terça-feira, novembro 25, 2025

Após a prisão de Bolsonaro, anistia retorna ao debate político

 

Isabella Pinheiro Bonafonte

O avanço das discussões sobre uma possível anistia para Jair Bolsonaro ganha força em meio ao julgamento do ex-presidente no STF e à sua prisão preventiva, movimentando intensamente o Congresso. Flávio Bolsonaro tem atuado como principal articulador da medida: após visitar o pai na Superintendência da PF, afirmou que Bolsonaro fez um pedido direto aos presidentes da Câmara e do Senado para que a anistia seja pautada com urgência. Segundo ele, o projeto precisa ser integral e sem concessões, rejeitando negociações por “dosimetria” e defendendo uma anistia “ampla, geral e irrestrita” que inclua plenamente o ex-presidente. A pressão se volta especialmente para Hugo Motta, que ainda não confirmou uma data para votação, mantendo a oposição em alerta e ampliando o clima de tensão institucional.
 

A movimentação legislativa ocorre em paralelo ao avanço do julgamento no Supremo, ampliando o embate entre a estratégia política da oposição e os limites constitucionais. Nesse contexto, surgem questões como: até que ponto uma anistia direcionada a um único beneficiário afronta o princípio da impessoalidade? Uma eventual aprovação poderia ser contestada no próprio STF? E como o julgamento em curso influencia, ou é influenciado, por essa articulação parlamentar?

Para analisar esse cenário, oferecemos como fonte o advogado e professor Mateus Silveira, especialista em Direito Constitucional, especialista em Direito Ambiental Nacional e Internacional pela UFRGS e mestre em Direitos Humanos, que pode explicar os impactos jurídicos, constitucionais e institucionais de uma anistia construída sob medida e discutir se há precedentes históricos que sustentem ou fragilizem a iniciativa.