terça-feira, novembro 27, 2007

Brasil/Brasil terá um milhão de casos de câncer

RIO - O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que haverá quase um milhão de novos casos de câncer em 2008 e 2009 _ 466 mil a cada ano. A expectativa é a de que haja um aumento na incidência de todos os tipos de tumores, com exceção dos localizados no estômago e no colo do útero. O problema é que, enquanto nos países desenvolvidos a incidência aumenta e a mortalidade diminui, no Brasil, a ocorrência e a letalidade estão aumentando. No ano passado, 130 mil pacientes morreram por causa da doença.
“A palavra-chave é acesso. A população tem que ter acesso ao sistema de saúde, às políticas de prevenção e ao diagnóstico precoce. Alguns medicamentos e tratamentos que prometem ser revolucionários ainda não são fornecidos no sistema público porque estão em fase de estudo”, disse o diretor geral do Inca, Luiz Antonio Santini, que apresentou ontem a Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil 2008, durante o Congresso Internacional de Controle de Câncer.
Os gastos do governo federal na assistência oncológica de alta complexidade dobraram em cinco anos. Segundo o Inca, entre 2000 e 2005 os gastos com o tratamento contra o câncer subiram 103%, atingindo R$1,2 bilhão por ano. “O Inca gasta 14% do seu orçamento com um único medicamento, que é fundamental no tratamento de um pequeno grupo de pacientes”, revelou Santini.
Um estudo de um plano de saúde privado, a Unimed de Belo Horizonte, que também será apresentado durante o congresso, afirma que os custos do paciente com câncer em estágio avançado é oito vezes maior do que o diagnosticado na fase inicial. “O câncer é uma doença multifatorial, mas o envelhecimento da população e a maior exposição a fatores de risco aumentam a incidência”, explicou Santini. Segundo ele, os tumores malignos já são a segunda maior causa de morte dos brasileiros _ a primeira são as doenças cardiovasculares. A tendência é a de que, com o aumento da expectativa de vida da população brasileira, seja a principal causa, como já acontece em alguns países europeus, afirmou. (AE)
Fonte: Correio da Bahia