sábado, outubro 12, 2024

Morte de comandante dos “kids pretos” está despertando suspeitas no Exército


Comandante do Exército era especialista no manuseio de paraquedas

Coronel Daniel Moura era especialista em paraquedismo

Paulo Cappelli e Augusto Tenório
Metrópoles

Militares do Exército estão intrigados com as circunstâncias da morte do comandante Daniel Moura, que chefiava o prestigiado Batalhão de Apoio às Operações Especiais, em Goiânia. O coronel de 47 anos estava há 30 nas Forças Armadas e era considerado um especialista no manuseio de paraquedas. Ele morreu na terça-feira (8/10) após um salto enquanto servia.

A suspeita de pessoas próximas a Daniel Moura é que o problema envolvendo tanto o paraquedas principal quanto o reserva tenha sido causado por falha humana. E que o erro não foi do comandante.

“ERRAR NUNCA!” – Esses militares levantam a hipótese de que, no mínimo, teria havido negligência por parte do integrante da equipe que cuida da preparação do material. Esse preparo é feito pelo próprio Exército, que conta com o Pelotão de Dobragem de Paraquedas Especiais, cujo lema é: “Errar nunca!”. Ao todo, o processo de dobragem é feito em seis etapas.

À coluna, o Comando Militar do Planalto (CMP) informou que o modelo do paraquedas usado foi o Legend M. “Este tipo possui o mesmo funcionamento dos demais paraquedas desportivos e táticos”, afirmou o Exército. Segundo o CMP, “as condições meteorológicas eram favoráveis à realização do adestramento” e “nenhum militar, além do coronel Moura, enfrentou problemas

O comandante estava a bordo de uma aeronave modelo C-105 Amazonas, da Força Aérea Brasileira (FAB), quando saltou na região metropolitana de Goiânia. O avião é utilizado para realizar missões de transporte tático e logístico, lançamento de paraquedistas, cargas e evacuação médica.

SOB INVESTIGAÇÃO – O Comando Militar do Planalto não respondeu se houve perícia no local imediatamente após o acidente e qual era o tipo de operação em andamento. “Essas informações estão sob investigação”, pontuou.

Um militar relatou à coluna como teria ocorrido o acidente fatal envolvendo o comandante Daniel Moura: “Deu alguma pane no paraquedas principal. Então, ele acionou o reserva. No entanto, o paraquedas principal, que não estava completamente aberto, não foi ejetado por ele ou devido a uma falha no material. Os dois paraquedas acabaram se enroscando, e o comandante desceu direto, sem sustentação”.

Daniel Moura ingressou nas Forças Armadas em 1995 e recebia um salário de R$ 28 mil mensais. O militar comandava o Batalhão de Apoio às Operações Especiais, em Goiânia, desde dezembro de 2022. A solenidade de posse ocorreu no pátio de formatura do Batalhão, Pátio Thaumaturgo Sotero Vaz.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Importantíssima matéria, enviada por Duarte Bertolini, sempre atento aos acontecimentos. Trata-se de um acidente (ou incidente) inédito. Jamais se viu nada igual. E tudo que diz respeito aos “kid pretos” é envolto em mistério. No caso, só há duas hipóteses: falha humana ou erro proposital, que significaria assassinato. De uma forma ou de outra, será muito difícil provar alguma coisa e chegar ao responsável, a não ser que haja registro de quem dobra cada paraquedas. Vamos aguardar. (C.N.)