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sábado, julho 06, 2024

Gasto com helicóptero, avião e aluguel de blindado: Câmara rejeita R$ 1,6 mi em notas de deputados

 Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados

Plenário da Câmara dos Deputados06 de julho de 2024 | 10:01

Gasto com helicóptero, avião e aluguel de blindado: Câmara rejeita R$ 1,6 mi em notas de deputados

BRASIL

A Câmara dos Deputados barrou cerca de R$ 1,6 milhão em gastos feitos por parlamentares entre 2023 e 2024. Os deputados queriam que a Casa legislativa reembolsasse despesas como estacionamento de helicóptero particular, abastecimento de jatinho próprio e até multa por atraso em pagamento de contas.

Na Câmara, cada deputado tem direito a uma verba que varia entre R$ 36 mil e R$ 51 mil para despesas no exercício do cargo, dependendo do quão distante seu Estado está de Brasília. O parlamentar faz o gasto e entrega a nota fiscal para a Casa legislativa, que tem uma equipe técnica para analisar os registros e definir se vai efetuar o reembolso ou bloquear o valor. Desde fevereiro deste ano, além da verba parlamentar, deputados federais recebem R$ 44.008,52 mensais de salário.

O deputado João Carlos Bacelar (PL) foi um dos que tiveram nota rejeitada pela Câmara e reclama. “R$ 9 mil por mês para o cidadão comum é muito dinheiro. Mas para um parlamentar atuante, isso não é nada”, diz. Ele se refere ao limite de R$ 9,3 mil que cada um dos 513 deputados pode usar por mês para cobrir gastos com combustível. Bacelar também usa o benefício para abastecer seu próprio avião bimotor e afirma que gasta cerca de R$ 50 mil mensais para manter a aeronave que, segundo ele, é usada em atividade parlamentar.

Na análise das notas, a Câmara pode se recusar a reembolsar os valores quando eles ultrapassam o limite dos gastos, quando apresentam despesas que não estão cobertas pela verba parlamentar ou quando não há comprovação do valor cujo reembolso foi solicitado. Por conta de valores acima do limite, a Casa já barrou reembolsos para gastos com telefonia, manutenção de escritório, divulgação de atividade parlamentar e passagens aéreas.

A Câmara, porém, não divulga a justificativa para impedir o ressarcimento de cada uma das notas. Procurada, a Casa se recusou a fornecer detalhes desse processamento e não quis esclarecer se os deputados e seus assessores são orientados previamente sobre como não abusar do pedido de reembolso com base na cota parlamentar. A assessoria sugeriu que fosse encaminhado um pedido formal com base na Lei de Acesso à Informação, o que permitiria à instituição só responder em 30 dias.

Organizações que trabalham com transparência e anticorrupção criticam a decisão da Câmara e dizem que postura prejudica a transparência. “É um problema muito simples de resolver que não deveria nem existir”, avalia Marina Atoji, do Transparência Brasil.

“A Lei de Acesso à Informação não foi criada para servir como escudo para obstruir o fornecimento de informações. A Câmara deveria informar”, afirma Roberto Livianu, presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, mencionando a importância de o cidadão ter acesso a essas informações. “Existem brechas no controle. Há situações detectadas e outras que podem não ser detectadas.”

Há casos de pedidos de reembolso irregular que acabam passando despercebidos pelo sistema de análise das notas fiscais. O deputado Pedro Aihara (PRD-MG), por exemplo, teve gastos com bebidas alcoólicas pagos pela Câmara, mas o reembolso desse tipo de despesa é vedado pelas regras da Casa.

Aihara alegou erro técnico, a Câmara reconheceu a falha e notificou o deputado, que devolveu o valor que tinha sido ressarcido.

Deputados ultrapassam limite de gastos da cota e usam recurso para aluguel de carro de R$ 17 mil e estacionamento de helicóptero particular

O deputado Lula da Fonte (PP-PE) foi o parlamentar que teve o maior valor de reembolso bloqueado pela Casa no período analisado. Foram R$ 61,4 mil barrados entre 2023 e 2024. Parlamentar de primeiro mandato, ele alugou um Mitsubishi Pajero no valor de cerca de aproximadamente R$ 17 mil e pediu o ressarcimento do valor algumas vezes. No entanto, deputados têm um limite de R$12.713 para gastos com aluguel de automóveis.

Procurado, ele diz que o veículo é blindado e que não tem nada de errado no reembolso. “Pago mais de R$ 4 mil por mês do meu próprio bolso”, afirma.

Em janeiro de 2023, em campanha para se reeleger no comando da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL) reajustou o repasse da cota parlamentar e aumentou o limite para gasto com combustíveis para R$ 9.392. Mesmo assim, a Câmara barrou R$ 40,9 mil nessa modalidade de gasto apenas em 2024. Esses impedimentos ocorreram, em sua maioria, em razão de parlamentares que gastaram acima do limite.

É o caso de João Carlos Bacelar, que teve o maior valor retido ne período. A Câmara barrou R$ 4.671,15 dele, que usa a cota parlamentar para abastecer o próprio avião bimotor. “De um ponto a outro da Bahia você tem quase mil quilômetros em linha reta. Percorro o Estado da Bahia de avião”, diz ele, justificando o uso do avião para o trabalho parlamentar.

O deputado diz que o valor de R$ 1,6 milhão barrado pela Câmara, considerando os 513 parlamentares “não é nada”. “Eu gasto 50 mil por mês, do meu bolso, para atividade parlamentar”, afirma Bacelar, que está no quinto mandato.

Quando ainda era deputado federal, Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), à época do União Brasil, gastou R$ 200 mil reais da cota parlamentar da Câmara ao longo de cinco anos para comprar combustível num posto de gasolina de um sócio dele mesmo.

Na lista de despesas não pagas pela Câmara está ainda o valor de R$ 1.250 da deputada Magda Mofatto (PRD-GO). Ela usa a cota parlamentar para custear um serviço mensal de estacionamento de seu helicóptero particular e um atendimento aeroportuário pernoite de dois dias também para a aeronave.

A deputada estourou o limite mensal imposto de R$ 2.700 pela Câmara para o pagamento de táxi, estacionamento ou pedágio em março e abril em razão de seu helicóptero particular.

O gabinete da deputada informou que o impedimento foi feito em relação ao valor limite, mas a parlamentar não respondeu se avalia ser excessivo pedir para a Câmara reembolsar gastos com estacionamento de helicóptero.

Reembolso até de multa por atraso em pagamento de boleto

Entre as notas barradas pela Câmara, há R$ 184 mil apenas no pagamento de contas telefônicas. Segundo servidores da Casa, há casos em que a conta deixa de ser paga na data do vencimento e quando a nota é apresentada com pedido de reembolso, o parlamentar inclui o valor da multa por atraso, o que a Câmara não aceita. A reportagem encontrou o caso de uma nota que teve R$ 9 “glosados” (não pagos) porque esse valor se referia à multa por atraso.

Em meio deste ano, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) pediu reembolso de R$ 12 mil da Câmara sobre gasto relativo ao uso da manutenção de seu perfil nas redes sociais. A Câmara barrou R$ 9,6 mil.

Procurado, o gabinete do deputado informou o motivo. Segundo a equipe, a devolução ocorreu em razão de o deputado ter permanecido apenas cinco dias de maio como parlamentar, já que ele pediu licença para se dedicar à campanha à prefeitura de Niterói (RJ). Assim, a Câmara o ressarciu em um valor proporcional ao tempo em que ele permaneceu no exercício da função.

Em fevereiro, o deputado Átila Lins (PSD-AM) pediu reembolso de uma passagem aérea no valor de R$ 21,8 mil. A Câmara barrou o pagamento desse valor e o deputado pediu sigilo da nota fiscal. Procurado, ele não se manifestou.

PoliticaLivre

Keir Starmer, novo primeiro-ministro do Reino Unido, é trabalhista de verdade

Publicado em 5 de julho de 2024 por Tribuna da Internet

O líder do Partido Trabalhista britânico Keir Starmer, discursa em Londres após a vitória histórica

De família classe média baixa, Stamer despontou para o sucesso

William Booth e Karla Adam
The Washington Post

Ele era um advogado de esquerda que defendeu anarquistas veganos antes de processar terroristas em nome da coroa britânica. Ele foi editor de uma revista trotskista na juventude, ainda assim agradou aos capitalistas ao colocar a “criação de riqueza” no coração da plataforma do Partido Trabalhista este ano. Ele era um antimonarquista que foi agraciado pelo então Príncipe Charles como “Sir Keir” e agora se encontrará com o rei uma vez por semana.

Tudo isso compõe uma história complexa, confusa e real. Também torna difícil antecipar que tipo de primeiro-ministro Keir Starmer será. Um de seus biógrafos confessou que Starmer é “difícil de definir” — e ele teve acesso total ao seu biografado.

AMBIGUIDADE – Starmer, 61 anos, usou essa ambiguidade a seu favor. As pessoas foram capazes de projetar nele aquilo em que queriam acreditar. Durante muito tempo, ele até se beneficiou do rumor de que era a inspiração para o personagem advogado de direitos humanos sofisticado Mark Darcy (interpretado pelo ator Colin Firth) nos livros e filmes de “Bridget Jones”. (Ele não era.)

Ser muitas coisas para muitas pessoas pode ter ajudado Starmer a obter uma grande vitória na quinta-feira. Seu Partido Trabalhista, social-democrata e de centro-esquerda, está voltando ao poder depois de 14 anos no deserto político, ao mesmo tempo em que os eleitores baniram os conservadores para a oposição.

Mas qual é, de fato, o mandato de Starmer, além de seu evidente slogan de campanha “Change” (Mudança)? Em uma pesquisa da Ipsos no mês passado, metade dos entrevistados disse que não sabia o que ele representava.

SEM COMENTÁRIOS – Starmer não deu entrevistas à imprensa estrangeira durante essa eleição. Isso é típico de líderes partidários britânicos. Mas colegas próximos também o consideram um “homem muito reservado”. Ele tem uma esposa, Victoria, e dois filhos adolescentes, cujos nomes ele nunca tornou públicos, e um gato, cujo nome ele estava disposto a revelar como Jojo. Ele expressou preocupação com o impacto que a mudança para Downing Street terá sobre sua família.

Ele não é um político de destaque. Como orador, não é nenhum Winston Churchill. Mas seus amigos dizem que ele pode ser implacável, talvez o que um Reino Unido claudicante precise.

“Ele é muito, muito determinado”, disse Tom Baldwin, jornalista e ex-médico do Partido Trabalhista, que recentemente publicou uma biografia bem recebida de Starmer. “Ele tem uma visão exagerada de sua capacidade de promover mudanças. Ele não vai inspirar as pessoas com grandes discursos. O que ele pode fazer é consertar as coisas”.

CLASSE TRABALHADORA – Starmer será o líder da classe mais trabalhadora do Reino Unido em uma geração – chegando depois de um primeiro-ministro que, segundo alguns cálculos, era mais rico do que a realeza.

Na trilha da campanha, Starmer se apresentou dizendo: “Minha mãe era enfermeira, meu pai era ferramenteiro”. Ele falou sobre o fato de ter crescido com contas atrasadas e o telefone cortado. Macarrão “era uma comida estrangeira” em sua casa, escreveu seu biógrafo Baldwin. A família não viajava para o exterior.

Starmer tirou boas notas em suas provas e conseguiu entrar em uma escola de ensino médio de elite. Ele foi o primeiro de sua família a frequentar uma universidade – Leeds, e depois um ano em Oxford.

CASA MODESTA – Ele disse que quer ajudar famílias jovens a obter a primeira hipoteca, sabendo que a modesta casa geminada de seus pais “era tudo para minha família – ela nos deu estabilidade, e acredito que toda família merece o mesmo”.

Ele cita o trabalho de sua mãe como enfermeira e os cuidados que ela recebeu por causa de uma síndrome inflamatória debilitante, para demonstrar sua reverência pelo Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido. Sua esposa também trabalha para o NHS, o que, segundo Starmer, lhe deu uma “visão” das dificuldades do sistema subfinanciado e cheio de atrasos.

Starmer diz que seu pai se sentia “muito desrespeitado” por trabalhar em uma fábrica e que era emocionalmente distante. Como pai, Starmer diz que tenta “reservar um tempo realmente dedicado para as crianças”. Ele tenta parar de trabalhar às sextas-feiras às 18 horas. Embora seja ateu, disse que costumam jantar no Shabat, em respeito à herança judaica de sua esposa.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– É a velha alternância do poder em funcionamento, uma das principais característica da democracia, um regime que todos deviam venerar, mas há quem o odeie(C.N.)


No jantar de Javier Milei e Bolsonaro, o prato do dia é Lula no meio do alvo

Publicado em 5 de julho de 2024 por Tribuna da Internet

Bolsonaro e Milei terão encontro no Brasil durante evento conservador | CNN Brasil

Jair Bolsonaro e Milei vão se reunir neste final de semana

Fernanda Alves
O Globo

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), está organizando um jantar neste fim de semana para o presidente argentino Javier Milei e ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. A expectativa é que os dois estejam em Balneário Camboriú no sábado e domingo para a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês).

De acordo com a assessoria de Jorginho, aliado do ex-presidente, a intenção é promover o encontro reservado, que depende da agenda do chefe de Estado argentino, apertada, segundo o governo catarinense.

BOLSONARISMO – O evento, em sua quinta edição no país, é encabeçado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e reunirá ainda representantes do bolsonarismo de outros estados, como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), o senador Magno Malta (PL-ES) e o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PL).

Como o GLOBO mostrou nesta semana, a ideia é transformar o encontro em um palanque para líderes sul-americanos que têm verbalizado oposição ao presidente Lula. Além de Milei, o líder do Partido Republicano do Chile, José Antonio Kast, crítico declarado do petista, também manifestou intensão de participar da conferência.

O presidente argentino cancelou sua viagem para a cúpula do Mercosul no Paraguai, onde estarão Lula e os outros chefes de Estado sul-americanos. Milei alegou problemas de agenda para não comparecer à reunião. Ele enviará como representante a chanceler Diana Mondino, que tem mantido diálogo com o governo brasileiro sobre temas de interesse dos dois países, como a importação de gás natural da reserva de Vaca Muerta.

DINOSSAURO IDIOTA – Milei, que deve se reunir com Bolsonaro durante a conferência em Santa Catarina, chamou o petista de “dinossauro idiota” na terça-feira, horas após sua visita ao Brasil ser confirmada.

Segundo a colunista Malu Gaspar, um dos objetivos é discutir como aproveitar uma eventual vitória de Trump nos EUA para insuflar a direita no continente. Na América do Sul, além de Milei, apenas o equatoriano Daniel Noboa e o uruguaio Luis Lacalle Pou são vistos como exceções a uma onda recente de governantes de esquerda.

Lula, que tinha previsão de ir a Santa Catarina no mesmo fim de semana em que ocorrerá o CPAC, adiou na terça-feira a viagem. O presidente foi orientado por assessores a não reagir às provocações do argentino.


Adeus, paz! Israel invade e usurpa mais 24 quilômetros quadrados na Cisjordânia

Publicado em 6 de julho de 2024 por Tribuna da Internet

This picture taken on June 28, 2024 shows the the Israeli settlement of Maale Adumim in the occupied West Bank on the outskirts of Jerusalem. (Photo by AHMAD GHARABLI / AFP)

Este é o assentamento israelense Maale Adumim, na Cisjordânia ocupada

Deu na Veja

O grupo israelense Peace Now, um órgão de vigilância contra assentamentos judeus em territórios palestinos, afirmou em relatório divulgado nesta quarta-feira, 3, que Israel aprovou a maior usurpação de terras na Cisjordânia em mais de três décadas. A região povoada por palestinos é parcialmente controlada por israelenses, tanto militares quanto colonos civis encarregados de administrar assentamentos.

De acordo com o relatório, autoridades aprovaram a apropriação de 12,7 quilômetros quadrados de terras no Vale do Jordão. Os dados do Peace Now indicam que esta foi a maior cota individual aprovada desde os acordos de Oslo de 1993, no início do processo de paz entre palestinos e israelenses.

“ANEXAÇÃO” – A usurpação, que israelenses qualificam como “anexação” de terras, foi aprovada no final do mês passado. Ela ocorre após 8 quilômetros quadrados de terras na Cisjordânia serem invadidos em março e de 2,6 quilômetros quadrados em fevereiro. As terras são contíguas e localizadas a nordeste da cidade de Ramallah, onde está sediada a Autoridade Palestina, representação apoiada pelo Ocidente.

Ao declará-las como terras estatais, o governo israelense passa a permitir seu arrendamento a cidadãos de Israel e proíbe a propriedade privada por parte de palestinos. 

Segundo o Peace Now, isso faz de 2024, de longe, o ano de pico para a implementação do controle israelense na Cisjordânia.

CISJORDÂNIA OCUPADA – Ao todo, Israel já construiu mais de 100 colonatos em toda a Cisjordânia, alguns dos quais se assemelham a subúrbios totalmente desenvolvidos ou a pequenas cidades. Eles abrigam mais de 500 mil colonos judeus que têm cidadania israelense.

Os 3 milhões de palestinos na Cisjordânia vivem sob um regime militar israelense que tem poucos limites, apesar do governo da Autoridade Palestina (AP).

A AP administra partes do território palestino ocupado por Israel, mas está impedida de operar em cerca de 60% do território, onde estão localizados os colonatos.

AUMENTO DAS TENSÕES – A medida tem potencial de agravar as já crescentes tensões entre os povos, ligadas à guerra entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas em andamento em Gaza. A violência aumentou na Cisjordânia desde o início do conflito, com ataques militares israelenses quase diários, que muitas vezes desencadeiam tiroteios mortais com militantes palestinos.

Os palestinos consideram inaceitável a expansão dos colonatos na Cisjordânia ocupada, afirmando que esta é a principal barreira a qualquer acordo de paz duradouro no Oriente Médio. Além disso, a maior parte da comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, maiores aliados de Israel, considera os assentamentos judeus ilegais ou ilegítimos.

O atual governo israelense considera a Cisjordânia como o coração histórico e religioso do povo judeu, e por isso opõe-se à criação de um Estado palestino na área. Na guerra de 1967, Israel capturou a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. Esses três territórios são reivindicados pelos palestinos para um futuro Estado independente.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Para desespero dos israelenses pacifistas, que existem e são muitos, os extremistas liderados por Netanyahu seguem o plano sinistro de anexar a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e qualquer outro território onde vivem palestinos. E assim Israel vai perdendo aliados, progressivamente. O resultado final, já se pode antever, será a guerra eterna entre os israelitas e os islamitas, fato que representa uma ameaça concreta à paz no Oriente Médio e no resto do mundo. (C.N.)

Após indiciamento pela Polícia Federal, situação de Bolsonaro se agrava


O golpe da Portaria 59

 

O golpe da Portaria 59


Jair Bolsonaro teve sucesso em enganar seus apoiadores no caso das joias. Ele só esqueceu de combinar com um antigo aliado — e com a Polícia Federal.

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi indiciado, na tarde de quinta-feira, 4, pela Polícia Federal no caso das joias recebidas da Arábia Saudita, um escândalo que veio à tona há mais de um ano, em março de 2023. Desde o início, o ex-capitão e seus aliados têm usado a Portaria 59 de 2018, publicada pela Secretaria-Geral da Presidência, já na transição Michel Temer-Bolsonaro, como principal argumento de defesa.


Em tese, o texto definiria joia como um item de caráter “personalíssimo” e que, portanto, poderia ser subtraído do patrimônio público. Com a divulgação do indiciamento pela PF nesta semana, não foi diferente. Em uma busca simples nas redes sociais, é possível ver aos montes o argumento de que joias são bens “personalíssimos” ou menções com ares de sabedoria à tal portaria. “Aproveite para ler a Portaria 59 de 2018”, disse um bolsonarista na publicação mais recente do termo no X.


Mas a alegação não se sustenta juridicamente, como revelamos em uma reportagem do Intercept Brasil em agosto de 2023. Na matéria, o autor da portaria, o ex-ministro Ronaldo Fonseca, um antigo aliado do ex-capitão, desmentiu essa interpretação. “Bolsonaro jamais poderia ter ficado com as joias”, ele me disse. “Quando colocamos semijoias, joias e bijuterias, não se pensava em coisas de alto valor”.


Não adiantou. Mesmo após Fonseca vir a público desmentindo a defesa de Bolsonaro, a persistência da narrativa enganosa promovida pelo ex-presidente segue à pleno vapor. A persistência do argumento é um reflexo da habilidade do bolsonarismo em manipular narrativas para enganar seus apoiadores — e criar uma realidade paralela em que, mesmo acusado de crimes pela Polícia Federal, Bolsonaro teria razão.


A saga das joias sauditas é mais um exemplo de como Jair Bolsonaro tem imenso sucesso em manipular fatos e leis para se defender. Mesmo após ser desmentido por fontes oficiais e reportagens, seus apoiadores continuam a propagar argumentos falsos sem constrangimento. No final das contas, o indiciamento desta semana é, sim, um passo importante para responsabilizar o ex-presidente, mas também serve como um alerta sobre o poder destrutivo da desinformação.

As mentiras e manipulações usadas pelos bolsonaristas são agora um fenômeno global.


Os extremistas estão trabalhando para obter importantes vitórias eleitorais na Europa e nas Américas. As consequências podem ser enormes para o Brasil, onde eleições também estão se aproximando rapidamente.


Por isso, é vital que exista uma imprensa independente e combativa. O Intercept Brasil, em diversas vezes, desvendou tentativas de golpes que poderiam ter consequências catastróficas para o país.


Torne-se membro doador do Intercept e nos ajude a continuar a luta por uma sociedade mais segura, justa e honesta.




Portaria nunca esteve acima do TCU


Desde 1991, quando a primeira lei que rege os acervos presidenciais foi promulgada pelo governo federal, na gestão de Fernando Collor, uma série de decretos foram publicados para aprimorar as regras para o tratamento de presentes recebidos por autoridades, justamente para prevenir casos de corrupção.


Não tem sido um exercício fácil. O texto inicial da legislação sobre os acervos permitia que presentes não entregues em eventos oficiais fossem incorporados ao acervo privado dos presidentes. Contudo, em 2016, o Tribunal de Contas da União, o TCU, rejeitou essa interpretação, alegando que isso violaria princípios constitucionais, como a moralidade.


O TCU determinou, então, que todos os presentes, independentemente do contexto, devem ser catalogados pelo Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência, que deve determinar se o item pode ser encaminhado ao acervo privado do presidente ou se deve permanecer como patrimônio da União. Na primeira hipótese, caso a autoridade deseje vender o item, a Comissão de Memória dos Presidentes da República tem preferência de compra – o que não ocorreu no caso de Bolsonaro.


A Corte de Contas decidiu ainda que, mesmo quando categorizados como personalíssimos, itens de alto valor devem ser considerados bens do estado. A portaria assinada por Fonseca foi publicada dois anos depois da decisão do TCU. Mesmo assim, o responsável pela assinatura, Ronaldo Fonseca, admite: “A portaria não está acima juridicamente da decisão do TCU”.

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