domingo, novembro 17, 2024

Gente e gestão na transição de governos municipais: na gestão de equipes, ouça a todos, mas não terceirize suas decisões

Artigo é parte de um conjunto de publicações do autor, que visa auxiliar gestores da área pública, vencedores nas eleições, a ‘descer do palanque’


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Rodrigo Santos16/11/2024 17:00 • Artigos
Gente e gestão na transição de governos municipais: na gestão de equipes, ouça a todos, mas não terceirize suas decisões -  Divulgação

No gerenciamento do mandato, o gestor público deve, a um só tempo: trabalhar e planejar… planejar e trabalhar.

Se passar todo o tempo apenas planejando, refletindo e discursando, seguramente, nem perceberá quando os quatro anos se forem e você muito pouco, ou nada, realizar. Por outro lado, partir para um “praticismo”, com ações desordenadas e sem reflexão sobre elas, fará de ti um “gestor tarefeiro” e com agenda irrelevante, que se cansará muito, por muito pouco resultado.

Contudo, para empreender planejamento e ação em equilíbrio, o gestor precisa selecionar, motivar e qualificar continuamente uma equipe de trabalho com perfil ideal para os desafios que se lhes apresenta. Para fazer frente a este desafio é preciso autoconhecimento e trabalho contínuo para desenvolver em si a condição de “Líder Educador”. Cada líder tem o seu próprio estilo de liderar. Existem os que são mais liberais, dando mais liberdade e exercendo menos controle, outros são mais diretivos e exercem mais controle sobre seus liderados. No entanto, o ponto de convergência para caracterizar a verdadeira liderança é a capacidade de ter seguidores engajados para os seus projetos e ideias.

Para atingir este nível de influência sobre a equipe, nenhum político poderá adotar comportamento inerente a uma chefia, autocrática e centralizadora. Sem identificar, desenvolver e incentivar o potencial de cada indivíduo, você jamais criará a sinergia necessária para fazer frente aos enormes desafios, no curto período de quatro anos. A hora de resolver esta questão é antes do mandato começar. Agora você precisa de liderados pautados em uma forte cultura de resultados, não de meros “carregadores de bandeiras”.

Neste momento da gestão municipal, o verdadeiro Líder Educador deve adotar, pelo menos, três atitudes que o ajudarão a construir uma gestão exitosa, junto com seu time:

Estabeleça metas realistas e acompanhe seu cumprimento

As metas e objetivos devem ser comunicados de forma muito clara e cada membro da sua equipe deve saber exatamente o que se espera dele, bem como quais os critérios de aferição e avaliação que serão utilizados. As metas não podem ser tão difíceis que inviabilizem a sua consecução, pois isto vai gerar frustração, no primeiro momento e, posteriormente uma certa “acomodação em não realizar”. Porém, jamais podem ser fáceis demais, a ponto de não tirar o seu grupo da “zona de conforto e estagnação”.

Crie um ambiente de confiança e reconhecimento

Com as amarras da legislação, promover a meritocracia e diferenciar os colaboradores conforme seu desempenho, torna-se um desafio ainda maior para os gestores que militam na área pública. Para fazê-lo, você deve ser criativo e buscar no elogio sincero, no reconhecimento social e na valorização dos seus quadros, armas para manter sua equipe coesa e motivada. Esteja acessível ao seu grupo e lembre-se que os servidores são os “clientes internos” da sua gestão e que o endomarketing (ações de Marketing e promoção, voltadas para os colaboradores), deve preceder qualquer esforço direcionado ao público externo. Quando o liderado que não entrega é tratado igual ao que entrega muito, o mau não melhora e o bom desmotiva. Pense nisto!

Assuma a responsabilidade e a palavra final

A Liderança Educadora exige um caráter “situacional”. Isto significa que, independente do seu estilo de liderar, você deve adotar posturas diferentes, de maior ou menor controle, mais ou menos participativo, dependendo do perfil de cada liderado ou grupo. Porém, o que você não deve abrir mão, até mesmo por uma prerrogativa e responsabilidade legal, é da condição de quem decide e dá a última palavra.

Os seus liderados, e toda a população, esperam enxergar em você a figura de um líder que respeita a expertise técnica e a experiência dos outros, ouve com atenção e acolhe as ideias. Mas, o que todos esperam, acima de tudo, é que o líder político chame para si a responsabilidade na hora da decisão e assuma as consequências de todos os atos e fatos da gestão. Não fazê-lo, jamais te isentará de qualquer responsabilidade, mas passará, tanto para colaboradores quanto para a população, a imagem de um chefe fraco e covarde.

Ouça a todos, mas decida e aja com independência!

Bom trabalho, vencedor!

Rodrigo Santos é doutor em Política e Gestão da Educação; Mestre em Sustentabilidade e Desenvolvimento Humano; Mentor de Estadistas, Líderes Empresariais e Políticos, em mais de 10 países; Consultor, Escritor e Palestrante Internacional; Presidente do Grupo INGEPE e Diretor Científico do Instituto de Gestão Educação Política e Estratégia. Instagram: @rodrigosantosphd / e-mail: professorrodrigosantos@gmail.com

* Este artigo é parte de um conjunto de publicações do autor, que visa auxiliar gestores da área pública, vencedores nas eleições, a “descer do palanque” e adotar estratégias de um verdadeiro líder, para fazer a diferença em seu município.

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