BELO HORIZONTE - A campanha do candidato do PT a prefeito de Poços de Caldas (MG), Paulo Tadeu Silva D'Arcádia, veiculou na noite de segunda-feira mensagem de apoio do delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, conhecido pelo sua atuação na Operação Satiagraha. O petista é amigo do delegado e responde a duas ações por improbidade administrativa.
Num curto depoimento de 29 segundos, o delegado - envolvido numa polêmica sobre supostos excessos cometidos durante as investigações da ação que levou à prisão o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, e o investidor Naji Nahas - se apresentou aos eleitores e disse que levava apoio e solidariedade ao candidato petista, lembrando que ele havia se empenhado na instalação de uma delegacia da PF na cidade, quando ocupou a prefeitura (2000-2004).
"Na gestão anterior era proposta dele trazer esta delegacia da Polícia Federal, que muito vai nos honrar em fazer parte de todo esse desenvolvimento e de todo esse progresso do povo aqui de Poço de Caldas", disse Protógenes.
O delegado esteve em Poços de Caldas no último fim de semana, quando decidiu gravar para o candidato petista, de quem é "amigo pessoal", segundo assessores de Paulo Tadeu. Segundo a última pesquisa do Ibope, divulgada no dia 17, a disputa na cidade do sul mineiro é liderada pelo atual vice-prefeito, Paulinho Courominas (PPS), candidato da situação. O levantamento mostrou o candidato do PPS com 46% das intenções de voto, seguido pelo petista e ex-prefeito, que somava 31% das intenções.
A assessoria de Courominas disse que a candidatura apoiada pelo atual prefeito, Sebastião Navarro (PV), "estranhou" a participação de Protógenes no programa eleitoral do adversário. "Foi um depoimento de amigo para amigo", justificou Alex Prado, coordenador de comunicação da campanha de Paulo Tadeu.
"Ficha suja"
O candidato do PT foi incluído na lista dos candidatos com "ficha suja" da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Na página da AMB, Paulo Tadeu aparece respondendo a duas ações civis públicas por improbidade administrativa. Em uma delas o Ministério Público recorreu ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais da sentença de primeira instância.
"Estranhamos essa inclusão. Em um processo ele já foi inocentado e o outro não entrou ainda na fase de instrução", comentou Prado.
Fonte: Tribuna da Imprensa