Profissionais de pizzarias de São Paulo prepararam um comunicado para dizer que estão ofendidos com declaração feita anteontem pelo presidente Lula. Questionado se a CPI da Petrobras acabaria "em pizza temperada com pré-sal", Lula criticou os senadores da oposição que trabalham para que a comissão parlamentar pegue fogo: "Todos eles são bons pizzaiolos". O Sinthoresp (Sindicato dos Trabalhadores de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares), protestou contra " a ofensa" .O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) apresentou ontem um requerimento pedindo que o Senado aprove um ato de censura à declaração do presidente chamando os senadores da oposição de "pizzaiolos". O documento é assinado por outros 11 parlamentares de governo e oposição. Já o ministro Tarso Genro (Justiça) minimizou a repercussão da declaração do presidente. Para Tarso, a frase de Lula não desconstitui o Senado e mostra apenas a busca pela conciliação na Casa. "Acho que a expressão que o presidente usou, inclusive, não é uma expressão que desconstitui mais o Senado. O presidente falou mais no sentido de
conciliação e de composição de crise, e não de ofensa pessoal de quem quer que seja", afirmou, depois de participar de evento do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania), no Rio. Tarso defendeu que a busca pela conciliação na crise é a melhor saída para o Senado. Ele considerou que a declaração de Lula não vai ajudar a intensificar o momento turbulento do Parlamento. "Faz parte do debate político do país [a declaração]. O presidente usou essa expressão de que vai haver uma conciliação, e pergunto a vocês: Tem outra saída? Não, é o que vai ocorrer, um processo de conciliação política", disse. Sobre o indiciamento pela PF (Polícia Federal) do empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), Tarso disse que se trata de um processo corriqueiro, e que não tem nenhuma relação com a crise política. "É um trabalho normal, ordinário. Isso não quer dizer que ele seja culpado, quer dizer que ele vai ter que responder a um processo. Isso é normal dentro do Estado de direito democrático. Ocorre com diversas pessoas, em todo o país", comentou.
Fonte: Tribuna da Bahia