Por: Helio Fernandes
Vices sem votos não poderiam chegar ao Poder
Aldo Rebelo (ex-stalinista, agora no PC do B) nunca foi candidato a prefeito de São Paulo. Essa hipótese ou possibilidade seria a última, apenas para se "blindar" (a palavra da moda) para se reeleger deputado em 2010.
Queria ser vice de qualquer um dos candidatos, examinava qual o melhor para suas ambições. Analisou como Dona Marta está junto a Alckmin nas pesquisas, "aceitou" ser vice dela. Com "relutância".
Ser vice de Dona Marta tem ainda uma outra esperança maravilhosa para o seu futuro ou sua carreira. Dona Marta é uma das "selecionadas" para presidenciável em 2010.
Assim, Aldo Rebelo está com a chance quase positiva de vir a ser prefeito de São Paulo a partir de março de 2010, quando Dona Marta (se for eleita agora) terá que se desincompatibilizar. Quase certo.
Outro ex-stalinista, Alberto Goldman, é vice do governador José Serra. Como este deixará o cargo, seguro e garantido, Alberto Goldman, em março de 2010, "pula" de vice para "governador".
Conclusão: a partir de março de 2010, o maior estado da Federação (São Paulo) e a maior capital do País (São Paulo) terão "governador" e "prefeito" comunistas.
Não tenho nada contra o fato de Alberto Goldman e Aldo Rebelo, comunistas, serem governadores ou prefeitos. Mas não com aspas e sem disputarem eleições, sem votos, sem povo e sem urna. Mas "governadores" e "prefeitos" sem o aval do povo e do voto? Ignomínia democrática.
(A legislação brasileira deveria ser igual à dos Estados Unidos, o outro grande presidencialismo do mundo ocidental. Lá, quem se elege para um cargo parlamentar tem que cumprir o mandato. Deputados [representantes] e senadores não podem ser secretários de Estado, equivalente aos nossos cargos de ministros, secretários estaduais ou municipais. Aqui, o cargo parlamentar é trampolim. O cidadão se elege para um cargo e ocupa outro).
O melhor exemplo é o de Dona Marina, apesar da consideração que tenho por ela. Foi eleita para o Senado, tomou posse, se licenciou, ficou quase 6 anos ministra. Foi substituída por um deputado estadual que jamais imaginou que seria ministro. O mundo todo copia o que é bom. Por que não fazemos o mesmo?
Amanhã começam as convenções para a escolha dos candidatos a prefeito do Rio. Alguns partidos apenas ratificarão nomes, são candidatos únicos, muitos sem chance sequer de chegarem ao segundo turno. O PT-PT homologará o nome de Molon, apenas para constar.
O Psol ratificará Chico Alencar, é o único e excelente candidato do partido, prejudicado pela divisão e esquartejamento da mesma área. São os equívocos do pluripartidarismo-presidencialista. Fernando Gabeira também não tem problemas de legenda (mas com o PSDB?), embora não tenha votos para chegar ao segundo turno.
O "bispo" Crivela, que se dizia favorito, desgastado totalmente pelo "cimento social" (ligadíssimo à crueldade contra civis que foram "entregues" a traficantes para serem torturados e mortos), também tem legenda garantida. Votos? Em 2004 também era favorito e perdeu, o que se repetirá, para sorte do Rio.
Jandira Feghali tem legenda, repercussão e votos, será ratificada pelo PC do B. Fortíssima, vai para o segundo turno, e aí será ainda mais forte. Portanto a única convenção importante de amanhã: a do PMDB. Facilitada pela decisão U-N-Â-N-I-M-E pelo candidato próprio. E como só existem dois candidatos ELEGÍVEIS, Jorge Coutinho e Marcelo Itagiba, de forte militância, lógico, um dos dois será o candidato.
PS - Compreensão e colaboração para um jornalista de "O Globo": quando vetou a candidatura fortíssima de Vladimir Palmeira, José Dirceu não era "poderoso chefe da Casa Civil". Esse veto ocorreu em 1998, Vladimir era favorito para governador, Dirceu só chegaria ao Poder em 2003. Se perdendo totalmente pela arrogância, que procurava esconder.
Anthony Garotinho
Digam o que disserem, assumiu o comando da convenção do PMDB. Deixou longe o governador e o presidente da Alerj.
No dia 16 de março, a respeito da possibilidade de qualquer cidadão se candidatar aos cargos mais diversos, desde que NÃO ESTIVESSE CONDENADO POR SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO, coloquei a seguinte hipótese: "Se Fernandinho Beira-Mar resolvesse se candidatar a qualquer cargo, ele seria ELEGÍVEL. Pois apesar de preso há dezenas de anos, não tem nenhuma condenação transitada em julgado".
Há 15 dias reforcei a tese, com outro exemplo indiscutível e irrefutável: "Se o casal Nardoni (um deles, o pai ou a madrasta, suspeitos e acusados de matarem a menina Isabella) decidisse ser vereador ou prefeito, estaria ELEGÍVEL. O casal é apenas suspeito".
Anteontem, os representantes dos 26 TREs se reuniram e lançaram uma espécie de protesto ou rebeldia santa. Decidiram não cumprir o que o TSE de Brasília resolveu. E não registrarão candidatos de FICHA SUJA.
Claudio Santos, presidente do Colégio dos Presidentes de TREs, garantiu que "não estão obrigados a cumprir a ORIENTAÇÃO do TSE". E citou o meu exemplo de Fernandinho Beira-Mar, o que agradeço.
Além do mais, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tomou essa decisão de FAVORECER os que têm fichas sujas por míseros 4 a 3, o que significa que não há C-O-N-V-I-C-Ç-Ã-O.
Com isso, cria-se expectativa interessante, curiosa e inédita. A decisão desse conflito entre TSE e TRE irá para o Supremo.
Vários ministros do Supremo fazem parte do TSE, acredito que eles votaram pelo VETO a candidatos de FICHA SUJA, a definição ficou.
O presidente Lula provavelmente irá rever o que anunciaram: sua intenção de pedir o AGRAVAMENTO dos que pedem INDENIZAÇÃO MORAL a jornalistas. 99 por cento deles são LITIGANTES DE MÁ-FÉ.
Nem precisam da indenização, raramente têm honra a defender, exercem uma forma de CENSURA À IMPRENSA. O objetivo de quase todos é o mesmo: se ganharem, RECEBEM de órgãos que não podem PAGAR. Se perderem, não perdem nada, mas exerceram a coação.
Interessante mas revelador: o presidente Chávez esteve em Cuba, já foi noticiado. O que não disseram: ele não se interessou em conversar com Raul, o irmão, que está na presidência para valer.
Chávez contou a Fidel seus contatos com as Farc idealistas, a impossibilidade de manter a ligação com eles. E as declarações públicas. Esperava aprovação ou reprovação do "comandante", apenas silêncio.
Com a repercussão terrível das ROUBALHEIRAS do prefeito Bejani, os habitantes de Juiz de Fora (uma das cidades mais progressistas e mais agradáveis do Brasil) tentam movimentos de recuperação.
Todos querem um grande nome para vencer em outubro e não ficar enriquecendo durante 4 anos. Pensam logo em Itamar Franco, que não admite nem conversar. Terminaria por onde começou.
Além do mais, o presidente Lula poderia tomar como base seu próprio comportamento. O senhor Mangabeira Unger disse do presidente Lula, como pessoa e como presidente, o INACREDITÁVEL.
Hoje é ministro. (Duplamente, ocupa dois cargos). O presidente poderia ter movido processo contra ele. Outro que também ATACOU dura e violentamente o presidente Lula, agora também é ministro, intimíssimo do presidente. Seu nome: Geddel Vieira Lima.
Hoje, dia 21, começa o inverno, termina o prazo para inscrição na Academia, vaga de Zelia Gattai. Os inscritos são os mesmos do primeiro momento. Os que se elegeriam facilmente não quiseram.
Impressão geral: ninguém se elegerá nos diversos escrutínios, terão que marcar nova data. Alguns falam que têm 13 votos, outros vão a 16, tudo distante da realidade "imortal".
Ontem, houve reunião no PMDB do Rio. Foi dito que era para "coordenação da convenção de domingo, amanhã". Para surpresa dos que não foram, quem coordenava? Jorge Picciani.
Ele falou e falou muito, apesar de só estarem presentes 5 pessoas. O presidente da Alerj, o secretário do partido, Carlos Alberto Muniz (ainda? Quando fui cassado em 1966 era do MDB e ele já secretariava), e os 3 candidatos, quer dizer, 2.
Os dois eram Marcelo Itagiba e Jorge Coutinho, mas Eduardo Paes também foi, ninguém pode impedir, o que fazer?
O presidente da Alerj elogiou Itagiba e Jorge Coutinho, textual: "Por causa deles dois, o PMDB terá candidato próprio". Disse que ainda não decidira em quem votar, mas seu filho deputado federal votará em Itagiba.
Jorge Coutinho, um militante histórico e grande figura, pediu a palavra, disse, "não sou mais candidato, apoiarei integralmente Marcelo Itagiba". Alguma dúvida sobre o "candidato próprio"?
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Messi, grande craque da Argentina (e péssimo artilheiro), falou muito, mas depois do jogo.
1 - Jogamos melhor do que o Brasil, merecíamos ter ganho.
2 - Dominamos o jogo todo, o Brasil só teve duas chances de marcar.
3 - Perdemos inúmeras oportunidades, poderíamos ter ganho até com facilidade.
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Quase tudo é verdade, mas perder oportunidades (não fazer gols), tem que ser colocado no "superávit primário". (Como fazem na economia brasileira). Messi continuou o elogio à sua própria seleção.
Não discuto a qualidade do futebol do Messi, principalmente correndo e driblando, driblando e correndo. Mas chutando, que calamidade. O próprio Messi perdeu 3 gols, que ele deve passar dias, semanas e meses vendo na TV para compreender como isso pode acontecer.
O primeiro inacreditável e ininteligível. Quase em frente ao gol, sozinho, Messi chutou com violência, e em vez da bola ir para a frente (1 metro) foi na horizontal, lateral para o Brasil. O outro, sozinho e sem marcação, também diante do gol, chutou para o alto. O terceiro, no fim do jogo, seria a vitória. Estava tão fácil, que se jogou no chão, ficou deitado se lamentando.
Fonte: Tribuna da Imprensa