sábado, outubro 06, 2007

Proer, Econômico, Santos, Marka, Banestado, BNDES, bolsa

Por: Helio Fernandes

Todos os grandes escândalos são financeiros
É inacreditável que os grandes bancos "vetem", a palavra é essa, a compra de bancos pelo Banco do Brasil. Este é o maior banco brasileiro, o mais antigo, o que tem a maior estrutura até municipal.

Esses bancos ganharam fortunas com o PROER, e outros grupos enriqueceram com o "despedaçamento" do Banestado. Depois, os mais poderosos partidos impediram a CPI sobre os dois fatos.

Os bancos têm sido fonte de escândalos fantásticos. O Banco Santos deu prejuízo aos fundos, que perderam fortunas. Angelo Calmon de Sá foi condenado a 13 anos de prisão, mas teve lucros inimagináveis. Não irá para a cadeia um dia que seja.

A quebra do Marka gerou lucros inacreditáveis para Cacciola, embora o Banco Central não tenha perdido nada, nem um tostão. Não adianta o secretário de Justiça ter dito "que vai rastrear mais de 1 bilhão perdido pelo Banco Central". O filho do senador Tuma devia estudar melhor o assunto.

Cacciola é um bandido dos maiores, devia ter sido condenado à prisão perpétua sem direito à condicional ou à "progressão da pena". Mas não desviou um tostão, um real, um dólar do Banco Central. Ele "quebrou" o Banco Marka, da mesma forma que Edemar "quebrou" o Banco Santos, altamente protegido.

Um dos maiores escândalos de todos os tempos foi o PROER. Fábulas de dinheiro foram desviadas, culpando e não ocultando muita gente do PSDB-fernandista, então no Poder. O outro escândalo colossal foi a destruição do Banestado, que envolvia gente importante da então oposição.

Com isso foi facílimo fazer o acordo. O PSDB não insistia na CPI do Banestado, a oposição não pediria CPI para o PROER, o maior faturamento de bancos ligados ao Poder do PSDB. E a oposição, que despedaçara o Banestado, também dormia tranqüila, todos se diziam "republicanos", na verdade eram "franciscanos".

Essa desmoralização do Senado vem de longe. Muitos senadores não dormiam por causa do PROER e do Banestado. Grandes e famosos advogados foram recrutados, tudo terminou bem para todos. Embora esses crimes não p-r-e-s-c-r-e-v-a-m, está tudo enterrado.

Mas não são apenas esses citados. O BNDES valia uma CPI que nunca foi feita nem será. A DOAÇÃO das empresas brasileiras sempre teve o dinheiro do BNDES. Todos devem a esse banco estatal. A Light deve 1 bilhão e meio, a Eletropaulo mais do que isso, esse banco, POR ORDEM DE FHC, vendeu 32 por cento das ações da Petrobras. Diziam que não "tinham direito a voto", não fazia mal. Ganham fortunas de dividendos, que deveriam ser reinvestidos na própria empresa.

Agora surge o pedido de indenização pela quebra da Bolsa do Rio em 1989. Quem quer a indenização de 10 bilhões é o senhor Naji Nahas. Mas o grande artífice dessa quebra foi o ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, demitido por causa de um discurso de Pedro Simon. Mas não aconteceu nada a ele, a não ser a demissão.

Continuou prestigiado, com FHC, montou uma corretora no nome dos filhos, todos os negócios do governo FHC, que necessitavam de corretora, JÁ TINHAM DESTINAÇÃO.

PS - É muito escândalo para um dia só. E tem que colocar NA CADEIA os intermediários da Merrill Lynch, que conseguiram tirar a Vale do povo brasileiro. Já escrevi mais de 40 artigos sobre isso, editoras querem publicar livro.

Segunda-feira
No Supremo, 11 aulas magistrais de Direito Constitucional. Todas inócuas, inúteis, inoperantes



Regis Fichtner
Insensato e já arrogante, compromete o amigo (governador), cria obstáculos para o pai (advogado) no Tribunal de Justiça.


O Senado atingiu a profundidade máxima em matéria de falta de Ética, de constrangimento, de respeito por si mesmo, pelas Instituições e pela opinião pública. (Só a Petrobras chega a profundidades maiores, vai buscar petróleo a mais de 3 mil metros, provocando a admiração do mundo). Em vez de trabalho, o Senado colocou na ordem do dia, permanente, a represália, a vingança, a desforra, o "crê ou morre".
Como início de "jornada" e não como um ato único, mostrou que pode tudo, sua prepotência não tem limites. Os mesmos que aceitaram e idolatraram ACM-Corleone como presidente da Comissão de Constituição e Justiça tiraram de lá Pedro Simon e Jarbas Vasconcellos.

Com esse "time" que domina o Senado, não é surpreendente mas é repugnante. E não haverá protesto, revolta, atos contrários a essa violência.
Existem soluções, mas é preciso coragem, mercadoria que está em falta no Senado. Daqui pra frente, tudo é possível.

Para terminar por hoje, por hoje: é bem possível e imaginável que o presidente Renan apareça no plenário da forma como foi "chargeado" pelo Chico Caruso, ontem, na Primeira do Globo.
Nuzinho nos corredores do Senado, Renan já está há muito tempo. Mas só internamente. Agora, conduzido pelo Chico, Renan aparece descalço no parque e desinibido nas vielas do mundo, externamente.

Unido, o PMDB não faria o prefeito do Rio. Dividido então, nem irá para o segundo turno, qualquer que seja o candidato lançado. E se for "patrocinado" por Cabral, estará mais para os Irmãos Marx.
Conforme revelei ontem, com exclusividade, Picciani contou na Alerj: "Tive um diálogo duro com Sérgio Cabral". Falei que não conhecia a reação do governador. Agora já sei: reagiu aos palavrões.

Disse horrores do ex-amigo presidente da Alerj. Mas logo depois telefonava para ele. Amigavelmente, já esquecido da própria reação em frente ao espelho.
A palhaçada, não há outra identificação, provocou efeito em cadeia. (Que palavra, que tantos abominam no Rio e Estado do Rio).

Já atinge vereadores. A nadadora Patricia Amorim, que pretendia nadar para fora do PSDB, ficou na mesma piscina, não fará nada.
O também vereador Luiz Carlos Ramos, que resolvera acompanhar Eduardo Paes, recuou. E agora não pode mais sair. (A não ser que tenha saído à meia-noite, nem no partido sabiam).

Nunca houve no Senado valorização tão grande de suplentes. Na apuração de irregularidades e acusações a Renan, foram "aproveitados" muitos deles. Agora é o segundo suplente do Rio escolhido.
E vem aí outro segundo suplente. O dono de Universidades Salgado pretende renunciar ao mandato que não conquistou. Entra o segundo suplente.

Do ministro Helio Costa. A não ser que este tenha que reassumir correndo, está respondendo a Ação Popular defendida pelo grande advogado Luiz Nogueira.
O deputado Gerson Bergher encaminhou requerimento de informação ao governador: quer saber a situação legal do imóvel que era do Exército (no Leblon) e foi permutado com o Estado do Rio.

O deputado quer saber as condições da permuta e se pode ser vendido. Não pode, deputado. A mesma situação do terreno do Flamengo.
Depois da longa e demorada decisão do Supremo sobre fidelidade partidária, muita gente ficou aliviada na Câmara. Não apenas os 36 que estavam mais ou menos "pendurados". Os que precisam.

Os que precisam ir ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) "explicar" os motivos das mudanças de partido não sabem bem o que fazer. Mas têm que fazer. A Câmara entendeu o recado do Supremo: "Decisão do Supremo é para ser cumprida".
A Bovespa abriu esfogueada, termo que os amestrados gostam muito de usar. Abriu em alta, por volta de 1 hora já subia quase 3%, ultrapassando os 62 mil pontos. E continuava comprador.

Às 4 da tarde a Bovespa continuava fortemente compradora, se aproximava de uma alta de 4%. Estava em 62.589 pontos, e não dava sinal de esmorecer.
O dólar ficou o dia todo em baixa. Fixado em 1,80 em queda de 1,18%, com exportadores chorando, importadores festejando.

As Assembléias estaduais são sempre vassalas, servas, submissas e subservientes aos governadores. Lutfalla Maluf assumiu o governo com 9 deputados estaduais. 2 meses depois tinha 46, notável esforço.
O fato se repete com Cabral na Alerj. O Diário Oficial de ontem publica a redação final do projeto que determinou reajuste (não é aumento) de 4% a servidores da Justiça, da Alerj e do Ministério Público. A partir de primeiro de setembro.

Contradição constitucional de Cabral: não houve reajuste nem desses míseros 4% para os servidores do Executivo. Basta ler o item 12 do artigo 77 da Constituição do Estado, que determina revisão geral da remuneração, "sem distinção entre civis e militares".
O conflito entre o chefe do Executivo (Cabral) e do Judiciário (Murta Ribeiro) chegou ao máximo. O projeto com aumento de 13,5% para o Judiciário foi derrotado e arquivado. Por ordem de Cabral.

Através da Casa Civil, Cabral vetou a criação de 165 cargos comissionados, indispensáveis à estrutura do Tribunal de Justiça. Como fica o Fichtner pai, advogado de maior movimentação no TJ?
XXX
Quem disse que torcida não ganha jogo? Nem o técnico nem os jogadores se destacaram muito, mas 68 mil torcedores, que reforço. XXX Depois de 16 jogos sem perder, o São Paulo teve seu velório, justíssimo, no Maracanã. E Deus contribuiu, naquele último lance, quando o Bruno, goleiro do Flamengo, impediu o empate. Seria uma injustiça que o Flamengo não ganhasse por causa daquela bola. E quando digo que Deus ajudou, é porque a defesa foi milagrosa.

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Pesquisa da Rádio Haroldo de Andrade (comandada pelo filho, o Haroldo não está bem) querendo saber se haverá redução nas compras de Natal. SIM, 82%, NÃO, 18%.

XXX

O que preocupa mais, inflação ou congelamento do salário? A inflação, 73%, congelamento de salário, 27%.

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Todos os canais esportivos fazem propaganda com as mesmas palavras: "Temos a melhor equipe de esportes da televisão". Acho que só quem pode dizer isso é o canal que apresentar o jornalista Renato Mauricio Prado. Eclético, articulado, corajoso e independente.
Fonte: Tribuna da Imprensa