Lília de Souza, do A TARDE
Começa a se desenhar a chapa com que o governador Jaques Wagner vai tentar a reeleição no próximo ano. O conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Otto Alencar, confirmou nesta segunda, pela primeira vez, o seu afastamento do Tribunal em outubro, quando irá se aposentar, e a sua intenção de se filiar ao PP para disputar uma vaga ao Senado na chapa do governador. “Quero ser como uma peça no grupo que vai trabalhar para fortalecer o PP e apoiar a reeleição de Wagner, voltando à vida pública provavelmente com uma candidatura ao Senado”, afirmou Otto.
As declarações do conselheiro foram dadas durante almoço de comemoração do seu aniversário, com a presença de 66 prefeitos, 12 vices, deputados federais e estaduais, família, além do secretário das Relações Institucionais do governo, Rui Costa.
Presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo (sem partido) encontrou definição para o evento que congregou aqueles que desejam a volta do ex-carlista à política. “O almoço foi um pleno lançamento da candidatura de Otto a senador. Ele vai para o PP, vai ser candidato, é uma grande aquisição de Wagner. Otto talvez seja o político com a melhor estrutura política no interior do Estado”, frisou.
De acordo com Rui Costa, durante esses dois anos e oito meses do governo Wagner, vem sendo feito esse movimento de aproximação com Otto e com o grupo ligado a ele. Segundo deputados presentes no almoço, estima-se que Otto lidere em torno de 100 prefeitos no interior no Estado.
Vagas - Com a definição do primeiro provável nome na chapa de Wagner, resta consolidar os demais dois quadros da majoritária. A outra vaga ao Senado pode ficar com a deputada federal socialista Lídice da Mata (PSB), que cobra cumprimento de acordo feito com Wagner nas eleições de 2008 em Salvador. Já quanto à vaga de vice-governador, uma especulação que surgiu na última semana foi a de que pode vir a ser ocupada por Marcelo Nilo, caso ele vá para o PDT.
Apesar de correr no meio político que Otto Alencar teria sido escanteado pelo campo carlista – que o indicou para o Tribunal por suposto incômodo devido a destaque dele no grupo – o conselheiro negou que isso tenha ocorrido. Mas, fez uma avaliação crítica do período: “O que me faltou talvez naquele tempo foi ambição. Sempre abri mão de concorrer a uma vaga ao Senado. Durante o período que militei no carlismo, nunca pedi nada para ACM (Antonio Carlos Magalhães, senador falecido há dois anos). Sempre fui convidado”, refletiu, ressaltando que vê com naturalidade a sua mudança de rumo.
Otto Alencar foi vice-governador, secretário da Saúde e da Indústria, Comércio e Mineração, presidente da Assembleia Legislativa e líder do governo. Foi presidente, até junho de 2004, do Conselho de Administração da Ebal (Empresa Baiana de Alimentos) – empresa pública acusada de desvio de verba e superfaturamento, alvo de CPI na Assembleia. Em outubro de 2004, foi nomeado conselheiro do TCM.
Fonte: A Tarde