Por Silvana Blesa
O tráfico de drogas, que ganhou proporções na capital e região metropolitana, conta com a cooperação e participação de alguns policiais civis e militares que se corrompem em busca do dinheiro fácil com a comercialização ilegal de drogas. É o que aponta o delegado titular da Delegacia de Tóxico e Entorpecente (DTE), José Carlos Habib. Ele admitiu a existência de agentes relacionados com o comando do tráfico, mas preferiu não quantificar nem revelar os nomes de policiais corruptos envolvidos com o tráfico que estão sob investigação. Para o delegado, a maior dificuldade é conseguir provas contra os agentes corruptos, que poderiam ser viabilizadas através de uma atuação mais efetiva das corregedorias das polícias Civil e Militar. “É um trabalho minucioso. A maior parte das investigações são iniciadas a partir de informações chegadas à polícia através do “Disque Denúncia”, apontando policiais que estariam até mesmo no comando do tráfico ou dando apoio aos traficantes. A principal dificuldade é contarmos com a cooperação da população e a falta de apoio das corregedorias para chegarmos até os acusados”, revelou o delegado. Habib ainda explicou que já tem identificação de vários agentes tanto civis quando militares, mas não tem provas suficientes para prendê-los. Outro requisito apontado pelo delegado é que os agentes quando são identificados e tem expedido pela Justiça mandado de prisão, eles entram com o recurso na junta médica alegando problemas psiquiátricos e continuam atuando na polícia. Quando condenados, conseguem até através de firulas suspensão da sentença. O secretário de Segurança Pública, César Nunes, foi enfático assim que assumiu o comando da SSP ao dizer que precisa reforçar as corregedorias para fortalecer a atuação no combate aos policiais corruptos. Exemplos de prisões de agentes envolvidos com quadrilha de tráfico de drogas existem. No ano de 2006 foram capturados os agentes civis Heriélson Lopes Santos, apelidado de “Três Quinas”, José Jorge Fernandes de Jesus, o “Cabeça” e Márcio Antônio Freire Bastos e o ex-policial civil Ivan Jorge Santana (afastado definitivamente da instituição em 2004), e os policiais militares Eromir Alves Nascimento o “Tenente Bi” e Ângelo Petrônio de Jesus. Todos foram acusados de envolvimento com a quadrilha do traficante Leno Silva Alves, o “Leno”, morto em 2005 em confronto com a polícia. A quadrilha do traficante, desarticulada pela Polícia Civil, agia na localidade da Baixa do Soronha, em Itapuã. Os acusados foram condenados pelo juiz da Primeira Vara de Tóxicos, Alfredo Santos Couto, a 15 anos e dois meses de prisão em regime fechado, pelos crimes de tráfico de drogas e extorsão, além da perda dos cargos, exceto Ivan Jorge, afastado anteriormente. O curioso é que os agentes ganharam a suspensão da sentença e, conforme denúncias de alguns policiais que não quiseram se identificar, eles continuam trabalhando normalmente. O que custou vários meses de investigação, não deu em nada, por causa da falta de comprometimento da Justiça. As investigações da época apontaram que os agente também receberiam de R$ 500 a R$ 600 semanalmente para acobertar o tráfico. Esse tipo de denúncia também está sendo investigada pelos agentes da DTE, que identificaram vários outros agentes envolvidos com a criminalidade. Mas para não atrapalhar nas investigações, seus nomes não foram citados.
Casal assassinado por desconhecido
; Com a morte de um casal, ontem de madrugada em São Marcos, e de um soldado PM em Pirajá, na noite de sexta-feira, chegou a 12 o número de homicídios neste fim de semana. O casal foi assassinado em via pública, na madrugada de ontem, no bairro São Marcos. Altemar Aguiar dos Santos, 29 anos, estava em companhia da namorada, de identidade ignorada, quando um homem armado realizou o disparo. Ele estaria em companhia de outro homem. A motivação do duplo homicídio está sendo investigada por agentes da 10ª DP. O crime ocorreu por volta de 3 horas da madrugada. O casal estava transitando pela localidade, conhecida como Pistão, na quarta travessa, próximo ao bar do Tonho. Deve ser transferido hoje para a Delegacia do Adolescente Infrator, o adolescente B.F.J., de 16 anos, que na noite de sábado esfaqueou, dentro de sua residência , no município de Camaçari, o irmão Washington Ferreira de Jesus, de 26 anos. Washington morreu na madrugada de ontem no Hospital Geral da cidade. Os jovens teriam brigado por causa de uma roupa furtada pelo mais velho. O adolescente não gostou, foi acertar contas e atingiu o mais velho, para desespero dos familiares. O rapaz ainda foi socorrido pelo pai, Nailton de Jesus, que o levou para o Hospital Geral, mas ele não resistiu aos ferimentos. Familiares de Gilmário Menezes dos Santos, 37 anos, estão tentando entender o que teria levado um homem a matar o vigilante desempregado. Ele foi encontrado morto na Ladeira do Cacau, São Caetano. O crime foi registrado na tarde de sábado. Magno Santos, irmão da vítima, não soube explicar se Gilmário tinha algum desafeto. A polícia ainda não tem pistas de quem assassinou, na madrugada de ontem, o empresário Dorival Beraldo Visu da Rosa. Ele residia na Rua Roque José da Silva, em Vilas do Atlântico. Na madrugada de ontem, de acordo com informações da Delegacia de Homicídios, familiares sentiram falta dele e foram procurá-lo. Depois de visitar os locais que Dorival tinha hábito de freqüentar, se dirigiram a empresa dele - a Engemant Manuten????????????º????????ção Industrial Ltda - na rua Ibirucu, no centro der Dias D’Avila, onde o encontraram morto. Roger Nilton de Jesus Vasconcelos, de 16 anos, morreu depois de ser baleado diversas vezes por desconhecidos, na Rua Bartolomeu Dias, no bairro de Dom Avelar. De acordo com a polícia, o jovem recebeu tiros no rosto, abdômen e tórax. Também é desconhecida a autoria do crime registrado na noite de sábado, defronte ao depósito da Liquigás, na rua Direta do Rio Sena, onde o corpo de Valdinei Braga Araújo, 26 anos, foi encontrado sem sinais vitais. No Instituto Medicina Legal Nina Rodrigues continua sem identificação o corpo encontrado na Praia da Sereia, em Itapuã, a manhã de sábado. Uma briga entre traficantes na madrugada de sábado, nas ruas da Invasão do Bate Facho resultou na morte do rapaz conhecido apenas como “Pai”. Segundo informações de policiais, o rapaz seria um dos traficantes da área. Em Cosme de Faria, Ivan, conhecido como “Codorna” ou “Urubu”, foi executado por desconhecidos na madrugada de sábado. Hátila Ferreira da Silva, de 19 anos, morreu vítima de disparo de arma de fogo. Na madrugada de sábado, estava em sua casa, na Vila Prudente, em ilha Amarela, que foi invadida por cinco homens. O grupo queria acertar contas com o jovem, que ainda foi levado por familiares para o Hospital João Batista Caribé.(Por Maria Célia Vieira)
Tiroteio em frente a módulo desativado deixa quatro feridos
; Quatro pessoas foram baleadas durante um tiroteio entre quadrilhas rivais do bairro da Santa Cruz, na manhã de ontem. A troca de tiros ocorreu em frente ao módulo policial desativado, localizado no final de linha do bairro. De acordo com populares, os feridos não tinham envolvimento com os autores e estavam de passagem quando foram atingidos. Tiago Santos de Oliveira, 22 anos, Fabio Alves Coelho dos Santos, 15, Jailton Franca Pereira, 49, e Jorge Oliveira Santos, 40, foram socorridos para o Hospital Geral do Estado e estão fora de perigo. Moradores afirmam que Jailton e Jorge estavam indo para casa e passaram no meio da confusão. Um deles foi baleado na perna. Temendo represálias, moradores da região preferiram não comentar o tiroteio. Informaram apenas que ele ocorreu por volta de 9 horas, quando pelo menos cinco homens armados começaram a atirar. “Foi uma correria, maior confusão. A gente não sabia quem eles queriam matar”, contou uma mulher. Conforme o relato de um morador, a intenção dos bandidos era matar um jovem que estaria sentado em frente ao módulo. “Mas ele revidou e um amigo dele também estava armado”, contou. No dia 23 de junho deste ano, um tiroteio ocorreu na rua 4 de Novembro, próximo do módulo policial. Na ocasião, quatro pessoas foram baleadas. Uma comerciante do local relatou que homens armados subiram a rua e ordenaram que as vítimas se levantassem. “Eles (os bandidos) diziam que não queriam ninguém sentado na entrada da rua e atiraram. Estavam todos sentados conversando apenas”, lembrou. (Por Hieros Vasconcelos)
Fonte; tribuna da Bahia