Homem que foi flagrado aconselhando o senador já foi citado em investigações do Ministério Público do Paraná por envolvimento em rachadinha
Redação Terra
Moro foi orientado por Mestrão a não expor seu voto na indicação de Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão
Após a aprovação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF) pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Sergio Moro foi visto trocando mensagens de WhatsApp com um contato salvo em seu celular como "Mestrão". O momento flagrado pelo Estadão viralizou nas redes sociais.
Uma das mensagens alertava que "o coro está pegando nas redes", e sugeria que um vídeo declarando que voto favorável ao ministro da Justiça complicaria o futuro do senador. Depois que a cena foi divulgada, internautas começaram a se questionar sobre quem era "Mestrão".
A pessoa em questão é Rafael Travassos Magalhães, atualmente vinculado ao gabinete do ex-juiz da Lava-Jato, segundo a coluna de Lauro Jardim, de O Globo. Conforme informações disponíveis no portal do Senado, Magalhães mantém um cargo ativo junto a Moro e recebeu um salário de R$ 7,1 mil em novembro.
"A pessoa em questão, sem ter informação do voto do senador Sergio Moro, fez a sugestão somente porque distorceram o posicionamento do parlamentar nas redes após cumprimento ao ministro Dino. Em resposta, o senador disse que iria manter o sigilo do voto, que é um instrumento de proteção contra retaliação", disse a assessoria de Moro.
A carreira de 'Mestrão'
Anteriormente, ele trabalhou como funcionário do deputado estadual Ricardo Arruda, no Paraná. No estado, Rafael é citado em uma investigação por suspeita de envolvimento em um esquema de "rachadinha".
Na época em que trabalhou com Arruda, Magalhães já era conhecido como "Mestrão". Devido ao hábito de chamar todos de "mestre", o assessor parlamentar passou a ser chamado pelo apelido. Moro não é o único a ter o contato de Magalhães salvo como "Mestrão". Segundo o colunista, outros colegas e ex-colegas de trabalho também o chamam assim.
Mencionado pelo Ministério Público do Paraná em uma lista de "operações financeiras suspeitas" enquanto fazia parte da equipe de Arruda, Mestrão teria realizado saques em espécie enquanto estava vinculado à Corregedoria da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), chefiada por Arruda. As informações estão presentes no portal do Coaf. As movimentações incluíram valores repetitivos, com indícios de fracionamento, geralmente realizadas em datas próximas ao final de cada mês.
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