e doutor em direito Bruno Carazza, em seu novo livro O país dos privilégios – Volume 1: Os novos e velhos donos do poder, lançado pela Companhia das Letras na terça-feira (25/6).

“Temos esse modo de funcionamento do Estado brasileiro, que permite que alguns grupos muito bem organizados, com poder de pressão, muito bem articulados com as esferas de poder – no Executivo, no Legislativo e no Judiciário –, consigam extrair do Estado uma série de benefícios”, diz Carazza, em entrevista à BBC News Brasil.

“É por isso que eu concebi essa obra com três volumes, porque não é algo restrito às carreiras públicas do funcionalismo. É algo também muito bem explorado pelo setor empresarial e pelas classes mais altas – os ricos e os super ricos”, diz o professor da Fundação Dom Cabral, já antecipando os temas de seus próximos volumes, previstos para serem lançados respectivamente em 2025 e 2026.

“A meu ver, isso explica muito do nosso atraso, da nossa desigualdade de renda, porque todos esses privilégios são acessíveis a um grupo restrito da sociedade e que acaba concentrando boa parte da renda. E são benefícios que se perpetuam no tempo”, acrescenta Carazza.

Funcionalismo brasileiro é desigual. Mediana de rendimentos mensais no setor público brasileiro, por poder da República e nível federativo, em 2019, em R$ mil. .

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