BRASÍLIA - O senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) não trabalharia como galã da novela das 8, mas reconhece que o risco de estragos na carreira política, por causa de uma relação extraconjugal - como ocorreu ao ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) -, é coisa que pode acontecer a qualquer um. "Não acho que isso deva ser exigido do novo presidente", diz. "Senão, grandes estadistas não poderiam ter tido as amantes que tiveram."
O problema central, avisa, ocorre quando não se separa o público do privado, como aconteceu com o Renan, absolvido da suspeita de ter suas despesas pessoais pagas por um lobista - entre elas a pensão para Mônica Veloso, com quem tem uma filha fora do casamento. "Renan foi estigmatizado por conta disso. De repente, o crime passou a ser esse aí (o adultério)" - o que, no entender dele, criou "uma verdadeira obsessão das pessoas em não ver o menor sinal de repetição disso".
Definindo-se como "um leitor voraz" de jornais, publicações, admite no entanto que livros só lê "esporadicamente", e quase sempre os que aparecem nas listas de mais vendidos. Ainda assim, o gosto por política leva o senador potiguar a dedicar tempo, sempre que pode, a biografias de grandes líderes. Ultimamente, leu as vidas de Franklin Roosevelt, John F. Kennedy, Josef Stalin e Winston Churchill.
Garibaldi não se preocupa com uma das cobranças freqüentes que se faz a parlamentares, a posse de meios de comunicação. Diz que sua família teve, sim, empresas, mas se esquiva: "Eu participei pelo lado político, fazia programas. Mas nunca pensando em explorar o lado empresarial."
Fonte: Tribuna da Imprensa