Um candidato da oposição assume para si a incumbência de derrotar um ministro, um governador, o próprio prefeito e um ex-prefeito. É o maior desafio da trajetória política do deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto. Caso eleito para comandar a cidade nos próximos quatro anos, ACM Neto será o novo fenômeno na política contemporânea da capital. É a luta de Davi contra Golias. Neto, tal qual o rei de Israel, vai precisar de dezenas, centenas de fundas e um balde imenso de pedras para nocautear o filisteu gigante de quase três metros de altura. Na hipótese de sua “arma” abater, em outubro próximo, Geddel Vieira Lima, Jaques Wagner, João Henrique e Antonio Imbassahy, terá ACM Neto, tal qual fez Davi após degolar Golias, as cabeças dos adversários para exibir em praça pública. Ele não vai mais precisar ameaçar levantar da cadeira da Câmara para dar uns tapas no presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A hipotética vitória de Neto em Salvador valerá por mil sovas em Lula, sem que o deputado baiano tenha a necessidade de encostar um dedo sequer no presidente. O governador tem batido na mesma tecla: há um inimigo comum. Chama-se ACM Neto. A união de todos, em tese, vai contribuir para escurraçar eleitoralmente o democrata. Wagner falou em unidade, mas os aliados se dispersaram e cada qual tratará de brigar pelo seu quinhão nas urnas. Davi - perdão, Neto - é o único adversário de peso a encarar Golias, aqui representado pelos chamados partidos de esquerda e centro-esquerda. (Por Janio Lopo - Editor de Política).
Governador queria candidatura única em Salvador
O projeto original do governador pifou. Seria o apoio integral, já no primeiro turno, à reeleição de João Henrique. Mas os que estavam com o prefeito debandaram em busca do mesmo tesouro. Wagner pode ter perdido os passos, mas mantém a dança. Equilibra-se que só ele mesmo. Na convenção do PMDB, no último dia 15, confessou possuir duas candidaturas a prefeito de Salvador. Estimulou mais uma vez João Henrique, satisfez o ego do ministro Geddel e deixou atônitos os outros componentes da base, que querem o status de aliados e não de simples agregados ao Palácio de Ondina. O tucanto baiano engoliu a seco. Mas Wagner deixou claro que o candidato do seu coração é o petista Walter Pinheiro, por razões óbvias, mas que seguirá firme com João Henrique caso esteja ele no segundo turno. Na convenção do PT deste final de semana, o governador rasgou a seda em direção a Pinheiro e dos seus companheiros de chapa, o PSB, que tem Lídice da Mata como vice na chapa majoritária, além de afagar com mil carinhos a vereadora Olívia Santana, do PC do B, e dos petistas que, assim como Olívia, retiraram em debandada para não prejudicar a candidatura de Pinheiro. Wagner foi o cabeça pensante de toda a engrenagem política que impediu uma divisão ainda maior das forças políticas que ele queria ver curtindo um love story antes, durante e após a proclamação dos resultados das urnas. Também no final de semana, o marido de Fátima Mendonça, após um mistério de dias, compareceu à convenção do PSDB, dando sinais evidentes de que Imbassahy também é gente boa - melhor dizendo, gente sua. O apoiará num eventual segundo turno. Mas quem vai para o segundo turno? O PMDB garante que será Henrique, o PT e seus penduricalhos apostam em Pinheiro, o Democratas e seus sete nanicos (ou seis?) dizem que Neto já está lá e os tucanos já encomendaram asas e bico novos para Imbassahy. As últimas pesquisas dizem que o meio de campo está embolado. Mas o “ príncipe herdeiro”, como se refere Geddel a Neto, tem aparecido nas primeiras colocações. Junto com João Henrique e Imbassahy. (Por Janio Lopo - Editor de Política).
Frente de Esquerda oficializa chapa Pinheiro/Lídice
No último sábado a Frente de Esquerda formada por PT-PSB-PCdoB-PV oficializou o nome do deputado federal Walter Pinheiro para disputar a prefeitura de Salvador. O governador Jaques Wagner, que marcou presença durante o evento realizado no Centro de Convenções, falou à imprensa logo na sua chegada e demonstrou satisfação pela unidade dos partidos de esquerda. Ressaltando a unidade, Wagner agradeceu aos deputados Nelson Pelegrino, J. Carlos e ao secretário estadual Luiz Alberto, ex-prefeituráveis, além de mencionar os nomes de Olívia Santana (PCdoB) e Lídice da Mata (PSB) que também fizeram parte neste processo de unidade. Sobre polêmico em comparecer ou não na convenção do PSDB, o que acabou acontecendo, o governador deixou claro para os presentes que existem três candidatos da sua base de apoio na disputa pela prefeitura de Salvador, que são o deputado Walter Pinheiro (PT), o ex-prefeito Antônio Imbassahy (PSDB) e o prefeito João Henrique (PMDB). Porém, o governador não deixou dúvidas sobre a sua preferência. “No silêncio da urna, se votasse em Salvador, meu voto seria Pinheiro e Lídice”, declarou. Contudo, o governador advertiu aos militantes petistas e dos outros partidos aliados sobre o seu papel neste processo eleitoral. “Não confundam minha paixão com minha racionalidade política. Não confundam minha história com minha racionalidade política. Sei de onde eu vim e para onde eu volto”, disse. Mesmo sendo ponderado nas suas colocações, Wagner foi bastante aplaudido durante alguns trechos do seu discurso. O candidato do PT, deputado federal Walter Pinheiro, fez um longo discurso no durante o encerramento da convenção que homologou a chapa com o seu nome e da deputada Lídice da Mata na disputa pela prefeitura de Salvador. Além de convocar a militância para a luta, o candidato petista mostrou-se otimista para a vitória, passando a receita sobre como deverão se comportar durante a campanha. “Vamos sair de rua em rua, de bairro em bairro para mostrar as nossas propostas”, disse. Pinheiro adiantou também algumas propostas que irá defender durante a campanha, e voltou a afirmar a sua vinculação com o governo do presidente Lula. Sob esta questão, a estratégia do petista é demarcar os espaços entre ele e os outros candidatos, na tentativa de ser o grande beneficiário da popularidade que o presidente ostenta na capital baiana. Aliás, sobre esta polêmica Pinheiro incluiu também o governador Jaques Wagner, por isso ele vem afirmando que “o governador vai subir no nosso palanque porque ele é do PT” O clima de euforia dominou o ambiente da convenção realizada neste final de semana, por isso a deputada federal Lídice da Mata (PSB), vice da chapa, mostrou-se confiante. “A força da convenção mostrou que a nossa chapa tem capacidade de vitória. E o tamanho da convenção dará o impulso à campanha”, disse a socialista. (Por Evandro Matos).
PSB, enfim, encontra a paz
Quem esperava uma convenção do PSB tumultuada, ficou frustrado. A pomba branca, símbolo da bandeira socialista prevaleceu o partido, realizou uma das mais animadas convenções dos últimos anos em Salvador, durante a manhã de sábado no Centro Cultural da Câmara de Vereadores. O clima de tranqüilidade, com direito a charangas organizadas pelos candidatos à vereador e discursos conciliadores, todos enaltecendo o crescimento e a unidade do partido, não deixaram dúvida de que a unidade voltou a reinar entre os socialistas. Nas eleições deste ano o PSB lançou, pela primeira vez, 54 candidatos a vereador, sendo que desses, três concorrem à reeleição; Celso Cotrim, Lau e Palinha. A convenção contou com as presenças das principais lideranças do partido, entre elas a deputada federal Lidice da Mata, presidente da Executiva Estadual o presidente da Infraero, Sergio Gaudenzi, o deputado estadual capitão Tadeu, o Secretário de Turismo Domingos Leonelli, ex-vereador Itaberaba Lyra, e integrantes da Executiva Municipal. Após a convenção os militantes do PSB se deslocaram para o Centro de Convenções onde presenciaram a homologação da chapa,PT/PSB, para a sucessão municipal.
Fonte: Tribuna da Bahia