Donaldson Gomes, do A TARDE
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, anunciou nesta segunda, 31, o valor do salário mínimo, que será pago em 2010: R$ 505,90. Com isso, os trabalhadores remunerados pelo piso previsto no País terão um acréscimo de R$ 40,90 na renda, correspondentes a um aumento de 8,79%. O novo valor será pago a partir de 1º de janeiro de 2010.O valor do novo mínimo consta do projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) entregue ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pelo ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo. Ao tomar conhecimento da notícia, a presidente da Força Sindical na Bahia, Nair Goulart, fez questão de ressaltar que os valores estão aquém do que o trabalhador necessita para sobreviver. Ainda assim, a manutenção dos aumentos salariais acima da inflação para o salário mínimo é considerada louvável por ela. “A política de dar ganho real para os trabalhadores é importante para o País”, acredita a dirigente sindical. “É pouco, quase nada”. Para a aposentada Nereide Albergaria não dá pra fazer muita coisa com o aumento anunciado. Diferente de muitos aposentados, ela dá graças a Deus – e aos filhos – por não precisar da pensão para sobreviver. “Junto meu dinheiro para comprar minhas coisinhas”, diz. A sonhada mesa que queria comprar para a casa, custou seis meses de economia. “Agora vai ser a vez da peça para a sala”, conta. A presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas, Creuza Oliveira, também acha pouco, o aumento. “Não dá para sobreviver com mais R$ 41”, reclama. No caso das trabalhadoras domésticas, lembra, o mínimo é normalmente o piso e em muitos casos, o máximo.Situação difícil - Todos os anos, desde que a política de ganho real foi iniciada, os prefeitos reclamam. Este ano, mais do que nunca. “Nossas receitas caíram muito por conta da crise”, comenta o presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Roberto Maia. Entre julho e agosto, ele estima uma perda de R$ 86 milhões. A folha de pagamento é a principal despesa das prefeituras, lembra Maia. “A maioria dos funcionários são concursados e ganham salário mínimo”. Ele teme que alguns municípios ultrapassem os limites de gastos previstos pela lei.
Fonte; a TARDE