Pedro do Coutto
O chanceler Carlos França, que em ótima hora substituiu Ernesto Araújo, consertou o erro estupido cometido pelo ministro Paulo Guedes ao atacar a China e criticar a vacina Coronavac, ressaltando que a da Pfizer era mais eficiente, embora tenha ele próprio tomado as duas doses da vacina chinesa.
Carlos França, logo depois da declaração de Guedes, telefonou para o embaixador Yang Wanming e manteve com ele longo diálogo, conseguindo esclarecer o que aconteceu de ruim ao diplomata, que por sua vez aceitou plenamente as desculpas apresentadas e manifestou a intenção de manter o bom relacionamento com o Brasil, frisando que interessa a ambos os países o entendimento mútuo.
Na conversa, tanto França quanto Wanming focalizaram o intercâmbio econômico entre os países, que oscila em torno de US$ 100 bilhões anuais. Na Folha, reportagem de Rafael Balago, e no O Globo, de Eliane Oliveira.
OFENSIVA DA ESQUERDA – Na Folha de São Paulo, reportagem de Gustavo Uribe e Julia Chaib coloca em relevo uma ofensiva política dos setores da esquerda brasileira, deputados e senadores, no sentido de reduzir o favoritismo que as pesquisas do Datafolha têm apontado a favor de Jair Bolsonaro junto aos evangélicos.
Tudo bem. Mas para mim a expressão evangélicos não reflete plenamente o pensamento de protestantes de várias correntes. Há os luteranos, presbiterianos, pentecostais, enfim uma série de visões religiosas sobre o evangelho. O Novo Testamento foi escrito por Mateus, Marcos, Lucas e João e é aceito por todos os cristão sem qualquer divisão de ideologia religiosa. Friso que está em meu livro “Cristo, o Maior Dissidente da História”, que Jesus tornou-se um dissidente do judaísmo e foi condenado à morte por Pilatos.
Após o desfecho da crucificação, Cristo tornou-se a maior figura da humanidade, tanto que dividiu o tempo em dois planos. E todos os religiosos e não religiosos aceitam os documentos e se referem ao calendário cristão. Jesus Cristo nasceu quando o imperador romano era Augusto, 47 anos após Júlio César. Morreu com Tibério e ficou na memória do tempo para sempre.
CENSO DO IBGE – O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, em reportagem de Fábio Pupo, Thiago Resende e Matheus Teixeira, Folha de São Paulo, determinou que o governo Bolsonaro realize efetivamente o censo do IBGE de 2020 que já se encontra atrasado. Marco Aurélio Mello atendeu recurso do governador do Maranhão, Flávio Dino.
O ministro assinalou que é imprescindível a realização do censo, porque sem informações a serem recolhidas pelo IBGE é impossível exercer qualquer plano de governo, já que os projetos têm que se basear no aspecto populacional. Concordo plenamente e acentuo que há uma realidade que precisa ser levada em conta.
A população brasileira cresce a uma velocidade de 1% ao ano, representando em números redondos o nascimento de 2 milhões de homens e mulheres.
DESAFIO DA POBREZA – Entre os problemas que envolvem toda a população brasileira estão os bolsões de pobreza extrema, e que localizam-se sobretudo nas favelas urbanas do Rio de Janeiro e de São Paulo. Uma reportagem de Andrea Vialli, Folha de São Paulo de ontem, focaliza o tema. É um desafio e uma confissão da falta de eficácia representada por tais redutos de pobreza. O jornal publica uma foto impressionante de guetos sub habitáveis da Cidade de São Paulo.
No Rio, a questão não é diferente. A prova de que o desenvolvimento econômico e social falhou está na proliferação das favelas, sem redes de esgotos, saneamento básico e, em muitos casos, não existe sequer abastecimento de água.
Faltam metas para a desfavelização imposta pela condição sanitária. É preciso ações consistentes que respeitem os direitos humanos. O saneamento de favelas é um primeiro passo e tem que começar o quanto antes.