sexta-feira, abril 05, 2024

Muito estranho! Militar golpista tenta depor, mas Moraes e a PF não aceitam


Militar que ficou em silêncio à PF apela a Moraes para depor de novo -  Montedo.com.br

Ronald Araújo Jr., parceiro de Mauro Cid, não consegue depor

João Pedroso de Campos
Metrópoles

O ministro Alexandre de Moraes negou nesta quinta-feira (4/4) o pedido do tenente-coronel do Exército Ronald Ferreira de Araújo Júnior, que ficou em silêncio em depoimento à Polícia Federal no âmbito da Operação Tempus Veritatis, em fevereiro, para que fosse ordenada à PF uma nova audiência com ele. Desta vez, o militar estaria disposto a falar aos investigadores.

Como mostrou a coluna nessa quarta-feira (3/4), depois de ficar em silêncio na primeira oitiva, a defesa do tenente-coronel mudou de estratégia e passou a pedir uma nova oportunidade para falar.

PF NEM RESPONDE – A primeira solicitação foi enviada à PF em 13 de março. A polícia respondeu que não havia “previsão para realização de audiência” do militar. Na última quinta-feira (28/3), os defensores insistiram à PF pelo agendamento e propuseram a data de 24 de maio, mas, segundo afirmaram a Moraes, não tiveram resposta.

Na petição encaminhada ao ministro do Supremo, os advogados do tenente-coronel, afastado da função pública por Alexandre de Moraes, solicitaram a ele que ordenasse à PF uma nova oitiva, em que Ronald Araújo Júnior responderia às perguntas.

A defesa afirmou que ele pretendia esclarecer à PF “suas conversas e seu relacionamento com o tenente-coronel Mauro Cid e os demais investigados, de forma clara e objetiva”.

MORAES RECUSA – O ministro-relator, no entanto, rejeitou o pedido. “A condução das investigações está sendo realizada pela digna autoridade policial e nada impede que, entendendo necessário, agende novo depoimento no curso das investigações. A análise da necessidade desse depoimento, portanto, deve ser definida pela Polícia Federal e não pelo investigado. Desse modo, indefiro o pedido”, decidiu o ministro.

As investigações da PF sobre o golpismo no governo Bolsonaro apontaram que o militar e Mauro Cid trocaram “documentos eventualmente relacionados com medidas mais drásticas”, como o “Anexo B – Levantamento de Ações do TSE em Desfavor do Candidato Jair Bolsonaro” e o “Anexo A – Levantamento de Ações do STF em Desfavor do Governo Federal”, este apontado na apuração como “possível complemento da minuta de decretação do estado de exceção, para reverter a ordem jurídica do país”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Estranha, muito estranha, mesmo, essa decisão de Moraes. Tudo indica que o tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior tem informações se cocheira sobre Mauro Cid, como se diz no turfe. No entanto, a Polícia Federal e o ministro Moraes não demonstram interesse em ouvir o oficial. É estranho, muito estranho mesmo. Vamos voltar ao assunto. (C.N.)