domingo, abril 07, 2024

Ignorância à beira do abismo: Reflexões sobre o desastre em Jeremoabo

                                               


"Dedé, infelizmente, quando a gente fala com conhecimento técnico, pessoas até esclarecidas acham que estamos querendo aparecer, preferindo conviver com a ignorância e ideias idiotas, precisando uma situação de emergência deste porte, para que percebam que estão agindo de forma errada.

O momento é para se registrar até que ponto as águas vão chegar, não se permitindo que construções futuras fiquem abaixo do nível registrado, isto é uma ação preventiva para se evitar danos futuros."(mensagem reebida de um parceiro deste Blogdedemontalvao)

Nota da redaçao deste Blog -  O texto original, intitulado "Dedé", inicia com uma reflexão sobre a resistência à informação técnica, mesmo em situações de crise.

As chuvas torrenciais que castigaram Jeremoabo e regiao que abastece o Açude de Cocorobó nos últimos dias revelaram, além da força da natureza, a fragilidade de uma cidade construída às margens da ignorância.

Enquanto famílias perdiam sus plantações, assistiama a deterioração de seus lares e ate vidas eram ceifadas pela fúria das águas, alguns ainda se recusavam a ouvir os alertas da ciência, preferindo acreditar em teorias conspiratórias e negacionismo.

É inadmissível que, em pleno século XXI, ainda tenhamos que lutar contra a ignorância e a negligência quando se trata da proteção da vida. O momento é de união e ação, não de divisão e ceticismo.

Precisamos registrar o nível das águas como uma marca da tragédia, mas também como um símbolo de alerta. As futuras construções em Jeremoabo não podem mais ignorar os riscos e devem ser erguidas acima do nível de perigo.

É urgente que as autoridades implementem medidas de prevenção e mitigação de desastres, como a criação de leis mais rigorosas de zoneamento urbano, a implementação de programas de educação ambiental e a realização de simulações de emergência.

Cada vida perdida é uma mancha indelével na nossa consciência. Que a dor e o sofrimento provocados por este desastre sirvam como um grito de alerta para que nunca mais sejamos cúmplices da ignorância.

Conclusão:

Essa sua mensagem faz-me lembrar   filósofo Peter Singer            quando diz:

"Imagine que você caminha perto de um curso d’água quando percebe que há uma criança se afogando. Rapidamente você também percebe que, caso entre na água para salvar a criança, arruinará sua roupa nova. Essa consideração não tem nenhuma importância para a sua ação, porque você sabe que esse infortúnio é totalmente irrelevante em relação ao resultado de salvar a vida de uma criança. O filósofo Peter Singer usa esse exemplo hipotético para dele abstrair um princípio moral: se você concorda que salvar a vida de uma criança é o mais importante, diz Singer, então você concorda com o seguinte princípio: “se está em nosso poder evitar que aconteça algo de mau, sem com isso sacrificar nada que tenha importância moral comparável, nós devemos, moralmente, fazê-lo”.

Singer utiliza esse exemplo para extrair um princípio moral fundamental: se concordamos que salvar uma vida é prioritário, então concordamos com o princípio de que, se podemos evitar um mal sem sacrificar algo moralmente relevante, temos a obrigação moral de agir.

Que possamos sempre refletir sobre esses princípios em nossas ações cotidianas.