terça-feira, março 28, 2023

Tacla Duran faz acusações contra Moro em depoimento e caso vai para o STF




Rodrigo Tacla Duran depôs à Justiça Federal em Curitiba, após oitiva ter sido negada nos últimos anos. Avança a corrupção. 

Advogado que acusa a Lava Jato de vender benefícios e foi colocado em programa de proteção a testemunhas; senador rechaça denúncia

O advogado Rodrigo Tacla Duran, que foi alvo da operação Lava Jato e teve sua prisão preventiva revogada pelo juiz Eduardo Appio, que comanda agora a 13ª Vara Federal em Curitiba, depôs na tarde desta segunda-feira e voltou a fazer acusações contra o senador Sergio Moro (União-PR). Ele também citou a deputada Rosângela Moro (União-PR) e o advogado Carlos Zucolotto em seu depoimento. Por conta da citação aos parlamentares, Appio determinou o envio do caso ao Supremo Tribunal Federal (STF), para "evitar futuro impedimento".

O advogado, que trabalhou para a Odebrecht e chegou a ser alvo e pedido de prisão por parte de Moro pela acusação de lavagem de dinheiro, entregou à Justiça imagens e gravações contra o ex-juiz. Por causa disso, segundo a colunista Mônica Bergamo, do jornal "Folha de S. Paulo", foi incluído em um programa de proteção a testemunhas do governo federal.

No depoimento, ele afirmou ter provas de que pagou US$ 613 mil a advogados que seriam ligados à deputada federal Rosângela Moro, mulher de Sergio Moro. O primeiro pagamento teria se dado no dia 14 de julho de 2016 para o escritório do advogado Marlus Arns, ligado a Zucolotto e Rosangela. Ele aponta que teria recebido promessas de benefícios na Lava Jato em troca de dinheiro.

Em nota, Sergio Moro reagiu às acusações. "Trata-de de uma pessoa que, após inicialmente negar, confessou depois lavar profissionalmente dinheiro para a Odebrecht e teve a prisão preventiva decretada na Lava Jato. Desde 2017 faz acusações falsas, sem qualquer prova, salvo as que ele mesmo fabricou. Tenta desde 2020 fazer delação premiada junto à Procuradoria Geral da República, sem sucesso. Por ausência de provas, o procedimento na PGR foi arquivado em 9/6/2022", disse Moro, complementando que não teme qualquer investigação.

O Tempo