Olá, tudo bem?
O ano de 2023 começou em festa, mas uma bastante estranha e com gente esquisita: em 8 de janeiro, bolsonaristas invadiram a Praça dos Três Poderes em Brasília para tentar impedir que o governo eleito de Lula seguisse em frente.
Nesse fatídico domingo, a Pública já dava a largada na sua cobertura investigativa. Naquele mesmo dia, corremos para vasculhar as redes bolsonaristas e descobrimos que a invasão havia sido combinada com o código "Festa da Selma" em grupos radicalizados que não descansaram após a virada do ano de 2022.
Não paramos por aí. Ao longo dos meses seguintes, revelamos imagens e fatos inéditos da desastrosa operação de segurança em Brasília, mostramos o papel dos militares e dos bolsonaristas que seguiam entocados no novo governo, e acompanhamos a CPMI do Congresso sobre a invasão.
Além disso, seguimos na cola do clã Bolsonaro e destrinchamos suas ligações com a extrema direita internacional, que se ramifica da Argentina aos Estados Unidos e incluiu apoiadores dos atos golpistas e mercenários digitais que insistem em mentir sobre urnas eletrônicas.
Publicamos reportagens tristes, porém necessárias, sobre a catástrofe humanitária na Terra Indígena Yanomami. Investigamos a fundo e mostramos como a tragédia foi catalisada pela invasão de garimpeiros, pela cumplicidade do governo Bolsonaro, e pela inatividade de militares.
Recebemos o apoio massivo dos nossos Aliados para abrir a Caixa-Preta do governo Bolsonaro e revelar os segredos mantidos a sete chaves naquela gestão. Descobrimos novos episódios envolvendo o assassinato de Marielle Franco, abafados durante o governo de Bolsonaro. A partir das "atas secretas da Covid", documentamos a negligência do ex-presidente e seus Ministérios na pandemia, incluindo o empenho em encomendar cloroquina ao Exército e o atraso para providenciar vacinas para a população.
Em 2023, a Agência Pública publicou reportagens que reverberaram para além das telas e tiveram impactos no mundo concreto. A denúncia de símbolos nazistas na Secretaria de Educação de Dona Emma, em Santa Catarina, levou a uma investigação do Ministério Público. Nossa revelação das práticas antiéticas de propaganda do iFood foi parar na CPI dos Aplicativos, provocou o debate público e gerou um Termo de Ajustamento de Conduta em que a empresa se compromete a compensar danos, promover direitos dos entregadores e reforçar políticas de direitos humanos.
Já a série de reportagens sobre as denúncias de abuso do fundador das Casas Bahia culminou na aprovação na Câmara do "PL Caso Klein", um projeto de lei que aumenta o prazo para ações reparatórias de crimes sexuais contra crianças e adolescentes – o texto ainda precisa passar pelo Senado para virar lei. Além disso, em 2023 também conquistamos o apoio de mais de 1700 leitores para transformar o Caso Klein em um novo podcast. |
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